Meu Pequeno Amor escrita por FireboltVioleta


Capítulo 12
Turning Mad


Notas iniciais do capítulo

AEEEE gente linda!
Mais um capítulo para os Dramioners botarem lenha na fogueira (SÓ QUE NÃO! SE COMPORTEM... HUNF! kkkk)
Boa leitura!



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DRACO

Eu decididamente estava começando a me assustar durante minha estadia na casa dos Weasleys.

Acordei com as costelas doendo, previsivelmente. Aquela cama parecia uma tábua mal feita. Era quase desumano dormir ali.

Levantei levemente, bocejando, espremendo os olhos com a claridade do dia que invadia o quarto.

Olhei para trás, focalizando a enorme montanha disforme que devia ser aquele estúpido auror, ainda dormindo.

Voltei a deitar no travesseiro, morrendo de preguiça e sono. Por puro desinteresse, olhei para baixo, aonde Granger estava dormindo.

Ela estava encolhida no colchão, com os cabelos espalhados pelo travesseiro, tão tranquila quanto uma lagoinha.

Chegava a ser absurdo o quanto ela parecia pequena e indefesa enquanto dormia... não lembrava em nada aquela garota marrenta, irritante e metida a besta que eu conhecia a tanto tempo.

Mas será que ela sempre fora tudo isso mesmo?

"Pare de ser ridículo, Draco!", censurou-me minha mente. "Está aí pensando se essa menina se equipara á você... esse bando de traidores do sangue nunca chegou aos seus pés! De onde veio essa sensibilidade toda, hein?"

Era verdade... de onde viera tudo aquilo?

Eu sempre tive uma certeza na vida... uma certeza inegável, um postulado incontestável...

Existiam bruxos e existiam sangues-ruins.

Mas então, há alguns anos atrás, aquela peste surgira em Hogwarts, me deixando completamente confuso.

A sabedoria e as habilidades que eu sempre acreditara serem apenas virtudes de nosso sangue puro, de repente, apareceram e criaram raízes numa reles menininha nascida trouxa.

Aquilo nunca devia acontecer. Era uma aberração... era contra a natureza. Anormal demais... insano.

Mas, então, por que, um dia, aquilo deixou de me incomodar?

Por que, numa hora, atazanar Granger e os demais nascidos trouxas havia perdido toda a graça? Pensar em todos se explodindo já não era mais tão agradável quanto antes?

Por que, depois de um tempo, quando eu sabia que Potter e seus amiguinhos haviam salvado nosso mundo mais uma vez, eu não me irritava mais com isso?

Por que diabos eu olhava para aquela pirralha dormindo e não via nada mais além de mais uma de nós? Bizarra, incomum... mas inda assim parte de nossa realidade?

E, céus, o que cargas d'água estava acontecendo comigo? Por que simplesmente não ignorava tudo isso?

Minha divagação foi interrompida quando a pequena garotinha suspirou alto abaixo de mim, piscando os olhos sonolentamente, eté que eles se focaram em minha direção.

– Bom dia, Draco.

Bufei, surpreso.

– Bom dia, nanica - eu, dando bom dia pra Granger? Pirei?

Granger riu, se espreguiçando feito um gato, antes de se erguer e ficar de joelhos no colchão.

– Dormiu bem?

– Como uma pedra - uma pedra dura e dolorida - e você, tampinha?

– Tamém - ela bocejou, sorrindo.

– Beleza... fica quietinha ai que eu já levanto.

– Ah, não... - ela arregalou os olhos dramaticamente - você vai levantar agora... - Granger ergueu as mãozinhas em forma de garra - ou o monstro do Lago Ness vai te pegar!

– Ele não existe... - funguei, me cobrindo - sossega.

– Existe sim! - ela insistiu, cruzando os braços, parecendo uma diabrete de pijama muito séria - se você existe, eu existo e os unicórnios existem, ele também existe, ué...

"Não... você não existe...", zombou minha mente. "Não deveria, ao menos... igual você não tem."

Que seja... - levantei da cama, revirando os olhos. - anda, levanta logo... melhor você ficar com a Weasley...

Subitamente, porém, fui impelido a acrescentar.

– E a mão?

Granger ergueu o olhar, surpresa.

– Melhorou - ela encarou o curativo - bigada.

Encarando aqueles enormes olhos cor mogno, saltados de animação, senti algo estranho subir e descer pela minha garganta.

Fiquei lembrando do que Granger dissera no dia anterior... enquanto eu contava aquela história esquisita para ela.

O que ela tinha querido dizer? Para eu rever minhas prioridades? Repensar meus atos? Revisar meus conceitos? Me mandar pro quinto dos infernos?

Eu, hein... não ia ficar pensando nisso, não...

Aquela reflexão inútil ia era me dar dor de cabeça.

– Anda... - enxotei-a do colchão - vai se trocar no banheiro... acho que vai querer se despedir do chatão de cabelão vermelho antes dele ir trabalhar...

– Não fala assim do Rony! - ela franziu o cenho - ele é muito legal!

– Então casa com ele - retruquei.

Arfei, segurando o riso, quando me dei conta do que dissera.

Era o que Granger ia fazer, afinal... antes daquela loucura toda começar.

Uma nesga microscópica de solidariedade brotou, quase imperceptível, em minha garganta. Eu já tinha passado por aquilo... perder tudo que eu conhecia do anda, quando eu menos esperava.

Weasley devia estar se sentindo assim, vendo a noiva miniaturizada todos estes dias, sem poder ser o que era para ela antes de tudo aquilo acontecer.

Se bem que, na minha opinião, eles estavam muito bem longe um do outro.

Até onde minha não-curiosidade me permitiu chegar, eu sabia que aqueles dois só não se detestavam mais um ao outro do que eu mesmo costumava detesta-los.

A Granger podia muito bem ficar sem aquele molusco subdesenvolvido. Por que não arrumava alguém com um QI acima do de uma escova de dente?

"Alguém como você?", riu minha cabeça. "Acorda, Draco... chega de choramingo e leva essa peste lá pra baixo!".

Decidi acatar o conselho de minha mente meio atordoada, e, ainda suspirando, empurrei Granger para o banheiro, rezando para aquele brutamontes não acordar e encher o meu saco.

– Vai logo, menina.

– Podexá, Draco - Granger sorriu.

Mas ela ficou lá, parada, simplesmente me encarando.

– Que foi, agora?

O susto que eu levei quase me fez bambear.

Granger se jogou em mim, abraçando minhas pernas com vontade e sorrindo... um sorriso que parecia querer arrebentar-lhe o rostinho redondo e delicado.

– Você é muito legal, Draco! Gosto muitão de você!

Ela me soltou, e saiu correndo para dentro do banheiro.

E eu fiquei ali, estático e atordoado.

Jurando a mim mesmo que só contaria o que estava sentindo ali - fraco, mas resplandecente - quando estivesse no leito de minha morte.


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Notas finais do capítulo

E então? Comentários, pedradas, chineladas... fiquem a vontade.
Kissus de cereja e até o próximo!