Tempestuoso escrita por babsi


Capítulo 27
Capítulo 27: Vivos em guerra


Notas iniciais do capítulo

AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA
Eu fui postar esse capítulo ontem à noite e o mozila tava dando erro para abrir o site. Eu fiquei puta, tentei usar o Chrome, mas ele ficava fechando toda hora, aí desisti. “Amanhã na faculdade eu posto”.
Beleza, cheguei na faculdade e o professor de economia faltou (eu ia matar aula dele para postar) (não espalhem) (agora vocês sabem pq eu vou pegar dp de economia, né), e a professora do segundo período adiantou a aula e eu fui obrigada a assistir. (dp daquela louca não dá, gente)
“Tá, firmeza, eu posto quando chegar em casa”
Sai da aula, fiz trabalho na faculdade, cheguei em casa agorinha pouco para postar o capítulo e TCHANAAAAAMMMMM
RECOMENDAÇÕES EM TEMPESTUOSO
MEU DEUS DO CÉU
EU AMO RECOMENDAÇÕES
carolnsilveira e Soupirr, que as más línguas digam o que quiserem, mas esse capítulo É para ser de vocês. Não tem jeito!
Obrigada, meninas! De verdade! (corações mil) Fico muito grata pelo carinho de vocês para com Tempestuoso, é a maior emoção do mundo entrar no site e ver a fanfic sendo recomendada de forma super carinhosa!
(de vocês leitores eu não tenho o que reclamar sobre isso, aliás. Todas as recomendações me deixam mole! Vocês são demais!!!!)
Obrigada, minas!
Espero que gostem desse 27 (coração)



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/588334/chapter/27

POV THEA:

Estávamos caminhando há algumas horas por entre a mata. Daryl havia mudado o rumo de nosso caminho, se afastando o máximo possível da cabana e do caminho feito anteriormente, por conta da fumaça que subia ao céu e dos homens do dia anterior.

Já era dia, talvez umas sete horas, e eu já não aguentava mais caminhar por aquele monte de mato e terra seca, mas o homem a minha frente não parecia muito interessado em minhas reclamações, disposto a chegar ao galpão antes do sol começar a queimar nosso couro.

Estralo os dedos mais uma vez, sem conseguir impedir meus pensamentos de pousarem em Abraham, Rosita e Eugene.

Eles estavam pela floresta, tinham fugido de pessoas que não eram boas, e nós sequer sabíamos se estavam bem, ou até mesmo vivos. Eu realmente esperava que estivessem.

Abraham e Rosita eram fortes, uteis. Utilidade e força eram tudo no mundo dos mortos. Precisávamos de pessoas como eles, gente que soubesse lutar e usar armas; pessoas que pudessem ir atrás de provisões e que estivessem dispostas a garantir a segurança do grupo. Ainda mais agora, que o inverno se arrastava cada vez mais rápido em nossa direção.

Abe era um cara difícil, meio controlador demais e, por isso, parecia ter alguns problemas em não estar na liderança do grupo, mas ele era um bom homem. Alguém forte, bom e justo, assim como nós. Alguém que sabia que éramos uma família, e que respeitava isso. Que respeitava, também, o fato de que precisava de nós. E, cabia a nós, corresponder a este respeito. Entretanto, Abraham havia feito merda apontando uma arma para Rick. E as vezes merdas não podiam ser respeitadas.

Aquela ameaça havia abalado nossa confiança, criado diversas discussões internas, e feito com que divergíssemos muito. Não podíamos aceitar armas apontadas em nossa direção, mas também não podíamos ignorar que Abraham agia sob pressão e, realmente, não tinha a intenção de disparar. Ele só estava cego demais pela esperança de uma cura, pensava que estávamos em seu caminho, e, se Eugene realmente a tivesse, atirar na cabeça de Rick seria somente mais um sacrifício em prol da humanidade.

Uma cura era o único motivo de Abraham, a única razão dele continuar lutando dia após dia, e não podíamos ir contra o que isso significava, ignorar o quão importante era um motivo para um homem que não tinha mais nada.

Todos nós precisávamos de um motivo. De algo que nos ajudasse a seguir em frente, que nos desse esperança de algo melhor que a zumbilândia de entranhas que sempre se arrastava em nossa direção.

Por mais que aquele conflito entre Abe e Rick tivesse nos abalado, saberíamos superá-lo, pois, o mais importante de tudo, era que Abraham e Rosita eram fieis a seus motivos. E pessoas assim eram extremamente necessárias.

Eles não mediram esforços para cumprir suas promessas e, para isso, apontaram uma arma para cabeça de um homem que tinha uma dúzia apontada em direção a eles. Precisávamos de pessoas assim. Pessoas corajosas, leiais.

Mas, não precisávamos de mentirosos. E Eugene era um. Um mentiroso dos bons.

