Beautiful escrita por Andréia Santos


Capítulo 3
Seja Minha




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Ainda incerta de que dizer o que iria dizer seria o melhor a se fazer, Hermione, com a voz trêmula disse que preferia esperar um pouco mais. Como era de se esperar, Rony ficou furioso, pois, em sua cabeça, Hermione estava dizendo aquelas coisas apenas porque queria que aquele momento fosse com Draco:

Desisto, Hermione! – gritou Rony, levantando-se – Não há porque eu ficar com você se você não me quer de verdade!

– Rony, eu só não me sinto pronta! – respondeu Hermione, agoniada.

– Deveria estar. Somos um casal, somos maiores de idade... o que mais precisa? – perguntou ele, encarando-a.

No que ela desviou o olhar do dele, ele deu um urro de raiva e saiu porta a fora, desaparatando assim que chegou aos jardins. Hermione ficou em seu quarto se lamentando por alguns instantes, mas logo tomou uma decisão: nunca mais homem nenhum a faria de boba ou tentaria ser seu dono. A partir daquele momento, ela mataria todo tipo de sentimento que viesse a surgir em seu coração.

Os anos passaram-se...

Com carreira feita, aqueles adolescentes que formaram a Armada Dumbledore agora eram homens e mulheres com suas próprias vidas. Alguns se casaram, outros preferiram esperar um pouco mais, outros já tinham filhos ou estavam a caminho... e Hermione manteve sua palavra.

Seu relacionamento com Rony não voltou a ser o mesmo de como quando o conheceu, mas estavam convivendo até bem. Nas reuniões de família ela era sempre convidada por Harry e Gina, que tentavam convencê-la a se casar e formar uma família também. Muitos rapazes tentavam namorá-la, mas não passava de encontros em locais públicos sem a mínima chance de um contato mais intimo.

Nunca mais ninguém tinha ouvido falar em Draco. Não que ele tivesse sumido do mundo da magia, mas noticias de chamar atenção nunca mais tinham aparecido...

Até que, numa manhã...

– Hermione, você já eu o jornal hoje? – perguntou Gina, com uma expressão preocupada do rosto.

– Não tive tempo. Tenho muitos relatórios para terminar. – respondeu ela, sem levantar a cabeça.

– Então acho que deveria ler... – insistiu a ruiva, jogando o jornal no colo dela.

– “Casamento do ano: Malfoy & Greengrass”. – leu Hermione, engolindo em seco – E daí? – perguntou ela, tentando parecer desinteressada.

– Malfoy vai casar. – respondeu Gina, encarando a amiga – Você não vai fazer nada?!

– Malfoy foi há muito tempo...

– Vai me dizer que esse seu ar de “não me apegarei a ninguém” não é porque você não conseguiu ficar com ele?

– Eu sou assim porque isso evita problemas.

– De qualquer forma, Harry e eu fomos convidados para a oficialização do noivado. Quer o endereço?

– Não tenho o que fazer lá. – respondeu ela, desviando o olhar – Com licença, Gina, tenho trabalho a fazer. – pediu ela, voltando-se para seus papeis.

**

Os preparativos para a prévia do casamento de Draco Malfoy e Astoria Greengrass estavam de vento em polpa. Astoria coordenava os empregados e certificava-se de que tudo saísse perfeito e com classe enquanto Draco simplesmente observava sentado no balcão do bar tomando um drinque:

– Sua noiva é muito organizada. – comentou o barman que atendia Draco.

– Astoria é uma pessoa incrível. – respondeu Draco, olhando para ela.

– Draco, querido. – chamou Narcisa, aproximando-se – Posso falar com você?

– Claro. – respondeu ele, tomando o restante da bebida em um só gole e saindo com ela – Pois não?

– Até quando pretende continuar com isso? – perguntou Narcisa, séria – Astoria é uma ótima mulher, mas não precisamos desse tipo de coisa.

– Quer salvar nossa casa ou não? – perguntou Draco, sério, encarando sua mãe – Eu estou casando com ela apenas pela garantia de que nosso nome não decaia. Por causa de Lucius nosso nome vem se arrastando na lama. Não podemos permitir que isso continue!

– Astoria sabe disso? – perguntou ela, respirando agoniada.

– Estou tentando manter nossa relação da melhor maneira possível.

– E a Granger, Draco? Desistiu mesmo dela?

– Isso faz muito tempo. – respondeu Draco, desviando o olhar – Eu vou ajudar a Astoria, com licença, mãe.

