– Ali está ele - George diz apontando para um corpo caído em meio as folhas.

– Josh - Harold gritou e pegou o garoto nos braços, o levando novamente para casa.

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Os meninos entram devagar na delegacia da cidade, o menino pequeno escondido atrás do outro, Josh deixa o menino mudo ali e vai até uma mulher loira que o olha assustada.

– Josh Holden - A mulher deixa uma caneca com café cair de suas mãos, a pequena caneca se quebra em vários pedaços - E aquele - Ela aponta para o menino - Josh Seymount.

– Precisamos de ajuda - O menino diz olhando para a mulher - Um menino que nos ajudou ainda está na casa.

– Quem? - A mulher pergunta.

– Josh - O menino diz se sentando em uma cadeira tentando se lembrar de alguma coisa - Josh Ryland, escutei Harold falando esse nome.

– Onde vocês estavam? - A mulher pergunta.

– Estávamos em um local chamado Fazenda Stanford High - O menino diz e a mulher se levanta saindo dali.

Ela corre para a grande sala, todos estão reunidos olhando imagens de câmeras.

– Temos que ir agora para a Fazenda Stanford High - A mulher loira diz e todos a olham - Josh Ryland está lá.

– Como sabe? - Samantha, a mulher de cabelos pretos longos e olhos verdes pergunta.

– Josh Holden e Josh Seymount - A mulher loira diz.

– Os garotos desaparecidos - Henry, o homem loiro de olhos verdes diz.

– Eles estavam com Josh Ryland - A mulher loira diz explicando tudo - Temos que ir rápido, Kate fica com os garotos - A mulher ruiva assente com a cabeça.

– Mas Selena - Henry diz olhando para a mulher loira.

– Mande o máximo de viaturas que conseguir - A mulher diz - Quando Harold se dá conta que essas crianças fugiram ele vai fazer uma loucura.

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– Onde estão os outros? - Acordo com os gritos de Harold.

– Eu já disse que não sei Harold - O homem branco lamenta - Eu andei por todos os locais, fui até a estrada e nem sinal deles.

Olho para os dois, eles estão brigando tanto que nem percebem quando guardo a arma de um criado mudo no meu casaco. Evito sorrir, estou feliz por saber que eles conseguiram escapar, isso quer dizer que a polícia estava a caminho.

– Você é um imprestável - Harold diz dando um soco na cara do homem que cai no chão.

– E você é um louco - O homem grita - Eu passei a vida inteira te ajudando nessas idiotices, me arrependo por isso, você não vale nada.

Harold tira a arma de sua cintura e aponta para George, um sorriso se forma no rosto do homem, consigo ver a fúria e a alegria misturadas nos olhos do homem.

– Você que não vale nada - Harold dá um chute na barriga do homem, o homem grita desesperado, pego a arma do meu bolso, ela tem sem bala, guardo ela de volta - Acha que eu tenho dó de você.

– Nunca pedi para sentir dó de mim - O homem cospe em Harold, que limpa com um sorriso no rosto.

Harold dá um chute no rosto do homem e ele grita mais uma vez, tento me levantar, mas minhas pernas estão sem força. Vejo Harold destravando a arma.

– Quais são sua últimas palavras irmãozinho - O homem pergunta sorrindo.

– Vá pro inferno!! - O homem grita e o tiro atinge sua cabeça fazendo sangue voar pelo quarto.

Harold olha para a janela assustado, os sons vindo do lado de fora são intensos, o homem desce correndo as escadas e me levanto devagar, me esforço e consigo ver lá embaixo, vários policiais estão parados em volta da casa.

– Senhor Harold - Um policial negro diz - Somos do FBI, recebemos uma denúncia.

– Sobre o que? - Harold faz de desentendido.

Reconheço um carro ali parado, três pessoas saem dele, Megan e meus pais. Bato na janela, mas parece que ninguém ali me escuta. Ando por um pequeno corredor, minhas mãos se esforçam para segurar nas paredes enquanto desço uma escada, procuro balas dentro de uma gaveta e acho, carrego a arma e vou em direção a porta da casa, abro ela devagar e todos me olham, Harold faz o mesmo.

– Filho - O homem diz me olhando - Por que...

– Quantas vezes preciso dizer que não sou seu filho - Digo olhando para Harold que tira a arma da cintura rápido.

– Se abaixa - Grito com o policial e aperto o gatilho, a arma dispara me jogando no chão, consigo ver Harold caído no chão e uma poça de sangue se formando ao seu redor.

Vários policias começam a revistar a casa, uma enfermeira me ajuda a levantar e me leva a uma ambulância, ela me ajuda com os ferimentos e me dá um remédio para dores.

– Josh - O policial negro aparece a minha frente, seus olhos verdes me encaram e ele sorri - Obrigado por ter me salvado.

– Não foi nada - Digo sorrindo - Acho que Harold precisava de uma lição.

– Fico te devendo essa - O homem me abraça e vai ao encontro de uma mulher loira.

Me sento em um dos bancos na ambulância e vejo Megan, seus olhos brilham ao me ver, ela corre até mim e me abraça.

– Senti sua falta - Digo olhando para a menina - Foi meio entediante viver aqui.

– Foram só dois dias - Megan brinca com minha cara, ela aperta minha bochecha.

– Não - Digo a beijando - Foram dois dias sem você.

– Também senti sua falta - Ela me abraça - Foram os dois dias mais longos da minha vida.

Vejo meu pai e corro até ele, o abraçando.

– Você está bem? - Pergunto olhando para o homem, até o momento nunca tinha notado o tanto que nos parecíamos, todos diziam mas eu levava na brincadeira.

– Melhor agora - Ele diz sorrindo - Obrigado por ter ido me ajudar, um policial disse que você evitou minha morte.

– No meu lugar você faria o mesmo - Digo.

– Claro que faria - O homem diz - Apesar de tudo que nos fez passar, você sabe que nós te amamos.

– Podemos tirar uma foto de vocês? - Uma mulher morena pergunta - É para o jornal da cidade.

Penso em recusar, mas deixo para lá. Megan, minha mãe e meu pai se juntam a mim e tiramos a foto. Saio um pouco dali e olho a paisagem. No meio do caminho uma mulher de olhos verdes para na minha frente, ela se parece muito com Rebeca.

– Rebeca ficaria orgulhoso de você - A mulher diz me olhando - Você foi muito corajoso Josh.