Ele era nosso fardo. O fardo a ser carregado por sermos bons, por termos ajudado Abraham a seguir seu motivo e por termos esperança.

Eu não me arrependia de ter esperança e, por mais que todos no grupo tivessem ficado satisfeitos com o soco que Eugene levara, nenhum de nós realmente o via como culpado. Ele só era um cara que fez de tudo para se manter vivo. O que tinha de errado nisso? Quantas vezes já não havíamos mentido para nos manter vivos? Não éramos assim tão diferentes do idiota de mullets.

No fim das contas, éramos todos humanos, com medo e aflições, lutando pela vida com todas nossas forças. E, a única coisa que distinguia um do outro, era a coragem. O ponto que cada um chegaria por sua vida.

Uns eram corajosos, outros covardes. Uns iriam até o inferno pela sua vida e pela vida dos seus, outros não tinham força para tanto. Não era algo a se mudar, não dava para se lutar contra a natureza, não havia nada mais que Eugene pudesse fazer.

Vivíamos num mundo onde a lei do mais forte predominava, e os covardes eram fracos. Fracos não sobrevivem por muito tempo... ao menos que fosse um fraco inteligente, como no caso de Eugene.

Havíamos chegado à extremos para sobreviver, matado pessoas e mortos. Como julgar alguém só por não ter não tido coragem para tanto? Quem eram nos bons e os ruins, no final das contas?

Eugene havia feito o que podia para se manter vivo sem sujar suas mãos. Ele era inteligente, um bom mentiroso, e cada um usava das armas que tinha. Ele tinha lábia; eu, agilidade; e Daryl tinha sua besta. Quem poderia nos julgar?

Talvez Judith, que ainda tinha as mãos limpas, mas, infelizmente, não seria assim por muito tempo.

Para sobreviver, tínhamos que nos sujar. Sujar com sangue ou com mentiras. Não dava para julgar qual era mais grave, estávamos todos no mesmo barco e a destruição era indiferente. E, por isso eu não recriminava Eugene.

Ele fez o que precisava fazer e, diferente de muitos de nós, não machucou ninguém no processo.

Ele não nos obrigou a acreditar, não nos forçou uma confiança. Ele contou sua mentira e nós a compramos, mesmo sem acreditar que ele pudesse mesmo ter uma cura.

Talvez, no fundo, todos soubéssemos que Eugene era uma farsa, mas mesmo assim, torcíamos todos os dias para suas mentiras se tornarem realidade.

Não fomos tolos, nem inocentes. Tivemos esperança, e isso que nos mantinha humanos, que nos diferenciava dos mortos e dos vivos em guerra.

Todos nós merecíamos um mundo, e todos tínhamos esperança de um. Tivemos uma chance, e nos agarramos a ela mesmo sem acreditar. Era isso que os vivos faziam.

Como podíamos ignorá-la quando uma criança de dois dentes chorava de fome no colo do irmão? Não tinha como olhar para Judith e não desejar uma cura, não desejar ter esperança.

Balanço a cabeça, cansada daqueles pensamentos. Foi extremamente decepcionante saber que o mundo não voltaria, num passe de mágica, ao que era antes; mais decepcionante ainda, foi saber que eu tinha diversos planos para quando os mortos parassem de caminhar, e talvez eu não pudesse realiza-los.

Daryl me olha de rabo de olho mais uma vez naquela manhã, e logo volta a atenção para aquele monte de mato e terra seca a sua frente.

Ele sempre fazia isso quando estávamos por aí, como para garantir que eu ainda estava por perto, segura. E, por mais irritante que essa proteção exagerada parecesse, eu não me sentia desconfortável. Ele se importava, e eu não podia reclamar disso.

– Daryl? – chamo, sem muito prestar atenção no motivo que me levou a fazê-lo. Talvez eu só quisesse ouvir alguma coisa que não fosse o zumbido de meus pensamentos e o som silencioso da mata. Ou talvez eu só quisesse ouvir a voz do idiota de costas largas e ombros rijos a minha frente.

– Essa sua língua dentro da boca já estava começando a me assustar. – diz, no tom impaciente de sempre. Reviro os olhos dramaticamente, vendo-o continuar em frente.

– Eu sei que você ama minha voz, Daryl Dixon. – dou de ombros, sorrindo com a provocação.

– Eu amo mais o silêncio. – ele me olha por um segundo, como em repreensão, sem parar a caminhada em direção ao galpão.

– Ama o silêncio nada, você me ama, isso sim. – acuso, ainda sorrindo. – Um minuto sem ouvir minha voz e você já fica todo preocupado, como se eu fosse a coisa mais importante do mundo. Está completamente na minha, Daryl Dixon.

– Lá vem você com seus absurdos. – comenta, balançando a cabeça.

Ele empurra um galho para o lado, abrindo passagem e maneando com a cabeça para eu seguir na frente.

