Como amar escrita por blackHeart


Capítulo 2
Ss


Notas iniciais do capítulo

Olá. Tem alguém aí? haha Falem algo!
Boa leitura. ;)



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Na realidade, Gaara não era colega de Sakura. Viam-se antes com frequência, mas o marido dela é que era seu amigo. Ele e Sasuke tinham um grupo de amigos em comum. Depois da saída de Naruto do país, ninguém mais se reunia. O acaso cuidava de seus reencontros, a maioria no supermercado.

De qualquer forma, era um favor pequeno, simples e urgente que queria pedir, apesar do horário. Ao menos assim o ruivo pensava. Vendo que Ino estava um pouco apreensiva ao seu lado enquanto esperavam na porta do Uchiha, Gaara suspirou e, assim que a porta foi aberta, pousou a mão nas costas dela.

– Boa noite. – O Sabaku murmurou, fitando um Sasuke surpreso. – Eu preciso de um favor, Sasuke. – Esclareceu imediatamente, descendo a mão vagarosamente pela coluna da mulher até não encostá-la mais. O movimento quase involuntário foi apenas uma tentativa de tranquilizar a moça. – Da Sakura.

Sasuke passou os olhos pelos dois.

– Boa noite. – Retrucou. – A Sakura chegou do hospital e foi pro banho. Se quiser esperá-la... Ela costuma demorar um pouco.



– Sakura. – Sasuke chamou baixo, abrindo a porta do quarto. Ela estava nua, de costas. E as costas dela eram maravilhosas. Olhando fixamente para o “SS” tatuado no bumbum da esposa, falou: - Gaara está aqui com uma mulher e disse que precisa de ajuda. Ele definitivamente não viria se não precisasse.

Ela suspirou longamente, fazendo uma pausa na tarefa de subir a calcinha.

– Ok. Só um minuto, Sasuke. – Aquele tom saiu ruidoso, e ele soube que ela estava mau humorada e exausta.

Fechou a porta. Sakura ultimamente andava muito desanimada e cansada, e o moreno temia que o trabalho a levasse ao esgotamento. Ainda assim, todos os dias ela levantava disposta a fazer algo. E voltava o cão.



– Eu já vi você. – A rosa comentou antes de beijar o rosto do ruivo, que não se moveu nem um centímetro para beijá-la de volta.

– Já? – A loira perguntou com os olhos um pouco arregalados, desviando em seguida para Gaara.

A Uchiha olhou de um para o outro, tentando entender o que era aquela tensão entre eles. Quando saiu do quarto, estava disposta a ser rápida e direta, mas... Não tinha dúvidas que algo de errado estava ali, principalmente depois que a mulher a respondeu. E um caso difícil é sempre um desafio aceito.

– Bem, agora é uma da manhã e imagino que seja mesmo muito sério. – A rosa respirou fundo. – Antes de mais nada, vocês desejam comer?

Gaara negou imediatamente, e Ino não respondeu. Estava em seu semblante constrangido que estava faminta.

– Pode fazer aquele lámen, Sasuke? Eu não jantei.

O moreno pareceu se divertir com a pergunta. Gaara olhou para a loira sentada no sofá. Estava arrependido de ter ido ali, e o motivo... Ele não sabia.

Com a saída do Uchiha, a rosa olhou bem para Ino.

– Você veio ao pronto socorro uma vez. – Confidenciou. – Mas temo que não se lembre disso, já que não se lembra de mim.

Ino assentiu. Observou de canto de olho enquanto Gaara sentava no braço do sofá.

– Vou te contar, então. Você estava suja de lama. Apareceu gritando ajuda, e segurava em cada mão uma coleira. Eu confesso que sua presença me deixou bem nervosa. Imediatamente fui falar com você, que parecia desolada. Você começou a me contar que tinha um cachorro perdido, e de repente um cão preto entrou no hospital. Ele parou ao seu lado. Era como se vocês dois estivessem me pedindo ajuda. – Sakura riu da própria ideia, ciente de que seu marido estava observando. – Mas eu te falei que não podia ajudar, e que ali não era local para isso. Você ficou possessa. – Sakura olhou bem nos olhos da moça. – Disse que sua cachorra estava ferida em algum lugar, e que precisaria de uma médica para cuidá-la. Eu neguei, e pedi que tirassem você do hospital. O cachorro só rosnou, mas seguiu você. E nunca mais a vi.

– Eu não lembro de nada disso. – Ino contou imediatamente, com a mão pequena na frente dos lábios. Estava vermelha. – Quando aconteceu?

