Stop! escrita por Elizabeth


Capítulo 8
Parte - 04




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Roberto não era dotado de paciência. A que tinha era mínima, e Lizz lembravam-se sempre de nunca abusar dela. Seu pai não era dos melhores. Sempre irritado, bruto, mal educado. Lizz não se lembrava como era viver antes da morte de sua mãe. Na verdade, ela recordava de poucas coisas. Como o carinho, o cuidado. Lizz sempre se permitiu pensar que a morte da mãe fora sua culpa. Mas que culpa tinha uma criança? Ela cresceu e entendeu que no passado a mulher estava com câncer. Não antes. Antes Lizz não sabia o porquê de sua mãe não possuir cabelos, ou o porquê dela nunca estar em casa. Mesmo assim. Naqueles dias, Roberto nunca fora o pai miserável que era hoje em dia. Um homem alcoólatra. Sem amor a vida. Sem amor a família.

Lizz o evitava a todo o momento. Pela manhã ia à escola e a tarde ficava trancada em seu quarto, quando não havia o curso. A noite assistia TV na sala, e podia caminhar livre pela casa. O pai de Lizz era um médico conhecido. Trabalhava pela manhã e pela noite. Voltava sempre na madrugada. A maioria das vezes estava bêbado e com raiva. Lizz havia chegado à conclusão que ele passou a beber depois da morte de sua esposa. Às vezes ele gritava e quebrava os objetos da casa, berrando o quanto não suportava mais aquilo.

Lizz acreditava que tinha sido um estorvo para Roberto. Naquele tempo ele não estava preparado para cuidar dela, da casa e do trabalho. Dos afazeres, do problema que era a filha, sempre chorando e chamando pela mãe. Lizz lembrava bem que a única coisa que ele sabia fazer de melhor era trabalhar. Roberto também pensava que poderia ter salvado sua mulher. Lizz lembrava-se disso também. Ele sempre dava um discurso de que era seu dever cuidar dela. Mas os médicos responsáveis não permitiram isso. Ele tornou-se rancoroso. Culpou a todos. Mudou-se de cidade e transformou-se no homem que é hoje.

Lizz não suportava aquilo. Não suportava mais aquela vida. O olhar de ódio que o pai lhe dirigia. O rancor que Otavia transbordava. A pena nos olhos dos professores do diretor. Lizz queria evitar tanto aquilo. Ela iria conseguir suportar um pouco mais. Agora, talvez não suporte nada.

— Muito prazer, Sr. Lee. Chamo-me Jorge e sou o responsável pela escola. —

— Vá logo ao que interessa. Tenho muito trabalho para hoje — Roberto apertou a mão do diretor, e sentou-se na cadeira em frente a ele. Jorge ficou sem jeito e após sugar um pouco o ar, sentou-se também. Otavia logo entrou, esbarrando com força no ombro de Lizz. Lizz assustou-se, afastando-se para perto da parede. Augusto ficou próximo. Roberto encarou Otavia sentar-se na cadeira ao seu lado. Ele cruzou as pernas e logo em seguida os dedos sobre ela. Jorge encarou todos na sala. Respirou e fundo e disse.

— Lizz está sofrendo Bullying. —

— Não, eu não estou pai! — Lizz fora mais rápida. — O diretor está apenas confundindo as coisas. —

            Roberto a encarou com os olhos estreitos. Lizz encolheu seus ombros e calou-se, evitando o olhar do homem.

— Vocês não deveriam cuidar disso? — Perguntou sem interesse no caso.

— Sim, estamos cuidando. Por esse motivo o senhor está aqui. Gostaríamos que... —

— Como você pôde ouvir Lizz não está com nenhum problema —

            O diretor engoliu em seco, tentando inutilmente acalmar-se. Ele respirou fundo algumas vezes e fechou os olhos.

— O que aconteceu quando sua filha lhe apareceu com este corte de cabelo? Não lhe passou pela cabeça... —

— Ela o cortou — Roberto o interrompeu — O cabelo era uma lembrança triste de sua mãe. Acredite, eu também não havia gostado de inicio. — Jorge o encarou nos olhos e em seguida encarou os de Lizz. Ela desviou o olhar, tentando ignora-lo.

— Ela o cortou na escola. — Jorge continuou.

— Eu não sei onde ela o cortou... —

— Então não tem a certeza de que fora ela mesma que cortou. —

— Está mais que óbvio de que foi... —

— Não está não, senhor Roberto. É de envergonhar o modo como você está a tratando. O modo como você deixa claro que não se importa com sua filha. Como não soube que Lizz estava sendo vitima do Bullying? —

— Ela não havia me contado nada sobre isto... — Roberto sentiu-se começar a irrita-se com o dialogo.