– Lá vem você e suas negações... A quem você quer enganar, Daryl Dixon? Você está muito na minha, e todo mundo já sabe disso.

Ouço sua risada rouca atrás de mim, e consigo imaginá-lo ainda balançando a cabeça, com uma expressão quase maliciosa no rosto.

– Você vive me implorando para te arrastar até o mato e eu que estou na sua? – provoca, e me viro em sua direção, com uma expressão desacreditada.

– Eu faço convites muito elegantes, Daryl, não imploro nada. Essa ideia de me arrastar para o mato quem teve foi você, e não posso fazer nada se eu gostei! – jogo o cabelo para o lado, erguendo as sobrancelhas. – Sem falar que eu já te disse que esse negócio de agarração no meio da floresta é muito perigoso, mas você nunca me ouve. Logo meus pretendentes vão descobrir, e você nem parece se importar muito com isso... está louco para arranjar uma briga com eles! Já vou até avisando que tenho uma fila de pretendentes, Daryl. São muitos. Não vai conseguir brigar com todos. – provoco, como uma lady cobiçada, vendo seu olhar se estreitar em minha direção com um brilho estranho.

– Já pode voltar a calar a boca, Thea. – balança a cabeça, voltando ao tom impaciente de sempre. Reviro os olhos.

– Pensei que você estava com saudades da minha voz, Dixon. – ironizo, diminuindo o passo para caminhar a seu lado.

– Estou começando a ficar com saudades é do silêncio.

– Está com saudades é de me dar uns beijos no meio do mato, isso sim. Pode admitir, Daryl, não é como se eu não soubesse disso.

Ele fica em silêncio por alguns segundos, como se pensasse em dizer algo que combinasse com o sorriso malicioso que brotava em seus lábios, mas acaba por somente balançar a cabeça.

– Só cala a boca, Thea. Só cala a boca.

– É toda hora um cala boca diferente... Só sabe dizer isso, só reclama. Parece uma velha rabugenta! Estamos aqui no meio do mato, sozinhos, e você nem me jogou numa árvore para me dar uns beijos ainda...

Ele solta uma risada rouca, me olhando desacreditado, mas ainda com o brilho estranho no olhar.

– E ainda tem coragem de dizer que não está implorando... – provoca. Empurro seus ombros de leve, jogando meu cabelo para o lado.

– Sério, Daryl, eu ainda vou desistir de você e cair logo nos braços de meus pretendentes. Sinta-se ameaçado.

– Pelos seus pretendentes? – ironiza, me olhando com diversão por um breve momento antes de voltar seus olhos para o mato com a atenção de sempre. Daryl estava sempre atento a tudo.

Reviro os olhos teatralmente, erguendo as sobrancelhas de forma dramática.

– Eles são muitos, Daryl. E são lindos!

– Sério? E quem seriam eles? Carl e Padre Gabriel? – ele sorri provocativo, me fazendo suspirar.

– Você está muito cheio de si, Daryl. Acho que meus beijos te deixaram meio metido. – comento, de maneira displicente. – Mas, eu de você, ficava bem esperto... eu adoro caras de batina. Quem sabe não resolvo arrastar Gabriel para me dar umas explicações no meio do mato? – provoco, tentando me manter séria.

Ele para por um momento, me olhando tão sério quanto sempre transparecia. Aquele brilho estranho tomando todo os olhos azuis.

– Você não pode estar falando sério... – sibila, ainda com os olhos fixos em meu rosto.

Sorrio vitoriosa com sua reação, tomando a dianteira em nossa caminhada.

– Eu estou falando muito sério. Homens de Deus são sexys!

Daryl fica em silêncio por um momento, e tudo ao redor parece faiscar. Sinto seu olhar fixo em minhas costas, e é como ser a presa na mira de um caçador. Arrepia, e não consigo deixar de sorrir para tensão e para o sangue correndo forte em expectativa em minhas veias.

– Você gosta de provocar, não gosta? – pergunta com a voz rouca, que faz meu corpo se tremer de cima abaixo.

Sorrio, antes de responder, sabendo o que aquele tremor antecipava.

– Eu gosto mais de homens de batina.

A mão de Daryl é rápida, puxando meu braço e me virando em sua direção. Me choco contra seu peito, sentindo suas mãos descerem para meu quadril de forma possessiva. Sua boca se choca contra a minha sem muita delicadeza, num beijo carregado de provocação. Ele me ergue rapidamente, e sinto minhas costas irem suavemente de encontro ao tronco de uma árvore.

Ele aperta minha cintura com força e seus lábios rumam para meu pescoço, enquanto minhas pernas se fecham sobre seu corpo e minhas mãos agarram sua nuca.

– O que você acha de homens de batina agora? – pergunta, em minha boca.

Sorrio maliciosa, mordendo seu lábio inferior com delicadeza, rindo logo em seguida com a constatação que brilha em minha mente.

