PRA VOCÊ GUARDEI O AMOR -Fanfic Express escrita por Serena Bin


Capítulo 2
PRA VOCÊ GUARDEI O AMOR - Parte II


Notas iniciais do capítulo

A segunda parte.
:)
Boa Leitura



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Me exaspero pensando que talvez Peeta esteja me olhando antes da cerimônia, mas não é a voz dele. É outra pessoa.

Ali, parado entre a porta e o corredor está Gale. Me olhando fixamente, me vendo em um vestido branco, me preparando para subir ao altar para receber em casamento uma pessoa que não é ele.

É uma grande surpresa vê-lo, afinal essa é a primeira vez desde o fim da guerra. Seus olhos cinzentos me observam atentamente.

– Como vai Catnip? - ele diz.

– Oi - respondo sem saber como reagir. Eu poderia abraça-lo e dizer que senti sua falta, mas não o faço porque algo nele está associado a morte de Prim. Não que ele seja o culpado mas não me sinto confortável em vê-lo novamente.

É como se olhar para ele, fosse de alguma forma ofensivo a memoria de minha irmã.

– Eu jamais poderia imaginar que pudesse vir. - digo baixinho.

– Eu tinha que ver voce como Catnip uma última vez. -

Gale responde olhando-me fixamente.

Não há uma reação em mim, porque não há pelo que reagir. Então simplesmente permaneço imóvel enquanto ele continua.

– Eu sempre que voce o escolheria, afinal voce sempre o amou, não é mesmo?

– Acho que sim. - respondo.

Gale solta um riso frio. O mesmo riso que ele soltara na noite em que nos beijamos pela ultima vez, no bosque do distrito dois.

– Peeta é um cara de sorte - Gale diz se aproximando de mim. - Eu desejo felicidades a voces dois.

– Obrigada - digo - Fica para a cerimônia?

– Não - ele responde já saindo do quarto mas eu o impeço. E contrariando todas as minhas relutancias em relação a Gale, eu faço um pedido inesperado.

– Entra comigo? - peço - Me leva até o altar? Eu ficaria feliz se voce estivesse presente.

É uma possibilidade remota. Talvez Gale encare esse pedido como uma tentativa minha de dar a ele algum tipo de prêmio de consolação, o que não é minha intensão. Eu gostaria que meu pai me levasse ao altar, mas na falta dele, não vejo outra pessoa além de Gale que esteja ao nível dessa tarefa, afinal somente quem cuidou de mim por tanto tempo poderia me entregar a pessoa que cuidará de mim daqui por diante.

Continuo esperando uma resposta, mas Gale se mantém calado, até que ele se pronuncia e diante de toda a situação embaraçosa, acaba aceitando, porque independente do que tenha acontecido entre nós, antes mesmo de ele estar apaixonado por mim, nós éramos amigos e companheiros acima de tudo.

Eu finalmente quebro meu bloqueio emocional e o abraço.

– Obrigada. - digo. Posso sentir uma lagrima correr pelo meu rosto, porque de alguma forma, sinto que essa é uma reconciliação entre nós dois. Um sinal de que não há pelo que se desculpar.

– Dez minutos! - Minha mãe aparece na porta do quarto.

– Eu te vejo lá embaixo. - Gale se despede e sai. Fico sozinha aos cuidados de minha mãe que mantem em suas mãos duas caixinhas aveludadas.

Ela pergunta sobre Gale, e eu respondo dizendo que agora estamos de bem novamente um com o outro.

– Eu tenho mais uma presente para voce - ela diz abrindo uma das caixinhas revelando um par de brincos de pérolas. - Estão na minha família a décadas. Sua avó usou em seu casamento, eu usei em meu casamento e agora estou passando para voce.

Minha mãe coloca os brincos que reluzem em minhas orelhas, em seguida me entrega a outra caixinha.

– Mais uma joia de família? - pergunto.

– Não - minha responde - Essa é genuinamente sua.

Minha? Não me lembro de ter nenhuma joia. A coisa mais próxima disso é a pérola que ganhei de Peeta na segunda arena. Eu abro a caixa e uma surpresa me acomete, porque é um colar, feito com uma corrente finíssima de ouro que envolve uma pérola, mas não é qualquer pérola. Eu a reconheceria em qualquer lugar. É a minha pérola. De alguma forma minha mãe teve acesso a ela e a transformou em uma belíssima jóia.

– Agora voce está completa. - minha mãe prende o colar em mim e me beija a testa - Boa sorte filha.

– Está na hora! - Posso ouvir Effie gritando pelo corredor - Está na hora, Katniss!

Sou conduzida pelas escadas abaixo. Uma onda de nervosismo me atinge porque em segundos estarei frente a frente com Peeta. Não para me exibir para o público, mas para dizer para quem quiser ouvir que eu o amo.
Me sinto como se eu fosse um dente de leão de tão leve que estou. Eu poderia voar com um rajada de vento. É uma sensação maravilhosa.

