Gamer Love escrita por NMCMsama, silentread


Capítulo 17
Gandalf, o Mago


Notas iniciais do capítulo

Lady: annyeonghaseyo e desculpem a demora! foi uma orda de fatores, não vale a pena pôr todos a prova. só curtam o capítulo, ok?
kissu ~



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Era meio estranho ir ao seu local de trabalho como cliente. Bilbo se sentia desconfortável, sentando em uma mesa e vendo o garçom se aproximar para anotar o seu pedido. Não precisava nem olhar no menu, já tinha tudo decorado em sua mente...
— Posso fazer uma sugestão; nossa tor-
— Torta de maça da casa, regada com mel e nozes, perfeita para acompanhar com a grande variedade de chás que dispomos em nosso menu. Ops- – Levou a mão a boca. Tinha acabado de interromper o rapaz, que deu um sorriso desconcertado ao Bolseiro.
— Desculpe, Aragorn... – Murmurou Bilbo escondendo o rosto corado por trás do menu.
— Está tudo bem, Bilbo! Afinal, foi você que ensinou essa fala. – Piscou o rapaz, cabelos negros, cujos cachos caiam sobre a fronte, isso resultava do seu rabo de cavalo muito mal feito que ameaçava se desfazer e libertar todo o cabelo rebelde. Bilbo sacudiu levemente a cabeça em sinal de reprovação. Aragorn sempre foi meio desleixado em relação a aparência, barba por fazer, calças com alguns rasgos, enfim. O pior é que apesar de ele ter apenas 16 anos, por sua altura e fisionomia (musculoso e afins), parecia bem mais velho que o baixinho e rechonchudo Bolseiro. Ser considerado como mentor, ou mesmo senpai, pelo o outro garoto, sempre o deixava meio embaraçado.
— Sei... – Deu um sorriso que foi correspondido por Aragorn. O clima estava tranquilo, não fosse por um forte braço que envolveu Bilbo em um abraço possessivo.
— E você já conhecia o Bilbo? – Perfeito... Thorin estava com ciúmes.
— Sim, foi ele que me instruiu quando fui contratado, tipo... Era para eu ser treinado por Thranduil, mas ele mais me dava dicas de moda e de como deveria cuidar de meu cabelo que realmente me instruir, logo, Bilbo assumiu o posto como meu mentor.
Thorin, mesmo depois da explicação que claramente mostrava a relação de aluno-professor entre aqueles funcionários do café, ainda permanecia grudado ao já irritado Bilbo, que , por sua vez, deu uma forte cotovelada no namorado o fazendo morder o lábio inferior para não deixar seu gemido de dor escapar.
— Ora, por favor... Não seja tolo! Aragorn tem sua própria paixonite! Não precisa ficar marcando o seu “território” em mim, "macho alfa"!
Nesse mesmo momento, Aragorn pareceu meio nervoso com a fala de seu “senpai”, olhando rapidamente para os lados.
— Bilbo... shh! – Suplicou.
— Ops! Desculpe! – Piscou o Bolseiro – Não se preocupe, Elrond não está aqui.
— E o que tem a ver Elrond com isso? – Quis saber Drogo, afoito - não que gostasse de fofocas, mas Aragorn era seu colega de cursinho. Na verdade, podia já considera-lo amigo, nas últimas semanas o tímido Drogo tinha tomado coragem de se aproximar do alto e de aparência meio que ameaçadora, o garoto novato que todos temiam e pouco socializavam - Aragorn. Isso por que soube, por meio de Bilbo, que na verdade se tratava de alguém muito gentil... O jovem Bolseiro, mais do que ninguém, tinha aprendido a lição de não julgar uma pessoa pela aparência; veja o seu namorado, por exemplo: quem iria imaginar que aquele loiro musculoso era um aficionado por animes, livros e games? Ninguém! Drogo tinha que parar de conferir um conceito visual de alguém antes de lhe dar uma chance. Por isso, resolveu arriscar e começou a conversar com Aragorn - depois de uma crise severa de soluços conseguiu trocar uma ou duas palavras com o garoto apelidado de “Passolargo” e boom! Como que por magia, se tornaram amigos.
— Será que podíamos mudar de assunto? – Pediu Aragorn – Que tal fazerem os pedidos, sim?
— Awn! Mas agora eu quero saber? – Choramingou manhoso.
— Drogo... – Resmungou “Passolargo” – Você sabe o que é... Se lembra? Te falei na aula! – Sussurrou apreensivo.
