Annabeth

Já eram 14h00min quando eu saí do emprego, a Olive saía as 14h30min da escola e eu tinha que ir busca-la. Quando cheguei reparei que a campainha ainda não tinha tocado por isso esperei dentro do meu carro. Enquanto esperava veio-me lembranças da Olive - ou Liv - como ela preferia que a chamássemos, lembrei-me no dia que ela nasceu fora o dia mais duro e feliz da minha vida, lembrei-me do primeiro choro dela nos meus braços, depois a primeira vez que ela me chamou de “mamãe”.

Apesar de nunca ter conhecido o pai, a Liv nunca se importou, ela sabia que tinha gente que a adorava como eu, os meus amigos Piper, Silena, Hazel, Peter, Lee... e Tália a minha prima, ela adorava a Liv, e a Liv também adorava a tia Tália – ri com este pensamento, pois me veio logo á cabeça um episodio que se passou há alguns meses, tínha-mo-nos acabado de mudar de casa e Liv encontrou uns álbuns de fotografias da altura em que eu andava na faculdade. Ela vira fotos de mim e da tia Tália quando éramos mais novas, e queria imitar o estilo Punk que Tália tinha na altura (apesar de Actualmente ela ainda usar muito o preto, e ter um ou dois piercings nas orelhas). Lembro-me de estar na sala completamente estafada por causa da mudança quando reparei que Liv estava parada á minha frente com roupas escuras e os lábios pintados de preto. Eu em vez de desatar aos berros por causa daquele estilo comecei a gargalhar… chamei Tália para que viesse ter connosco á nossa casa e quando ela se deparou com aquilo teve a mesma reacção que eu… gargalhou nessa tarde Tália contou a Liv todos os momentos que tínhamos passado juntas.

Olhei para o relógio do meu pulso e reparei que faltava menos de um minuto para a campainha da escola começar a tocar, saí do carro e fui directo para a portaria do edifício escolar. Como eu previ o toque soou passados uns segundos, avistei a Liv a sair do edifício e correr assim que me viu, ela herdara os cabelos cor de caramelo do pai mas possuía algumas madeixas louras, Os seus olhos eram cinza como os meus. Ela tinha um estilo muito próprio e descontraído, ao contrario das outras meninas que gostavam de tiaras e vestidos, Liv adorava usar roupas mais modernas, não gostava de cor de rosa, mas sim azul ou laranja, e de vez em quando até o preto.

Esta é como seria a filha da Annabeth com cabelos loiros e olhos cinza

– Mãe! – ela gritara e abraçou-me.

– Olá meu amor – eu peguei ao colo e conduzia-a até ao carro – como correu a escola?

– Muito bem, olha mãe, já recebi aquele teste dos reis.

– Assim e correu bem?

– Sim, acertei em todos, mas também aquilo é fácil…

Sentei-a no assento de elevação preso no banco traseiro e apertei o sinto em volta da sua cintura. E depois voltei para o banco do condutor e comecei a voltar para casa.

– Mãe?

– Diz meu amor?

– Podemos depois ir ver a tia Tália?

– Claro, querida, aliás, ela vai hoje a nossa casa jantar.

– Boa, olha tu não vais trabalhar mais hoje, pois não?

– Não meu amor, até ao final da próxima semana a mãe trabalha apenas de manhã querida.

– Boa! Mãe?

– Sim meu amor? – suspirei.

– Hoje podemos passar na loja de livros, é que tu prometeste se eu tirasse boa nota no exame eu tu compravas-me uma prenda e eu quero um livro.

– Tudo bem meu amor nós vamos lá agora.

A loja ficava no centro do Shoping por isso estacionei e peguei Liv pela mãe. Entrámos e subimos nas escadas rolantes, até ao andar da loja de livros. Estávamos prestes a entrar quando ouvi alguém gritar o meu nome.

– Annabeth?! - Eu virei-me e vi que Tália corria em direção a mim com um monte de sacos na mão.

– Tália! – Ela abraçou-me – que estás aqui a fazer?

– Então como tu me convidaste a jantar em vossa casa, eu quis tratar da comida – disse ela levantando os sacos.

– Fize o que vamos comer? – Liv perguntou a Tália.

– Isso princesa é surpresa! E como estás meu amor – disse Tália abraçando Liv.

– Eu estou bem! – ela sorriu – Mãe, se quiseres eu posso entrar na loja e tu ficas a conversar com a tia Tália.

– Muito bem querida mas eu fico ao pé do balcão ok meu amor?

– Ok então vamos, para depois eu sempre quero ver a Tia Tália a cozinhar, pois eu sei que ela nem um ovo sabe estrelar – ela sorriu e entrou na loja.

– Olha a pirralha! – Tália disse sorrindo e entramos na loja e ficamos a olha-la enquanto ela escolhia um livro para ler. – Vê-se mesmo que ela é tua filha, não digo nos olhos ou pelos cabelos.

– Então? – perguntei confusa.

– Sinceramente ela é uma marrona que devora livros – Tália desatou a gargalhar e eu ri também. – de facto era verdade ela era exactamente igual a mim quando era mais nova.

– É mesmo, adora ler, é esperta, toca piano…

– Quase não se nota os traços do pai – Tália sussurrou.

– Tens razão, ela tem muitas poucas semelhanças com o Luke.

– E como ela está? Como ela faz 9 anos daqui uma semana tinha medo que ela estivesse um pouco triste por o pai não lhe visitar. – Tália indagou

– Apesar de se fazer de forte ela sente falta de uma figura paterna na vida dela, e isso afecta-a muito quer queira quer não, ela até me pediu para não fazer festa de anos…

– Serio? Bem podemos não fazer festa de anos, mas eu quero mimar a minha sobrinha nos anos dela. – eu olhei para ela espantada – O que foi? Sou uma tia babada.

Eu ri e vi que ela vinha na minha direcção com um Livro nas mãos.

– Mãe! Quero este! – ela veio na minha direcção.

– E qual é meu amor=

– O Código de Da Vinci do Dan Brown.

– Tal mãe tal filha… marronas e devoradoras de livros. – Tália suspirou alto e começámos-nos a rir.