My own race escrita por Kaline Bogard


Capítulo 9
Capítulo 09


Notas iniciais do capítulo

Olá...

Esse é o penúltimo capítulo da nossa saga.
Depois tem o extra e... o lemon que eu ainda não fiz.

Boa leitura 8D



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My Own Race

Kaline Bogard

Capítulo 09

Quando Juichi sentou-se para enfrentar a primeira fase do exame, toda a preocupação e tensão, companheiras inseparáveis dos últimos dias, o abandonaram. Tudo que restou foi uma intensa paz e a forte sensação de dever cumprido.

Dera o melhor de si a cada hora, a cada dia e semana. Estava preparado e confiante!

Na mochila trazia o diário que Kinjou lhe dera, como se fosse um amuleto de boa sorte. Lera tantas e tantas vezes que o sabia de cor.

A sala se enchia com as ultimas pessoas. Em minutos receberiam as derradeiras instruções antes de a prova começar. E foi nesse instante que seu celular vibrou avisando a mensagem.

.

Kinjou: Ganbatte!

Recebida, 6h45

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Sorriu de leve para o kanji, antes de responder.

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Eu: Omaemo.

Enviada com sucesso.

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E desligou o aparelho celular, como sabia que seria exigido. Quando recebeu a prova e observou as questões rapidamente, foi tomado pela ótima sensação de controle. Era tudo familiar, conhecia o assunto e estava bem a vontade para responder cada uma das indagações e problemáticas.

Foi um dos primeiros a devolver seu caderno de teste. Ao por o pé para fora da sala carregava a certeza de ter conseguido mais do que a nota de corte exigida.

A sensação era maravilhosa.

Mas não durou tanto quanto gostaria.

Seguir para a segunda fase significava estudar ainda mais! Se a primeira fase era difícil, sua subsequente era o real terror. Tenebrosa.

Isso afastou os dois rapazes um bocado. Trocavam mensagens de texto, com certeza. Porém os encontros aos sábados estavam suspensos, pelo menos até terem os resultados em mãos.

Juichi ficava feliz que Shingo também avançara na longa jornada acadêmica, apesar de estarem tentando faculdades diferentes. Como seria estudar com ele, conviver dia a dia em matérias comuns do currículo pedagógico superior?

Provavelmente nunca saberia.

Finalmente a época de realizar a segunda e derradeira fase dos exames chegou. Trazendo consigo uns poucos dias de frio intenso. O inverno se despedia relutante, recusando-se a partir para o hemisfério sul de vez.

O número de estudantes que seriam companheiros de Juichi caira pela metade. O restante todo eliminado logo no começo. Observou calmamente um a um, tentando gravar seus rostos. Quem sabe dali não nasceriam novas amizades?

Seguiu o mesmo ritual da última vez. Tinha seu amuleto da sorte, a caderneta preta dada por Kinjou. Apenas mudou a ordem dos fatos e enviou um SMS antes.

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Eu: Ganbattte

Enviada com sucesso.

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Enviou o kanji juntos com pensamentos positivos. Queria que todos chegassem ao companheiro gêmeo de esporte. Queria que ele entendesse o quanto era importante e o quanto torcia para que tivesse uma vida cheia de sucesso, realizações. As coroações que alguém tão esforçado merecia.

Você sabe disso, Kinjou? Sabe quanta diferença fez na minha vida? Será que eu fiz diferença em sua vida?

Então o celular vibrou anunciando a chegada de uma mensagem.

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Kinjou: Omaemo, Juichi

Recebida, 6h47

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Desligou o celular e o guardou. Os olhos se desviaram para a janela, onde um campo gramado se estendia, vazio aquela hora. A intuição bateu forte, quase como uma certeza.

Ele sabia.

oOo

A quantidade de pessoas querendo ver os resultados era impressionante. Kinjou quase desistiu e deixou para voltar no dia seguinte. Só mudou de ideia porque a curiosidade falava mais alto.

Devagar infiltrou-se e foi ultrapassando um após o outro até estar cara a cara com o quadro de avisos que exibia listas enormes de aprovados e reprovados. Ajeitou os óculos no rosto e iniciou a busca.

Ali estava seu nome. Entre os aprovados. Não obtivera uma pontuação histórica, claro. Mas somara pontos o bastante para orgulhar os pais.

Ficou tão feliz que, assim que livrou-se da massa de jovens, sacou o celular e enviou uma mensagem para Juichi.

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Eu: Consegui!

Enviada com sucesso.

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A resposta veio em segundos.

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Fukutomi: Omedetou.

Recebida, 16h53

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Eu: Domo

Enviada com sucesso.

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Olhou a tela por alguns instantes aguardando outro textinho. Como nada veio, resolveu perguntar por si só.

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Eu: E você? Como foi?

Enviada com sucesso.

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Começou a andar devagar até onde deixara a bicicleta. Estava prestes a subir quando chegou o SMS que esperava ansioso.

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Fukutomi: Eu consegui.

Recebida, 17h02

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Eu: E por que não disse logo?

