Eu nunca disse adeus escrita por steymes, PatStew


Capítulo 1
Agora pra sempre...


Notas iniciais do capítulo

Oneshot inspirada na do Capital Inicial- Eu nunca disse adeus. Os personagens pertencem à Stephenie Meyer



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Olho preto esfumaçado para realçar meus olhos verdes, meu jeans rasgado favorito, camiseta branca nova e um tênis vermelho. E assim eu estava pronta para sair, ouvir uma música ao vivo e beber, beber muito, não porque estava com algum problema ou precisasse afogar as magoas de algum namorado canalha. Não. Só beber.

Entrei no meu carro e dirigi até o bar menos porco do meu bairro. Estacionei o carro na esquina ao lado e desci em direção ao famoso BlackBeer, ele fazia o estilo PUB então eu tinha certeza que não apareceria nenhum babaca bêbado dando em cima de mim. Havia uma lousa pequena na entrada com o nome de quem iria se apresentar escrito com giz, mas não me importava muito. Entrei e me sentei na ponta do balcão, a mais próxima do palco, porém de costas para ele. O rapaz que cantava, e tocava violão, tinha uma voz grave com um sotaque britânico muito forte, extremamente sensual. Não me virei para vê-lo, estava encantada com sua voz e virar para ver seu rosto era um risco que eu correria de quebrar o encanto e ser um velho gordo barbudo cantando. Naquele momento eu o imaginava como um rapaz alto, magro porém levemente definido, cabelo loiro escuro, olhos de um azul quase cinza com cílios enormes, mandíbula quadrada, e um sorriso torto altamente sexy. Sua voz rouca conduzia copos e mais copos de cider*. E assim que o show acabou haviam cerca de sete copos vazios na minha frente. Olhei espantada e percebi que estava na hora de eu ir embora, me levantei mas o mundo girou, tropecei mas antes que eu pudesse cair mãos grandes me seguraram.

*Bebida tradicional inglesa,fermentada feita de suco de maçã, também servida em copos de “a pint” ou “a half“. Dizem que é a bebida preferida do Príncipe William e, apesar do nome, não tem muito a ver com a nossa Sidra, espécie de espumante barato que aparece nos supermercados na época do Natal. A sidra inglesa tem um teor alcóolico maior que o da cerveja e não é carbonatada.

—Não acho que é seguro você dirigir assim. –a mesma voz rouca do show–

Sentei-me abaixando a cabeça e tentando recuperar o equilíbrio.

—Como sabe que estou dirigindo? –disparei ainda de cabeça baixa–

—As chaves na sua mão dão uma dica. dava pra ouvir o riso em sua voz.

—Como sabe que eu não estou sobrea?

—Os sete copos vazios na sua frente e sua falta de equilíbrio dão outra dica.

—Droga, você é bom! –após recuperar a noção de espaço e de equilíbrio levantei a cabeça e me virei para encará-lo. Puta merda! Ele era exatamente como eu havia imaginado o rapaz que estava cantando–

—Não exatamente. –sorriu de cabeça baixa– Posso me sentar? –disse apontando para o banco ao meu lado–

Caramba ele era realmente lindo, que olhos! Que voz! Que boca!

—Oi?! Você esta aí? –disse enquanto passava a mão em frente ao meu rosto–

—Ah sim, o que disse? –balancei a cabeça, droga eu estava babando por ele e ele havia percebido!–

—Posso me sentar? –repetiu arqueando as sobrancelhas–

—Claro! –respondi entusiasmada, talvez um pouco demais, ele riu e sentou-se ao meu lado– E aí? O que você tá fazendo aqui? –continuei–

—Vim cantar um pouco, acabei de terminar. Você estava de costas para mim.

—Ah sim! A voz rouca e sexy. –puta que pariu não acredito que eu falei isso–

Ele olhou pra mim gargalhando e eu me derreti.

—Suponho que sim.

—Você vem sempre aqui? –o que? Eu tinha que tentar pelo menos.–

—Sim, eu sempre venho cantar aqui, é relaxante.

—Acho que eu virei mais vezes aqui então.– mandei meu melhor sorriso sexy pra ele, afinal eu queria dormir onde ele mora – Vem, me acompanhe em mais uma Cider, estou com sede.

—Tenho certeza que o dono apreciaria seus dólares gastos, mas não acho que mais uma dose irá matar a sua sede.

Chamei o garçom que se ocupava lavando alguns pares de copos e pedi mais um pint, e ele rapidamente me entregou.

—Conhece o dono daqui?

