Garota rara e diferente escrita por Adolfinho
Eduardo me olha bem nos olhos. Ele me encara com uma expressão estranha. Parece uma expressão que eu fiz quando engasguei com Danoninho.
— Julieta-chan, você está bem? — Ele me ajuda a levantar.
— Estou sim, Eduardo-senpai. Mas como é que você conseguiu segurar um carro com uma mão só.
— Julieta, infelizmente esse é um segredo que não posso te contar.
Ele dá um pequeno sorriso, e eu percebo que ele tem dentes afiados. Eu tenho certeza que há algo de especial, raro e diferente com esse garoto. E eu vou descobrir o que é. Primeiro, vou questionar algumas coisas.
Nós dois nos levantamos e começamos a andar em direção a minha casa.
— Eduardo, me tira uma dúvida: quem é o gogo-boy do Nirvana?
— Se eu não me engano é o Dave Grohl.
— Ok. E qual Danoninho é melhor: de morango ou de banana.
— De morango, óbvio — ele responde sem hesitar.
Finalmente nós chegamos à minha casa. Eu entro, e ele segue o caminho dele. Logo que entro, vou até meu computador raro e diferente com um adesivo de Adventure Time — um desenho muito legal — e começo a digitar. Mas antes, uma checada no meu Tumblr.
A Rafaela postou algumas fotos de unicórnios e dos cortes que ela fez no pulso. Ela me disse que na verdade ela só passou caneta vermelha, mas todo mundo caiu na dela. Eu posto uma imagem dizendo o quanto unicórnios são fofos.
Agora sim, acesos o Google e pesquiso algo muito importante.
Rapidamente, digito “Vampiro Fada” na aba de buscas e aperto o Enter. Em pouco tempo, vários resultados aparecem. Dou uma olhada neles.
“O Vampiro Fada é um vampiro muito comum. Eles possuem algumas características peculiares, como por exemplo, o fato de brilharem no sol. Outra característica é serem sempre vistos em colégios, seduzindo a nerd feia, rockeira, depressiva e bipolar. Várias pessoas dizem que eles têm grandes dentes para mastigarem o bacon melhor e que eles possuem a incrível habilidade de comer dois potes de Nutella em apenas dois segundos.”
Como eu suspeitava: Eduardo é um Vampiro Fada. Eu já li várias histórias maravilhótimas sobre essa espécie tão interessante, até porque eles são raros e diferentes como eu. Claro que eu sou bem mais, uma prova disso é que eu shippo Jack Frost e Elsa. Vai dizer que você não ficou de queixo caído ao ouvir isso? E, além disso, eu uso a touca do Pikachu, aquele bicho que aparece no Regular Show.
De repente, ouço um barulho. É o ruído do chat do Facebook. O Eduardo está me chamando. Ele quer que eu o encontre na floresta agora.
Eu arrumo meu cabelo em um coque-frouxo e vou até lá.
Logo que chego, eu o procuro. Adentro cada vez mais a densa floresta da cidade, conhecida por abrigar diversas criaturas mágicas, como, por exemplo, uma criatura que muitas pessoas dizem ter visto. Ninguém sabe direito o que é, mas muitos se referem a ela como “o monstro de duas caudas”.
Uma pessoa toca em meu ombro.
— Julieta — diz Eduardo — Preciso te contar um segredo muito importante.
— Eu sei o que você é...
— Diga-me — ele pede — Em voz alta.
Minha respiração está ofegante. Será que ele realmente é o que estou pensando?
— Você é um vampiro-fada.
— Errou, miguxa! Sou a Rafaela disfarçada! — Ele tira a máscara, revelando uma garota de cabelos azuis com mechas roxas.
— Rafaela, você? Mas porque estava fingindo ser o Eduardo? — Eu pergunto, confuso.
— Na verdade, eu também não sou a Rafaela — E ele tira a máscara novamente — Eu sou o Dino!
Eu olho para o rosto reptiliano do grande ídolo do Danoninho. Ele passa língua nos lábios e esfrega Danoninho em seu rosto. Subitamente, ele é tragado por um raio de arco-íris que vem do céu, e me leva junto. Nós passamos por um universo mágico de luzes e cores, provenientes do grande universo raro e diferente.
Eu começo a tossir.
Acordo no chão da cozinha com um baseado em minha mão. Novamente eu tive alucinações. Meu computador ainda está ligado, próximo a mim. Eu estava aqui, fumando uma erva (orégano) para me recuperar do choque que foi descobrir que o Eduardo é um vampiro fada e acabei delirando.
Olho para o meu computador. Dessa vez é real. Eduardo está me chamando para me contar um segredo. Será que ele é um vampiro fada mesmo? Tantas informações assim estão me deixando confusa. Eu pego um Toddynho na geladeira e bebo rapidamente. Agora estou mais calma.
Eu faço um coque frouxo e vou até a floresta.
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