— Ah! É sobre a Arw... – Não pôde continuar pois Aragorn foi mais rápido e tapou a boca do amigo, mesmo que temporariamente. Uma mão forte segurou o pulso do garçom.
— Sem tocar no meu namorado, sim? – Frerin sorria, mas suas feições alegres não condiziam com a sua ação; o coitado do Aragorn engoliu em seco.
— Ai, ai, ai... Ser possessivo é algo genético entre os Durins? – Questionou Drogo forçando seu “querido” namorado a soltar Aragorn que soltou um suspiro de alívio e massageou o pulso dolorido.
— Deve ser. – Concordou Bilbo lançando um olhar a seu próprio Durin, mas esse estava ocupado demais dando tapinhas no ombro do irmão mais novo, como estivesse o parabenizando pelo ato.
— Pessoal... Acho que deveríamos fazer o pedido. – Disse Ori dando um sorriso meio que culpado para Aragorn , afinal, o garoto se viu agora envolvido naquela confusão de Durins ciumentos e Bolseiros tagarelas.
— Eu quero cerveja! – Agora era vez de Dwalin falar.
— Er... Sinto muito, mas não servimos bebidas com álcool no café. – Falou o garçom desconcertado.
— Como assim? Sem álcool?
— Isso é um café vegetariano, se não percebeu. – Cortou Bilbo.
— Bah! Besteira! Mas o álcool vem das plantas logo, deveria ser algo considerado “vegetariano” também!
— Dwalin, para de tentar fazer confusão. – Sussurrou Ori.
— Eu só estou falando algo totalmente lógico. Ainda mais, aposto que se servissem cerveja, viria bem mais gente para cá! – Disse isso gesticulando para as cadeiras vazias do estabelecimento.
— Acredite, estou muito feliz com o tipo de clientela que tenho aqui. – Elrond tinha se intrometido da forma mais educada possível – Obrigado pela a sua preocupação, aliás, pode não ver muitas pessoas agora, pois estamos próximos de nosso horário de fechamento; o que me deixa muito curioso por vocês todos estarem reunidos aqui...
Bilbo mordeu o lábio inferior sem saber no que deveria responder ao seu chefe, afinal, não fora responsável pela escolha do local tampouco o horário, o que já era bastante estranho, sem dúvida.
— Quanto a isso eu sou o culpado. – Uma voz grave e cordial se fez presente. A porta de entrada fora aberta, o sininho que tocava toda a vez que um novo cliente adentrava ainda ressoava. Um senhor com cabelos grisalhos vestindo um terno cinzento e uma grande bengala que mais parecia um tronco fino e retorcido sorria para o grupo como se os conhecesse de muitos anos.
— Ah! Eu já devia imaginar... – A frase podia ser interpretada como irritação, mas havia um sorriso nos lábios do dono do café Valfenda – Você com seus estranhos horários.
— Meu caro amigo, não tenho culpa se o tempo não trabalha ao meu favor. Tenho de desfrutar dos intervalos que disponho na minha estranha agenda, como você bem sabe. – Arqueou a sobrancelha de modo brincalhão.
— Sei... – Elrond não parecia muito convencido com aquela explicação – E você conhece esses jovens, posso perguntar de onde?
— Ora, ora, desde quando se tornou tão desconfiado? Eles são uns amigos que fiz na internet!
Bilbo não sabia muito bem se aquela afirmação poderia ser bem aceita para a sociedade, afinal, um homem velho marcando encontros com rapazes, sendo que dentro eles havia um menor de idade, podia ser interpretado como aliciamento? Pedofilia? Pelo visto, o tal Gandalf não ligava muito para esse fato, puxando uma cadeira e sentando na mesa do grupo, realmente parecia bem confortável com a situação.
— Ainda jogando RPG? – Agora havia crítica no tom de fala de Elrond – Seus atos não condizem com a sua idade...
Gandalf deu os ombros.
— E desde quando minha idade deve ser um obstáculo de fazer o que gosto? Pelo visto a sua idade não impediu de buscar seus próprios sonhos e até mesmo na área amorosa, não é mesmo?
Wow.
Aquilo foi um ataque direito.
Os jovens rapidamente viraram sua cabeça que antes estava focando em Gandalf para Elrond. Era como assistir uma partida de tênis, a bola agora estava ao encargo do chefe da Valfenda.
— C-como você.... Andou falando com a minha sogra? – Lançou a pergunta, ríspido.
— E eu preciso mesmo falar com minha amada amiga Galadriel se tenho olhos, ouvidos e um cérebro ainda funcional para entender muito bem o que ocorre a minha volta?