— É o seu dever como pai em desconfiar de certas coisas. Em muitos dos casos a criança ou adolescente sente medo ou vergonha de admitir que esteja sofrendo. Devemos notar as mudanças que ocorrem com elas. Falta de apetite, medo, evitar ir à escola ou ate mesmo nos evitar. Ficarem distantes de nós e... —

— Lizz sempre foi distante. Não venha dar-me lição. —

— Lizz sempre fora distante. Outro motivo para dar-lhe mais atenção —

— Mas era isso que ela queria. Chamar-me atenção —

— Olhe Senhor Lee, você como um medico, deveria saber que nem todo caso se diz ‘’chamar atenção’’ Já pensou que sua filha poderia estar enfrentando problemas ou ate mesmo a depressão. Lembre-se que quem morreu não fora apenas sua mulher. Afinal, Ela era a mãe de Lizz. Você não é o único que está sofrendo. —

            Roberto apertou o punho, remexendo-se inquieto de sua cadeira.

— Lizz... Diga logo a este homem que você não está sofrendo Bullying. Não me faça perde mais tempo. —

            Desanimada ela aproximou-se da mesa do diretor e o encarou com pesar. Jorge franziu as sobrancelhas. Diante o silencio, Roberto ergueu-se e segurou-lhe o braço. Lizz assustou-se, evitando gritar muito alto.

— Vamos logo. Não me cause mais problemas, garota! —

— chega. — Jorge ergue-se e caminhou ate o outro lado da mesa. — Saia. —

— O que disse? —

— Mandei que saísse da minha sala — Repetiu, afastando a mão grossa de Lizz. — Cheguei a notar que você não resolverá nada aqui. —

— Como bem desejar. — Roberto fora em direção à porta — Vamos Lizz —

— Lizz ainda tem muito que resolver. Se não percebe, ainda não chegamos a uma conclusão. —

— Ah, claro — Roberto mesmo desgostoso, encarou a filha — Conversamos quando chegar em casa. —

            Augusto o acompanhou ate a saída. Fechou a porta e respirou fundo, desacreditado. Escapou daquele interrogatório e seguiu-se para sua próxima aula. Jorge não o chamou ou o impediu de sair. Sabia que o professor tinha seus deveres. Voltou a sentar-se em sua cadeira, um pouco mais relaxado.

— Vamos, sente-se Lizz. Ali, bem ao lado de Otavia. —

            Lizz suspirou. Encostando as costas na cadeira, encarou os olhos divertidos de Otavia.

— Vai apanhar do Papai — Otavia jogou seu veneno, rindo da cara de espanto. — Eu estava apenas brincando, Mas vejo que será verdade. —

— Cale-se, Otavia. — Gritou Lizz angustiada.

— Tenha calma, menina — Jorge pediu, afastando o telefone. Lizz não havia percebido que o mesmo falava com alguém. — Sua mãe chegou Otavia. —

— Minha mãe? — Perguntou surpresa.

— Sim, sua mãe. Havíamos combinando há alguns minutos atrás. Como pode ver, ela se atrasou. —

— Mas... Não era necessário... —

            A porta se abriu novamente. Uma mulher adentrou o recinto, usando um vestido rosa extravagante. Loira e nada parecida com a menina. Magra, de cabelos loiros e longos. Tinha uma maquiagem pesada no rosto e caminhou às pressas com seu salto ate a filha.

— Querida, amor. Meu bebe, o que aconteceu com você? Meu amor. —

            Lizz esbugalhou os olhos com a euforia da mulher ao abraçar a garota. Ela apertou-lhe as bochechas gordas e beijou-lhe um pouco de vezes. Otavia apenas afastou o rosto, tentando respirar um pouco.

— Oh, Deus. Olá Diretor. — Ela tentou se organizar e apertou-lhe a mão — Me chamo Fabiana Muniz. É um prazer —

— Sente-se, Senhora Muniz — Jorge a encarou desconfiado.

— Oh, chame-me apenas de Biana, por favor — Otavia revirou os olhos.

— Fabiana está ótimo. — O diretor pigarreou e ajeitou-se em sua cadeira. Encarou Lizz que estava quieta de mais. Ela abaixou o olhar, sentindo-se isolada. Queria ir para casa e resolver-se logo com o pai.

