Lena acordou com a vontade de brigar com alguém, como se o mundo a tivesse ofendido.

E ela acordava com essa sensação há dois meses.

Estava comendo uma torrada no café da manhã quando um garoto se aproximou dela, as vestes indicando que pertencia à Lufa-lufa. Seus olhos estavam confusos.

_Lena, te esperam perto do lago, eu devo acompanhar-lhe_ ela concordou, mas estranhou. Quem a queria sozinha perto do lago? Observou o garoto, menor que ela, não tinha cara de ameaçador e ainda tinha o fato de ele ser da lufa-lufa.

Desceram pelo jardim até chegar a margem do lago, algo se mexeu atrás de uma planta. Lena levantou a varinha.

_Não precisa desta violência toda querida_ era Jake que andava lentamente para ela, mas depois se virou para o menino_ Seus serviços não são mais necessários_ ele sacudiu a varinha e o garoto pareceu acordar confuso_ Obliviate_ os olhos dele embaralharam e ele voltou para o castelo.

_Para que tudo isso?_ ela perguntou, pensando no “querida”. Só uma pessoa a chamava assim... A boca de Lena se abriu como se uma idéia louca tivesse lhe ocorrido_ Não pode ser... você!_ ela pulou nos braços dele.

_Até que enfim_ ele disse baixinho, esse tom ficava estranho na voz de Jake. Ela não pode deixar de notar o perfume do garoto.

_Papai, eu cheguei a acreditar que era o Avery!

_Ele concordou em ceder seu espaço por um tempo.

_Nossa, que saudades! Estava louca para te ver!

_Sim, mas preste atenção Lena, não pode mandar cartas, tenho medo que estejam revistando tudo que você recebe ou envia.

_Não pode ser, é injusto_ mas se calou para ouvir o pai.

_Então tive de vir pessoalmente, soube que Harry Potter anda mais por aqui que o normal e tenho de lhe advertir: tome cuidado, pois ele vai querer saber o que sabe sobre os Comensais, agora que estamos mais efetivos em matanças e ataques_ ela assentiu_ tenha certeza de que sabe resistir a Imperius e não ceda informações sob ameaças nem nada. Sua persistência é essencial, saiba bloquear tentativas de oclumência e sempre tenha pessoas junto com você, sei eu que é bem mais sucedido ataque em grupo.

_Pode deixar, a Ordem é muito medíocre com feitiços devido a sua política de não usar a violência e essas coisas.

_Ótimo, tenho de ir, antes que a poção perca o efeito_ e desapareceu. Ela não sabia se ele tinha aparatado, pois não se pode aparatar nos terrenos de Hogwarts, mas não importa. Pensou ter visto algo se mexer em outra planta da qual saiu um coelhinho. Estava ficando paranóica.

Correu para a aula onde ganhou detenção por atraso.

_Como assim você não pode contar o que o menino queria com você?_ exclamou Ashley indignada.

_Ash, eu contaria se pudesse, mas não dá_ repetiu pela centésima vez. Vendo que Lena estava irritada ela desistiu.

Elas estavam se encaminhando para o jantar, depois de longas discussões sobre o que ela fora fazer no lago.

_Srta. Slytherin acompanhe-me. O mesmo serve para a Srta. Nott_ a diretora Minerva estava com uma expressão mais severa que o normal.

Elas se olharam e seguiram a diretora.

Estavam novamente na sala dela e para variar Harry também estava. Lena concluiu que estava vendo o homem mais vezes do que planejara ver em toda sua vida.

_Ele mora aqui?_ ela perguntou com frieza.

_Não Srta. Slytherin, ele apenas pediu para ser chamado para qualquer assunto que lhe envolva.

_Eu tenho responsáveis, eles deveriam ser chamados.

_Vai nos desculpar se concluímos que eles não são confiáveis para tomar as providencias necessárias_ falou Harry.

Lena revirou os olhos e esperou a encrenca.

_Um aluno presenciou a Srta. Slytherin falando com Jake Avery, porém ele tem suspeitas de que fosse o Lorde das Trevas no corpo do garoto.

_Estão malucos?_ perguntou Ashley, mas até para ela parecia possível, embora fosse defender a tese com a amiga até o fim.

_Quem é este aluno?_ perguntou Lena calmamente.

