Meu Pequeno Amor escrita por FireboltVioleta


Capítulo 27
Pendulum


Notas iniciais do capítulo

Oie, pessoas!
Bem vindos ao primeiro dos últimos capítulos de Meu Pequeno Amor!
Sabem que 135 pessoas acompanhando é GENTE PRA CARAMBA, NÉ? *u* obriigada á todos!



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RONY

Os dois dias seguintes foram resumidos á tensões e pensamentos fora de hora.

Hermione ainda estava em observação no dia seguinte. O medibruxo Rowland, que a atendera, havia nos dito que a resposta dela aos cuidados havia sido excelente. Se não houvesse nenhuma complicação na próxima madrugada, ela poderia receber alta.

Meus parentes e amigos finalmente foram liberados da segurança dos aurores, agora que Pandora Brown estava sendo vigiada em segurança dentro do St. Mungus. Stuart ia ser processado por cárcere privado, mas eu fizera Kingsley garantir que ele não seria mandado á Azkaban. O pobre homem já estava arrependido e aflito o suficiente sem que fosse condenado á prisão.

]Mesmo assim, pedi que nenhum deles viesse ao hospital. Mesmo internada, eu receava qualquer ameaça que Pandora pudesse propiciar.

Apesar de tudo, eu não sentia mais raiva alguma dela.

Nos poucos momentos em que eu e ela interagimos no galpão, eu não conseguia ver maldade em seus olhos. Ela parecia tão assustada e perturbada quanto eu. Sua mente estava tão danificada, após todo o choque emocional e psicológico que sofrera nos últimos tempos, que eu só conseguia encará-la como uma garotinha assustada, que não tinha a menor consciência do que fazia.

Durante este tempo, eu e Draco simplesmente ficamos acompanhando Hermione.

Eu ainda não acreditava, ao olhar para o garoto que eu detestara nos últimos oito anos, que podia ver algo muito forte atuando por dentro de seu olhar, quando observava a garotinha encolhida na maca. Eu não via descaso, ou petulância, nem uma curiosidade alienada em seus olhos. Podia ver, perplexo, uma sincera preocupação e tensão no modo como Malfoy a encarava.

O caso era que, apesar de não sermos amigos – não, isso nunca – eu não sentia nenhum antagonismo contra ele.

E Draco também não parecia mais sentir nenhuma antipatia por mim. Com isso, o fato dele também não desprezar Hermione – ao contrário, se mostrar seriamente afetado pelo que acontecera - me fazia sentir uma ligeira simpatia. Não fosse ele ter chamado Oliviene reagido em meu lugar, Hermione talvez nem tivesse conseguido ser socorrida á tempo. Provavelmente, eu devia a vida dela á ele agora.

Draco tinha sido tão enfeitiçado pelos encantos da Hermione criança quanto todos nós. Eu já não sabia se ele tinha feito o que fizera só para quitar a divida de vida que tinha conosco, ou por que realmente se preocupava com ela.

Talvez, pela primeira vez em anos, eu estivesse vendo uma nesga de bondade e empatia emergir de dentro daquele coração tão encouraçado.

O meu medo, porém, ao afagar o rostinho sério e adormecido de Hermione - segurando a mãozinha enrolada em bandagens, onde havia um acesso grande demais para suas pequenas veias – era pensar se tudo isso mudaria quando ela voltasse ao normal.

Para melhor, ou para pior... as duas perspectivas me arrepiavam.

Para pior, se Draco acabasse voltando a ser o mesmo de antes, quando Hermione já não fosse mais criança. Aquilo seria meio ofensivo, depois de tudo que havíamos passado. Não que eu fosse me importar realmente, mas... seria bem ruim.

E para melhor, no caso, se algo bem maior do que uma simples afeição saísse dali, mesmo com ela já na forma adulta.

A segunda perspectiva parecia a menos provável. Mesmo assim, era enjoativa só de pensar. Afinal, a cabeça do garoto estava tão bagunçada quanto a de Pandora. Eu podia esperar qualquer coisa a partir de agora.

E me parecia injusto, após tudo que havíamos passado, continuar a ignorar os conflitos que sem dúvida pairavam em sua cabeça.

Por isso, cutuquei-o do outro lado da cama, onde Draco estava sentado.

– Hum... que foi, Weasley? – ele resmungou, sonolento.

– A Oliviene falou alguma coisa sobre... sua permanência com ela? – perguntei, curioso.

Ele suspirou, se erguendo um pouco na cadeira e olhando para Hermione.

