Além das Dunas Brancas escrita por Shalashaska


Capítulo 4
As Duas Crianças do Palácio


Notas iniciais do capítulo

CHEGUEI.
Galera, desculpa. De novo.
Não gosto de atrasar os capítulos, mas parece que a Lei de Murphy anda me pegando. Vou poupá-los da epopeia dessas duas semanas, então resumindo, escrevi efetivamente hoje e ontem. Reescrevi porque achei ruim, e agora estou aqui =D
Como demorei para postar, mando um capítulo maior que os anteriores e com algumas informações que acredito que vocês se perguntaram, e preparo terreno para coisas que estão por vir. Confesso que, de novo, que é mais parado. Originalmente o capítulo era ainda maior, mas decidi não judiar dos olhinhos de vocês e cortei em dois. O próximo terá mais ação, prometo.
Dedico à todas as minhas leitoras - e leitores -, em especial a Gabi Lords, pelo carinho e pela correção.



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Duas negras silhuetas vagavam sob a luz âmbar do horizonte: jovens montados em seus respectivos dromedários, buscando o lugar mais arriscado para pernoitar, longe de um oásis e preferencialmente no vale entre dunas altas, onde o vento poderia derrubar quilos de areia sobre eles enquanto dormiam.

Pessoas ajuizadas não ousariam procurá-los lá, nem mesmo mercadores enfurecidos.

– Um bando de velhos não iria tão longe por causa de dois ladrões. – Raed disse, reafirmando a sua ideia de fuga enquanto apertava os olhos para o cenário.

A tarde tornava-se noite, cada hora ficava mais escura e fria que a outra, mas ainda estavam muito expostos para acender o fogo. As chamas os denunciariam bem rápido, mesmo que o ladrão duvidasse que a Corcova Azul estivesse tão desesperada à ponto de caçá-los. Pelo o que se lembrava, não passavam de criadores orgulhosos em seu pedaço de terra: um monte fértil e abençoado, onde os antigos nômades construíram uma cidade inteira em azul e ainda cultivavam a tradição ancestral dos negócios e dos animais. De um povo errante a uma elite de mercadores.

Raed desdenhava do desejo de vingança deles, pois tinham muito do quê desfrutar a despeito de um pequeno furto.

– Não por causa de dois ladrões. – O aprendiz notou o tom abrasivo do outro e logo o seu gesto característico se fez por instinto: suas sobrancelhas se arquearam. Tinha consciência de que era um erro subestimá-los, no entanto não culpou seu amigo. Havia muito que ele não sabia. – Mas por causa de dois dromedários, sendo um fêmea e um traidor e um ladrão, sim. Eles virão até nós.

Por que ele sempre tem que estragar a graça das coisas?” O trapaceiro bufou em frustração, pois queria que Kadar relaxasse logo. Conseguiram se encontrar depois de tantos anos e só se preocupariam em escapar de anciãos arrogantes? Não, nem podia pensar em tamanho tédio e por isso até trotava mais à frente para escapar de sermões.

De qualquer forma, seguiu os conselhos do amigo.

–Lá. – Ele apontou para frente. - Só mais alguns metros e podemos descansar.

Ver o rosto do jovem comerciante não foi necessário para sentir sua reação: bastou ouvir o seu engasgo e o alarme de sua voz.

– Lá? Você disse que precisava de um lugar meio suicida, mas não de uma cova. Nós vamos morrer.

– Areia ou velhotes. Você decide. – Raed chacoalhou os ombros e rumou para o buraco que indicara, entre dois montes que mais pareciam verdadeiras pirâmides.

Ainda era possível enxergá-lo na dianteira, uma sombra indistinta se movendo no fundo que também se escurecia. Minutos se passaram depois de vê-lo partir e Kadar regia sua montaria num ritmo lento, pois não guardava nenhuma ansiedade pela morte ou expectativas além dela.

Aliás, não tinha expectativa alguma, ou ao menos não depois de tudo o que fizera numa só tarde.