**

Por mais que tentasse, por mais que seu coração desejasse, Hermione não conseguia tirar o noivado de Draco da cabeça. Os sentimentos que ela tinha por ele que foram demonstrados sem sucesso naquele dia fatídico ainda ardiam num lugar escondido em seu coração.

Chegou a hora da festa e a castanha ainda estava lá, escondida por detrás da pilha de papeis. Mais uma vez, Gina passou pelo escritório dela, dessa vez deixando um bilhete sobre a mesa:

– O que é isso? – perguntou Hermione, apenas levantando os olhos para olhar para a amiga.

– O endereço. – sorriu Gina, saindo da sala – Faça a coisa certa, Hermione.

Passaram-se as horas...

Hermione ainda não entendia o que ela fazia ali. Dirigiu por quase toda a cidade para chegar a um lugar que aparatando não levaria mais que alguns segundos. De todas as formas ela tentou ser racional como sempre, mas foi traída covardemente por seu desejo secreto.

O grande Salão daquele lugar mais parecia saído de um conto de fadas. O bom gosto da burguesia bruxa era indiscutível. Ao notar que Hermione entrava pela porta da frente, Maximillian Greengrass caminhou na direção dela com um olhar de poucos amigos:

– Não sabia que os Malfoy haviam convidado-a. – disse ele, mantendo a compostura apesar do visível desgosto.

– As coisas mudam. – rebateu Hermione, também com classe, sorrindo de modo quase zombeteiro.

– Gostaria que a senhorita soubesse que estou a par do seu envolvimento antigo com o senhor Malfoy e que eu sou capaz de tudo para que esse casamento aconteça.

– Não vou atrapalhar seus negócios, senhor Greengrass.

Ríspido, Maximilian segurou Hermione pelo braço:

– Eu não negocio a felicidade da minha filha! – disse, irritado.

– Maximillian, por favor. – repreendeu Narcisa, chegando – Isso é jeito de tratar uma convidada?

– Narcisa, você sabe que ela pode por tudo a perder hoje. – justificou-se ele, soltando Hermione.

– Eu já disse que eu não farei nada! – defendeu-se Hermione, séria.

Apoiada pela senhora Malfoy, Hermione sentou-se em um local discreto do salão, evitando sempre chegar perto do casal. Harry e Gina, quando chegaram, nem viram a castanha, que fazia de tudo para não ser percebida.

Vários discursos de felicidade foram feitos e Astoria sorria abertamente enquanto Draco apenas o fazia para não ser grosseiro. Logicamente, todos presentes começaram a bater palmas enquanto pediam pelo beijo do casal. Os repórteres prepararam suas câmeras para a melhor foto do momento e, sem graça, Draco, lábio por vez, beijou sua noiva delicadamente.

Naquele momento, Hermione cerrou os punhos e levantou-se bruscamente da mesa.

O ciúme era tal como uma potente droga que rapidamente se apoderava de sua mente e nublava por completo sua capacidade de raciocínio. Já não havia lógica, tudo se resumia à raiva que sentia. A passos firmes, ela deixou o local finalmente sendo percebida por Gina, que correu na direção dela, e de Narcisa, que observava curiosa o que acontecia ao seu redor:

– Hermione! – chamou a ruiva, preocupada.

– Me deixa... – pediu Hermione, com a voz fraca e quase inaudível.

– Ele nem sabe que você está aqui. – a ruiva tentou confortar a amiga.

– Não faria diferença, não é? Tudo o que eu tenho feito é tentar seguir minha vida, mas, de repente, algo me puxa para sentimentos esquecidos.

– Quando eu te avisei disso eu só tinha uma coisa em mente: te fazer lutar pelo que você realmente quer. Eis sua chance, Hermione Jane Granger.

No salão, Draco e Astoria recebiam as felicitações dos convidados de maneira cordial. Numa mesa mais afastada, de maneira discreta, Maximilliam falava sobre sua preocupação com a presença de Hermione, mesmo depois de tê-la visto sair do salão. Narcisa apenas sorria. No fundo, ela queria mesmo que aquele circo acabasse. Estava mais do que na hora de os Malfoy abandonarem essa “tradição” de casar por interesse e dedicar-se ao amor verdadeiro:

– Papai, tem umas pessoas que querem conhecer o senhor. – disse Astoria, aproximando-se acompanhada de Draco e puxando o pai pelo braço.

