Como amar escrita por blackHeart


Capítulo 1
Aiko, Rukia e senhorita Yamanaka.


Notas iniciais do capítulo

yesssssssss. Espero que vocês gostem, porque é uma mini fic que já terminei de escrever. ♥ beijinhos. COMENTEM. :/



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Gaara pousou os olhos verdes e sonolentos num filhote de cachorro que estava estrategicamente ajeitado numa caixa média de papelão. Quando a campainha tocou mil vezes seguidas, ele nunca pensou que fosse se deparar com aquele estranho colega de casa num momento tão oportuno.

Não podia dizer que era um homem frio, mas a julgar pela reação das pessoas quando ouviam sua voz, era um homem assustador.

Pessoas tolas.

Pegou a caixa com a criatura pequena com cautela, olhando curiosamente os pelos negros com algumas – poucas falhas amareladinhas. O cachorrinho era absurdamente escuro, gordinho e atento. Só de olhar para aquela carinha sapeca, o ruivo soube que cão era aquele. Fechou a porta com o pé descalço, arrastando-se casa adentro.

Quem colocaria um cão das montanhas em sua porta? Quem acordaria naquele horário para importunar alguém com um cachorro das montanhas?

Levou o animal até o centro da sala, pousando a caixa com extremo cuidado. Acendeu a luz. Olhou para a mesa de vidro de jantar e viu seu notebook, onde na noite passada digitava a continuação de seu primeiro livro de sucesso. O trabalho podia esperar, não podia?




Inuzuka, dizia o letreiro. Gaara avançou. Apanhou um carrinho pequeno, andando pela loja enorme que Kiba construiu. Haviam tantas coisas para comprar, que anotou todas num pedaço de papel. Era muito organizado, afinal.

O primeiro item da lista era a ração, e como Gaara tinha dinheiro até demais, por que não gastar com um novo amiguinho sem nome?

Apanhou assim que viu latinhas de ração molhada e um saco de três quilos de ração seca. Não sabia quantificar, então achou que fosse o suficiente por enquanto. Não resistiu, pegou ossinhos também.

Na próxima parada, respeitando o segundo item da lista, pegou um comedouro que possuía um bebedouro acoplado. A seguir, apanhou um removedor de odores e um tapete higiênico. Por fim, pegou uma caixa mais baixa, acolchoada e decorada, que serviria para o cachorro dormir. Tinha certeza que tudo aquilo custaria muito, mas era preciso cuidar do animal até que pudesse devolvê-lo.

Mas devolver para quem?

Dirigiu-se ao caixa distraído, e de relance, viu uma mulher loira acompanhada de um cachorro negro e lento. Estavam indo para oeste da loja, e averiguando com o olhar, encontrou a oeste uma placa rosa com um letreiro verde que dizia “banho e tosa”.

– Um Kai. – Sussurrou desatento.

Um cão como o dele.




Gaara tinha uma irracional busca por aconchego. Embora não soubesse disso, era um homem virtuoso, dedicado e carinhoso, mas as pessoas o viam como algum tipo de aberração.

Temari era uma das mulheres que conhecia muito bem os comportamentos do ruivo.

– Sério? – Feliz, ela entregou a criança nos braços do irmão. – Que legal, irmão! Amanhã eu e Shika iremos jantar lá, então. Vamos conhecer seu novo amigo. – Sorrindo, ela viu Gaara balançar sem muito jeito a criança.

– Certo. – O ruivo murmurou, sentindo o cheiro de criança limpa que o bebê emanava. Acariciou-o.

Quando segurava aquele bebê, o Sabaku tinha a impressão de que era importante. Que podia cuidar de alguém.

– Está tarde. – Falou baixo, como sempre, olhando para a irmã. – Preciso ir.

Temari assentiu, esticando os braços e tomando o bebê das mãos do irmão. Parecendo triste, ela disse:

– Shika chega logo. Não quer comer?

Gaara negou.

– Boa noite, Temari.




A cidade parecia vazia, mas era apenas por causa da região. De fato, o ruivo escolhera uma rua onde não tinha comércio e constituída por pouquíssimas residências (longes da dele), e saber daquilo, que tinha uma rua tranquila para morar, era reconfortante.

Dirigia lentamente pela rua com os faróis acesos, e quando estava chegando perto de sua casa, viu um corpo quase na entrada dela. Nervoso, embicou o carro na porta da garagem, mas não subiu o portão automático. Estacionou de qualquer forma e desceu do carro.