— Vamos poupar tempo. Tenho muito a fazer e... — Suspirou — Bem, Fabiana A sua filha, Otavia, agrediu umas das alunas... —

— Calma aí — Otavia se enfureceu, batendo contra a mesa — Eu não agredi ninguém. Se ela não suporta o jogo, que se ferre. O objetivo era este. Jogar a bola contra o meu oponen... —

— Acalme-se garota. Sente-se em sua cadeira e fique quieta. — Jorge a interrompeu — Se resolver aumentar seu tom de voz novamente, não precisaremos mais ter esta conversa. — Otavia abaixou o olhar, rancorosa.

— Como assim... Minha filha está praticando Bullying? — Fabiana sussurrou desacreditada. Sentou-se no sofá que ficava de lado com eles, nervosa.

— Sinto-lhe em informar, senhora... — Fabiana o encarou com um olhar reprovador —... Fabiana— Jorge se corrigiu — Mas sim. Sua filha anda praticando Bullying com outra aluna. E eu gostaria de um basta nisso. Hoje mesmo estavam jogando na aula de educação física, e Otavia fez questão de agredir Lizz. —

— Quem seria esta Lizz? — indagou confusa.

— A garota sentada ao lado de sua filha. Seu nome é Lizz Lee — Fabiana virou um pouco sua face. Encarou Lizz e a roupa suja que usava. Era magra, baixa e tinha um cabelo curto de mais e mal cortado. Ela faria uma leve careta, de nojo talvez, mas se conteve voltando a encarar o diretor. Sorriu forçado.

— O que aconteceu com ela? Está tão magra e... Suja. Parece uma garotinha de rua — Jorge inquieta-se sobre sua cadeira. Aquela mulher começava a ser tão insuportável quanto Roberto. Suspirou.

— Isso não vem ao caso. Não mude o real assunto. Não vou permitir que nenhum dos alunos sofra qualquer tipo de agressão física ou psicológica. Minha decisão já fora tomada. Otavia será expulsa dessa escola!—

            Fabiana faltou o ar. Surpresa arregalou os olhos e gaguejou algumas vezes antes de conseguir formar alguma frase.

— Por favor, não o faça. Eu imploro. Ainda estamos no meio do ano e Otavia não poderia repetir novamente. — A mulher ergueu-se do sofá e aproximou-se o bastante de Lizz — E você não pode provar que minha filha fez isso com ela. Ou pode? O senhor tem alguma prova? —

            Jorge suspirou, cansado. Por Deus, como isto chegaria a esse ponto. Negou. De certo não tinha provas de que a mesma fizera tudo isso, mas bastava juntar todas as peças que ficaria muito claro. Sem contar que conversou com o aluno responsável pelo blog da escola e o mesmo havia dito que Otavia e outra amiga tinha o ameaçado a fazer tal coisa.

— Um aluno a acusou... —

— Como pode acreditar nele e não em Otavia. São palavras contra palavras, diretor. — Fabiana voltou a sentar-se. — Agora pergunte a minha filha se ela fez isso. —

            Jorge já sabia da resposta. Era obvio que ela iria negar tudo. Outro suspiro.

— Otavia, diga a verdade. Tudo que você fez com Lizz — mas mesmo assim a perguntou.

— Eu não fiz nada! Não sei por que estou aqui. Era apenas um jogo e se transformou em toda essa droga —

            Jorge a encarou. Direto. E Otavia chegou a imaginar que ele pudesse ver sua alma. Suas mentiras.

— eu sei que você está... —

— Você não tem a certeza de nada — Fabiana o interrompeu — Agora pergunte a Lizz —

            ‘’Oh droga’’ Foi isso que ele pensou. Lizz tremeu diante os olhares. Raiva, compaixão, diversão. Era humilhante. Encolheu os ombros, implorando para que a deixassem ir em paz. Bastava dizer não e tudo estaria bem. Não. ‘’Basta você dizer que está tudo bem. Otavia não tem culpa de nada. Você que é fraca. Veja a confusão em que se meteu. Sua fraca. Diga que está tudo bem e vá pra casa’’

— Não. Não... Otavia não o... Fez —

— O que?! — Jorge prendeu um palavrão;

— Há — Fabiana riu vitoriosa — Eu lhe avisei

— Será que não percebe que ela está mentindo! — a mulher olhou-o com desprezo.

— Não, diretor. Agora eu e minha filha podemos ir pra casa? Espero que essa aluna seja punida por este alvoroço. —

            Otavia sorriu, encarou a mãe pelo canto dos olhos e os desviou com rapidez. Fabiana encarava filha com ódio. Ela sabia que a mãe não era das mais amigáveis e que a puniria por isto. Não era sua primeira vez na sala do diretor. Nem deste, nem do colégio. Otavia sempre foi uma garota problemática, fazendo sempre com que a mãe passasse vergonha, sendo obrigada a ir à direção. Sempre sendo expulsa das escolas. Suspirou cansada com aquilo.