– Como se sente? – perguntou Narcisa, ao ver o olhar perdido do filho.

– Não entendi. – respondeu Draco, sentando-se ao lado da mãe.

– Fico feliz que o Potter tenha vindo com a Weasley. Eles trouxeram até a Granger.

E ao ouvir aquele nome os olhos de Draco arregalaram-se:

– Quem? – perguntou ele, gaguejando um pouco.

– Hermione Granger estava aqui. Ela saiu agora a pouco.

Sem pensar mais Draco saiu correndo em direção a porta. Curiosos, Astoria e Maximilliam observaram, mas nada fizeram. Narcisa continuou sentada, rindo satisfeita e tomando um gole de espumante.

Hermione e Gina ainda estavam no mesmo lugar quando Draco chegou. Depois de anos, quando os olhares deles se cruzaram, a mesma sensação surgiu como se o tempo não tivesse passado. Pigarreando, Draco procurou recompor-se e falou:

– O que faz aqui?

– Me faço a mesma pergunta. – respondeu Hermione, tentando manter-se firme.

– Eu vou voltar para o salão. – comentou Gina, saindo dali.

– Eu vou me casar. – disse Draco, sério, encarando-a.

– Eu sei... – respondeu Hermione, com um olhar triste.

– Não me lembro de ter enviado o convite para você.

– Eu já estou de saída. – disse Hermione, virando as costas para ele – Adeus, Malfoy. Felicidades. – terminou saindo daquele lugar.

**

Depois que os últimos convidados foram embora, Draco e Astoria voltaram juntos para a Mansão Malfoy, pois Narcisa já tinha ido com o motorista da família há algum tempo. No caminho, o casal conversou sobre os detalhes da cerimônia que ainda estavam pendentes e em nenhum momento Draco mencionou Hermione e Astoria, que nem desconfiava que a castanha estava lá, também não tocou no assunto:

– O que houve, Draco, que você está pensativo? – perguntou Astoria.

Por uns instantes, Draco hesitou. Ao olhar nos olhos de sua noiva ele procurou coragem de onde não tinha e perguntou algo que poderia lhe causa na melhor das hipóteses uma azaração:

– Você tem certeza que quer casar comigo?

– Que pergunta é essa? – perguntou Astoria, nervosa e assustada.

– Nada... – respondeu Draco, desviando o olhar.

Draco Lucius Malfoy! – chamou Astoria, autoritária – O que aconteceu hoje? Foi naquela hora que você saiu correndo, não foi?

– Por que você aceitou casar comigo? – perguntou Draco, ignorando o questionamento dela.

Agora foi a vez de Astoria hesitar. Ela baixou o tom de voz e, mesmo tentando, não conseguiu ser firme em sua resposta:

– Porque eu te amo.

– Você quer arriscar passar o resto de sua vida com alguém que você não ama? – insistiu Draco.

– Ela reapareceu? A garota nascida-trouxa por quem você sempre foi apaixonado em Hogwarts? – notou Astoria, sorrindo cansada – Não, Draco. Eu não quero passar o resto da minha vida com você não por não te amar. Na verdade, nem sei se é amor, mas eu estava disposta a arriscar. Só que uma traição eu não suportaria e eu sei que você sucumbiria diante da presença dela. – disse, séria.

– O que faremos agora?

– Eu só termino nosso noivado se você assumir o que sente por ela e conseguir que ela queria ficar com você. Eu sei como foi que acabou entre vocês, Draco.

**

Rony abriu a porta de seu apartamento com sua varinha em punho, pois, ao chegar em casa depois de um jogo de quadribol viu que a mesma estava aberta. Cuidadosamente, ele rumou para o lugar de onde um ruído estranho vinha e deu um salto para trás quando viu quem estava lá:

– Hermione? – disse ele, confuso – Como entrou aqui?

– Quebrei os feitiços de proteção. Não sei para que tantos. – respondeu ela, sorrindo e cambaleando na direção dele.

– Além de invadir minha casa ainda se embriagou? – observou o rapaz, preocupado – O que houve?

– Cansei, Rony! Eu quero sentir o gosto de dar e sentir prazer. – disse ela, aproximando-se dele – Quero que você seja meu primeiro.

E Hermione avançou para cima dele como uma fera selvagem atrás de sua presa. No inicio, ele quis fazer aquilo por pura vontade de “compensar” o tempo em que eles namoraram, mas desistiu no meio do caminho:

– Contenha-se, Hermione! – disse ele, empurrando-a – Você é melhor que isso.