– Você está com ciúmes, Daryl Dixon? – sorrio mais ainda, lisonjeada com o que aquele brilho estranho em seu olhar significava.

Ele fica em silêncio por um momento, me olhando seriamente, quase constrangido, mas logo dá de ombros daquele jeito Daryl de sempre.

– Você não respondeu minha pergunta, Thea. – diz, mordiscando meu pescoço.

Prendo um gemido na garganta quando sua respiração bate forte em meu colo, entrecortando minha respiração.

– Eu não acho nada, Daryl. – sussurro em seu ouvido, suspirando logo em seguida pelas sensações de sua boca em meu pescoço.

– Então não gosta de homens de batina? – pergunta, com um sorriso irônico pendendo nos lábios.

Fico em silêncio por um segundo, pensando em alguma provocação para sua expressão irônica, mas dou de ombros, sabendo que acabaria perdendo meu próprio jogo.

– Eu gosto de você. – digo, me afastando para olhar seus olhos azuis.

Daryl para por um momento, me olhando seriamente, como se procurasse um vestígio de provocação em meus olhos e, antes que eu pudesse entender o que ele queria com aquilo, seus lábios se chocam contra os meus, pela primeira vez, de forma delicada.

Ainda é urgente, sempre é, mas não é agressivo. É suave, carinhoso. Quase tão arrebatador quanto o jeito quente e Daryl de sempre.

Sorrio, enquanto meus dedos se enroscam em seus cabelos. Ele aperta seu corpo contra o meu delicadamente, enquanto as mãos me sustentam de forma protetora.

E, rápido demais, ele se afasta.

– Aqui não. – diz, após sustentar meu olhar por um longo segundo. Suspiro, decepcionada.

– Sério, Daryl? – reviro os olhos, impaciente, após digerir os segundos anteriores. – Por que você sempre para na melhor hora? Que saco! Eu renuncio o que disse, volto aos homens de batina...

– Cala boca, sua maluca. – ele ri, se afastando um pouco mais. - Temos que voltar antes de entardecer, e não sabemos onde estão aqueles caras. Você sabe que, se dependesse só de mim, eu já teria te arrastado para uma árvore e te fodi...

– Você está tão na minha, Daryl Dixon. – interrompo, sorrindo de forma provocativa.

– Uma hora você vai ter que aceitar que eu te fo... – ele provoca, me fazendo revirar os olhos e interrompê-lo novamente.

– Eu já aceitei, Daryl. Você não imagina o quanto eu já aceitei... – digo, como para mim mesma, dando um suspiro logo em seguida. - E você tem que parar de falar essas coisas se não tem pretensão de me foder de verdade. – termino, dando um tapa em seu ombro.

Ele estreita os olhos em minha direção, prendendo minha mão na sua e erguendo uma sobrancelha de modo irônico.

– E depois ainda tem coragem de dizer que eu que estou na sua... – provoca, me colocando no chão com cuidado, mas com a falta de delicadeza característica.

Reviro os olhos, empurrando seu ombro e tentando um passo para longe. Minhas pernas não respondem bem eu ter que me afastar, e cedem molengas ao se depararem com uma raiz.

Sempre uma raiz. Esses troços podres e estranhos sempre me faziam tropeçar!

– Dá para você prestar atenção onde pisa, sua maluca? – Daryl repreende, segurando meus braços antes que eu fosse de encontro ao chão.

– Não enche, Daryl. – jogo o cabelo para o lado, após ter certeza de que minhas pernas estavam firmes o suficiente para se manterem em pé sem o sustento dos músculos firmes do homem a minha frente.

– Não enche, Daryl. – ele imita. – Você é mesmo sem noção ou só se faz? Sério, Thea, presta atenção, porra!

– Você se preocupa demais, Dixon. Eu sei que me ama muito, mas dá uma maneirada, ou meus pretendentes vão acabar descobrindo.

– Só cala a boca, ou vou acabar arrancando essa sua língua.

– Vai nada, você ama minha língua. Me ama muito, por inteiro. Mas eu não te julgo por isso, é que eu sou muito fácil de amar, mesmo. – digo, começando a caminhada na direção que estávamos seguindo anteriormente.

– Toda cheia de si. – ele comenta, ainda sem se mover.

– Vamos, Daryl Dixon, eu não tenho o dia inteiro. – suspiro teatralmente, puxando-o pela camisa. - Quero chegar o quanto antes no galpão para dormir um pouco antes de sair em missão atrás do falcatrua e de seu bonde.

Ele não se move, somente desvencilha meus dedos de sua camisa e enrosca sua mão a minha, como para tentar me deter.

– Você não vai atrás de ninguém, Thea. – diz, após um longo segundo em silêncio, me olhando fixamente. - Você fica no galpão.