— Escute Fabiana, você e eu sabemos muito bem que a sua filha não é um exemplo de pessoa — Fabiana iria negar-se a ouvir aquilo, mas Jorge a interrompeu — Sua filha foi expulsa de três escolas, e ser expulsa de mais uma apenas iria lhe oferecer problemas. É por isso que está se negando a ver os fatos? — indagou.

            A mulher prendeu o ar, encarando a própria filha. Como odiava aquela situação.

— Mas Lizz deixou claro que ela não havia feito nada —

— Lizz apenas está com medo de ser punida por isto —

— O que?! — Fabiana riu em desgosto — Não é como se minha filha fosse uma marginal. Otavia não fará nada caso Lizz resolva dizer algo — Lizz encarou a mulher. ‘’Tremeu. Otavia não faria nada, e quanto a ela?’’ indagou a si mesma ao ver o olhar venenoso da mulher.

            Lizz desviou o olhar para o diretor e o viu sorrir amigável. Ele a incentivou a falar algo, ela sabia. Fabiana suspirou inquieta, deixando claro que esperava uma resposta. Era como se ela soubesse que Lizz iria negar ate a morte.

— Diretor... Deixe que Otavia vá para casa, eu também preciso. Já falei que ela não tem culpa de nada. —

            Por Deus! Jorge trincou os dentes, pelo ódio. Aquilo o deixava irritado de tal modo que sentia vontade de jogar Lizz contra a parede e obriga-la a confessar. O que era algo impossível de fazer.

— Feliz? — Fabiana indagou, caminhando ate a saída — Vamos Otavia — Otavia sorriu para Lizz, e ergueu-se da cadeira. Poderia gritar e rir de toda aquela cena. Principalmente da cara que o diretor fazia.

—... É sempre a confusão que vem até aqui. Falo isso para o meu psiquiatra, mas... — Daniella cantarolava uma música qualquer. E Lizz ficou ate meio curiosa sobre isso.

            Jorge arregalou os olhos, assustado com entrada súbita da menina. Otavia e Fabiana fizeram o mesmo, estancando no meio da sala. O diretor ficou em pé, sua raiva o consumindo ainda mais.

— O que pensa que está fazendo? — indagou rígido.

— Oras diretor. Como poderia fazer um chá da tarde e não me convidar? Óbvio que eu vim ajudar minha querida amiga — Daniella sorriu animada de mais. Jorge suspirou, revirando os olhos. ‘’Ótimo, mais problemas’’ pensou consigo, voltando a sentar-se.

— Desculpe-me diretor, eu não pude impedir — Gisele disse envergonhada. Daniella a encarou e sorriu para a mesma. As duas eram do mesmo tamanho, mas Gisele era um pouco magra.

— Tudo bem Gisele, pode ir — A mulher afastou-se da aluna. Tímida, fechou a porta.

— Sinto em lhe dizer, Daniella, mas está tudo terminado, e sua amiga está bem. — Otavia sorriu para a amiga, Daniella, mas Daniella não lhe devolveu o sorriso.

— Está bem? Quem está bem? Se ela está bem por que Otavia está tão feliz enquanto que Lizz permanece com este rostinho triste? — indagou correndo ate a garota de cabelos negros.

— O que...? — Otavia a encarou, surpresa, indignada. Não poderia ser. Daniella esta lhe traindo.

            Jorge não pôde esconder a face confusa. Demorou, e ele só percebeu do que se tratava depois de certos segundos, quando encarou Lizz sendo atacada gentilmente por Daniella.

— Otavia o que está dizendo? — Fabiana perguntou confusa, ajeitando de lado a sua bolsa.

— Olá Tia Biana. — riu — Eu vim aqui dizer todas as verdades —

            Lizz estava surpresa de mais. Tanto é que ficou parada por um bom tempo apenas a encarando. Por que Daniella estava ajudando. Sorriu envergonhada. Essa sensação era gostosa.

— Que todas as verdades? — a mulher perguntou.

— Sobre Lizz e Otavia. — pareceu dizer o obvio. — Você sabe né tia? Lizz nunca poderia mentir sobre um assunto desses, olha essa carinha — Daniella formou um bico nos lábios — Otavia que pirou e resolveu agir como uma va... — calou-se, diante o olhar do diretor.