– Ele vai casar, Rony. – comentou ela, de cabeça baixa, recuando para a bancada da cozinha onde deixou a garrafa do uísque que bebia.

– Você não vai encontrar a solução nessa garrafa. – disse ele, tomando-a das mãos dela – Olhe para mim, Hermione Jane Granger. Você é, sem sombra de duvidas, muito melhor que isso.

– Obrigada, Rony. – disse ela, tentando sorrir – Amanhã, nessa mesma hora, eles consumarão a união e não será minha embriagues que impedirá isso.

– Tenho medo que você faça mais loucuras. – comentou Rony, sincero e preocupado – Insisto para que passe o fim de semana aqui comigo.

– Acho que é o melhor a fazer. Não se importa de eu tomar um banho quente, não é?

– De maneira alguma. – sorriu o rapaz – Eu vou preparar algo para você tomar.

**

Harry e Gina estavam preocupados com o estado que Hermione deixou a festa e passaram a noite tentando entrar em contato com ela. De repente, a coruja da família Weasley começou a bicar a janela do casal com insistência e trouxe noticias que aliviaram e, ao mesmo tempo, deixaram os dois mais confusos:

– O que ela faz na casa do Rony? – perguntou-se Harry.

– Bem, pelo menos ela não está sozinha. Eu não devia ter levado o jornal para ela. – resmungou Gina, sentindo-se culpada.

– Você teve boas intenções. Ela não era mais a mesma desde aquele infeliz incidente, meu amor.

Onde ela está?! – perguntou Draco, entrando de vez na casa dos Potter.

– Como entrou aqui?! – perguntou Gina, assustada, empunhando sua varinha.

Se havia uma pessoa que Draco tinha mais medo que Hermione com uma varinha, era com certeza, Gina Weasley:

– Eu fui até a casa dela, mas ela não estava lá. Ela disse que ia embora quando falei com ela... preciso muito vê-la... – terminou Draco, sincero, de braços erguidos em sinal de rendição para a varinha apontada para ele.

– O que você pretende com ela? – perguntou Harry, sério – Você vai se casar hoje...

– Preciso dizer para Hermione como sempre me senti...

– Hermione não se prestará a esse papel ridículo de amante.

– Ninguém falou em amante aqui, Potter. – respondeu Draco, irritado.

– Diga, Malfoy. O que você realmente sente por ela? – perguntou Gina, olhando nos olhos dele.

– Eu a amo. – respondeu Draco, deixando um sorriso bobo escapar de seus lábios.

– Ela está na casa do Rony e...

Mas Gina não precisou responder. Rapidamente, Draco correu na direção da porta onde desaparatou. Harry fez menção de segui-lo, mas Gina o impediu e, com um giro de sua varinha, reforçou os feitiços de proteção da propriedade.

**

Bastou um banho quente e uma bebida forte para que Hermione acalmasse-se e caísse no sono. Cuidadosamente, Rony a colocou em sua cama e a observou dormir. Ela estava mais linda do que nunca. Aquela menininha de cabelos armados era uma mera lembrança agora que ele se via diante de uma mulher maravilhosa. Seu rosto trazia sutis marcas de tristeza, mas em nada prejudicavam suas feições.

Quando saiu do cômodo, Rony ouviu batidas urgentes na porta e, pensando que tratava-se de Harry e Gina, simplesmente abriu:

O que você fez com ela?! – perguntou Draco, autoritário.

– Nada. – respondeu Rony, sério, encarando o loiro – E fale baixo que ela finalmente dormiu.

– Se você encostou um dedo sequer nela eu--

– Você o que?! Quem é você para me dizer o que eu posso ou não fazer com ela?! – rebateu o ruivo, avançando para cima do seu rival – Ela está sofrendo por sua causa, Malfoy! Pelo que você fez a ela durante todos esses anos. Mesmo assim, durante todo esse tempo, ela só fez te amar em segredo.

– Eu sempre a amei... – disse ele, com a voz baixa.

– Um pouco tarde para dizer isso, não? Você casa hoje, não é? Pelo que li no jornal, numa festa enorme. Volte para sua noiva e tente ser feliz longe de Hermione. Acredite, ela tem amigos e família para ajudá-la a fazer o mesmo.

