Tempestuoso escrita por babsi


Capítulo 21
Capítulo 21: Sorry brother


Notas iniciais do capítulo

I'M BACK, I'M BACK. THAT'S WHY THEY CALL ME SLIM BRUBS. I'M BACK. I'M BACK.
Gente, para maiores explicações nos vemos nas notas finais.
KASS, OBRIGADA PELA RECOMENDAÇÃO MA-RA-VI-LHO-SA! Não vou dedicar à você esse capítulo, vou dedicar outro, porque tu merece. (Quando ele sair, grito teu nome nas notas). MARAVILHOSA É VOCÊ, OSCAR É NÓIS E A FANFIC TE AMA! Pode colocar palavrão na recomendação sim, vocês leitores recomendadores podem tudo! Muito obrigada mesmo, e seu quiche tá no correio!
Muito obrigada pelos comentários, gente! (coração)
(acho que vou abrir um fórum para discutir sobre isso de não poder coração aqui no nyah!)
Beijos de luz e até as NF!



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Rick abre o portão e eu saio primeiro, sem conseguir evitar uma última olhada em direção à Thea, ainda no poleiro. Ela fala alguma coisa para Ty e volta o olhar para mim com um sorriso discreto nos lábios, acenando em seguida. Balanço a cabeça, num aceno rápido, e volto a concentração para a mata a minha frente, tentando não pensar muito sobre nossa conversa anteriormente. As coisas com Thea pareciam estar ficando mais sérias do que eu esperava, e eu não sabia realmente se isso era razoável.

O errante que cambaleava pelas redondezas salta em minha direção, me tirando de meus pensamentos, convicto de que eu seria algo parecido com seu café da manhã. Miro a besta em sua cabeça podre, apertando o gatilho e vendo aquele saco de merda cair para trás com uma flecha entre os olhos.

Observo o terreno ao redor em silêncio, a procura de mais errantes ou qualquer coisa que pudesse representar perigo. Nenhum movimento se mostra presente, então recolho a flecha, limpando-a na roupa do mordedor. Os passos de Mich, Maggie e Glenn se fazem presentes, e me viro na direção do armazém.

– Vocês têm até o entardecer. Se não voltarem até lá, montaremos uma busca. - Rick diz, fechando o portão logo em seguida, sem conseguir disfarçar os olhos pesando em Michonne.

Me xingo mentalmente pela curiosidade sobre o que aquele olhar significava. Não era da minha conta o que Rick fazia ou deixava de fazer, nem com quem ele fazia o que fazia... Se é que fazia.

Balanço a cabeça, achando aquele pensamento Thea demais para minha própria sanidade. Ela estava sempre em minha mente, aparecendo quando eu menos esperava e tomando toda linha de raciocínio... Como uma praga.

Michonne vira a cara, parecendo desconfortável com alguma coisa, e começamos a caminhar.

– Dois casais em menos de um mês... É o novo record do grupo, Glenn. - Maggie provoca, após alguns minutos em silêncio.

Estreito meus olhos na direção da Greene mais velha, em repreensão. Ela dá de ombros, como se não se importasse, e continua caminhando com a mesma cara lavada que Thea fazia quando dizia alguma merda.

Talvez aquela expressão fosse algum tipo de código feminino, algo que elas combinavam entre si para infernizar nossa vida. Dou de ombros, sem nenhuma vontade de ficar pensando sobre o universo em que as mulheres viviam e todas as frescuras que ele pareciam envolver.

– Cuide da sua vida, Greene. - Michonne sibila, após revirar os olhos na direção de Maggie.

– Vocês são nossa vida, Mich! Sem falar que a existência anda um tédio, novos casais são sempre algo para se comentar.

– Não tem nenhum novo casal. - digo, tentando manter a concentração nos rastros revirados por entre a mata. – Agora, se não se importa, você pode ficar quieta? - sussurro, ouvindo o som de algo nas folhagens.

Um esquilo aparece, saindo do tronco de uma árvore e saltando para outro com as bochechas inchadas, provavelmente cheias de comida para o inverno. Ele se aproxima de uma toca, mas minha flecha é mais rápida, acertando certeira em sua cabeça. Rápido e indolor. O animal fica grudado no tronco, e caminho em sua direção sem muita cordialidade.

