Stop! escrita por Elizabeth


Capítulo 4
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‘’- Vamos tirar uma foto -’’

Raul era um dos alunos responsáveis pelo blog da escola. Era um garoto magro, de cabelos negros e olhos levemente acastanhados. Tinha a altura adequada para os seus dezesseis anos de idade. Era quieto. Responsável. Mas era medroso. Covarde.

Otavia e Daniella sabiam disso. Sorriram. Tinham que recorrer a ele. ‘’Vamos lá. É apenas uma brincadeira’’ Avisou a si mesma.

À tarde, quando o garoto estava sozinho na sala de computação, as duas invadiram. Foram às escondidas. E tiveram sorte pelo o local estava aberto.

‘’Se você não o fizer, vou pedir para Antonio socar você, por todo um ano inteiro’’ Ameaçou o rapaz.

Raul tremeu, assentindo de modo desesperado. Pegou o celular da menina e o conectou a CPU. Assustou-se.

‘’Mas que diabos são isto?’’ Indagou ao ver as fotos ‘’Vocês estão loucas? Se o diretor des... ’’

“Cale-se” O interrompeu apressada ‘’Apenas poste elas no blog da escola’’

Capitulo três – Fotos

Sexta-feira. Lizz Lee amava as sextas, como amava os dias de chuva. Como amava uma boa febre. Como amava ficar na enfermaria do colégio. Como amava ir ao medico em um dia da semana. Como amava quando havia qualquer pretexto para não ir à escola.

Que asqueroso. Esse medo. Todo esse medo era asqueroso. Como alguém podia ter tanto medo? É comum o ser humano temer tanto? Ou Lizz tinha motivos o suficiente para ser assim?

Riu.

O que faria uma pessoa cometer suicídio? O que levaria um humano a querer deixar essa vida? Será que existe algo tão angustiante aponto de levar uma pessoa a cometer tal ato? Por que seres humanos fazem isto?

‘’Desprezível’’ Era isso que Lizz achava de si mesma? Desprezível.

‘’Tão fraca. Tão calada. Sem voz. Sem amor a si própria’’

O que vê refletido em seu espelho, não lhe agrada. O seu próprio rosto não a agrada. Aquele cabelo negro, curto e bagunçado não a agrada. Aquela boca fechada, não a agradava. As pessoas não a agradavam. Seu pai bêbado não a agradava. Aquela maldita escola, não a agradava.

‘’Não sentirei... Nenhuma falta. ’’

O sinal bateu, avisando para que todos os alunos adentrassem suas salas. Lizz acabara de sair do refeitório, indo para sua classe. Estava cabisbaixa. Não os encarava.

‘’Lizz, que bom que está melhor’’ Gustavo sorriu-lhe, amigável. ‘’Vera contou-me que você havia pedido a diretoria, para ir embora. ’’

Lizz não dissera nada. Odiava mentiras. Odiava mentir para pessoas agradáveis. Gostava de Gustavo. Era um bom professor, e parecia se preocupar.

‘’Eu não estava doente. Na verdade, sentia-me humilhada e enojada, após ser obrigada a sentir o gosto de urina’’ Pensou, engasgando-se com a verdade.

‘’Que houve?’’ Gustavo notou. ‘’Sente-se bem?’’

Lizz sorriu-lhe, afirmando. Afastou-se, logo se sentando em sua carteira.

Que vergonha. Aquela atitude já começava a irritar. Como alguém podia ser tão inútil? ‘’Vamos Lizz. Não é algo como um bicho de sete cabeças!’’ Forçou-se, com o olhar esperançoso. ‘’Acabe com a diversão deles’’

‘’Nem pense’’ Otavia apareceu a sua frente. ‘’Se o fizer acabado com a tua raça’’

Tremeu.

Havia se passado duas horas de puro terror. O corpo magro tremia. Manchado. Derretendo-se em lágrimas, por que não mais aguentava. Implorando. Implorava. Todos saíram da sala. A aula havia acabado. Lizz pareceu-se aliviada. Pegou seus pertences e aproximou-se de Gustavo.

‘’Lizz!’’ Otavia a chamou, sem maldade. ‘’Eu gostaria de conversar com você. ’’ Pediu, encarando a face curiosa do professor ‘’A sós’’

Gustavo riu, despedindo-se das duas.

‘’Você ia realmente contar’’ Fingiu-se magoada.

Lizz piscou os olhos, puxando o ar.

‘’Otavia... Por favor’’

‘’Tire as roupas’’

Lizz arregalara os olhos. Embasbacada.

‘’Tire a roupa, ou eu mesma as irei tirar. Pode ficar com as intimas’’

Deu um passo para trás.

‘’Eu não irei... ’’ a encarou. Nervosa.

‘’Uhn... ’’ Mostrou-lhe a tesoura ‘’Veremos’’

Otavia apontou-lhe a ponta. Pelo medo, Lizz caíra sentada ao chão. A saia não fora rasgada, apenas puxada. A blusa fora cortada ao meio e em seguida retirada.

‘’Que débil. Nem ao menos se defender sabe’’

‘’Por quê?’’ Fungou ‘’Por quê? Pare com isto, por favor! Eu já não suporto mais... Deixe-me!’’

‘’Calada’’ ordenou, chutando-lhe a cara. ‘’Se você não aguenta mais, revide’’ Avisou, levando os restos de roupa consigo. Lizz ficara deitada contra o chão o frio. Sentia-se preguiçosa de mais para ir embora. Seu queixo doía. Seus olhos doíam. Sua paz lhe doía.

Logo, Otavia estava de volta. Trazendo consigo uma mangueira de jardim. Gritou, pedindo para que Daniella a ligasse, molhando todo o corpo de sua vitima.

Lizz sentou-se atordoada. Espremendo os olhos para que pudesse encara-las.

‘’Fique de pé’’

Ficou. Tremula, cobrindo o corpo com suas mãos.

‘’Abaixe as mãos’’

As abaixou. Batendo seus dentes um no outro.

‘’Vamos tirar uma foto’’ riu, erguendo o celular.

Lizz agachou-se, cobrindo a face.

‘’Tudo bem Lizz. Não tirei o seu rosto. Mas acho que mesmo assim, todos saberão que é você na foto. ’’

Senhor. O que era sentir ódio? Essa minha sede por vingança. Essa minha ânsia por justiça. Essa minha fraqueza. Chorou. Sozinha.

‘’Deus, está me abandonando?’’


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