– Eu não sei se te mato ou te abraço. – Ele disse para o nada, como se a brisa carregasse suas palavras até os ouvidos de Raed e lhe desse uma lição afinal. Talvez só o sobrenatural colocasse um pouco de juízo naquela cabeça. Malah, o dromedário fêmea, grunhiu desanimada, concordando com seu dono. – E geralmente é essa a questão que eu tenho em relação a você.

Kadar suspirou, vencido mais uma vez por Raed, e guiou Malah o mais rápido que pôde. Não queria perder seu amigo de vista.

Não queria repetir a mesma cena que acontecera anos atrás.

–••–••–••–••–••–••–••–••–••–••–••–••–••–••–••–••–••–••–••–••

O rosto de ladrão estava banhado em tons de laranja e amarelo, e sua expressão morna atiçava a curiosidade de seu amigo, o qual observava-o, tentando avistar todos os anos que o separaram. Ele encarava um homem, mas não podia deixar de se lembrar do menino. Por sua vez, Raed notou o olhar atento de Kadar, que exibia o hábito que ambos aprenderam quando crianças: a percepção; ver as pessoas através das máscaras que usam. Era necessário decifrar breves ações e posturas para sobreviver; um mero sorriso de lado, apertar de lábios e coçar o queixo ou o nariz entregava aquilo que muitos escondem, embora nada fosse tão revelador quanto os olhos.

Olhos podiam revelar a imagem de uma mão estendida ou fechada, de muros e facas, de poços, nuvens, sóis e abismos.

Para Raed, as íris castanhas do jovem mercador sempre emolduraram uma porta de madeira aberta, convidativa. Questionava-se então o que seu amigo via quando mirava em seu rosto, pois sempre que enfrentava seu reflexo no espelho ou na água, não enxergava nada.
Não perguntou. Fingiu que estar concentrado no fogo à sua frente, improvisado com pedaços de tamareiras e óleo para lamparinas, e cutucou as labaredas com sua espada para avivá-las.

Essa atmosfera era conhecida.

O breu total, o ar infestado de ventos e estrelas. O calor das chamas, com sua luz fragmentada que rasteja até as tendas e tinge tudo de âmbar. Dois viajantes ao redor da fogueira. Não demoraria para que histórias e lembranças escapassem de suas cabeças e rolassem diáfanas pela língua, subindo ao céu como fumaça.

Com todas as forças que possuía, o ladrão desejava que Kadar ignorasse tal clima e desabasse logo no sono, mas sua atenção foi roubada por um riso suspirado de seu amigo.

“Ah, não.”

– É difícil acreditar que está vivo. – Ele confessou, passando a mão pelo rosto. Estava cansado, sonolento, e a visão de Raed diante de si mais parecia um sonho acordado, uma alucinação. Ainda assim, encontrara um modo para achar graça disso tudo.

– Também acho. – O outro respondeu quase num sussurro, dividido entre memórias e o medo que outras mais viessem à tona. Encarou desesperado para sua bolsa, pedindo mentalmente que Alethia o ajudasse, porém aquela sensação fria de conforto que acontecera há horas atrás não veio.

Estava realmente sozinho.

– Quero dizer... Da última vez que eu o vi, pensei que estivesse – A brisa se transformou num uivo feroz, quase apagando o fogo e cortando a voz de Kadar. O mercador então parou. A palavra recusava sair de sua garganta, e ele afinal percebera o tom sombrio que as recordações possuíam.

– Morto.

– É. – Os dois suspiraram. – Morto.

Raed virou-se, simulando despreocupadamente pegar seu cantil de água, a fim de evitar mais olhares de Kadar. Ele sabia que seu irmão, seu quase irmão, focava em sua testa, adivinhando se havia uma cicatriz por de baixo da franja desarrumada.

Havia.

Uma marca um tom mais claro do que sua tez, um risco irregular na diagonal bem no centro da testa. A ferida permanente daquela tarde em seu reino natal.

Só anos mais tarde juntou fatos que construíssem ao certo a cena que acontecera, pois tudo o que vira era confuso demais, tumultuado demais para que entendesse aos doze anos de idade.