—Prazer, dono do PUB. – enquanto eu virava quase metade do copo de uma só vez ele estendeu sua linda mão com longos e finos dedos. Deus! Imagina isso na minha cintura enquanto sua boca percorre a minha. Imagina o poder que eles tem!–

—O prazer é todo meu. E eu sou a Bella, na verdade é Isabella, mas eu prefiro Bella, é porque é muito grande, sabe? Eu já perguntei pra minha mãe pra que um nome tão grande, ela diz que não é muito, que é um nome normal, e que foi meu pai quem escolheu. Mas eu acho grande, por isso que eu falo que meu nome é Bella. Na verdade, eu vou mudar meu nome, vou entrar na justiça e deixar só Bella, minha mãe não vai gostar, mas fazer o que? O nome é meu, sou eu quem sofro...

POV EDWARD

—... O nome é meu, sou eu quem sofre as consequências. Cara! –ela quase gritou pulando no banco– Você não tem noção de como é ruim ter um nome grande. Por isso que eu vou trocar, quer dizer, quando sobrar dinheiro pra fazer isso, porque você sabe né? – de repente ela parou e pediu pra Benjamin outro pint, ela nem tinha terminado o anterior ainda, assim que ele a entregou ela virou o rosto de volta para mim e continuou divagando sobre o seu nome – Hoje em dia é tudo muito caro, não que eu seja pobre, mas tá difícil de viver. Principalmente com o nome gigantesco que só atrapalha minha vida. Você não tem noção porque seu nome não deve ser tão grande, mas olha vou te contar é horrível.

Eu me peguei rindo dela e de toda sua história sobre seu nome, e eu nem tinha contado a ela o meu.

—Ok Bella. Já entendi que seu nome é muito comprido. Que tal você largar esse copo e me deixar te levar pra casa?

—Hmm. Você quer ir pra minha casa, delícia? – juro que ela tentou fazer uma cara sexy, mas estava tão bêbada que o que saiu foi uma careta. – Eu não ligo de mostrar minha casa pra você, minha cama é maravilhosa, eu também, ou então você pode me mostrar a sua, que tal?! –disse aceleradamente–

—Não, Bella, estou tentando mantê-la a salvo, porque sã você já não está á um bom tempo.

—Magina! Eu estou ótima, posso te provar se quiser!

—Sim, estou vendo que você está ótima. –falei quando meus olhos percorreram seu corpo. Droga! Ela era fodidamente gostosa!–

— Mas e então, Sr. Dono do PUB, o que você gosta de fazer?

—Bella, você está bêbada, acho melhor ir pra casa..

—Não! qual é? Vamos bater um papo aqui. Você está parecendo um chato!

E lá se vai mais outro copo.

—Tudo bem, Bella. Sobre o que você quer conversar? – talvez se eu a mantivesse falando, ela beberia menos–

Ela olhou pra mim com os olhos meio nublados, porém brilhantes e sorriu.

—Já que estamos em um PUB com música ao vivo, qual o seu artista favorito?

—Kings Of Leon, com toda a certeza.

— …You know that I could use somebody! Someone like you, and all you know, and how you speak.. – ela cantarolou lançando um sorriso sexy em minha direção, e eu tinha que admitir, ela me atraía. Muito–

—Sim, adoro essa música, sempre canto ela aqui. –sorri de lado, a voz dela era realmente boa–

—E que tal Foo Fighters? – ela sorriu pra mim– Ooh look at me in a Cadillac. You can play in a convertible, child! I've never been driven baby you're the first, come on baby drive me wild, ooh…

Por mais que estivesse extremamente bêbada ela ainda cantava bem, lembrava da letra da música e conseguia escolher as músicas à dedo para, aparentemente, dar em cima de mim. Ri do meu pensamento.

—O que foi? Não canto tão bem quanto você, mas nem todos nós temos uma voz fodidamente sexy. –disse passando o dedo pela borda do copo à sua frente–

—Desculpe, não quis te ofender, Bella.

—Só porque você acha que eu canto mal vou beber outra dose. – claro, como se ela já não tivesse bebido o suficiente– Garçom! Dois pints por favor!

—Eu não quero Bella, obrigada.

—Quem disse que é pra você?

—Não acha que já bebeu demais?

—Eu vou pagar, Sr. Dono do Pub. –disse se inclinando em minha direção–

—Só não acho que você queira acabar vomitando todos esses pints

—Relaxa! Sou forte pra bebidas – ela disse piscando um olho pra mim – Sou boa em outras coisas também.

Eu apenas gargalhei, pessoas bêbadas não tinham noção do que faziam. Não sei por que, mas tenho certeza de que se ela estivesse sóbria não diria metade das coisas que me disse.