– Vamos? - Gale me estende a mão.

– Em três, dois , um - Effie anuncia.

A porta da casa se abre revelando-me diretamente para o jardim. Consigo ouvir o som do piano que toca a melodia matrimonial do doze. Imediatamente, sinto todos os olhos voltados para mim, e mais uma vez é como se eu estivesse num palco, sendo admirada.

Há alguns flashs de câmeras fotográficas, mas eu olho apenas para Cressida que mantem uma pequena câmera em mãos. Tudo está tão bonito. O céu azul, a brisa suave, os pássaros cantando, o sol pálido das dez da manha. Coisas tão naturalmente belas mas que eu parei de prestar atenção desde quando meu pai morreu.

Entretanto, nenhuma coisa consegue desviar minha atenção do principal. No fim do corredor esta ele. Vestido em um terno escuro feito de algum tecido nobre. Imagino se esse também fora um presente de Portia, afinal Cinna e ela andavam sempre em sincronia.

Quando seus olhos me encontram na entrada do corredor, um sorriso nasce no rosto de Peeta. Eu também estou sorrindo, porque estou feliz que acredito que meu sorriso posso ser visto até de costas.

Em um momento não mais ninguém. Somente nós dois e nosso amor construído tijolo por tijolo.

Estou no meio do caminho quando o velho Buttercup atravessa o corredor vagarosamente como se tivesse sido convidado também. Ele também não poderia faltar, de qualquer forma.

Quando chego ao altar, Gale deposita um beijo no topo da cabeça e como se fosse-mos irmãos ou primos, me entrega aos cuidados de Peeta.

– Cuide bem dela, padeiro. - Gale pede antes de deixar a tribuna.

Peeta assente com um sorriso e então a cerimônia se inicia. Os trâmites nacionais como por exemplo o discurso da lei matrimonial que rege Panem e a assinatura do livro de registros acontece como de costume, acompanho meu nome ganhar um Mellark no final. Mas nada é mais esperado do que a cerimônia propria do doze. Nos dirigimos até o forno onde um pão encontra-se assando a muito tempo.
Prometemos viver um ao lado do outro até que a morte nos separe; nos amar-mos incondicionalmente, ser-mos leais um com o outro e logo no fim, um beijo sela a união.

Peeta e eu, depois de trocar as alianças e fazer-mos os votos, cortamos o pão e damos um ao outro um pedaço, porque nenhum de papel ou aliança é capaz de casar mais do que um pão queimado.

Quando tudo acaba, somos recebidos com chuva de arroz para atrair fartura, então brindamos com vinho branco.
Acompanho os sorrisos a minha volta. Tanta felicidade eu só vi em outro casamento. Mais uma vez Finnick Odair se faz memorável. Acompanho de longe seu pequeno filho que ainda luta para se manter firme em suas perninhas gorduchas de bebê. Annie também me parece bem melhor, talvez não totalmente recuperada, mas estável.

Johanna que parece não se incomodar com suas restrições médicas, acompanha Haymitch em doses e mais doses de bebida. Todos estão sorridentes e eufóricos quando música invade o jardim. Dançamos até o entardecer, e quando conseguimos sossego, Peeta me puxa para um canto isolado só para se declarar mais uma vez para mim.

Caídos no gramado verde e quente do jardim, passamos alguns minutos dizendo coisas bonitas um para o outro até que Peeta diz.

– Eu estou tão feliz que gostaria de gritar ao mundo todo que eu te amo.

Depois de considerar a ideia Peeta a torna realidade e com voz alta e extremamente clara grita ao quatro ventos que me ama.

– Eu te amo, Katniss Everdeen Mellark!!!

Acompanho espantada, e quando ele pergunta se eu seria capaz de fazer o mesmo, eu só posso concordar, porque sim, eu quero gritar para todos que meu coração não está mais quebrado, que agora eu estou completa novamente, que apesar de tudo o que sofri, a felicidade finalmente bateu em minha porta. É a minha vez de dizer-lhe que o amo.

Estou olhando fixamente em seus olhos azuis quando do fundo de meu peito, puxo o maior fôlego que consigo e, colocando um grito em minha garganta, denuncio ao mundo o meu amor por ele.

– Eu te amo Peeta Mellark!!!

Sorrimos um para o outro e antes que o sol se vá, fazemos uma ultima promessa.

Prometemos viver felizes até o final. Uma promessa a qual vou lutar com afinco para que se torne realidade, porque depois de tanto caminhar, depois de quase desistir, isso é o mínimo que posso fazer por ele, entregar-lhe um amor que nem eu sabia que estava guardado em mim, mas a partir de agora tenho todos os motivos do mundo para liberar.


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Notas finais do capítulo

Obrigada por ler. Se gostou, deixe um comentario, é de graça. :)



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