Meu Pequeno Amor escrita por FireboltVioleta


Capítulo 4
In The House Of Mudblood


Notas iniciais do capítulo

OE, GENTES!!!
Novo capítulo pra vocês!
E onde estão meus comentários enormes, hein? huehue brincadeirinha, gente!
Boa leitura!



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DRACO

Eu, pessoalmente, sabia que as coisas mudariam um bocado desde o fim da guerra.

Como se ser condenado quase pelo resto da vida á serviços comunitários já não fosse o suficiente. Mas eu ainda aceitara aquilo depois de tudo que havia acontecido.

O que me deixou completamente aborrecido era o fato de que, não bastando toda a humilhação que eu e minha família havíamos passado, ainda seríamos forçados a conviver com as pessoas que mais tivemos raiva, nos últimos sete anos, como se nunca tivesse acontecido nada de ruim entre nós.

Eu devia ter previsto.

Devia ter previsto que, quando entrei no Departamento e focalizei a garota esguia na estante onde eu trabalharia, que aquilo não iria terminar bem.

Por mais que eu me irritasse, o fato é que ela, Potter e Weasley haviam salvado minha vida. E não apenas uma vez, considerando que tiveram várias chances de me matarem. Pior disso tudo era saber que, depois de tudo aquilo, não dava para simplesmente odia-la.

Não íamos virar amigos. Não, Isso nunca.

Mas não dava mais para ignorar uma pessoa que havia quase se preocupado com você. No fundo, eu sabia, melhor do que ninguém, que aquela nascida trouxa era muito mais esperta e talentosa que muito bruxo pro aí.

O que não queria dizer que eu ficava feliz em pensar nisto. Uma nascida de ralé como a Granger superior em qualquer coisa, francamente... semel malus sanguineis, sanguinem malumsemper, como meu avô diria. Aonde o mundo ia parar?

Por isso eu havia admirado tanto os Comensais da Morte, com sua promessa de limpar nossa terra de todos os trouxas que nos forçavam a viver na clandestinidade.

Mas o que eu imaginava, no máximo, era a escravização dos indignos de conhecerem a magia. Aquela matança desenfreada que Voldemort planejava nunca havia passado em minha cabeça. Por mais que eu desgostasse dos não mágicos, o genocídio nunca foi algo que eu esperasse... ou quisesse. Não eram dignos, claro... mas ainda eram seres vivos...

E eu quase me sentia grato por aqueles três terem estragado tudo outra vez.

Eu disse quase.

E agora, para completar tudo, acontecera aquele acidente inesperado.

Não poderia mentir... ver Granger se transformar numa criança foi uma das experiências mais traumáticas e constrangedoras da minha vida. E eu nunca ia falar sobre isso para ninguém.

Mas aquela maldita secretariazinha do Ministro conseguiu tornar tudo pior, me condenando á ter que ficar cuidando daquele recém-peste na casa dos Weasleys.

Minha nossa... eu, numa casa de traidores do sangue!

Dava vontade de morrer.

Quando meus pais saíssem de Azkaban e soubessem disso, iam me estripar, com certeza.

Fiquei morrendo de ódio quando recebei a carta da morta-viva da Stark, me mandando ir para Ottery St. Cathpole.

Era por isso que eu me sentia completamente zonzo enquanto andava em direção á terrinha lamacenta que dava para o barraco ridículo no qual ficaria enclausurado, até Granger voltar ao normal.

O que eu não esperava era que Laisa Stuart me perseguisse o caminho todo, insistindo para ficar junto de mim nesse período.

– Laisa, eu disse não. Não é não.

– Ah, Draco... – ela se dependurou em meu braço, me olhando com aquela carinha de bebê chorão – você disse que eu podia ficar com você.

– Na minha casa - arfei, exasperado – já não basta eu ter que ficar por lá? Você ainda vai querer ficar me pageando? Tenha dó! O auror que vai me acompanhar vai chegar daqui a pouco!

– Sim, por favor! – Laisa soltou - eu posso manter aquela criaturinha desprezível longe de você!

A ideia me atraia muito, mas eu já tinha decidido. Laisa era uma companhia das mais agradáveis, compartilhando quase todas as minhas opiniões e ideais, mas com certeza também ficaria martirizada por ter que ficar naquele chiqueiro. Eu não ia forçar a pobre coitada á também aturar aquele hospício.

– Não. Vá pra casa e fique cuidando dela por mim. Alguém em que ficar de olho naqueles aurores nojentos que andam circulando por lá.

Laisa revirou os olhos espantosamente azuis, mas sorriu.

– Está bem... vou tomar conta de tudo... – ela me encarou, ficando repentinamente séria – mas se esses pobretões encostarem um dedo em você... eu venho e acabo com eles.