Triste, Draco deu as costas e saiu dali. Rony ostentava um sorriso vitorioso e deliciava-se com aquela sensação de fazer Draco Malfoy se sentir como ele sempre fizera os outros sentirem-se. Trancando tudo, o rapaz desligou as luzes e arrumou-se no sofá, onde dormiu enquanto Hermione usava seu quarto.

O sol estava baixo quando Hermione acordou. Era quase noite e, num salto, ela levantou-se e recolheu as suas roupas do chão. Logo Rony entrou lá e foi ver o que estava acontecendo, pois o barulho de ela correndo de um lado para o outro chamou sua atenção:

– Estou atrasada! – exclamou ela, nervosa.

– Para? – perguntou Rony.

– Ele está casando agora. – respondeu ela, quase chorando – Eu preciso estar lá!

– O que você vai fazer? – perguntou ele, preocupado.

– Preciso ver com meus próprios olhos que não há mais esperança para nós. – disse ela, séria.

– Não dá tempo...

– Tenho que tentar. – disse ela, sumindo numa desaparatação.

Ao chegar aos limites da mansão, Hermione começou a correr enquanto observava o pôr-do-sol indicando que seu tempo era curtíssimo. Não chegaria a tempo, sabia. Ainda assim corria com todas as suas forças, enquanto lágrimas lhe banhavam a face e um frio cortante traspassava seu coração.

Os jardins da Mansão Malfoy estavam mais bonitos do que nunca com os enfeites do casamento, porém as mesas estavam vazias e a chuva fina que caia aos poucos deixava tudo molhado. Hermione parou do lado de fora da grade e, apoiando a testa nas barras, praguejou baixinho. Suas mãos seguravam o portão com força e ela não sabia o que fazer naquele momento:

– Precisa disso? – perguntou uma voz gentil, do lado de dentro.

Quando Hermione levantou sua cabeça deparou-se com Draco. Ele segurava um guarda-chuva e ainda estava vestido em seus trajes de casamento. Sem graça, ela afastou-se para que ele abrisse o portão e pegou o guarda-chuva que ele oferecera:

– Pensei que iria para sua lua-de-mel depois da festa. – comentou Hermione, sem graça.

– Olhe bem para as mesas. – pediu ele e ela atendeu.

Não precisou se dito mais nada. Tudo estava arrumando impecavelmente, porém não tinham sido usados:

– Você não--? – tentou dizer ela, surpresa.

– Não podia me casar com alguém que eu não amo. Eu nunca fui assim de verdade, Hermione.

– E Astoria? – perguntou ela, ainda sem acreditar no que via.

– O pai dela e ela foram embora. Acredito que nunca mais eles irão querer saber de nós. – respondeu ele, sorrindo cansado.

Um silêncio constrangedor pairou no ar. Hermione não sabia o que fazer, apenas abaixou a cabeça e começou a apertar o cabo do guarda-chuva que estava em sua mão. Draco também não agia, simplesmente observava os pingos de chuva caindo nas pequenas poças ao redor de onde eles estavam.

Mas ele sentia que aquele era o momento de arriscar:

– Se ficarmos aqui podemos ficar doentes. Você quer entrar? – perguntou ele, nervoso.

– Po-po-ode se-e-er. – respondeu ela, sem graça.

No caminho nada foi dito. Os dois apenas entraram na mansão em silêncio. Hermione tirou o casaco molhado e pendurou ao lado da porta enquanto Draco chamou o elfo-domestico que lhes serviu uma bebida quente:

– Tenho tanto a dizer... – começou Draco, cansado – Tanta coisa mesmo e nem sei por onde começar.

– Greengrass deve gostar mesmo de você. – comentou Hermione, encarando-o.

– Como assim? – perguntou ele, curioso.

– Eu li a mente de Rony. Eu sei da conversa que vocês tiveram... se Greengrass não te amasse de verdade, ela jamais te deixaria livre para que você pudesse viver o seu amor.

– Hermione... – tentou dizer ele, com um sorriso de alegria escapando de seus lábios – Hermione, você veio por isso?

– Isso também. – sorriu ela, cansada – Vim porque eu te amo, Draco Malfoy.

E nada mais precisava ser dito. Draco tomou Hermione em seus braços e a beijou com amor. Eles se separaram e se olharam como se conversassem através daquele gesto. Sempre soube que prazer era algo que se iniciava na mente. Um olhar, um movimento, um sorriso sutil e antes mesmo de tocá-la, sabia que ela já lhe pertencia.

Eternamente sua...

Eternamente seu...

Fim


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