Estreito os olhos, sabendo aquela conversa acabaria com nós dois brigando, como sempre.

– Eu não vou ficar em lugar nenhum, Daryl. – digo categórica, tentando acabar com aquele assunto o quanto antes.

Ele balança a cabeça, passando a mão pelos cabelos de modo nervoso. Olha em volta, talvez com aquela coisa de segurança que ele tinha, e acabo por fazer o mesmo, parando meu olhar em nossas mãos entrelaçadas.

– Sem mais confusão, Thea. – começa, retomando minha atenção. - Não quero brigar com você, mas isso não está em discussão. Você fica no galpão, em segurança.

Suspiro, querendo brigar tanto quanto ele, mas aquilo não era algo que eu abriria mão.

– Daryl... – tento soar o mais delicada possível, me aproximando lentamente.

– Nem vem. Eu disse não. – pontua, mas sem se afastar. – Eu sou responsável pelas buscas, e não quero ser responsável por você. É a minha palavra final.

Suspiro fundo, tentando ignorar o quanto aquilo me irritava. O pensamento que, de certa forma, nosso “relacionamento” era um fardo para Daryl me deixava quase à beira de explodir. Eu não queria ser um fardo, e eu não era um fardo. Ele não tinha que se sentir responsável por mim tanto quanto Michonne tinha. Eu era adulta, sabia me virar tão bem quanto qualquer um. O tempo que eu passei sozinha, sem Daryl para “me proteger dos perigos do mundo morto”, fora a prova da minha capacidade, e Daryl se fazer de cego sobre isso só porque ele não queria “ser responsável” por mim, era demais para eu ficar em silêncio.

– Então é isso? Tudo isso é por você não querer ser responsável por mim? – ironizo, tentando não arranjar uma briga maior do que a que já estava ocorrendo. - Eu não preciso de um responsável, Daryl. Eu vivi por muito tempo sozinha, nunca precisei de ninguém, e não é agora que vou precisar. Você não quer me deixar sair com o seu grupo de busca? Tudo bem! Eu crio o meu grupo de busca. Mas eu não vou ficar parada, de mãos atadas como se eu não pudesse ajudar. Eu não nasci para isso. Eu sou livre, Daryl, não abro mão disso. – bato o pé, sabendo estar agindo como a mimada que ele sempre me acusava de ser, mas eu não aceitaria um não.

Ele respira fundo, fechando os olhos com força, talvez tentando alcançar o restinho da paciência que lhe restava. Olha em volta mais uma vez, preocupado como sempre, e me sinto quase culpada. Mas não suficiente para abrir mão do que eu achava certo.

– Thea... – diz, como um aviso.

Suspiro, sabendo que bater de frente não adiantaria. Daryl era sensato, mas também era orgulhoso demais para ceder as minhas vontades. Ele realmente era responsável pelo grupo de busca, e eu não podia ignorar sua liderança, nem tentar passar por cima dela.

– Eu não gosto de ficar sem fazer nada, Daryl. – começo, após um suspiro, da forma mais suave possível. - Nós já discutimos sobre isso. Eu não sirvo para ficar com as mãos atadas, sentada e esperando como uma donzela indefesa. Eu gosto de ser útil, fazer as coisas; rastrear, correr. Ficar enjaulada, cheia de dúvidas e sem nenhuma certeza não é comigo. – acabo por dar de ombros, sabendo que Daryl não compraria um teatro.

Ele não cederia se eu viesse com dramas e chiliques. Ele era responsável pela vida daqueles que ele liderava numa busca, e eu tinha que respeitar isso do mesmo modo que queria que ele respeitasse minhas vontades.

Daryl me olha fixamente, ainda com o ar imponente de sempre, sem muito se abater pelo meu drama de leve.

– Eu já disse que você é útil, Thea, mas eu não vou te arriscar. Não você. – diz, quase em cólera, e sinto meu peito se apertar pela sua expressão.

– Mais arriscado que nós dois discutindo aqui, no meio do nada? – provoco, vendo-o ficar tenso. Ele segura a besta com mais firmeza, se aproximando de mim de forma protetora, e isso me deixa um pouco culpada, mas não desisto de convencê-lo. – Você sabe que eu sou muito mais útil para o grupo fora do acampamento, sabe que eu sei me virar melhor aqui, no meio do mato, do que presa num cubículo com um monte de pessoas que vão me distrair. Eu sei me cuidar, Daryl. Você sabe disso! Então porque você não para de se preocupar um pouco?

– Você não estava traumatizada? – ironiza, tentando fugir do assunto de forma irritada, passando a mão pelos cabelos.

Reviro os olhos com sua tentativa de me fazer desistir, mas acabo por responder.

– Eu até estava, mas sirvo para ficar traumatizada tanto quanto eu sirvo para ficar sendo inútil. – dou de ombros, vendo Daryl ficar mais estressado a cada palavra proferida.

