Meu Pequeno Amor escrita por FireboltVioleta


Capítulo 16
Reflections


Notas iniciais do capítulo

Oe, pessoas!
Novo capítulo pra vocês!
Boa leitura!



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RONY

Kingsley estava atônito quando terminamos de lhe contar o que acontecera na Toca.

Para minha leve segurança, ele não perdeu tempo em mandar uma equipe de aurores imediatamente para investigar dentro de nossa casa. Fiquei ligeiramente menos aflito quando vi que o caso já estava nas mãos de nosso competente Ministro.

O que não me isentava de sentir medo e angústia.

Deus... o que havia acontecido á mamãe e Gina?

Céus... elas tinham que estar bem.

E o pior... o que Malfoy dissera fazia sentido.

E se houvesse alguém por trás disso, apenas querendo se vingar de mim?

Ou de Hermione?

A simples idéia da última indagação fazia meu estômago embrulhar e meu coração palpitar.

Não... ninguém podia fazer mal a ela. Nem á Hermione adulta, e muito menos minha pobre bebê indefesa.

Eu mataria mil vezes e morreria antes de deixar algum bruxo desgraçado sequer tocá-la. Isso eu podia prometer.

Devido ao que acontecera, Kingsley pedira que nós ficássemos dentro do Ministério da Magia até a manhã seguinte, enquanto os aurores trabalhavam. Ficamos sob proteção do quartel-general, vigiados por dois bruxos-vigias.

Hermione já parecia mais calma enquanto via dois funcionários do Ministério arrumando uma caminha improvisada para ela. Ainda estava séria e assustada ao menor barulho, mas parecia tão confiante quanto eu me sentia aflito.

O restante de minha família foi avisado. Papai estava com Gui e Fleur no Chalé das Conchas, também sob custódia de alguns aurores. Percy, Jorge e Carlinhos haviam ficado na casa de Andrômeda, com Harry e Teddy – igualmente guardados.

Saber que os outros estavam bem deixou meu coração menos pesado. Mas saber que Gina e mamãe ainda estavam por aí, talvez feridas, talvez presas... isso acabava comigo.

Recusava-me a pensar no pior.

Draco, para meu espanto, parecia tão desconfortável quanto o ambiente parecia. OO que era muito bizarro... que motivos ele teria para estar abalado? Elam apenas mais algumas “traidoras do sangue” sendo seqüestrados, não era?

Mas eu não podia ignorar os fatos. Draco Malfoy já não era o mesmo há muito tempo.

E aquela breve semana parecia estar afetando-o tanto quanto eu.

– Quanto pegarem a pessoa que sumiu com a Gina e a Molly, eu vou dar uns tabefes na orelha dela.

Fui forçado a rir com o comentário da pequena garotinha, que penteava uma boneca trouxa e tinha o cenho franzido de seriedade.

– Temo pela pessoa – brinquei, me desviando de minha reflexão deprimente para entrar na brincadeira.

Draco fez um movimento rápido com a boca, que eu podia jurar ter sido a contração de um sorriso.

Eu devia estar vendo coisas.

Hermione parou de pentear a boneca, e olhou para nós dois, os olhinhos cor de chocolate brilhando de expectativa.

Mais uma vez, a lembrança daquele mesmo olhar na Hermione adulta me fez ofegar de desânimo.

Quando aquilo terminaria?

– Quem vai brincar comigo?

Draco deu de ombros.

Levantei a mão, me voluntariando.

Hermione riu, vindo até mim e me puxando pela mãozinha gorducha.

– Você vai ser o príncipe – ela explicou – o príncipe Fera.

Pisquei, entretido. Hermione – em sua forma normal - já havia me contado a história da Bela e a Fera.

– OK, sou a Fera, então.

– Eu sou a Bela – ela pegou um pano e o enrolou na cintura.

– Tudo bem – sorri.

– E o Draco é a feiticeira.

– Eu... O QUÊ?

Eu e Hermione gargalhamos, enquanto Malfoy fechava a cara.

– Não, não, não é não – Hermione estava quase chorando de tanto rir. Sua risada era contagiante e adorável, enchendo o ambiente, e meu pobre coração, com ondas vibrantes – tá bom... você vai ser o castelo então.

– Se um de vocês “entrar” no meu colo, vai apanhar – rosnou Draco.