_Eu_ um garoto saiu das sombras. Era alto, o cabelo preto curto a estilo militar, olhos dourados e tinha músculos, embora visivelmente tentasse esconde-los sob roupas dois números maiores. Lena devia ter esbarrado com ele algumas vezes, mas não se lembrava de ter conversado longamente com o menino_ Sou Jeffrey.

_E o que faz acreditar que estava falando com meu pai e não com Jake?

_Sei que seu pai está vivo, tentei me tornar comensal da morte, mas como era trouxa não me aceitaram.

_Ora, por favor, porque acreditam nele? Pois lhes digo que estava com Avery no lago, conversávamos. Vocês podem entender que pode ser constrangedor demonstrar que somos próximos, considerando que ele está no quinto ano e eu no primeiro_ eles se olharam pois a história parecia fazer sentido.

_Mas Alvo me disse que teve a impressão que falavam de Voldemort como se estivesse vivo_ Ashley arregalou os olhos para Lena que lançou aquele olhar “eu resolvo isso” e sorriu para Harry.

_Senhor Potter, é perfeitamente normal que brinquemos com Alvo, pois sabemos que ele contará ao senhor. Umas risadas não são crime, são_ Lena teve orgulho do seu tom de voz, que estava muito convincente, De relance, viu Ashley deslizar um pouco da varinha para fora das vestes, aproveitando que todos prestavam atenção em Lena.

_De fato, sua afirmação faz sentido_ concluiu a professora Minerva_ Terá de concordar comigo Harry, a menina pode explicar tudo, com legitima surpresa_ ele assentiu.

_Temos de mandar trazer Jake do ministério_ disse ele.

_Vocês o mandaram para lá?_ indagou Lena com a voz fraca.

_Quando se suspeita que um garoto está seguindo ordens de Voldemort, não está mais nas mãos de Hogwarts tomar as providências_ explicou Harry. Ela assentiu e ambas se retiraram.

_O que você fez com McGonagall para ela concluir que somos inocentes?_ ela perguntou quando estavam bem longe da sala da diretora.

_Imperius_ quando Lena a olhou curiosa, ela explicou_ depois que nos tornamos amigas, tenho praticado o essencial, para situações como esta, que você não poderia mexer a varinha.

_Genial, você é genial!_ Lena a abraçou. Era incrível saber que tinha uma amiga de verdade. Sempre quis isso.

Quando entraram no sala comunal, começaram a procurar pela mesma coisa.

_Potter, que bom te ver, queria trocar umas palavrinhas_ disse Lena com alegria enquanto Ashley sorria_ A sós, que tal no seu dormitório?_ ele a olhou curioso, mas assentiu.

Quando chegaram lá, ela tocou discretamente com a varinha na porta que se trancou.

_Bom, hoje vi seu pai_ ela contou como se estivesse comentando que ia chover_ tivemos uma conversa bem agradável, em que ele me contou que vocês têm uma relação muito bonita, especialmente quando se trata de contar as conversas alheias_ ela sorriu com inocência e o menino foi pendurado no ar pelo pé_ sabe o que é feitiço não verbal? Dá alguns segundos de vantagem, aprendi alguns simples, como este.

_Me desculpe, ok? Mas imaginei que era muito sério, porque se tratava de Voldemort!

_Ah, miniatura de herói, que bonitinho!_ ela debochou_ mas não está me parecendo um, falta alguma coisa_ ela inclinou a cabeça como se estivesse pensando, então sacudiu a varinha e ele caiu. Depois ficou parado, como se fosse uma pedra_ vamos ver... é muito parecido com seu pai, mas sempre tem uma diferença... Onde está a cicatriz?_ deslizou a varinha do lado esquerdo do rosto dele, onde se formou uma cicatriz em forma de raio que ia do lado da testa até o fim da bochecha_ nossa, acho que exagerei que pena_ Lena riu.

_Por favor, me desculpe_ sua voz estava fraca, enquanto lágrimas de dor desciam por sua face.

_Ora, ora, onde está sua coragem?_ ela riu e pegou um frasco das vestes_ sabe o que é isto? Pus de uma certa planta que não me lembro o nome, mas faz um estrago_ ela arrancou a capa dele e derramou por um dos braços, que começaram a criar elevações vermelhas_ O que concluímos com isso Potter? Que não devemos contar o que não é da sua conta, tem de ser fiel aos amigos_ ela disse séria_ trégua desfeita_ ela sacudiu a varinha e ele caiu estuporado_ Obliviate_ agora ele ia lembrar que havia brigado com o garoto Jeffrey da Lufa-Lufa.