Ele estava percebendo que eu não iria desistir, que não tinha como me fazer mudar de ideia. Isso era bom, porque eu odiava ficar brigada com ele, odiava fingir que estava ignorando-o quando, na verdade, eu estava consciente de tudo que ele fazia.

– A partir de agora você está traumatizada de novo. – sibila, como uma ordem, e sorrio irônica para seu tom de voz.

Eu adorava o Daryl mandão, mas não quando isso inibia minhas vontades. Talvez ele me visse como mimada, mas eu era dona de mim mesma. Fazia o que queria fazer, o que eu sabia ser o melhor para o grupo. E eu trancada dentro de um galpão, enquanto podia estar rastreando pessoas pela mata não era o meu melhor.

– Não, eu não estou. – reviro os olhos, sorrindo falsamente doce. - E você tem que parar de tentar me impedir, Daryl. Eu não gosto de ficar. Eu odeio ficar! – suspiro, sem saber mais que argumento usar. – Se alguma coisa me acontecer, é minha responsabilidade, não sua. Você é tão responsável por mim quanto é por Maggie ou Mich. Entende isso? Eu quero fazer parte do grupo de busca, e não quero ter que brigar por conta disso toda vez que tivermos que sair atrás de algo ou alguém. Não com você, pelo menos. Eu odeio brigar de verdade com você.

Ele respira fundo, olhando em volta mais uma vez e parecendo pensar se falava algo ou não.

– Não, Thea. Eu não entendo, porque não é assim que funciona. E essa é a merda de se envolver na porra do apocalipse.

– Por que não é assim que funciona? Só porque você não beija Michonne e Maggie? Ora, Daryl, faça-me o favor. – jogo os braços para cima, impaciente.

Eu não me arrependia de ter me envolvido com Daryl, de ter me apaixonado por ele, mas ele não saber lidar com tal sentimento as vezes me ofendia muito, e não seria fácil deixar isso para lá.

– Não, não é só porque eu não beijo Mich e Maggie, sua esclerosada. – começa, passando a mão pelos cabelos de forma nervosa, como se tentasse soltar alguma coisa. – É porque eu não amo Michonne e Maggie, Thea. Só por isso. Te deixar dentro do barracão, sabendo que você não quer estar lá me deixa maluco, mas a ideia de te ver exposta aqui fora me preocupa mais do que qualquer outra coisa. Eu não sei lidar com isso, em não ter você em segurança.

Engulo em seco, em silêncio. Ele falar que me amava tão abertamente sempre me afetava como o inferno, mas eu não podia desistir só por causa de suas palavras. Era jogo baixo. E, por mais amor que eu tivesse em retribuição, eu nunca abriria mão da minha independência.

– Nada é seguro, Daryl. Eu nunca vou estar segura, nem você vai estar. Eu estou muito mais segura aqui fora, perto de você e livre para poder fugir a qualquer momento, do que trancada dentro de um cubículo com uma criança e um padre maluco. Que ajuda eu poderia oferecer lá? Eu sei rastrear, sei correr. Não dá para fazer isso dentro de um galpão. Eu posso me cuidar melhor aqui fora, e você, com certeza, se sentiria menos preocupado comigo sob seus olhos do que sob os olhos de Padre Gabriel.

– Se você falar “Padre Gabriel” mais uma vez, eu juro que arranco sua língua. – ele sibila, me fazendo sorrir.

– Você é muito ciumento, Daryl Dixon. – brinco, empurrando seu peito de forma delicada. - Eu devo ser muito maravilhosa mesmo, só isso explica o porquê de você ser tão na defensiva...

– Cala a boca, sua idiota.

– Calo se você deixar eu fazer parte do seu grupo de busca. Eu juro que vou ser uma buscadeira super obediente.

– Eu já ouvi isso antes, Thea. E acabou com você correndo igual uma mula manca com um kit de primeiros socorros maior que você nas mãos e uma horda do tamanho da Geórgia em seu encalço.

– E, mesmo assim, deu tudo super certo. Até me dar uns beijos você deu! Foi o começo do nosso amor, Daryl. Não é completamente romântico? – ironizo, vendo-o balançar a cabeça. – Então, o que você diz...

– Thea... – diz, no aviso de sempre.

– Você é muito difícil, homem! – jogo os braços para cima, achando toda aquela dificuldade um absurdo. – Sério, Dixon, se eu soubesse que te dar uns beijos deixaria tudo tão mais complicado, eu juro que teria ignorado sua gostosura.

Daryl ergue as sobrancelhas, com uma risada rouca que faz minhas pernas dançarem.

– Cala a boca, Thea. – diz, a mão pousando em minha cintura de forma possessiva.