—… I just can't get you out of my head! Boy your love is all I think about! I just can't get you out of my head! Boy it's more than I dare to think about… – ela voltou a cantarolar e rapidamente reconheci a música mesmo ela fugindo um pouco do ritmo.

—Sério? De Foo Fighters à Kylie Minogue? – ela me olhou frazindo o cenho–

—Kylie quem?

—Kylie Minogue, a dona da música que você está cantando.

—Não viaja Dono do Pub, isso é Coldplay. – seus olhos estavam caídos, e ela falava tudo embaraçado e lento.

—Tudo bem, você definitivamente não está bem, me dê o seu endereço e eu vou te levar pra casa.

—Quer me levar pra casa? E o que nós faremos lá? – ela lutava para ficar de olhos abertos. –

—Você provavelmente chegará dormindo, e amanhã acordará com uma puta...

—Não, muito obrigada, mas eu gosto de homens. De preferência altos, loiros, com os olhos azuis, com a voz rouca...

—Você não me deixou terminar – eu disse rindo – Eu ia dizer que você vai acordar com uma puta dor de cabeça.

—Não senhor – ela disse arrastado–

—Você vai acabar se arrependendo disso tudo amanhã.

—Faça eu não me arrepender. – ela arqueou as sobrancelhas duas vezes, mas seus olhos estavam tão caídos que acabou virando uma careta, e eu gargalhei de novo.

—Você é muito engraçada Bella.

—Eu aqui flertando e você rindo da minha sensualidade. Assim não dá – virou-se e pediu mais uma bebida, eu já havia perdido a conta de quantas ela já havia tomado, mas julgando pelo seu estado foram algumas muitas. –

Ela ficou em silêncio tomando mais alguns goles e eu fiquei apenas a observando. Ela deitou a cabeça na mesa e passou a rir sozinha, definitivamente eu tinha de arrancar o endereço dela e levá-la pra casa. Decidi entrar no jogo.

—Tudo bem, Bella. Diga-me o seu endereço, e nós vamos para a sua casa.

Ela levantou a cabeça violentamente do balcão.

—Sério? –disse com um sorriso largo. Ela era realmente linda–

—Sim, sério. –falei sorrindo – Vamos me dê seu endereço.

Ela falou rapidamente, e eu quase não entendi. Avisei a Benjamin que sua conta era por conta da casa, pegamos suas coisas e eu praticamente a carreguei até meu carro, quando acordasse ela poderia vir até aqui e pegar o seu carro. Ela foi balbuciando coisas no caminho até o carro que eu desisti de entender logo no começo.

— And there's times you'd long to be her but to be her is surely blinding! She's on fire! She's on fire! She's on to me… And I'm over me! She's on fire –

Ela continuou cantarolando até que caiu em um sono pesado.

POV Bella

O sol invadia a janela e parecia bater em mim com luvas de boxe. Eu estava na cama, de roupa, aliás com a roupa que eu saí ontem. Oh céus! Isso não é nada bom, quer dizer, eu não trouxe ninguém para passar a noite comigo. Levantei-me, arranquei meu jeans fora e fui até o banheiro. Eu não lembrava de muito, mas eu definitivamente tinha saído, à jugar pela minha maquiagem, e não tinha sido para a casa de uma amiga. Tomei um banho rápido, vesti uma calça moletom velha e um top de academia. Sentei na cama e assim que voltei a deitar vi que as chaves do meu carro estavam no criado mudo, corri para a janela, mas ele não estava na garagem.

—Merda! Merda! Merda! –gritei descendo as escadas em direção à garagem– Eu não acredito! Roubaram a porra do meu carro!

Andei em círculos pela garagem até perceber que não tinham roubado meu carro, as chaves estavam comigo, isso era impossível de acontecer. Mas então que merda aconteceu com ele? Voltei para o meu quarto e sentei na cama.

—Ok, vamos lá então. O carro não esta na garagem, mas a chave esta comigo. Eu saí para beber ontem, então provavelmente voltei de táxi e deixei o carro lá. Mas para onde eu fui? Para onde? –apoiei minha cabeça entre minhas mãos– A voz deliciosa! O PUB! Eu fui pra lá!

Peguei as chaves, coloquei meus chinelos e disparei pra rua. Na metade do caminho já estava longe demais, e nem dinheiro para um táxi eu tinha pegado. Merda! Decidi então tentar lembrar o que tinha acontecido, mas tudo que eu lembrava eram de flashes. Música ao vivo, voz rouca, olhos azuis, maxilar quadrado, sorriso torto. Droga! Esse rapaz era fodidamente lindo! Porque eu não trouxe ele pra casa? Eu devia estar muito bêbada mesmo.