A manhã começara com qualquer outra, mas era o início da Queda de Sundara.

Apesar do clima pesado no palácio, o franzino Raed aproveitara a oportunidade para desobedecer a sua mãe. Claro que não era a primeira vez que ele saia escondido, mas ele nunca vira tudo tão vazio e silencioso, de modo que sua caminhada típica pelos salões e jardins pudesse ser muito mais tranquila. Não teria de fugir dos guardas e nem dos outros criados que não o deixavam passear, preocupados pela possibilidade dele topar com a comitiva da rainha e a própria.

Na verdade, o menino não viu um único soldado, com aquelas roupas impecáveis de finos brocados que ele tanto ansiava usar. Quando estava sozinho, erguia o queixo para os espelhos e treinava a postura, pois um dia ainda seria o guerreiro mais condecorado do reino.

Um dia ele não teria de esgueirar-se pelas paredes e imitar uma sombra para poder ser livre.

Estranhou a ausência de muitos e o desespero da quantidade ínfima de almas que estavam espalhados pelos imensos salões, mas não investigou. Aprendera a não fazer perguntas, uma vez que geralmente não tinha respostas. Por que não podia ver sua mãe o dia inteiro, e qual a razão dela sempre estar tão tensa? Por que vários empregados lhe olhavam feio, além dos guardas que o enxotavam? Qual o motivo das gritarias ocasionais de uma multidão perto das muralhas?

E que horas seu amigo Kadar viria?

“Ele prometeu vir logo” Raed resmungou, olhando de tempos em tempos a sua retaguarda. Estava inquieto e sentia-se culpado por não ir de encontro com sua mãe no quarto deles e das outras moças que também o criavam. Com os olhos avermelhados por acabar de chorar, ela dissera que tinha um presente muito importante para dar a seu querido filho, entretanto deveria fazer algo antes que pudessem se reunir novamente. Mesmo com o coração pesado por causa deste último retrato de sua mãe, não era incomum vê-la tão preocupada. Mas um presente? Oh, aquilo foi uma notícia magnífica.

Dois presentes numa só tarde.

Passou pela cozinha para pegar um trio de doces e correu em direção ao portão sul, por onde entravam as encomendas do rei e diversos servos provisórios, como a mãe de Kadar, uma das costureiras. Ela sempre trazia delicados folhados de mel e amêndoas, e Raed queria retribuir o favor com o furto generoso que conseguira. Com o coração aos saltos, ele pensara que aquele era o melhor dia de sua vida.

“Espero que ele não esteja me enganando.” Divagou, sem prestar atenção no crescente barulho afora. “Quero tanto ouvir o mar”. Quando Kadar lhe descreveu sua única ida à costa, no porto Oeste de Sundara, contou que existiam conchas que guardavam o som do oceano, e se isso já não fosse impressionante para o menino que jamais colocara os pés fora do palácio, seu amigo ainda lhe disse que caso alguém fosse sortudo o suficiente, poderia ouvir as sereias cantando.

O ladrãozinho sentia que aquele era seu dia de sorte.

Lá estava ele, segurando doces no meio do pátio deserto. Metros e metros do jardim se estendiam à direita e à esquerda, e na sua frente erguia-se o gigantesco portal. Geralmente ele se sentia pequeno ao reparar na imensidão das paredes e na altura dos tetos, colunas e abóbadas, porém ele não teve tempo para processar este pensamento, nem mesmo questionou-se a razão de ser o único ali.

Tudo aconteceu em menos de um minuto.

O portão foi aberto com um estrondo maior que um trovão, em seguida centenas de pessoas inundaram o palácio como um enxame de vespas zunindo e ferroando cada centímetro do espaço.