– Olá, comida.

– Você não tem dó? - Glenn pergunta, com aquela expressão de sempre, como se matar esquilos fosse um puta dum crime.

– Você não tem fome? - retruco, amarrando o esquilo num cordão. Eles comiam aquela porcaria todos os dias e sempre reclamavam quando viam um sendo morto. Ele dá de ombros, se contentando com a resposta.

Caminhamos em silêncio, seguindo em direção à estrada. Olho para o chão tentando distinguir todas as pegadas que se misturavam. Pegadas de errantes e de humanos. Talvez nossas pegadas. Talvez de outras pessoas.

Enquanto tentávamos despistar aquela horda, havíamos espalhado algumas pistas pelo caminho, como um sapato de Judith apontando para a direção que havíamos seguido e alguns trapos de uma camiseta velha nas árvores. Não era muita coisa, mas teria que servir. Estávamos no segundo dia combinado, e Abraham tinha só mais um para nos achar.

– Devíamos ter feito uma ronda antes. – Glenn diz, olhando em volta de modo preocupado.

Coço a cabeça, concordando com o coreano. Não sabíamos o que nos esperava naquela mata, nem se a horda dos dias anteriores havia se dispersado. Estávamos andando às cegas.

– Não tivemos tempo nem para discutir sobre o que aconteceu, quem dirá para fazer uma ronda, Glenn. – Maggie retruca, suspirando em seguida.

Estávamos quase sem comida e água, o inverno estava batendo a nossa porta e não tínhamos para onde ir. Uma ronda era o último dos nossos problemas.

– Sobre falar o que aconteceu... Vocês acham que Abraham conseguiu? – a Greene mais velha continua, com a voz pensativa.

Ficamos em silêncio por um momento, talvez pensando sobre o assunto, ou somente observando errante que se arrastava em nossa direção. Ninguém se dá ao trabalho de matá-lo. Ele estava longe demais para representar algum perigo para quem quer que fosse, então só seguimos em frente, ignorando seus gemidos.

– Ele não colocaria Eugene nas costas se não pudesse carregá-lo. - Michonne quebra o silêncio, com a voz firme, como se tivesse certeza do que dizia.

– Concordo com você, Mich, mas acho que devemos mesmo considerar a possibilidade de Abraham ter dado cabo em Eugene e seguido em frente com Rosita. – Maggie diz, recolocando em pauta uma discussão do grupo.

– Já falamos sobre isso, Maggie. – Glenn começa, com aquele tom paciente de sempre. - Abraham ficou maluco de raiva, com razão, mas não a ponto de matar Eugene. Ele sabe que o cara é útil.

– Útil? – Maggie ri irônica. – A única utilidade dele até agora foi ser saco de pancada dos outros.

– Ele fez uma bússola friccionando uma agulha em seda! O cara pode não ser muito bom em sobreviver, pode ter sido um covarde e não ter ajudado em nada, mas ele é inteligente, e isso é útil para gente.

– Você está falando como a Thea, Glenn. – Michonne comenta, com um sorriso no rosto.

– Talvez porque o argumento dela tenha sido o mais convincente de todos. Eugene mentiu, mas não foi por um motivo tão imperdoável assim. Não podemos descartá-lo, ainda mais agora que temos a pretensão de reconstruir um acampamento para o inverno.

– Reconstruir? As idiotices de Thea estão corroendo seu cérebro. – comento, com um sorriso no canto dos lábios, sem conseguir deixar de concordar com a linha de raciocínio do asiático.

– Acho que todos nós estamos meio corroídos, deve ser a convivência. – Maggie diz, dando de ombros.

– Reconstruir um acampamento... – Michonne comenta, com a voz cética. – Vocês realmente acreditam que é uma opção?

– A estrada não é uma opção. – digo, balançando a cabeça, meu pensamento em todo o trabalho que tivemos para manter Lori viva e alimentada, enquanto ela carregava Judy na barriga. Agora a pequena havia nascido, e passar por tudo aquilo novamente estava fora de cogitação.