– Assim que ela receber alta e voltar á forma normal – Malfoy bocejou – vou estar liberado – ele franziu a testa – Stark falou que provavelmente conseguiram descobrir a reversão. Os agentes do departamento de Mistérios já prepararam tudo para quando ela sair daqui. Vão tentar assim que formos ao Ministério.

Disso eu não sabia. Franzi sobrancelha.

Mas Oliviene devia achar que eu já estava com coisa demais na cabeça, por isso não mencionara nada.

Draco levou a mão até os dedinhos de Hermione.

– Sabe... – ele falou como que não queria nada – vai fazer falta essa pirralha assim.

Ergui os olhos, surpreso.

– Ela não é muito diferente da forma adulta – comentei, sentindo minha boca se retorcer num sorriso – vai continuar sendo a mesma teimosa, irritante...

–. .. e insuportável sabe-tudo.

Eu e Draco nos olhamos, e, do nada, começamos a rir.

Eu não acreditava... estava mesmo rindo com Draco Malfoy? Não era possível.

Ele parecia tão chocado quanto eu, pois engasgou no meio da risada e pigarreou.

Bom, coisas impossíveis haviam acontecido o tempo todo nas últimas semanas, afinal. Não deveria estar surpreso.

Nosso acesso de riso parecia ter acordado Hermione, já que ouvi uma tossezinha vinda da cama, onde me deparei com seus olhos indagadores em mim.

– Qual é a graça?

– Você é a graça – Draco riu baixinho, dando um soquinho no bracinho dela – quem mandou acordar, tampinha?

– Cabô a poção – ela falou, piscando os olhos e indicando o frasco pendurado com a mãozinha enfaixada – ainda bem. Cansei de dormir.

Ri, acariciando sua bochechinha.

– Mas você tem que descansar, Hermione. Amanhã vamos ao Ministério. Tem que estar bem.

– Mas de novo? – Hermione bufou, revirando os olhos e me fazendo rir de novo.

– É, de novo – Malfoy fungou, balançando a cabeça – e nem venha ficar brava. Você que se jogou na frente da maluca e virou espetinho. Tem que se curar agora... a culpa é sua.

– Tudo eu nessa bodega – ela fez uma carinha brava, cruzando os braços.

Eu já estava quase chorando de tanto rir. Hermione olhou para mim, parecendo satisfeita de me ver gargalhando, e desmanchou a expressão séria.

Fazia tanto tempo que eu não dava risadas assim. Tudo, nos últimos anos, colaborara para diminuir aqueles momentos felizes em minha vida. Mas eles até existiam.

E a maior parte deles havia acontecido com Hermione.

E não podia ser de outra forma. Ela salvara minha vida de maneiras e formas que eu nunca poderia descrever.

Draco tinha razão. Ia fazer falta sentir a presença pequena e brincalhona da Hermione criança. Sentir seu peso quase inexistente em meu colo, ouvir suas brincadeirinhas infantis, ouvir o som estridente e alegre de sua vozinha de bebê. Sentir aquele amor praticamente fraternal irradiando em meu corpo com suas risadinhas e gracinhas.

Mas era necessário.

Eu sentiria falta da Hermione criança, mas a saudade que eu tinha da minha verdadeira Hermione, a menina que eu amava, estava ficando cada dia mais insuportável. Eu precisava da minha garota de volta.

Porém, era quase como se eu fosse assassinar aquela parte dela para ter sua forma adulta de volta. Estava me embrulhando o estômago.

E eu também não sabia se a reversão realmente iria funcionar. O que diríamos ao Sr. e Sra. Granger se algo desse errado, e Hermione ficasse como criança para sempre?

Decidi parar de pensar nestas perguntas. Tudo só acabaria me deixando ainda mais psicótico.

Por isso, mantive a cabeça no lugar, enquanto continuava a fazer companhia para Hermione, até o dia seguinte. Podia agüentar mais algumas horas antes do desespero me corroer.

No entanto, quando finalmente voltei a olhar para Draco Malfoy, vi, em seu rosto, as mesmas perguntas sem resposta que invadiam minha mente.

E me parecia que ele estava irremediavelmente envolvido no que quer que acontecesse com ela dali em diante.

Minha única dúvida era se aquilo era uma coisa boa ou ruim.

Independentemente disso, eu sabia que agora Hermione estava segura. Fosse lá o que acontecesse, eu estaria com ela em todos os momentos.

E nunca mais ia ficar um segundo que fosse longe da minha garota.


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Notas finais do capítulo

Então? Comentários?
Beijinhos de cupuaçu e até o próximo capítulo!



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