Gritavam e destruíam o único lugar que se assemelhava a um lar para ele, e embora distinguisse homens de mulheres, não podia acreditar que aquela massa era sua própria espécie, tanto pelo comportamento quando pela aparência. Eram todos maltrapilhos, caquéticos e mais se assemelhavam a disformes criaturas. Ou era isso que sua mente via. Jogavam pedras, brandiam paus e martelavam o mármore. Alguns iam para dentro e não retornavam; já outros voltavam com vasos, espelhos, ricas cortinas e almofadas. Objetos que poderiam ser carregados eram levados às pressas, e Raed via o seu arredor enraizado ao chão. Pensava no que os guardas fariam quando vissem, mas eles jamais apareceram.

Os doces caíram de suas mãos sem que nem pudesse notar.

Ignorado pela população faminta e enfurecida, foi simples observador da transformação de Sundara; de suntuoso palácio a ruínas. A cada item roubado e parede quebrada, perguntava-se onde estava sua mãe. Pensava nela a ponto de seu coração remexer por dentro do peito, mas o corpo lhe traía. Não era capaz de se mover. Não ousava mexer o menor dos músculos. Qualquer atitude brusca poderia acabar com a benção de ser invisível.

Foi aí que ele viu dois rostos conhecidos, um deles Raed esperara a semana inteira para cumprimentar. Não sustentaram o olhar um do outro por muito tempo, ainda que suas pupilas faiscassem confidência, pois o segundo rosto foi aquele que atirou a pedra.

O homem, o qual trazia sacas de café à cozinha e perseguia cada mulher dentro do palácio, sempre repudiara aquela ratazana em forma de menino, mas a situação não passou de uma coincidência bem aproveitada. O povo estava afoito por sangue e queria cada gota que significasse o poder e a futilidade do rei.

A fome a miséria se pagariam com a vida daqueles que apoiavam o peso dos tiranos, e ninguém sentiria falta de um filho do harém.

Kadar assistiu seu amigo ser atingido com uma precisão certeira, viu o corpo dele vergar para trás e cair com um baque mudo, sendo apenas mais uma das inúmeras coisas a tombar naquele pôr do sol.

Quando Raed acordou, nada mais restara de sua vida.

O silêncio cobrira os dois viajantes como uma mortalha negra, afogando o clima aceso e nostálgico das chamas. “Até o fogo parece frio com tais recordações” Kadar ponderou, culpando ninguém além de si mesmo por ter sido tolo ao tocar no assunto e fraco por não ter voltado para seu irmão, o qual passou por tantos infortúnios para então ser largado aos abutres enquanto o reino era despedaçado. O aprendiz se perguntava como o outro sobrevivera, pois além da revolta do povo, Sundara fora atacada pelo império da Pumârnia poucos dias depois.

Com tais pensamentos felizes, ele começou a se preparar par dormir, crente que dificilmente engataria uma conversa que não fosse fúnebre com Raed, achando tal fato até justo. Foi ele que indiretamente o conduzira aos portões naquele dia, e foi ele que o abandonara para morrer. Para o espanto de seu espírito carregado, o ladrão proferiu uma estranha afirmação:

– Sua mãe. – Os dois se encararam. – Sua mãe não estava lá, mas você sim.

–Ah. – Ele não pôde evitar o sorriso melancólico de brotar em seu rosto. – A avisaram horas antes do levante, e ela decidiu que nós ficaríamos mais aquele dia em Sundara e depois voltaríamos para as terras do meu avô. Eu não entendia o que estava acontecendo, mas queria cumprir a minha promessa. - Lembrou-se da concha, e como a perdera na multidão. - Fugi de casa.

– Não tão certinho afinal. - Raed soltou um suspiro de humor azedo, e depois ambos sorriram frente à história trágica que vivenciaram.

– Ser certinho passou a ser necessário depois de tudo. – Kadar continuou, satisfazendo a curiosidade velada do ladrão. – Minha mãe se casou com Tamir, que me encontrou na entrada do palácio e... Bem, você já deve imaginar o resto.

Tamir. Esse nome ribombava como um coração nos tímpanos dos dois, e a cada batida suas próprias veias pareciam injetadas de adrenalina e raiva. Possuíam marcas feitas pelo homem ganancioso que antigamente era o simples e depravado entregador de café. Raed na testa e Kadar nos braços, feridas já cicatrizadas, mas que jamais deixariam seus corpos.