O corpo era feminino. Estava encoberto por um conjunto de moletom cinza, e o rosto era emoldurado por raspões de fuligem. O corpo estava largado, e ele podia ver alguns fios loiros saindo da touca que a moça usava.

O mais curioso, e uma das primeiras coisas que botou o olho, foi o pequeno filhote de Bobtail aconchegando-se dentro da touca enorme da moça.

– Ei. – Chamou baixo, abaixando-se perto dela. Apanhou o pequenino gato da touca, colocando a mão fria no rosto da formosa senhorita. – Acorde. – Pediu, movendo os dedos cuidadosamente pelo rosto pálido e frio. Quis erguer sua nuca, mas não soube se podia movê-la. Por via das dúvidas...

Gaara suspirou tentando ficar calmo. Ela não parecia machucada, e isso era muito bom. Apoiou o gato perto do peito segurando-o com a mão esquerda, e quando olhou novamente, a moça estava de olhos abertos.

– Quem é você? – Ela perguntou, parecendo sem forças para levantar ou mesmo falar. Os olhos azuis pareciam querer absorvê-lo, de tão grandes.

– Senhorita, você está quase jogada na porta da minha casa, no meio da rua. Devo chamar o serviço médico?

– Não. – Negou, engolindo seco. Apertou as mãos, sentindo algo ali.

O gatinho miou no colo de Gaara, e o ruivo podia jurar que era de felicidade.

– Consegue levantar sozinha? – Ele perguntou. – Vamos entrar.




Ino observou o local com as bochechas avermelhadas. Estava sentada no sofá, aquecida, segurando uma coleira verde na mão e sentindo o cheirinho de chocolate quente e canelas no ar. Era como se a fumacinha percorresse a casa. A lareira estava acesa, e o tapete felpudo parecia convidá-la para deitar nele.

Não faria isso, claro.

– Desculpe, eu não tinha sem canelas. – O ruivo não sorriu, mas Ino sentia o quão quente e aconchegante ele era. – Você está bem?

Ino apanhou com rapidez a caneca grande do seu salvador, deixando a coleira de lado. Notou num passar de olhos que ele tinha sardas no rosto e algumas nas costas da mão. Ao beber, porém, fechou os olhos, eliminando qualquer vista agradável que estava tendo. Não fazia ideia de como fora parar ali, mas sentiu que era uma parada necessária.

– Onde está minha Rukia? – Perguntou. Gaara saiu andando, e voltou minutos depois com uma manta.

– No seu pé. – Ele respondeu baixo, circundando a moça com aquele pano. Achou que a a loira se referia ao gatinho, e de fato... A pequena menininha esperava como um mini guarda costas nos pés da dona. – Você lembra de alguma coisa?

Ino fez uma pose adorável quando pousou a caneca envolta pelas mãos em cima da perna. Respirou fundo. Ele não sabia se gostava mais das bochechas ou do nariz vermelho, mas decidiu que o conjunto dela era bom.

– Não exatamente. – Disse baixo. – Eu poderia tomar banho primeiro?

O ruivo analisou a moça por poucos segundos, estendendo a mão para tomar a caneca das mãos dela.

– Eu vou providenciar toalha, mas... – Olhou-a de cima a baixo.

– Tudo bem. Eu visto isto mesmo.

Ele assentiu.




Ino fechou o registro devagar, encostando-se na toalha de pelos longos e aconchegantes. Quando ficou rodeada por ela, tentou buscar na mente como fora parar ali, mas por pouco tempo pensou nisso. Sua atenção foi roubada por uma constatação interessante.

A casa daquele homem que não perguntara o nome era engraçada. Riu baixo, cobrindo a boca com o tecido da toalha. Ino estava sentindo-se num sonho. O banheiro tinha uma luz esbranquiçada, magnífica. Era completamente claro e com um espelho grande, banheira, chuveiro do bom... Abriu o armário. Tudo era ajeitado. Secador, creme para barbear, pastas de dente, papel higiênico, sabonetes diferentes, gilete... Na perfeita ordem.

Teve a impressão de que estava no local mais aconchegante e organizado que já visitara, mas não conseguia lembrar-se com clareza dos outros locais.

Olhou para seu moletom, não querendo vesti-lo. Queria se sentir limpa. Ainda assim, apanhou a calcinha e vestiu-se rápido. Usou o desodorante masculino apenas para não se sentir desconfortável.