Enviada com sucesso.

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Fukutomi: :D

Recebida, 17h04

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A resposta deixou Kinjou chocado. O outro se divertia às suas custas! E enviara um emoticon! Era a primeira vez que lhe enviava um emoticon. Acabou rindo, sabendo que os dois pontos e o D maiúsculo, escritos em romanji, jamais representariam Juichi! Ele parecia incapaz de dar um sorriso tão grande. Mas seria interessante ver como ficava o Az da Hakone em uma situação dessas...

O celular vibrou em sua mão.

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Fukutomi: É brincadeira. Não fique bravo.

Recebida, 17h05

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Eu: Não estou. Parabéns!

Enviada com sucesso

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Fukutomi: Domo.

Recebida, 17h06

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Kinjou pensou no que ia dizer. O que realmente queria dizer... as mãos suaram e o coração acelerou, mas ele se encheu de coragem e digitou rapidamente, enviando outra mensagem de texto antes que mudasse de ideia.

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Eu: Sábado?

Enviada com sucesso.

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Fukutomi: Hn. Plajeno ir a Chiba ver você.

Recebida, 17h07

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O rapaz leu aquela resposta e respirou fundo. Sorriu enquanto guardava o aparelho na mochila dessa vez e montava na bicicleta. Ignorou o calor no rosto indicando que tinha corado de leve. Apenas sentia falta do amigo. Fazia tempo que não se viam, tinha muito o que contar!

Pedalou animado até chegar em casa, onde percebeu, com certa surpresa, Makishima e Tadokoro parados, esperando por ele. Ver os amigos trouxe uma dor inexorável ao seu coração. Pela primeira vez esteve totalmente consciente do adeus que se aproximava. A separação era inadiável. Acabaram-se os tempos de meninice, as brincadeiras e descontração. O próximo passo levaria os três para o inicio da vida adulta e toda responsabilidade que ela trazia em sua bagagem. Foi uma conscientização tão forte, que Shingo perdeu um pouco do controle sobre o guidão, mas recuperou-se em instantes.

– Oe! Não saiba que viriam aqui – falou em forma de cumprimento, tentando esconder como se abalara. O peito apertou dolorido.

– Vamos dar uma volta? – o Climber pediu, sério.

– Claro.

Pedalaram juntos até um pequeno parque a uns dois quarteirões de distância. Estava vazio, com exceção de um gato tomando sol na caixa de areia. Apoiaram as bicicletas em um suporte e procuraram um dos bancos de cimento para sentar.

– Como foi nos exames? – Makishima perguntou.

– Passei. Estou na Yonan.

– Parabéns! – o Climber cumprimentou.

– Parabéns – Tadokoro sorria muito, feliz.

– E vocês?

– Também. Mas não em uma universidade como a Yonan – o Sprinter gracejou – Raspei na segunda fase, confesso.

– Parabéns – o rapaz cumprimentou, sinceramente satisfeito pelos amigos terem se saído bem.

– Então é isso? – Makishima perguntou depois de alguns minutos de silêncio – Acabou pra valer?

– O colegial ficou pra trás – Jin respirou fundo – Nossa amizade não. Esses três anos foram fantásticos, inesquecíveis. Conheci os melhores amigos e fiz parte da melhor equipe. Obrigado.

– Claro que nossa amizade não ficará para trás, Tadokorocchi – Yusuke fingiu dar uma bronca – Minha faculdade não tem um time forte de ciclismo, mas vou mudar isso. Ainda nos encontraremos em alguma corrida.

– E vamos manter a amizade! Também vou entrar pro clube de ciclismo!

Então Makishima inclinou-se um pouco e bateu com o próprio ombro no ombro de Kinjou.

– Pena que o melhor Az vai para Yonan. Vou sentir sua falta.

– Você fez toda a diferença em nossas vidas, Shingo – Jin, menos discreto, acertou um tapa camarada nas costas do ex-colega – Se eu pudesse voltar no tempo e mudar algo... não mudaria nada! Faria exatamente o mesmo caminho. Eu aprendi muito, conheci muitos lugares e pessoas. Participei de competições e testei o meu limite. Eu ri e chorei. E suei a camisa como parte de um verdadeiro time. O colegial não poderia ter sido melhor!!

Kinjou e Makishima concordaram silenciosamente. Tadokoro colocara em palavras tudo o que sentiam. Os receios de Shingo dissiparam quase por completo, desde que sentira aquele principio de pânico por pensar na despedida, depois de um período tão maravilhoso.

Três anos que passaram como um piscar de olhos, deixando para trás incontáveis e preciosas memórias.

Três alunos que seguiriam estradas diferentes, paralelas no mesmo caminho de luta, sonhos e esperanças.

Três pessoas ligadas por um inquebrável laço de respeito e carinho. Guardando no peito sentimentos similares e uma certeza cega: poderiam se separar? Talvez, sim. Mas a amizade que tinham uns pelos outros jamais acabaria.

A amizade era pra sempre.

continua...


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Notas finais do capítulo

Nos vemos na terça feira!!



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