– Semana passada. Não me lembro que dia. Mas eu acho que sei o que você tem. Consegue se lembrar do cachorro?

Ino piscou algumas vezes. Olhou para Gaara, como se quisesse algum apoio. Ele olhou de volta, mas não fez sinal algum.

A Yamanaka negou com a cabeça.

– Eu só me lembro de dois filhotinhos. Eles estão com o Gaara. Lembro meu nome. – A loira fez uma careta parecida com a de choro. – Não lembro de mais nada. Só algumas imagens estáticas. Muitas folhas, a silhueta de um animal... Nada revelador.

– Eu acho que você tem amnesia retrógrada. A causa, só no consultório médico posso te dizer. Você precisará passar por alguns exames. Mas acho que vamos saber mais sobre você em breve.



O jantar fora agradável, mas depois de uma hora com aquelas pessoas, a loira queria muito voltar para casa. Sentia que seu lar era a casa de Gaara, e nada tirava aquela sensação de segurança.

Sua cabeça latejava. Ino queria dormir imediatamente. O que quer que fosse aquela história de esquecimento, só de tentar lembrar qualquer coisa seu peito doía. Não havia uma recordação de absolutamente nada que viveu, e descobriu agora que queria enterrar a vida passada. Algo de negativo sobre ela a atordoava.

– Estamos chegando. – Ele avisou quando viu a cabeça dela tombar no vidro devagar. Apesar de ter escutado, a moça não se esforçou para permanecer acordada.



– Eu não me sinto bem com essa mulher. – Sakura declarou. Sasuke permaneceu em silêncio, e a mulher levantou o rosto para fitar o marido.

– Você precisa jantar alguma coisa que não seja lámen. – O moreno suspirou. – Me avise que horário você chega amanhã pra eu preparar alguma coisa.

Estavam deitados, entrelaçados. Ela respirava no queixo dele, enquanto o moreno olhava fixamente para o aquecedor do quarto. Desviou o rosto para a mulher, olhando ainda fixamente para a presença tão feminina e delicada da esposa.

Para começar, Sakura era branquíssima, exatamente como ele. Nenhum chegava a ter a pele leitosa como a de Neji, mas ainda assim eram muito brancos. Ela possuía algumas sardas nos ombros e no nariz, mas não eram muitas. De vez em quando o moreno se pegava encarando aqueles pontinhos avermelhados com seriedade.

Sakura sempre foi adorável. Em qualquer outra mulher, aquela delicadeza não o agradaria. Mas sua mulher é assim. É natural quando ela toma banho, que passe creme nas pernas e nos seios devagar. É natural, quando escreve, que seus dedos finos façam movimentos mais lentos. É normal, quando o afaga, que as carícias sejam muito leves e certeiras. Era exatamente por ser certeira que ele a amava.

Sakura ergueu a sobrancelha, achando aquela frase adorável. Por mais que ele estivesse sério, falando como se estivesse lidando com qualquer pessoa, bem... Estava se oferecendo pra fazer seu jantar. Estava preocupado com sua alimentação.

– Foi mesmo um pedido estranho que Gaara fez. – Ele assumiu em tom sério, continuando o assunto dela e alheio a expressão admirada. Ela assentiu.

– Mas eu acho que ele está tentando ajudar. Apesar de tudo, estava na cara dela que aquilo não era um fingimento.

Os lábios do Uchiha roçaram no lábio superior da esposa, mas os olhos assustadores continuavam abertos. A moça, entretanto, conhecia aquela íris agressiva. Com lascívia, beijou o lábio inferior do homem e o puxou com seus próprios lábios.

Sem sorrir, Sasuke desceu a mão grande pelos contornos da rosa, parando-a no “SS” que achava bobo, mas gostava.

– Durma. Eu vou conversar com ele amanhã, se é isso que você tanto enrola para pedir.

Ela riu. Meteu a cabeça no peito dele.




Ino foi para dentro da casa sozinha. Sentou no sofá, fitando a caixa dos animaizinhos ainda sonolenta. Não teve ânimo para levantar, então permaneceu olhando.

– Eu tenho um colchão grande para você. – Gaara estava inexpressivo, mas seu tom era ameno. Ela virou para olhá-lo devagar, aérea. O ruivo jogou o colchão no tapete de pelos, aos pés dela. Em seguida, trouxe travesseiros, lençol e edredon. Vendo que ela estava sonolenta, arrumou tudo aquilo para que ela apenas deitasse. – Amanhã vamos... Tentar resolver isso.

