My own race escrita por Kaline Bogard


Capítulo 11
Extra


Notas iniciais do capítulo

Gente... to lágrimas até agora, por causa do capitulo de ontem.
O Kinjou chorava lá e eu chorava em casa T^T

Precisamos de uma terceira temporada, não?!

Boa leitura!



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My Own Race

Kaline Bogard

EXTRA O1

— Essa é a última! — Kinjou colocou a caixa em cima de uma pilha riscada com a palavra “quarto” — Acabou.

— Aa — Juichi girou os ombros tensos enquanto observava ao redor. Conseguira alugar um lugar para si. Era pequeno, claro, mas o bastante para uma investida na vida adulta. Como era barato, podia pagar com o salário do emprego de meio período. Seu pai ajudaria com as despesas da faculdade. Ficaria bem.

O único problema é que o kitnet ficava no terceiro andar de um prédio sem elevador! Com a ajuda de Kinjou carregara suas coisas pelos lances de escadas, e fora nada fácil.

— Agora a segunda parte — Fukutomi sentou-se no chão e puxou uma das caixas. Estava marcada com a palavra “frágil”.

Shingo sentou-se ao lado dele, pronto para continuar ajudando a arrumar tudo no lugar. Assistiu enquanto o rapaz abria a caixa. A primeira coisa que viu, sobre um monte de bugigangas, foi um par de bicicletinhas articuladas. Uma delas, presente de natal do ano passado, era impossível de ser esquecida.

Fukutomi pegou o brinquedo pintado de branco e amarelo e o ergueu para analisar.

— Nessa época você já estava a fim de mim, não estava?

Kinjou ficou cinza. Depois levemente esverdeado. Como Juichi podia perguntar aquele tipo de coisa sem nem ficar corado?! Que cara de pau!

Demorou tanto para responder, que o outro acabou se preocupando.

— Engoliu a língua?

— Claro que não!

— Aa.

Para disfarçar o constrangimento, Kinjou tirou os óculos e começou a limpá-los na barra da camisa.

— Não... nessa época eu ainda achava que podíamos ser apenas amigos. Não sei exatamente quando as coisas começaram a mudar e... está bem, talvez eu me sentisse um pouco confuso no natal. Por que está me pressionando?

Fukutomi ergueu as sobrancelhas diante da reação sem sentido. Entendia que era difícil para alguém descobrir a própria sexualidade. Ele aprendera a se conhecer enquanto crescia. Dar de frente com a possibilidade de apaixonar-se por outro cara devia ser difícil. Colocou o brinquedo de volta na caixa e suspirou.

— Jin me ajudou bastante — Kinjou confessou. Foi a fez de Juichi ficar surpreso.

— Tadokoro?! — não conseguiu imaginar o rapaz que parecia um urso dando conselhos amorosos para quem quer que seja.

— Não se surpreenda. Ele foi mais útil que o Yusuke.

Não. Definitivamente não conseguia criar um cenário em que o Sprinter veterano da Sohoku pudesse ajudar no campo amoroso! Embora, admitisse, seria para sempre grato pela conversa tê-los ajudado a chegar àquela situação. Anuiu afável, apenas observando enquanto Shingo continuava esfregando as lentes, que; mais do que limpas, acabariam com furos daquele jeito!

— E eu não estou pressionando. Mas agora eu vou...

Kinjou ergueu os olhos após ouvir o que Juichi acabara de falar. O rapaz ao seu lado, esperando tal ação, inclinou-se um pouco. O suficiente para que os lábios se encontrassem em um beijo suave que durou três segundos.

Então o ex-Az da Hakone afastou-se um pouquinho, o suficiente para perceber que seu namorado fechara os olhos e se entregara ao momento. Seu namorado. Pensamento que dava um calor agradável ao peito.

Também fechou os olhos e retomou o beijo, de onde parara. Dessa vez encontrou lábios receptivos, que o acolheram bem, dando inicio a uma carícia profunda, íntima. Dois jovens se conhecendo na experiência.

Mal registraram o som dos óculos de Kinjou caindo no chão, quando sua mão os soltou para ir até a nuca de Fukutomi, entrelaçar-se nos fios de cabelo loiro.

A única coisa que importava era o beijo. O primeiro de muitos trocados no decorrer daquela tarde.

EXTRA O2

Quando Kinjou colocava algo na cabeça, nada o fazia desistir. Nem o pior obstáculo de todos. E Fukutomi decidira permanecer ao lado do namorado em todas as situações. Inclusive aquela.