– Vai, Daryl. Não me obrigue a entrar em greve... eu sei que você não vive mais sem meus beijos! Eu vou me comportar, eu sempre me comporto. – tento um drama básico, chegando mais perto. – Eu posso te compensar depois. – digo em seu pescoço, falsamente despretensiosa.

– Mulher infernal. – diz em voz baixa.

– Isso é um sim? – pergunto, sem conseguir controlar o sorriso e os olhos brilhando.

– Eles ainda vão me engolir. – sibila, para si mesmo, e acabo por dar de ombros. Ele sempre falava isso, e nunca acabava por me dar uma explicação. - Você vai obedecer, Thea. Fazer o que eu mandar, sem loucuras.

– Sim. Prometo! – balanço a cabeça, tentando passar confiança.

– É sério, Thea. – me olha sério. - Sem maluquices, e sem me enlouquecer.

– Eu prometo, Daryl Dixon. Não vou fazer muitas maluquices, e vou tentar não te enlouquecer muito.

– Maldita... – pensa em voz alta, me fazendo sorrir mais.

– Isso é uma confirmação?

– Sim, Thea. – solta, resignado.

– Quer dizer que agora eu sou oficialmente do grupo de buscas?

– Sim. – diz a contragosto, e não consigo conter o sorriso vitorioso.

– Quer dizer que você promete não me encher mais o saco para ficar para trás?

– Eu não vou prometer nada. – resmunga, já se irritando.

– Devia prometer, Daryl, porque eu posso entrar em greve a qualquer momento, e duvido que meus pretendentes vão entender o que é uma greve. Eles vão cair matando!

– Cala a boca de uma vez para eu não ser obrigado a arrancar essa sua língua enorme, sua idiota.

– Você só ameaça, Daryl Dixon. Eu sei que você me ama muito e morre de ciúmes dos meus pretendentes. – brinco, enlaçando meus braços em seu pescoço. Ele me puxa para mais perto de modo possessivo, e não consigo evitar sorrir.

– Um dia você vai acabar se arrependendo dessas provocações, Thea. – diz, de modo ameaçador, chegando mais perto.

Seus lábios se chocam com os meus de modo bruto, enquanto suas mãos adentram minha roupa rapidamente, percorrendo minhas costas em um caminho quente que arrepia de cima a baixo. Sempre me arrepia.

– Eu sempre soube que você queria me dar uns beijos, Daryl Dixon. – provoco, em seus lábios. Daryl sorri malicioso, se afastando bruscamente.

– Vamos de uma vez, sua maluca. Não temos todo o tempo do mundo. Não é você que quer dormir antes de sair atrás dos três idiotas? – diz, e retoma a caminhada, me deixando para trás com uma expressão chocada.

“...vai acabar se arrependendo dessas provocações, Thea.”

Com certeza eu não iria. Eu adorava provocações.

(...)

Deixamos para trás um grupo de seis errantes com suas tripas pingando sangue no mato seco da floresta. Daryl havia conseguido lidar bem com quatro deles, enquanto eu me preocupava em dar cabo nos dois que haviam sobrado.

Eu realmente não era muito boa em lutas e, naquele momento, teria sido muito mais fácil fazer do meu jeito e simplesmente correr, deixando o grupo de mortos patéticos e lerdos para trás. Mas, Daryl não queria perder nossa localização, então terminamos com os mordedores, e seguimos em frente no passo de sempre, vendo o asfalto se estender a nossa frente.

Seguiríamos perpendicularmente à estrada, por conta da visão que tal lugar proporcionava do outro lado da mata, onde, segundo Daryl, o rastro de Abe, Rosita e Eugene se dispersava.

Seria um caminho um pouco mais demorado, mas também serviria como ronda do local antes de sairmos numa busca atrás do falcatrua e seu bonde.

O asfalto esburacado se estende a nosso lado, e usamos das poucas árvores secas para não ficarmos visivelmente muito expostos.

Um grupo de cerca de vinte errantes seguindo letárgicos em direção à Washington caminha do outro lado da estrada, nos fazendo parar abruptamente.

Prendo a respiração, parando a caminhada ao passo de Daryl.

Ele me puxa para perto de forma protetora, escondendo nossos corpos atrás de uma árvore larga, pedindo por silêncio com o indicador frente a boca.

Assinto lentamente, engolindo em seco. Errantes sempre me deixavam tensa, mesmo letárgicos e indiferentes à minha carne, como aqueles.

Eles continuam em frente, sem nos perceber há poucos metros de distância. Inertes demais para ouvir e sentir qualquer coisa que não fosse o som de seus gemidos e o fedor de suas peles.

Ficamos parados, sem mover um músculo. O corpo de Daryl próximo ao meu trazendo à tona toda aquela eletricidade que parecia nos envolver, e é quase impossível não me sentir tonta. Não é com muita surpresa que eu percebo que o motivo da tontura era minha respiração ainda presa dentro dos pulmões.