– Temos que passar o inverno em algum lugar, Mich. Estocar comida, água e ter um lugar quente o suficiente para não morrermos de frio. A estrada, definitivamente, não é uma opção. – Maggie se posiciona, pensativa.

– Não digo que seja uma opção, mas um acampamento nessa altura do campeonato... Eu não sei se ainda acredito nessas coisas... Nessa ideia de construir algo. Não parece real para mim, pelo menos não depois de todos os acampamentos que já vi cair.

– É o nosso motivo, Michonne. Esse tipo de esperança é a única coisa que nos move todo dia, não dá para abrir mão disso. – Glenn diz, enquanto derrubo um errante com a besta.

Ficamos em silêncio, parecendo pensar nisso por um momento. Todos precisavam de um motivo, de algo para seguir em frente. Talvez continuar a ter esse tipo de esperança fosse algo inocente demais, mas era só o que tínhamos. A ideia de um lar era o que nos mantinha unidos, o que nos mantinha mais perto da humanidade possível.

– Deve ter algum lugar seguro. Não é possível que não haja. – ele continua, parecendo tomar fôlego. - Algum lugar com muros fortes e um terreno fértil.

– Tipo a prisão? - Michonne indaga, e travo o maxilar.

A queda da prisão tinha sido um soco na boca do estômago de todos nós. Algo que não conseguiríamos simplesmente esquecer e seguir em frente. Aquelas celas e grades cedendo eram uma grande ironia, mostrando o quão frágil era a sensação de segurança. O mundo tinha acabado, nunca ficaríamos seguros novamente, e aquelas torres destruídas em nossas memórias faziam o favor de nos lembrar desse fato a todo momento, esfregando em nossa cara que nós podíamos nos esconder dos mortos o quanto quiséssemos, mas não tinha como escapar dos vivos.

Continuo atento os rastros no chão de terra seca, que se enchia cada vez mais de pegadas arrastadas de errantes à medida em que chegávamos perto da estrada. Paro e fico em silêncio por um tempo, tentando ouvir ou perceber algum movimento na mata. Alguns gemidos distantes fazem companhias, e um pequeno grupo de errantes ao longe nos faz continuar a caminhada.

– Vamos continuar seguindo perpendicularmente à estrada até mais a frente, caso a horda ainda não tenha se dispersado. - digo, seguindo em frente, tentando evitar seguir os rastros mais movimentados. Glenn, Maggie e Mich não retrucam, somente assentem, continuando em meu encalço.

Era confortável sair em buscas com os três. Éramos silenciosos e letais. Trilhávamos um plano, fazíamos o que tínhamos a fazer e seguíamos em frente. Simples e rápido, do jeito que eu gostava, do jeito que nos mantinha a salvo.

(...)

Caminhamos por cerca de uma hora até conseguirmos avistar o primeiro pedaço de estrada limpa dos mordedores. A horda havia se dispersado em pequenos grupos de errantes famintos, e já não era mais tão ameaçadora quanto antes.

Um carro amassado no acostamento toma minha visão, e engulo em seco, sem conseguir disfarçar o desconforto.

Michonne se apressa para derrubar um errante, sem perceber o silêncio mórbido que tomava o ambiente. Tudo parecia zunir, e a lembrança de Sophia correndo entre os carros e adentrando a mata parecia inundar minha mente.

Haviam sido dias atrás de seu rastro, procurando qualquer pista útil dentro de errantes e na mata fechada. Tudo para, no final das contas, encontrar uma boneca ensanguentada e uma Rosa Cherokee, enquanto Sophia mordia o ar dentro do celeiro.

Tudo era tão mais frágil naquela época, a linha entre a vida e a morte era tão mais tênue. A ideias de certo e errado confundiam tanto nossa mente que se manter vivo era quase tão perigoso quanto os dentes dos errantes. Não que isso tivesse mudado muito com o decorrer dos anos.

– Uma coisa que não consigo deixar de pensar é que, se soubéssemos antes o que sabemos agora, não teríamos perdido tantos pelo caminho. E isso simplesmente não me deixa dormir. – Glenn diz, caminhando ao meu lado, enquanto Maggie aperta o passo em direção ao carro, colocando um papel no limpador traseiro com as direções para Abraham, uma garrafa grande de água e dois pacotes de MRE sobre o porta malas.