E ali estavam os dois garotos, nervosos, sentados na sala em frente aos pais de Shingo. O ex-Az da Sohoku acabara de contar que eram namorados.

A jovem senhora ficara muito séria. Seu rosto miúdo de boneca não expressava o que ia em seu interior. Os olhos verdes estreitos iam de um para o outro, analisando-os.

— Tomou uma decisão importante, meu filho. Você refletiu bem sobre isso?

— Sim. Bastante tempo — ele sorriu olhando para Juichi, o jovem paciente que esperara o quanto fora necessário para ter os sentimentos correspondidos.

— Não somos levianos, eu garanto — Fukutomi tinha aquele ar grave e maduro que geralmente impressionava os adultos.

Ela colocou uma mão sobre o joelho do marido, um homem muito parecido com Shingo, de cabelos negros curtos e olhos escuros. Ele apenas observava desde que deram a notícia.

— A sociedade japonesa pode ser muito dura com jovens que se atrevem a escolher um caminho diferente do socialmente aceitável. Sabem disso? — a mulher perguntou preocupada.

— Sabemos, mamãe. Estamos prontos para enfrentar qualquer coisa.

— Eu sou forte por nós dois, senhora. Pode confiar seu filho aos meus cuidados — Fukutomi disse.

Shingo olhou feio para ele, sentindo vontade de acertar-lhe um tapa na nuca. Juichi não devia falar como se cortejasse uma garota.

— Hai, hai. Vejo que estão sérios — a mãe de Shingo balançou a cabeça. Então olhou para o esposo — Querido?

O homem cruzou os braços e tornou-se ainda mais soturno, visivelmente considerando o que deveria falar. Quando encontrou as palavras certas, sua voz soou grave.

— Não posso dizer que era o que eu esperava — foi dizendo — Porque meu pensamento se moldou pelas regras sociais. Mas você é um bom filho e só me trouxe orgulho. Não tenho direito de julgar suas escolhas.

A jovem senhora sorriu satisfeita com o que ouvira. Tanto Juichi quando Shingo pareceram aliviados com aquela benção.

— Obrigado pela compreensão.

— Não diga isso, Shincchan. Nós ficamos orgulhosos por termos criado um filho com coragem para sentar-se em frente aos pais e conversar sobre qualquer assunto. Significa que nossa família tem confiança e vínculos fortes. E se Juicchan veio com você significa que é um jovem de valor — ela ficou em pé — Espero que fique para almoçar com a gente.

— Aceito e agradeço o convite. E suas palavras — Fukutomi reverenciou de leve.

Ela respondeu à vênia e seguiu para cozinha com seus passinhos graciosos.

Kinjou san alcançou o controle remoto e ligou a TV, zapeando os canais até chegar a um programa esportivo. Então relaxou no sofá e lançou um olhar divertido para os dois adolescentes.

— Conhecer os pais do seu namorado é fácil — ele disse para Fukutomi — Quero ver se o amor continua quando você conhecer os gêmeos... aqueles pestinhas.

Shingo riu um pouco, os garotos não tinham feito um estrago apenas no seu quarto. A brincadeira era o jeito de seu pai recepcionar Juichi, já que a situação era atípica e inesperada. Seus pais eram incríveis.

— Da próxima vez vamos conhecer meus pais — Fukutomi aproveitou que o pai de Kinjou distraia-se com o programa e segurou sua mão, disfarçadamente, antes de sussurrar as palavras, fazendo com que ele tivesse um mini-infarto. Pelo visto as emoções estavam apenas começando. De um jeito muito bom, diga-se de passagem. Que os deuses continuassem abençoando aquela relação.

EXTRA 03

Arakita entrou na sala do clube bebendo água gelada em sua garrafinha. Passara um bom tempo dando umas voltas de bicicleta pelos já conhecidos arredores de Yonan. O lugar era imenso!

Não foi surpresa encontrar Kinjou por lá, o ex-capitão da Sohoku e seu antigo rival. Quem diria que se tornariam companheiros de equipe? Dois dos seis novatos que entraram para o time da faculdade.

— Yo — cumprimentou sentando-se na cadeira em frente a ele.

— Yo — Shingo respondeu, sem erguer os olhos da caderneta, apesar da página permanecer em branco.

Não demorou mais que dois minutos para Arakita perceber que algo estava errado. O rapaz a sua frente batia a ponta da caneta na folha repetitivamente e o som de seu tênis indicava que também batia o pé contra o chão, uma forma de demonstrar ansiedade.