O destino, como para comprovar o que o velho tinha acabado de dizer...
O sino tocou, anunciado a chegada de mais um cliente - ou não.
— Ainda não está fechado? O que está acontecendo? Pensei que iriamos sair para fazer um piquenique ao luar! Eu fiz até um penteado adequado para o... AH! – Como sempre Thranduil sabia dar um show (mesmo que não fosse intencional). O rapaz estava com os cabelos arrumados em forma de uma longa trança. Usava botas de cano alto e... Roupa camuflada? Como um soldado do exército estiloso? Pelo que Bilbo tinha entendido era só um piquenique e não uma trilha na selva.
Um riso contido. Thorin levou a mão a boca, mas inutilmente abafou a gargalhada.
— O que ele está fazendo aqui? – Disse, sua voz estava aguda o que indicava que estava furioso. Seu dedo com unhas pintadas de combinação de cores verdes (eram unhas camufladas também?) apontaram para Thorin.
— Cuidado, eu sou cliente aqui. – Informou o Durin ainda risonho.
— E daí? Hoje não é meu turno, isso significa que não estou preso as regras! Posso muito bem chutar o seu traseiro real para fora daqui.
Thorin substituiu a expressão divertida para sua cara zangada. Bilbo soltou um grande suspiro, praticamente podia ver seu namorado assumir a forma de um cachorro raivoso e Thranduil, por sua vez, seria um perfeito felino com os pelos arrepiados e miados agudos, pronto para atacar com suas garras afiadas.
A risada de Gandalf interrompeu a possível briga entre os jovens. Elrond tinha o rosto muito corado, algo que surpreendeu e muito o Bolseiro mais velho, afinal sempre vira o seu chefe como alguém controlado e que sabiamente escondia suas emoções. Pelo visto aquele “mago” fora capaz de abalar as estruturas do dono do café Valfenda.
— Thranduil, vamos conversar em meu escritório, sim? – Disse isso enquanto já arrastava o jovem consigo.
— Mas e nosso piquenique!?
— Iremos tê-lo; só precisa ser paciente...
— Er... Elrond, se quiser eu fecho o café. – Sugeriu Bilbo. Havia um certo receio em seu pedido, afinal, não queria ser intrometido ou algo do tipo.
— E-eu posso ajudar. – Disse prontamente Aragorn.
Elrond mirou seus subordinados por alguns instantes e depois cravou um olhar fulminante em Gandalf.
— Se algo acontecer ao meu estabelecimento...
— Não se preocupe. – O velho rolou os olhos – Se decida; ou me repreende por eu não agir como um ancião ou me trata como uma criança, esquecendo os dígitos da minha idade.
— Pode ser um dos fundadores da empresa Valar e um gênio do desenvolvimento de softwares, contudo ainda atua de forma inconsequente.
— A vida é uma aventura, meu amigo, e deve ser vivida como tal. – Piscou divertido – Sei que no fundo você concorda comigo, afinal, abandonou seu emprego em Valar para seguir o seu sonho, construindo esse café... Se separando de sua antiga esposa... Buscando seu verdadeiro amor. Isso poderia ser classificado como uma grande aventura, não é mesmo?
Elrond não respondeu, mordeu o seu lábio inferior e depois de alguns segundos deu um ligeiro aceno. Talvez aquilo fosse um sinal de concordância.
— Valar? Você não me falou nada sobre isso... – Resmungou Thranduil – Bem, pelo menos temos um assunto para conversar durante o piquenique! – Com isso, sem esperar arrastou o namorado para a porta, mas antes acenou para Bilbo e com a mesma mão esticou o dedo meio para Thorin. Esse foi o seu trunfo final antes de sair. Sua saída, assim como sua entrada, também foi triunfal.
— Aquele idiota... – Rangeu os dentes o Durin mais velho, provavelmente irritado por não ter tido tempo para responder a provocação de seu rival.
— Acho que fazem um belo casal. – Opinou Gandalf, aleatoriamente. Os garotos o miraram como se fosse a primeira vez que o viam de fato. Aquele era o suposto “NPC”? O mago misterioso que gerenciava as Quests mais difíceis do jogo?
— Você deu o seu próprio nome para o personagem no jogo? – Bilbo iniciou a rodada de perguntas, já que os outros pareciam relutantes em iniciar a conversa – Isso foi por falta de criatividade ou só seu ego?