Foi impressão minha, ou ele não pareceu falar sério?

Foi o que bastou para Hermione começar a convulsionar de tanto gargalhar. Ela caiu com um “puf” em cima das almofadas, enfiando o rosto em uma delas.

Olhei para Malfoy, ainda sorrindo com a diversão de Hermione.

E meu sorriso sumiu quando percebi o como ele a olhava.

Por baixo de toda a antipatia, vi alguma coisa muito forte passar pelo rosto dele.

Seu olhar não transmitia o menor desprezo ou desdém.

Para meu pânico, eu não via nada em Malfoy, que não fosse encanto com o que estava vendo.

Impossível.

– Ei, Fera, eu vou fugir!

Balancei a cabeça, rezando para que o que eu havia visto fosse apenas uma pegadinha de minha imaginação.

– Ah, sim – me ergui – VOLTA AQUI, BELA! – fingi grunhir, enquanto Hermione saltava das almofadas, rindo e correndo.

Obviamente, ganhei fácil dela na corrida.

Hermione deu um gritinho, mais de ânimo do que de chateação, quando a agarrei e a joguei para cima em meu colo.

– Oh, não, fui capiturada! – ela disse, fingindo desolação – Ei, Draco, me salva dele!

– Eu não – ouvi Malfoy dizer – pode roer até o osso, Weasley.

– Draco, seu malvado! – ri quando Hermione encenou um esperneio – tadinha de mim!

Não resisti. Apertei um beijo brincalhão na bochecha gordinha da garotinha que estava em meu colo.

Hermione riu, me abraçando.

Vê-la tão feliz mexia comigo de formas que eu nunca imaginei possíveis. Era um contentamento infantil, puro e contagioso, que parecia não deixar ninguém ao redor ileso.

E parecia que Draco também não conseguia estar imune aos encantos da minha pequena Hermione. Quem diria.

O que me deixava preocupado era o quanto Hermione poderia estar sendo afetada também por essa nova abertura de Draco Malfoy.

– O que disseram sobre a reversão dela?

Olhei para Malfoy, que parecia curioso.

Ah, pra que fingir que ainda queria esganá-lo? Eu podia brincar de ser “amigo” dele. Que fosse.

Pelo menos, a pergunta dele me deixou um pouco mais feliz.

– Disseram que estão no caminho certo. Deram de cinco á sete dias para terminar e começar as tentativas. Talvez até menos.

– O que é essa reversão minha que vocês ficam falando toda hora, hein? – Hermione cruzou os braços, estreitando os olhos.

Eu ia abrir a boca, Mas Draco se ergueu, erguendo as sobrancelhas para mim.

– Stark pediu para não contarmos.

– Ela precisará saber uma hora, Malfoy – apertei Hermione nos braços.

– Amanhã, então – ele franziu o cenho para mim – acho que essa menina já agüentou coisa demais por hoje.

– Preocupado com ela, Draco? – foi minha vez de erguer as sobrancelhas.

Ele recuou como se eu tivesse jogado um balde de água fervente nele.

– Claro que não! Só não preciso de mais motivos para eles estenderem ainda mais minhas penas comunitárias! Vá saber se você não vai me culpar por ela ficar doente...

Por que eu tinha a ridícula sensação de que ele estava mentindo?

– Sendo assim, tudo bem – dei de ombros, mais para encerrar o assunto do que de descrença – bom, hora de dormir, projeto de gente.

– Ah, Rony... – ela fez biquinho.

– Nada de “Rony” – resmunguei, fazendo-a rir – olha só, você ta gelada, nanica. Morreu e esqueceu-se de deitar, foi? – desci-a ao chão - vai se agasalhar...

– Não morri – ela resmungou também, enquanto ia até as roupinhas dobradas ao lado de sua caminha e escolhia um agasalho. Dei uma risada, revirando os olhos.

Enquanto nos acomodávamos para dormir, eu fiquei apenas olhando para o teto, ao lado da cama de Hermione, pensando em tudo que havia mudado em tão pouco tempo.

E, antes que a inconsciência finalmente me engolisse, eu cheguei à conclusão de que algumas coisas pareciam acontecer para modificar por completo as concepções de uma vida inteira.

Parecia ser exatamente o que estava acontecendo com Draco Malfoy.

E comigo também.




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Notas finais do capítulo

Até o proximo!