– Eram outros tempos. Não foi nossa culpa. – digo, sentindo alívio em poder falar sobre o assunto sem me sentir pesado. A conversa com Carol havia tirado todas os vermes de minha mente.

Sophia não era o Daryl de dez anos perdido na floresta, procurando o caminho de casa; salvá-la não dependia só de mim. Eu havia feito o possível. Todos nós havíamos.

– Eu sei. – ele responde, abaixando a cabeça. – É só que... antigamente era tão mais fácil morrer. Não consigo me conformar com isso. Antes um errante fazia um estrago enorme, agora é só estatística. Nós simplesmente ignoramos e continuamos nosso caminho.

– Eles estão cada dia mais podres. – comento, vendo um pequeno grupo se arrastar em nossa direção.

– Eu fico pensando se Dale estaria orgulhoso de nós. Entende o que eu quero dizer? Você não tinha muito contato com o grupo na época, mas sabe que ele era o mais humano de nós. O que mais se preocupava conosco, com quem iríamos nos tornar. Acho que esse era o único medo dele.

– O velho era um pé no saco, mas sabia fazer as pessoas se sentirem culpadas.

– Ele era uma boa pessoa. – Glenn sorri, como se lembrasse de algo. Balanço a cabeça em concordância, armando a besta em direção aos errantes, que estavam mais próximos. Eram cerca de oito, que se arrastavam em nossa direção com as mãos a frente do corpo, os dedos agarrando o ar e as bocas mordendo o nada, enquanto gemidos esganiçados saiam de suas gargantas. Cada dia mais podres.

O primeiro caí com um baque, com a flecha adentrando o olho direito e saindo pela parte de trás da cabeça. Glenn se adianta com Michonne em direção aos mortos, e dou cobertura com a besta. Logo a área estava limpa novamente, e posso sentir a tensão abandonando meus ombros. Me viro para Maggie, que olhava para Glenn preocupada.

Era sempre esse olhar, mesmo quando não havia nada a temer. Se envolver significava isso.

O asiático caminha em direção à Maggie, me devolvendo minhas flechas e dando uma última olhada para o carro antes de começarmos a caminhar. Sigo seu olhar, vendo o nome de Abraham escrito no para-brisa traseiro com o spray de Thea e os mantimentos e as coordenadas sobre o capô.

– Ele estaria orgulhoso. – digo simplesmente, dando um tapinha no ombro de Glenn e tomando a dianteira em direção à floresta.

Caminharíamos mata a dentro, perpendiculares ao lado esquerdo da estrada, em direção ao local que havíamos nos separado. Abraham havia adentrado a mata sentido leste, enquanto nós seguimos em frente pela estrada e depois seguimos oeste, na direção do galpão.

(...)

Andamos em linha reta, tendo a estrada como referência. Coço a cabeça, sem perceber nenhum rastro de Abraham nas primeiras horas de caminhada. Era como se ele nunca tivesse passado por ali, e aquilo era preocupante. Eles haviam tido dois dias para caminhar. Era tempo o suficiente para alcançarem, pelo menos, o lugar em que estávamos, e não havia nenhuma pegada recente.

Continuamos a caminhada às cegas, sem nenhuma trilha específica a seguir.

– Logo vai entardecer. – Michonne comenta, andando ao meu lado.

– Eles ainda não passaram por aqui. – respondo, impaciente com a falta de pistas.

– Eu juro que não sei como você e Thea fazem isso, Daryl. – Glenn comenta, na retaguarda com Maggie. – Eu só vejo um monte de gravetos e terra, não consigo ver pegada nenhuma no meio disso.

– Grama e terra úmida. A única coisa que consigo entender de tudo isso é que está chegando a época das chuvas. – Maggie completa, com a voz entediada.

– Uma vez fui acampar com Thea e Jared numa reserva perto do Tenesee... – Michonne começa, com o tom saudoso na voz.

