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Eu balancei a cabeça para cima e para baixo e fui até o elevador. Apertei o terceiro andar e quando a porta se abriu eu vi Tyler e Hannah.

Hannah puxava o cabelo dele enquanto seus gemidos eram abafados pela boca de Tyler, que praticamente engolia a cabeça dela. Uma de suas mãos apertava um dos seios de Hannah, que estava coberto apenas pelo sutiã, já que sua blusa estava jogada em um canto da sala. Ela estava deitada em cima dele e mesmo que eles ainda estivessem de calça ela rebolava sobre ele. Era como se eles estivessem transando vestidos.

Sem pensar duas vezes eu agarrei um jarro de vidro que havia ao lado do sofá e joguei, com toda a raiva que eu sentia, no chão.

O barulho de vidro quebrando foi como um alívio para minha audição, já que fizera os gemidos cessarem. Havia cacos por todos os lados e minha perna sangrava, graças a proximidade com que eu havia jogado o jarro. A aguá manchada pelas flores havia feito uma mancha rosa no tapete branco ao meus pés, onde algumas gotinhas de sangue caiam.

Hannah me olhava assustada e ao mesmo tempo havia um brilho de vitória em seus olhos. Quando eu e Tyler começamos a namorar ela passou a me odiar e agora era como se ela tivesse um troféu nas mãos. Ele nem se virou, apenas ficou parado no sofá e já que ele estava de costas pra mim eu não pude ver seu rosto. Meu rosto queimava e minha mão tremia.

Peguei minha mochila jogada no chão e me virei apertando o botão do elevador que já abria dentro do apartamento. O elevador demorou tempo suficiente para que Hannah vestisse sua blusa e duas lágrimas escorressem pelo meu rosto. Mas eu não iria chorar, não ali. Quando a porta se abriu eu entrei e quando ela se fechou eu me joguei no chão.

Lágrimas brotavam sem parar e eu sentia uma dor terrível. Não dos cortes na minha perna, mas do meu coração. Eu nunca tinha sido tão humilhada, eu nunca tinha sofrido tanto. Eu estava com raiva, não de mim que havia sido idiota por namorar ele, mas dele que me havia feito acreditar que realmente gostava de mim e que por isso eu deveria confiar nele.

A porta se abriu, eu me levantei e saí do elevador. Sequei as lágrimas do meu rosto e disfarcei um sorriso para Henry. Ele estava com uma cara estranha como se soubesse do que estava acontecendo. Mas se ele sabia porque me deixou subir e não agiu estranhamente? Deixei minhas dúvidas de lado e saí do prédio. Liguei para Jack, que como era um ano mais velho que eu já podia dirigir.

– Preciso de você e de curativos. - Respirei para segurar o choro.

– Onde você está? - Ele parecia preocupado.

– No Tyler. - Falei respirando mais fundo ao falar o nome dele.

– Estou chegando. - Ele disse e nós desligamos.

Quando ele chegou eu estava sentada na calçada chorando.

– Hey, não precisa chorar. Eu estou aqui. - Ele disse se abaixando ao meu lado e secando uma lágrima que escorria pela minha bochecha. - Seja lá o que ele tenha feito, você vai ter sempre a mim ao seu lado. - A cada palavra dele eu chorava mais e no fim eu já estava soluçando. - Eu nunca vou te abandonar. Não precisa ficar assim.

– Eu te amo. - Disse chorando mais.

– Eu te amo mais minha pequena. - Ele me abraçou forte. - Agora vem cá. - Ele começou a cuidar da minha perna e eu começei a sentir a dor.

Entramos no carro e logo começou a chover. Encostei a cabeça na janela e olhei as gotas escorrerem. Ele não me perguntou nada. Apenas segurou minha mão e a acariciou. Ele sabia que eu não estava preparada para falar. Nós chegamos na minha casa e eu nem tinha visto o tempo passar.

– Quer que eu fique com você esta noite? - Ele perguntou ajeitando uma mecha do meu cabelo.

– Não, tudo bem. Não precisa. Além do mais minha mãe quer conversar comigo e ela não gosta quando trago visitas para nossas converssas. Mas obrigada por tudo. - Falei dando um sorriso leve.

– Ok, mas se você precisar de mim, sobe no telhado. - Ele sorriu.

– Pode deixar. - Nos abraçamos.

– Eu te amo Thals e nunca se esqueça que você é maravilhosa. - Ele susurrou no meu ouvido e eu senti uma lágrima escorrer.

– Obrigada. - Nos soltamos e eu entrei em casa.

Minha mãe estava sentada no sofá e parecia nervosa. Ela estava pálida e eu senti um frio na barriga que fez meus joelhos tremerem. Pelo jeito o meu dia ainda ia piorar.