O Sabaku a olhou. Estava de pé. Ficou encarando Ino por quase um minuto, mas ela apenas assentiu pra ele.




O cheiro de café inundava a casa. Era o cheiro mais puro que Ino lembrava de ter sentido. Quando levantou a cabeça, os fios de cabelo emaranhados atrapalhavam sua visão, mas a sala continuava escura.

Gaara fechou as persianas na madrugada.

Ela sorriu, acomodada. Quando virou para o lado, Rukia e Aiko deitados em seu colchão, enquanto ela estava no confortável tapete. A lareira os aquecia.

Gaara acendeu a lareira na madrugada.

Quando ia fechar os olhos novamente, levantou a cabeça. Um relógio de parede bem discreto, anunciava a hora da manhã que Ino simplesmente não podia acreditar. 7:46. Se bem lembrava, fora dormir por volta das duas da manhã.

– Tem café na pia. – A voz arrastada e ainda mais lenta soou de algum canto. Com os pelos eriçados, Ino afastou o edredon e esfregou os olhos. Gaara apareceu no portal da cozinha, distraído com sua xícara azul royal. Ela imediatamente quis uma igual. – Eu... Não sei o que fazer com você. – Confessou.

De pé no meio da sala, a loira sentiu uma vertigem levar seus sentidos por alguns segundos. Apoiou-se no sofá, sobressaltando o homem. Ela ficou calada, apenas sentou devagar. Os braços dele não a encostavam, mas estavam ao seu redor, oferecendo amparo caso ela se sentisse mal outra vez. Não o repeliu, porque isso não era o que queria dele. Queria aquela casa, aquela vida monótona e aconchegante e queria ele. Ele era maravilhoso. Generoso, estranho, calado, jeitoso, bonito, observador, preocupado, tatuado...

Para forçar o contato, ela deixou as costas cairem no braço dele. De olhos fechados, fez uma prece com todo o coração. Não queria lembrar de nada. Lembrava de algo que não contou nem para Sakura e nem para Gaara, e aquilo, definitivamente, era uma coisa ruim.

Apesar de estar encostada nele por querer, e não por fraqueza, uma repentina recordação a acometeu enquanto ele a encostava no sofá e chamava seu nome. Uma lembrança em forma de imagem estática ficou destacada em sua cabeça, e ela desejou voltar para o tapete e dormir.




– O que aconteceu? – Ele perguntou assim que ela terminou de lavar o rosto. Como se fosse dona da casa, ela mesma quebrou o contato com o ruivo e correu para o banheiro. Não sabia ao certo para quê, já que a ansia de vômito crescia e a dor de barriga também. Estava suando frio.

– Acho que... – Incerta, fechou os olhos enquanto sentia a água fria nas mãos. – Estou tentando me lembrar. Quer dizer... Eu não consigo identificar o que são essas lembranças.

– Ok. – Ele falou. Ficou olhando-a ali, com a bunda empinada e o rosto molhado. – Tenho escova de dente fechada na última gaveta. - Fechou a porta.



Enquanto dirigia, Gaara sentia a atenção de Ino completamente voltada para ele. Quando olhava de esguelha, lá estava o olhar curioso da loira.

– O que foi? – O ruivo reduziu, parando o carro na frente de um prédio muito alto e escuro. Parecia prestes a desmoronar.

– Onde estamos?

– Fique no carro. – Ele mandou. – Antes de te levar ao hospital, vou falar com uma pessoa.

A Yamanaka ficou calada, e o Sabaku não esperou que ela aceitasse. Simplesmente escorregou para fora do carro com a elegância e o ar pomposo que tinha e bateu a porta.



– Quero que você faça uma pesquisa pra mim.

– Olá, Gaara. Quanto tempo, não? – Irônico, o outro ruivo sorriu amigavelmente. – Quando é que sai o Akatsuki dois?

– Na verdade... – Gaara revirou os olhos. – A inspiração tem voltado. Há uma estória que preciso contar nesse livro. E eu quero que você busque algo que me ajudará com isso.

– Eu estarei te ajudando no livro também? – Sasori riu sonoramente. – Manda!

– Ino Yamanaka.

A expressão do Akasuna ficou instantâneamente sombria. Gaara percebeu imediatamente, como o bom observador que era. Estava diante de alguém que sabe de alguma coisa.

– Ino?

– Você a conhece?

– Óbvio. Eu fodi ela desde os meus quinze anos. – Pigarreando, Sasori suspirou. A mudança repentina de reação fazendo o Sabaku desconfiar. – O que você quer com essa putinha?


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