— Ah meu Deus. Até você? Não mereço ouvir toda essa... —

— Aê Tia, senta aí — Daniella pediu, lhe encarando com rancor. Fabiana suspirou, e sentou-se. Otavia encarou a mãe e mordeu o lábio diante a submissão dela. O pai de Daniella era chefe do pai de Otavia. Cobra comendo cobra. Seria melhor que ninguém irritasse realmente ninguém. — Diretor, a verdade é que Otavia é a culpada de tudo! — disse o que todos ali sabiam — Eu posso afirmar isso por que eu também sou. Tudo que a Otavia fez eu fiz. Ela cortou o cabelo da Lizz, ela que colocou as fotos no site, e o diabo a quatro. —

            Otavia prendeu o ar. Irritada de mais.

— Como você pôde?! Não acredite... — Otavia se aproximou se Daniella e a segurou pelo braço. A menina encarou os olhos da amiga. Com rancor, pedia por uma explicação justa. — Do que diabos se trata isto? —

— Primeiro... — Daniella puxou o braço, deixando-o levemente dolorido — Me solte. Segundo, que como você pergunta o que diabos são isto? A verdade, simples. — Daniella se afastou e abraçou os ombros de Lizz. Ela tremeu diante o toque da outra, mas não disse nada. — Lizz não merece ser vitima desses seus ataques, Otavia. Eu cansei. Por isso diretor, se tiver de punir alguém, que seja eu e Otavia. —

            Jorge riu. Suspirou e então ele pode finalmente relaxar. Ele encarou Lizz, e então chamou a atenção de todos.

— Bem, se esse é o caso... Sinto em lhe dizer, senhora Muniz, mas sua filha não é aceita neste colégio. —

            Fabiana correu ate a mesa do diretor e bateu seus punhos contra a mesma. Os prendeu ali, com força.

— Você não pode. — rosnou.

— Claro que posso. Sua filha pratica Bullying na minha escola e você espera que eu fique quieto apenas observando? — indagou desgostoso.

— Eu conversarei com ela— Fabiana pareceu acalmar-se, deixando evidente seu desespero. — Ela não fará mais nada com esta garota. Eu lhe prometo. —

            Jorge fingiu pensar. Ele a encarou sem piscar os olhos e brincou com os dedos sobre a madeira. Lizz o encarou, sentindo-se incomodada pela aproximação de Daniella. Otavia também o encarava, e Jorge teve a certeza de que aquilo iria ser levado a um caso extremo caso a garota ficasse.

— O que eu iria esperar de uma menina que foi expulsa de três escolas — riu desgostoso. — Basta Lizz afirmar tudo. Estamos esperando —

            Fabiana franziu as sobrancelhas finas e o encarou com ódio. Olhou para Lizz, prendendo os dentes para não dizer-lhe coisas ofensivas. A garota se encolheu e Daniella ao perceber, agarrou-lhe a mão pequena a preencheu com seu calor. Lizz molhou os olhos, mas não permitiu que suas bochechas ficassem molhadas. Era gostosa a sensação de sua mão ser apertada por outra não que não fosse a sua. Daniella a encarou, sorrindo e Lizz sentiu-se um pouco mais protegida. Ela não pode devolver o sorriso por que estava nervosa de mais.

— Ela não tem nada a contar por que é tudo mentira — Fabiana riu mesmo sem querer. E Otavia sentiu-se suar de mais naquela sala. Só ela havia percebido a mudança no olhar de Lizz? — Todos estão vendo que ela e Daniella são amiguinhas e estão pregando uma peça na minha filha —

— Não! — todos na sala a encararam. Lizz havia finalmente falado algo.Otavia mordeu o lábio, franzindo as sobrancelhas. Encarou Lizz, com rancor, ódio. Tinha que sair dali antes que pulasse em seu pescoço fino. — Otavia... É tudo verdade. Otavia sempre foi à culpada. — Otavia a fuzilou com o olhar, mas Lizz não a percebeu. Ela estava encarando o diretor por todo este tempo. Otavia bufou enquanto observava o rosto raivoso de sua mãe. A aluna prendeu o ar e escapou as pressas da sala.

— Otavia! — Fabiana a chamou, mas a garota já havia saído da sala.

— Tudo bem, nosso assunto não é com Otavia. — Jorge a interrompeu — Venha cá Lizz, sente-se ao lado de Fabiana. —

            Daniella sorriu para a menina. Abraçou-a gentil e a encarou com os olhos brilhantes.

— Isso ai Lizz. Conta tudo pra eles! Não deixe nada escapar, Otavia merece coisa pior. — Daniella piscou-lhe o olho e correu atrás de Otavia.

            ‘’Força’’ Lizz pensou consigo mesma.


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