Ela raramente falava sobre seu passado com o grupo, Carl parecia ser o único que sabia alguma sobre como as coisas eram antigamente, mas, desde a chegada de Thea, Mich era outra. Mais aberta, como se a presença da Maluca despertasse algum tipo de lembrança boa. Michonne nunca pareceu tão feliz, e isso era algo que afetava a todos nós. Nos dava esperanças.

– Aqueles dois juntos sempre arranjavam confusão. – continua, rindo e olhando para cima, como se lembrasse de algo. Me movo desconfortável, sentindo meu maxilar travar sem saber bem o porquê. Michonne estreita os olhos em minha direção, um sorriso irônico brota no canto de seus lábios e ela prossegue. – Eles meio que se criaram juntos. Eram como irmãos... – diz, como se tentasse justificar alguma coisa, e balanço a cabeça, negando o que quer que ela estivesse pensando. – Jared era extremamente inconsequente, esquentado demais; fazia as coisas sem pensar, como se a vida não tivesse um limite. Thea era mais centrada, ainda maluca, mas era a única pessoa que conseguia controlá-lo. Enfim, como eu ia dizendo, nós fomos acampar... E Jared arrumou uma confusão com uns caçadores locais... Briga de bar, eu acho. Ele e Thea viviam se metendo nelas! A única coisa que eu sei, é que ele ficou irritado com alguma coisa e se embrenhou no meio do mato para “esfriar a cabeça”. E Jared simplesmente sumiu! Nós ficamos loucas atrás dele, até que Thea teve a brilhante ideia de se enfiar reserva adentro atrás do idiota! E eu, tão idiota quanto, concordei. Nós tínhamos só uma mochila com as coisas do acampamento e uma bússola velha. E Thea realmente achou que era um daqueles caras do Sobrevivi, sabem? Ela, definitivamente, vestiu o personagem. Até lama na cara ela passou! Ela me disse “Michonne, eu vim aqui só para isso! É tudo de caso pensado. Eu preciso treinar minhas habilidades de rastreio”. - Mich sorri, fazendo Maggie soltar uma gargalhada. - Óbvio que não deu certo! Ficamos horas andando em círculos, até que um guarda florestal nos achou e nos levou de volta para trilha. Jared, que já tinha voltado, ficou tão desesperado que quase me matou esganada. E Thea encheu tanto a cabeça do coitado com essa história de rastrear que eles começaram a acampar todo fim de semana; Thea ficou semanas fazendo maratonas de Man vs. Wild e assistindo vídeos sobre técnicas de rastreio... Demorou bastante, mas ela pegou jeito. Desde então, ela não sai de dentro do mato. Nas férias ela ia acampar sozinha nos lugares, ficava dias fora e voltava cheia de novas histórias sobre pegadas de ursos e essas coisas que eu não interessavam nenhum pouco. – ela termina, com um sorriso no rosto.

Meus olhos se estreitam em direção ao chão, um galho quebrado e a terra remexida logo a frente tomando minha atenção completamente.

– O que? – Maggie pergunta, o sorriso morrendo aos poucos, conforme meu cenho franzia.

Três pares de pegadas seguiam em linha reta, perpendiculares à estrada. O primeiro par era de botas grandes, talvez tamanho 44, fundas demais na terra batida, como se carregassem algum peso; a segunda era meio arrastada, como alguém com dificuldade para caminhar e, por último, uma pegada feminina, talvez tamanho 37.

– Um rastro. – sussurro, caminhando em direção ao que parecia ser uma fogueira.

– Finalmente! – a Greene mais velha ironiza, prestando atenção na mata.

– É recente. – completo, pegando um pouco de brasa e sentindo o calor da madeira queimada em minhas mãos.

– Talvez tenham passado a noite aqui. - Mich diz, vendo um errante caído ao lado de uma árvore. - Isso aqui parece ser da Rosita. - fala, levantando uma faca com as iniciais R.E gravadas.

Assinto, tentando encontrar a continuação de seu rastro. Logo encontro pegadas seguindo em frente, sentido Norte.

Abraham tinha deixado a estrada seguindo na direção Leste, enquanto nós seguimos Norte e adentramos a mata mais a frente, em sentido Oeste. Agora, após terem parado pela noite, eles estavam continuando em frente, novamente em direção a estrada, mantendo o perímetro de nossa caminhada, paralelos à rodovia, para que pudéssemos encontrá-los.