— Qual o seu problema? Ta incomodando — resmungou.

— An? Ah, suman — ficou quieto, largando a caneta sobre a mesa.

— Aconteceu alguma coisa?

— Não, nada relativo ao clube — Kinjou desconversou, pouco disposto a entrar em detalhes.

— Hum... só pode ser sobre Fuku chan então — Yasutomo deduziu, surpreendendo Shingo — Brigaram?

— Não.

— Fuku chan deu em cima de uma garota? Não, esqueça essa pergunta. Ele não o tipo de homem que faria isso — então enviou um olhar ameaçador para o outro rapaz — Você deu em cima de uma garota?

Shingo ergueu as sobrancelhas. Qual o problema dos caras da Hakone? Eles não tinham vergonha alguma com assuntos embaraçosos?

— Não, claro que não — o próprio Arakita respondeu, só de olhar para Kinjou podia ver que era o senhor Corretinho.

— É coisa pessoal.

Yasutomo deu um gole na água.

— Entendi. E não somos íntimos o bastante para você confiar em mim.

— Não é isso, é que...

— Eu conheço Fuku chan mais tempo do que você, Sohoku. Posso te dar um bom conselho se confiar em mim. Mas se acha que pode resolver sozinho azar o seu.

— Não quis te ofender. Sei que são bons amigos e se conhecem desde o começo do Colegial.

— Então me deixa te ajudar com o problema.

Kinjou mexeu-se desconfortável na cadeira. Que cara insistente!

— Obrigado, mas...

— OE! Desembucha, cacete. Se vocês dois estão juntos então teremos que ser amigos também. Além disso, estamos na mesma equipe. Cadê a confiança?

— Não tenho certeza se entendi a sua lógica.

— Sou bom dando conselhos.

Kinjou respirou fundo e seu deu por vencido. O outro parecia disposto a insistir até o apocalipse. E, na verdade, talvez conseguisse alguma ajuda para espantar aquele fantasma que andava tirando seu sono durante a noite. Observou enquanto Arakita levava a garrafinha aos lábios dando um longo gole.

— Hum... eu andei pensando... mais cedo ou mais tarde Juichi e eu teremos que fazer sexo e...

Arakita cuspiu a água. Literalmente deu um banho em Kinjou.

—...

— OE! Não acredito que era isso que você ia falar! Que horror! Não quero imagens mentais do meu melhor amigo fazendo... esquece. Tarde demais!! Desgraça!!

O ex-capitão da Sohoku passou as costas da mão pela face, tentando secá-la.

— Você insistiu em saber.

— Shhh — Arakita fez uma careta — Morre o assunto aqui.

Aceitando a imposição, Kinjou calou-se. Alguns segundos depois estava batendo a ponta da caneta na caderneta outra vez, perdido em pensamentos. Yasutomo olhou para ele, meio penalizado. Respirou fundo, enchendo-se de coragem.

— Oe — chamou-lhe a atenção. Assim que os olhos verdes fixaram-se em si, corou um pouco antes de continuar — Relaxa, caralho. Essas coisas acontecem naturalmente. Não fica encucando. Tenta pensar em outra coisa.

— Aa — aceitou o convite mesmo sabendo que falar era mais fácil do que fazer.

Yasutomo corou mais forte.

— E deixa “aquilo” pra depois da primeira fase dos Regionais — soou misterioso desviando os olhos — Acho que vai ser difícil sentar direito na seleta. Juichi é meio grande...

— EE?!! — Kinjou sentiu como se a face tivesse se incendiado. Que raio de recomendação era aquela?!

Mas antes que o assunto continuasse ouviram vozes se aproximando. O capitão da equipe chegava junto com o Climber e a auxiliar da equipe. Isso salvou Shingo do tema constrangedor, mas não de seus próprios pensamentos.

Ao invés de ajuda, Arakita só tinha piorado a situação!! Pobre de seu coração... não ia agüentar tanta angustia e ansiedade.


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Notas finais do capítulo

O inverno chegou e eu não digitei o lemon, haha!

Bem, vou finalizar aqui! Obrigada pela companhia, obrigada para quem comentou! Dividir a paixão por um fandom tão pequeno é maravilhoso, notamos que não estamos sozinhas no navio haha.

Se sair o lemon eu posto como uma história separada!

Abraços e até uma próxima!



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