Quando abriu a porta, o bafo quente saiu junto com ela. O homem ruivo estava abaixado ainda na sala, sob o tapete que ela queria deitar, com as mãos dentro de uma caixa bonitinha.

– O que é isso? – Perguntou curiosa.

Ele se remexeu incomodado com a presença dela, que não percebeu. Deu passagem à moça, olhando-a minuciosamente. Era muito bonita, principalmente com o rosto limpo e os cabelos soltos.

– Oh! – Exclamou, colocando as mãos nas bochechas. – Aiko!

O ruivo levantou a sobrancelha, vendo a loira sentar-se no chão também e interagir com os dois animais dentro da caixa.

– Aiko? – Ele repetiu, olhando fixamente para a forma feminina.

– Este foi um dos bebês do meu parzinho de Kai. – Ela virou o rosto para ele com um sorriso. – Onde você o achou? – Os olhos dela brilharam.

– Senhorita, como você se chama? – Olhando-a também nos olhos, o Sabaku arranhou a garganta com um rosnado gracioso.

– Ino. Yamanaka Ino. – Estendeu a mão para ele. – E o senhor?

– Sabaku No Gaara.

Seria possível que ela não o conhecesse? Não que fosse egocêntrico, mas era conhecido mundialmente com seu romance e terror "Akatsuki".

Por fim, acreditou que seria possível. Ela não fez cara de surpresa alguma, apenas esboçou um sorriso tímido.

– É um prazer, senhor. Principalmente pela situação. – Disse. – Obrigada por cuidar do meu Aiko. E de mim e Rukia.

Se o cachorro era das montanhas e Ino conhecia o animal, bem como chamava de seu, talvez ela morasse lá também. Explicaria o fato de não conhecê-lo.

– Senhorita Yamanaka, seu cachorro veio parar na porta da minha casa dentro de uma caixa. Foi a senhorita quem o trouxe? – Perguntou, embora duvidasse muito que tivesse sido ela. Ouviram o gatinho miar e voltaram a atenção para os dois bichos, vendo a branquinha Rukia aconchegando a cabeça no corpo jogado de Aiko.

– Não. – Ela respondeu sinceramente, tirando a mão da caixa devagar. Tentou se lembrar de algo, mas a cada minuto, as memórias ficavam mais distantes. – Eu... Lembro de ter um par de cachorros, mas não lembro como se chamavam. – Ela arregalou os olhos aos poucos.

– Você não se lembra de nada?

– Eu estou esquecendo. – Resfolegou, avançando para cima do homem e pegando suas mãos. – Gaara, eu estou esquecendo do meu passado. Eu te contei que tinha cachorros, e por isso sei que já os tive. Mas não lembro mais como eles são exatamente. Não sei onde moro. – Em pouco tempo, o desespero de Ino ficou preocupante. – Eu não sei de onde vim, só me lembro de mato!

– Como você lembrou deles? – O ruivo apontou a cabeça para o cachorro e o gato, e ela apertou as mãos dele.

– Você está duvidando de mim! – Acusou num rosnado. – Eu não sei como. – Acrescentou em seguida, muito mais baixo. – Quando os vi, soube que eram meus. Me ajude, Gaara.

– Ok. – Murmurou, soltando as mãos dela. Esperou que ela sentasse novamente no chão, pois estava de joelhos. – Fique calma. Há um pronto socorro no centro da cidade. Devemos ir?

Ino hesitou, olhando o rosto que parecia despreocupado do ruivo, pois ele tinha um semblante inexpressivo. Assentiu, mordendo os lábios. Algum sentimento ruidoso martelava em seu peito, e os ruídos que fazia eram semelhantes a um “não”.

Ele, observador como era, não apreciou aquele esquisito momento de concordância. Ela parecia querer exatamente o contrário.

– Ok. Eu... – Ele deixou no ar, respirando fundo. – Tenho uma colega médica. Talvez ela possa nos ajudar. Sente-se melhor se for assim?

Ino colocou as mãos nos joelhos no intuito de limpá-las na calça. Estava suando.

Assentiu.

Gaara viu os cabelos dourados da moça mexerem enquanto assentia, e avaliou que não era um momento tão oportuno assim para uma nova colega de casa.


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Notas finais do capítulo

Kai = Raça de cachorro. ;)



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