Não era nenhuma surpresa que Neriah, mãe de Kadar, se casasse com ele, pois de certo era a opção mais viável e imediata que arrumaria naqueles tempos de crise. Somente assim poderia viver em segurança em Corcova Azul, nas terras de seu pai, uma vez que não seria mais uma mulher solteira e mãe.

Velhos arrogantes e cheios de tradições. Raed não tinha essa opinião à toa.

– Sua mãe era uma santa. – Notando o tempo verbal que usara, ele logo se corrigiu: - Ou é.

– Era. – Sua voz saiu trêmula como o voo de um beija-flor, ele optou por imitar seu amigo, tomando um longo gole de seu cantil para recuperar as forças. – Morreu faz três anos. Doença.

– Eu sinto muito.

– Eu também... Como o meu avô era o antigo líder, e já que ele morreu também há uns oito anos, Tamir assumiu o posto e além de meu padrasto, é meu patrão. Vai bem nos negócios, mas adora abusar do poder. – Ele levantou uma das mangas e aproximou-se a fim de mostrar o antebraço decorado de brancas cicatrizes de chicote. – Tive de aprender bem rápido a cuidar dos camelos.

A marca na testa de Raed ardeu, irradiando o ódio por todo o seu corpo. Ele engoliu em seco e disse:

– Posso imaginar.

– Agora estamos aqui. – Suspiro. - Um ladrão metido com feitiçaria das boas e um mercador sem saber o que fazer da vida; ambos perseguidos por um bando cheio de ódio e de razão.

Mais vezes do que o caçador de recompensas gostaria de lembrar, a ideia de que a vida era cíclica lhe veio à cabeça no momento, dando-lhe aquela familiar e desconfortável sensação de impotência para mudar o próprio destino. Pensar na eterna repetição de erros e certos eventos causava-lhe fortes ânsias.

– Não muito diferente do que há onze anos: Nós dois fugindo do maluco do Tamir.

– É... – Ele respondeu, admirado pela conclusão. – Ao menos roubamos algo que preste.

– Agora você me ofende. – Raed tirou seus olhos da direção do fogo e encarou o seu amigo com verdadeira e espantosa indignação. – Vai dizer que todos os meus furtos de nada valeram?

Kadar riu com tanto gosto que até mesmo o vento parou de uivar apenas para escutar o som de sua gargalhada, que foi logo seguida por Raed.

A mortalha negra dissipou-se com o sopro das boas lembranças.

Enquanto o Raed de nove anos estava animado com a presença de outro menino de sua idade, o outro já não podia dizer o mesmo. Por natureza era uma criança acanhada; com a aura imponente do palácio e as vestimentas intimadoras de todos, sua introversão então piorara dez vezes. Neriah o encorajou a explorar o lugar, desde que não se afastasse muito enquanto ela fazia seu trabalho com as outras mulheres. Kadar negou até que sua mãe o ordenasse brincar lá fora.

A criança do harém o chamou para passear pelo jardim e pular nas fontes, mas não obteve sucesso. Depois o convidou para ver os animais exóticos da corte, porém o resultado foi o mesmo. Nem a oferta de explorar a biblioteca real, o que poderia ser perfeito para alguém tão quieto, adiantou.

Então Raed usou a língua que todos na infância saboreiam: A língua da audácia.

– Duvidas que eu roube as romãs do rei?

As duas crianças compartilharam um sorriso confidente e correram para a primeira de muitas travessuras.

– É... – O ladrão deitou a cabeça no travesseiro improvisado, feito do amontoado de sacolas. Olhava as estrelas, realmente enxergando o brilho delas depois de tantas noites sem virar o rosto para o céu. – Como eu disse: não tão bonzinho afinal.


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Notas finais do capítulo

Correções? Sugestões? Teorias? Presentes? XD
Espero que tenham gostado, e espero comentários de todos vocês

TODOS - sim, estou falando com você. -ahuahsuahsuas



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