– Euegene já está em pé. - digo, vendo três pares de pegadas em sentido Norte, acompanhando a estrada pela floresta. As pegadas logo começam a ficar menos nítidas e pesadas, como se eles começassem a correr. - Alguma coisa fez eles correrem.

– Errantes? - Glenn pergunta, estreitando os olhos.

– Não. - respondo, analisando o conjunto de pegadas que se sobrepunham as deles. - São humanas e recentes. Acho que eles tiveram companhia.

– Companhia? – o asiático questiona novamente, arrumando o rifle nos braços.

– Três ou quatro homens, talvez. - digo, apontando para pares de pegadas diferentes das de Rosita, Eugene e Abraham. - Algum dos nossos deve ter percebido que eram seguidos neste ponto, pois mudam de direção bem aqui. - mostro a diferença no padrão do rastro. - Vão para Leste novamente, adentrando mais a mata.

– Por que eles voltam para Leste, mesmo sabendo que nós estaríamos esperando-os perto da estrada? - Maggie pergunta, confusa.

– As pistas. - Glenn constata. - Eles não queriam levar as pessoas que os seguiam até as pistas do acampamento.

– Temos que voltar. - Michonne diz, olhando para mim e esperando uma confirmação.

– E se Abraham e Rosita estiverem precisando de ajuda? - Maggie pergunta.

– Eles sabem se virar. Está entardecendo, não dá para continuar sem avisar o resto do grupo. Vamos voltar, conversar com Rick e organizar uma busca. - dou fim à conversa. Tínhamos que alertar o grupo o quanto antes, e nos manter atentos a qualquer sinal de pessoas nos seguindo. Todo cuidado era pouco no mundo em que vivíamos, e pessoas eram o maior inimigo que poderíamos enfrentar.


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Notas finais do capítulo

Primeiramente: olar, gente!
Segundamente: eu vou me explicar aqui, aí, depois de lerem, vocês decidem se me xingam ou não, flw? flw, vlw.

Agosto é o mês do que? É o mês do caralho. Do capeta. Além de não acabar nunca, é o mês de vista de provas lá na faculdade. O que isso quer dizer? Simples: Eu estudo numa faculdade bimestral, ou seja, a cada dois meses (+-) eu tenho provas. Isso também significa que, quando eu saio da época de prova, eu entro na época de vista de prova, depois na matéria e depois eu tenho provas de novo. Aí vocês perguntam: certo, idiota, e qual o problema nisso? O problema foi que teve férias ("""""problema"""""") e, ao invés de dois meses para ter matérias e vista de provas, eu só tive um mês para as duas coisas. Isso quer dizer que os professores vomitaram um monte de slide na minha cara e eu não tive tempo nem de cagar em fralda!
Quando a faculdade é semestral, se você vai mal no primeiro semestre, você faz exame e recupera nas férias; quando é bimestral, você tem que recuperar na próxima prova, caso contrário, acumula dependência de nota para o fim do ano e a média do exame aumenta. Consequência: EU NÃO TIVE TEMPO NEM DE CAGAR MESMO!
Aí vocês me perguntam: Autora caga? E eu respondo: Caga! E caga muito! Caga pelos dedos, inclusive. MINHAS PROVAS SÃO A PROVA VIVA DISSO, GENTE! (emoticon triste) (NYAH DO CÉU, LIBERA OS EMOTICON)
Mas, ao contrário do que parece, eu não deixei de escrever nesse meio tempo. Eu escrevi muuuuuito, para falar a verdade, só não tive tempo de editar o texto nem de postar, entendem? Então, eu tenho uns quatro capítulos compridos aqui (um por semana mais ou menos) que ainda não foram editados, e eu vou trabalhar isso nesse feriado para postá-los nos dias conseguintes.
Inclusive, num desses capítulos a THEA PERDE... SEM SPOILER PORRA!

Beijos de luz. Amo vocês, não vou abandonar vocês, só tava limpando minhas cagadas para as provas da semana que vem. Beijos de luz de novo, mais uma vez.

Beijos de luz!



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