Assim que cheguei à esquina do bar e vi meu carro estacionado um alivio me atingiu. Entrei no carro e liguei o ar no ultimo volume, ele tinha passado o começo da manhã no sol e estava um forno dentro dele. Coloquei a chave no contato, mas antes que eu pudesse dar partida no carro meu estômago roncou. Droga! Eu não tinha tomado café, andei muito e estava morrendo de fome. Revirei o porta-malas à procura de alguns trocados.

—Dez dólares. Yay!

Peguei o dinheiro do jeito que estava e pulei do carro. Disparei porta adentro e instantaneamente lembrei-me do cenário. Corri para o último banco do balcão, o mais perto do palco e torci para me lembrar de algo.

—Vocês tem algo para comer quando se anda demais sem tomar café porque esqueceu o carro no bar? –perguntei ao garçom que sorriu–

—Temos sim. The Queen"s Head, Kia Ora…

—Kia Ora, por favor.

—E para beber?

—Um copo d’agua está ótimo! –depois do trauma de ver aquele Deus grego e não tê-lo levado para a minha casa, eu me manteria sobrea por um bom tempo.–

—Também temos café. –disse uma voz rouca surgindo atrás de mim–

Eu conhecia essa voz, me virei para confirmar e sim! Era ele! O rapaz de ontem à noite. Oh meu Deus! Ele era tão lindo, mais lindo do que nas minhas lembranças turvas da noite passada.

—Então um café, por favor. –me virei para o garçom para refazer o pedido–

—Posso me sentar? –disse o rapaz apontando para o banco vazio do meu lado–

Santo Déjà vu!

—Claro. –falei sorrindo. Santo Deus como ele era lindo!–

—E então como está se sentindo? –sorriu para mim–Cerrei os olhos.

—Como assim?

—Bom, você não estava muito bem ontem e eu...

—Puta merda! Você quem me levou pra casa? –gritei pulando do banco–Droga! Se eu não me lembro disso eu devia realmente estar muito grog. Porra Bella! Como assim você se acaba de beber e perde a chance de levar essa delícia pra sua casa?!

—Sim fui eu. –disse entre uma risada baixa–

Era ele então! Meu Deus! Eu tinha que fazer alguma coisa, tinha que concertar a imagem que ele devia ter ficado de mim e com toda certeza tinha que morder aqueles lábios.

—Nossa, você deve estar com uma imagem horrível de mim. –falei me sentando novamente no banco e mordendo o meu Kia Ora–

—Na verdade não, você é bem divertida, nada à reclamar.

—Com divertida você quer dizer sem noção né?Rimos juntos. Deus! A risada dele era maravilhosa. Com toda certeza, eu tinha que ter aquele homem pra mim.

—Não, não. Divertida mesmo. –disse no final da risada–

—Deve ter sido bem engraçado mesmo, quando eu acordei tudo que eu lembrava era dos seus.... –fui interrompida pela chega de uma mulher baixinha, de cabelos negros e curtos–

—Ah Bella, essa é a minha namorada, Alice. Alice, essa é Bella, aquela sobre qual te falei ontem.

—Ah sim, muito prazer Bella. –ela estendeu a mão para mim–Fitei aquelas mãos pequenas e imediatamente as imaginei percorrendo o corpo dele, agarrando o cabelo que era para eu agarrar.

—Olá. –respondi com um sorriso forçado– Eu preciso ir. Obrigada por tudo. Depois eu volto para acertar meus gastos de ontem. –me levantei jogando o dinheiro no balcão–

—Não Bella, não preci...

—Eu faço questão. –respondi rispidamente–

Saí quase correndo e entrei no meu carro. Droga! Ele tinha uma namorada. A merda de uma namorada. Eu não o teria de forma alguma. Mas eu ainda o queria selvagemente.

Voltei para casa ainda inconformada e desejando que tudo que eu me lembrava da noite passada fosse criação da minha imaginação e ele não tinha sido um cavalheiro.

Na verdade, ele tinha dado em cima de mim, nós nos agarramos e transamos no banheiro do bar. Ele me levou para casa porque eu fiquei falando como eu iria morrer se fosse dirigir. Ele perdeu a paciência e me levou.

Isso. Ótimo, ele era um porco como todos os outros. Mas algo me dizia que isso não ia funcionar, que eu ainda me lembraria de tudo por um bom tempo, ainda ficaria incomodado com o fato daquela anã beijar a boca que eu deveria beijar.

E principalmente, que nem tão cedo eu diria adeus.


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