— Bilbo! – Choramingou Drogo. Segundo Elrond, aquele senhor devia ser importante, afinal todos conheciam a empresa Valar. Suas criações interferiam direta e indiretamente na sociedade moderna atual. Imaginar que alguém assim participava de jogos online... Era muito surreal. Difícil de acreditar.
Gandalf deu uma risada, pelo visto, não estava ofendido pelas perguntas.
— Pode-se dizer que não sou muito criativo para nomes, além disso, desenhei o mago do jogo para ser parecido comigo, logo, não seria correto batiza-lo com outro nome, não é mesmo?
— Você é mesmo fundador da empresa Valar? – Desta vez foi Thorin que lançou a pergunta, não escondia a desconfiança em seu olhar.
— Você parecem não acreditar muito... Creio que não tenho aparência de um multimilionário, mas tampouco você e seu irmão exalam essa aura de riqueza, mesmo levando-se em conta a sua família.
Thorin e Frerin ficaram tensos. Bilbo mirou os rapazes e depois o mago. Confuso.
— O que ele quer dizer com isso? – Inquiriu por fim, vendo que os Durins não demonstravam interesse em falar sobre o assunto.
— Ouviu falar da empresa Erebor? – Gandalf fez a pergunta, então Ori, Bilbo, Drogo e até mesmo Aragorn (que ainda estava ali, curioso com o que estava ocorrendo), balançaram a cabeça em negação.
— Trata-se de uma grande empresa de mineração bastante poderosa, sendo controlada pela a família Durin. O atual presidente é o avô destes dois jovens garotos.
— COMO É? – Bilbo e Drogo gritaram ao mesmo tempo.
— Nós iriamos contar! – Disse prontamente Frerin – Só que... É meio difícil entrar nesse assunto... Tipo, não queríamos que vocês nos vissem de forma diferente ou que se afastassem.
— Não é algo que falamos com facilidade. – Acrescentou Thorin – Minha família é complicada.
O Bolseiro mais velho cruzou os braços diante do peito e encarou o seu namorado com severidade; o mesmo abaixou os olhos, obviamente se sentido culpado.
— Então, todo esse tempo você poderia ter me comprado a camisa exclusiva do Flash?
Aquela pergunta pareceu ter surpreendido Thorin, que levantou a cabeça com uma expressão confusa.
— Mas bem que eu preferia que você não comprasse, afinal, não sou o tipo de cara que se aproveita do namorado milionário. – Bilbo não deixou que o outro respondesse e ainda deu uma piscadela no fim; Thorin sentiu a tensão que dominava seus ombros se esvair completamente. Temia e muito que a revelação de sua origem pudesse resultar no fim de seu namoro. Pelo visto, tinha se preocupado a toa.
— Eu acho que uma boa relação não deve ser construída com mentiras... – Começou a falar Drogo.
— Concordo com você. – Disse Frerin colocando sua mão sobre a do seu namorado – Eu prometo nunca mais mentir... E na verdade eu iria contar a você... Só estava esperando o momento certo... Me perdoe.
O Bolseiro mais novo deu um meio sorriso.
— Ok. Não é como eu pudesse ficar irritado com você por muito tempo. – Disse em um sussurro contrariado.
Frerin deu um grande sorriso e levou a mão do seu namorado aos lábios, a beijando levemente.
— Além de não ganhar cerveja, vou morrer de diabetes com tanto açúcar emanado por esses casais! – Resmungou Dwalin.
Ori beliscou o ombro musculoso do neandertal; que por sinal também era seu namorado.
— Ori! – Reclamou.
— Se comporte, senão terá punição mais tarde.
A voz ameaçadora do normalmente quieto Ori não surtiu efeito tão somente em Dwalin, mas em todos os membros da mesa.
A risada de Gandalf interrompeu o momento sinistro.
— Eu sabia que tinha escolhido o grupo correto! – Disse.
— Escolhido? – Questionou Bilbo – Para que? E não me diga que seja relacionado a resolver quests de um game online...
O velho “mago” assentiu, sem parar de sorrir.
— Como disse antes, a vida é uma aventura; lógico que os escolhi tanto para desempenharem missões no mundo virtual quanto no real.
Os garotos se entreolharam ainda mais desconfiados. Aquele papo era muito doido.
— Bem, vocês vão entender mais quando eu lhes explicar o verdadeiro objetivo do jogo, como também sobre a empresa Valar.


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Notas finais do capítulo

Lady: o negoço ta ficando loco, ces tão percebendo? acho que já sei o que é ;)))) alguém tem alguma sugestão do que pode estar acontecendo, de qual é o motivo do jogo e da empresa?
annyeong, espero que tenham curtido!