Os errantes continuam a caminhar, e logo Daryl assente, como se dissesse que estávamos seguros.

Solto a respiração com força, vendo o idiota a meu lado balançar a cabeça em diversão.

– Eu disse para ficar em silêncio, não para se matar sufocada, sua idiota. – comenta, maneando com a cabeça para que eu seguisse na frente.

Reviro os olhos, jogando o cabelo para o lado no movimento de sempre.

– Não enche, Daryl Dixon.

Continuamos em frente, ainda seguindo a estrada. A floresta que se erguia do outro lado parecia imóvel, e o silêncio pesado acompanhado de toda aquela inércia das folhas, me dizia que talvez os homens tivessem montado acampamento por ali.

Eu só esperava que Abraham, Eugene e, principalmente, Rosita, não tivessem trombado com eles.

– O que foi? – Daryl pergunta, sua voz rouca atrás de mim me trazendo para realidade.

– O que foi o que?

– Você está de boca fechada... O que aconteceu?

Seguro uma provocação na ponta de língua, e acabo por dar de ombros.

– Acho que aqueles caras têm acampamento montado do outro lado da estrada. É só um palpite, mas faz sentido.

– Esse lado tem poucas pegadas e errantes, apesar do grande movimento na floresta. – comenta em concordância.

– Sim. É como se todos os animais tivessem migrado para esse lado. Aqui, mesmo parado, dá para ver o movimento nas árvores. Lá não tem nenhum movimento, tudo parece quieto demais. E os errantes pareciam concentrados demais em permanecerem seguindo perpendiculares àquele lado, como se sentissem alguma coisa.

– Também percebi isso. Abraham, Rosita e Eugene fugiram de pegadas que saiam da estrada e seguiam mata adentro, como se tivessem um caminho específico.

– Isso não é nada bom, Daryl. Eles conhecem a floresta dos dois lados, devem saber do galpão. Temos que sair desse lugar o quanto antes.

– Temos que achar Abraham primeiro, depois resolvemos isso. Estamos bem, Thea. Conseguimos armas em Terminus e temos um grupo que sabe se defender.

Assinto, sabendo que aquilo era verdade, mas a sensação de que alguma coisa não estava certa não deixava eu me tranquilizar.

Um carro amassado do outro lado da estrada toma minha visão, e estreito os olhos para o nome de Abraham escrito no para-brisa traseiro com tinta vermelha.

– Seu grupo de busca é bem sutil, Daryl. – provoco, apontando para o nome se destacando na paisagem morta.

– Eles estiveram por aqui. – diz, me fazendo estreitar os olhos para situação.

– Do que você está falando? – pergunto, vendo Daryl seguir atentamente em direção a estrada.

Ele atravessa o asfalto rapidamente, e aperto minha faca de arremesso nos dedos ao me ver sozinha. Olho em volta, sem ouvir nenhum barulho, atenta a qualquer movimento na mata.

Daryl pega algo no limpador de vidro traseiro, algo como um papel, e caminha de volta em minha direção. O aperto afrouxa instantaneamente, e consigo me sentir quase relaxada.

– Confie na Fábrica. – ele diz, me fazendo estreitar os olhos para o pedaço de papel amassado em suas mãos.

– Parece letra de mulher. – digo, vendo a grafia quase delicada no papel a minha frente. – Rosita?

– Não faço ideia. Fora do contexto essa frase não quer dizer nada. Temos que conversar com o grupo. – diz, maneando com a cabeça para eu seguir na dianteira.

Continuamos a caminhada, e logo alguns trapos de roupa começam a ser vistos discretamente presos em árvores a nossa frente. Um sapatinho de Judith apontava em direção ao galpão, e posso me sentir quase relaxada em saber que logo todo o grupo estaria junto novamente.

Quase.

Um estampido alto se sobressai, me fazendo dar um pulo e virar em direção a Daryl.

– Você ouviu isso? – pergunto e, como resposta, uma pequena explosão se faz ouvida.

Daryl me puxa pela mão, apertando o passo na frente, em direção ao galpão.

Logo os portões podiam ser vistos por entre as árvores, e o que veio em seguida não parecia ser a visão mais relaxante do mundo.

O mundo de mortos nos cercava, mas os vivos estavam em guerra novamente.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

genteeeeeeeeeeeee, me desculpem por ainda não ter respondido os comentários. juro juradinho que vou respondê-los o quanto antes! de verdade! é que esse capítulo foi meio "ou eu escrevo, ou eu respondo" e depois "ou eu posto, ou eu respondo". Sei que vocês preferem um novo capítulo, então aqui está!
Muito obrigada por tudo, espero que tenham gostado desse capítulo!
Beijos de luzzzz e obrigada mais uma vez pela recomendação, soupirr e carolnsilveira (coração)

(gente, ta teno guerra)
(mortes)
(sangue)
(errantes e gente violenta)