Ri, afagando a mão que Laisa me estendeu.

– Eu posso me defender deles, gracinha. Pare de se preocupar.

– Tá bom...

Em parte querendo que ela saísse logo daquele lamaçal, em parte para deixa-la mais tranquila, dei um beijo rápido em Laisa - que deu uma risadinha besta, segurando as mechas negras que lhe caíram no rosto.

– Ai, Draco, não faz isso... – ela riu – tome cuidado, seu tonto.

– Vou tomar. Agora chispa daqui – empurrei-a na direção contrária, ansioso.

Laisa acenou para mim, sorrindo, antes de desaparatar com um estalo.

E eu fiquei momentaneamente morrendo de vontade de ir atrás dela e fugir.

Mas o casebre torto me esperava alguns metros à frente.

Suspirei, balançando a cabeça e continuando meu caminho.

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Tive até medo – e nojo – de bater na porta, mas deixei o asco de lado e soquei-a.

Para minha surpresa, uma loura bonita me recebeu. Demorei um pouco até reconhecer a francesa magrela que disputara o Torneio Tribruxo no quarto ano, junto de Potter, Krum e Diggory.

– Malfoy? – ela indagou, com o cenho franzido.

– Sim.

– Ele chegou – ela se virou para trás, anunciando.

Entrei, sem saber por que limpei os pés no tapete, sendo que ia me sujar mais do que nunca assim que estivesse do lado de dentro.

Mas quando ergui os olhos para o que devia ser uma completa fossa, tive que engolir o que ia dizer mentalmente.

A casa parecia razoavelmente arrumada, como se tivesse sido reformada á pouco tempo. Não devia muito á uma casinha de verão como a que minha família tinha em Surrey.

As fotos que eu vira do interior da casa dos Weasley nos jornais do ano passado contrastavam muito com o que eu via agora. A mesa que devia estar bichada, por exemplo, agora era de um mogno brilhante. As paredes mofadas tinham dado lugar á uma pintura clássica. Tinha tantas outras coisas mudadas, que eu não consegui reconhecer de imediato.

O que havia acontecido com aquele lugar?

Não fiquei pensando nisso por muito tempo. Assim que me voltei para a sala de estar, vi a garota Weasley me encarando, soturna.

– Ah. Você está aí – ela fungou com desprezo.

Os irmãos dela vieram pouco depois, um a um.

Para meu alívio, não havia sinal de Potter. Um mala a menos.

Ronald, o mais novo – e o mais irritante – veio por último, seguido dos pais.

– Ah... então você é o menino Malfoy – a senhora gorda disse- já arrumamos o quarto onde você ficará... lá em cima.

Nem sabia o que responder. Preferi não falar nada. Não ia chegar logo agora dando uma de bonzinho e agradecendo. Eles não haviam feito mais do que a obrigação.

Ouvi um guincho vindo detrás do Weasley mais novo.

Quando dei por mim, uma coisa estabanada e barulhenta veio até mim e agarrou minhas pernas.

– Draco! Draco! Você chegou!

Bambeei, horrorizado, quase paralisado de sentir Granger me abraçando. Olhei para os Weasleys, que pareciam tão chocados quanto eu.

– Minha nossa - ouvi a garota Weasley exclamar.

Granger ainda não havia me soltado, o que já estava me deixando desesperado.

– Tire ela daqui! – arfei, agoniado.

Ronald se aproximou, com os olhos estreitados, e segurou na cintura da coisinha que me apertava.

– Vem, Hermione. Vem com o Rony.

Granger se virou para Ronald, sorrindo como uma boneca do mal, e subiu no colo dele.

– O Draco chegou! – ela guinchou de novo, batendo palmas.

Eu estava ficando completamente atordoado. Desde quando minha chegada era motivo de alegria para Granger? Mesmo que ela estivesse em forma de criança... aquilo não fazia o menor sentido. Era assustador e desnatural. Doentio.

Quase me senti agradecido quando Arthur Weasley intercedeu.

– É melhor você guardar essas coisas no quarto. Primeira porta à esquerda.

Não precisei de outra sugestão. Ainda bambo, subi as escadas, sem olha para trás, mesmo quando vi o rosto de Granger me acompanhar.

Quando cheguei ao quarto, quase fiquei cego com a luz que vinha da janela. Pisquei, entrando e jogando minha mala em um dos cantos. Havia uma cama com colcha de retalhos no meio do cômodo. O típico móvel de subúrbio.

Sentei no colchão, olhando para o teto e rezando aos deuses do submundo pra que me ajudassem á aguentar aquela estadia horripilante.

Pois eu tinha certeza – e com razão – que a tortura e os estragos não demorariam a começar...


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Notas finais do capítulo

Comentários?
Kissus e até o próximo!