Meu Pequeno Amor escrita por FireboltVioleta


Capítulo 10
Afraids


Notas iniciais do capítulo

Oe, gentes!
Capítulo novo, para aliviar a angústia do povo... rs
Boa leitura!



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RONY

Voltei para casa, cansado e exasperado.

Oliviene tinha me notificado que as pesquisas para reverter o problema de Hermione já haviam começado. Mas mencionara também que, sendo uma ocorrência única em todo o mundo mágico, ainda havia muito a ser descoberto.

Isso me trouxe um pouco de paz, ao saber que estavam levando a sério a reversão de Hermione. Mas mesmo assim, eu me sentia abalado.

Podia parecer infantilidade, mas me indignava ver Hermione começando a se afeiçoar á Draco.

Eu não podia culpá-la, é claro. Ela era apenas uma criança, e crianças nunca viam maldade em ninguém. Além disso, Hermione não tinha lembranças de tudo que Malfoy nos fizera.

Mesmo assim, não entendia o que ela via nele. E eu sabia muito bem que, mesmo que Draco estivesse sendo vigiado, ele não podia ser nada confiável.

O meu maior medo era que, quando tudo retornasse ao que era antes, Hermione tivesse mais lembranças de Draco - ou de outra pessoa - do que de mim... que ela se esquecesse de tudo... do que éramos antes. E se eu a perdesse para sempre quando voltasse à forma adulta, por causa desse incidente assustador?

Decidi não ficar pensando nisso.

Suspirando, abri a porta da Toca, erguendo os olhos para a cozinha em seguida.

O que eu vi fez meu estômago gelar.

Senti a maleta escapar de minha mão.

Draco empunhava uma faca manchada de sangue.

E Hermione soluçava baixinho, sentada na cadeira.

Nada justificava minha reação. Mas a primeira conclusão que tirei simplesmente me guiou.

Empunhei a varinha, avançando em Draco.

– Desgraçado!

Malfoy recuou, com o olhar assustado, soltando a faca na mesa.

– Weasley!

Fui ao encalço dele, ma senti minhas pernas frearem quando a garotinha surgiu em meu caminho.

– Rony, não!

Abaixei a varinha, atônito.

Hermione tinha as mãozinhas levantadas, uma delas enfaixada com papel manchado de vermelho. Os olhos estavam saltados enquanto ela arfava.

– Hermione! – ofeguei, segurando sua mãozinha coberta. Ela parecia ter sangrado um bocado.

Olhei para Malfoy, furioso.

– Não machuca o Draco, por favor! – ela soluçou.

Vê-la defender aquela cobra doeu ainda mais do que eu esperava.

– Ele... ele te machucou...

– Não... – Hermione pôs a mão livre em minha barriga, como se quisesse me impedir de me aproximar – foi sem querer... – ela ergueu o olhar para Malfoy – ele só me ajudou. Eu me cortei sozinha, Rony.

– Tem certeza? – indaguei, segurando o bracinho de Hermione.

– A Molly e a Gina foram buscar morangos – ela fungou – eu peguei a faca e me cortei sem querer. Desculpa... – Hermione abraçou minhas pernas, com os olhos brilhando – mas não machuca o Draco... Ele não fez nada...

A raiva diminuiu, me fazendo raciocinar de novo.

Como eu não reparara no curativo improvisado na mão dela? Era muito elaborado para Hermione ter feito sozinha, ainda mais com dor.

Senti minha garganta se fechar.

Então Draco não havia machucado Hermione.

Eu, em minha ignorância e ódio, quase o agredira por nada.

Malfoy me encarou, impassível.

– Eu não sabia o que fazer. Ela começou a sangrar... não podia deixá-la sangrando até morrer.

Abalado, afaguei a cabecinha de Hermione. Segurei a mãozinha machucada gentilmente.

A palavra arranhou minha garganta antes que eu a dissesse.

– Desculpe.

Draco parecia espantado com o que eu disse.

Ainda inexpressivo, ele pareceu também mastigar o que disse em seguida.

– Tudo bem.

– Foi ele que fez o curativo?

Hermione assentiu, sorrindo.

– Ele me ajudou. Tava doendo, mas o Draco fez parar.

A próxima foi ainda mais difícil de sair da minha boca.

– Obrigado.

Malfoy parecia genuinamente espantado.

Hermione olhava de um para o outro, parecendo maravilhada.

– Legal! Vocês pediram desculpas! – ela pulou, alegre – estão de bem agora!

Um sorriso amarelo crispou minha boca.

Ah, como era ingênua. Aquilo acabava comigo.

Mamãe e Gina escolheram exatamente aquele momento para entrarem, portando cestinhas cheias de morangos.

A de Gina quase foi para o chão.

– Minha nossa! - mamãe se aproximou, fitando a faca avermelhada no chão – o que aconteceu?

– Um acidente – Hermione bateu as mãozinhas na perna, mas careteou de dor ao lembrar-se da palma machucada.

– Draco, seu desmiolado!

– Quem, eu? – Malfoy se boquiabriu.

– É, você, filhote de serpente! Deixo a menina dois minutos com você e, quando volto, o chão só faltou estar ensangüentado!

– Para de brigar com o Draco, poxa! – Hermione guinchou, brava – eu que peguei a faca, Gina!

– Acho que já deu por hoje – cortei aquela conversa boba, pegando Hermione – vem, Hermione. Vamos subir pra dormir.

– Quero ir dormir no quarto do Draco hoje.

Só eu senti um a vertigem quando ela disse isso?

Provavelmente não, já que Malfoy bambeou também.

– Melhor não...

– Concordo com o Ronald – Draco arfou – melhor você ir dormir no quarto dele mesmo.

– Ah, Rony – ela pulou em meu colo, com a expressão triste e ansiosa – por favor...

– Ah, anda. Pode deixá-la com a gente. Eu cuido dela.

Encarei Draco, sem acreditar no que ouvia. Ele parecia falar sério.

– Oba! – ela se inclinou para o chão – vou me comportar, Rony! Prometo!

Senti uma dor no peito, que nada tinha a ver com o choque, quando Hermione foi até Malfoy, assistida pelas expressões chocadas de mamãe e Gina.

Hermione não parecia nem um pouco hesitante enquanto subia com Draco escada acima.

– Hermione... os morangos! – Gina guinchou, franzindo a testa com choque.

Elas colocaram os cestos na mesa, olhando para mim. Gina apanhou a faca do chão e a jogou na pia.

Meu corpo caiu na cadeira, ofegante.

– Rony...

Aquilo era insuportável. Ver Hermione, mesmo criança, preferindo a companhia de Malfoy, me deixando sozinho...

Será que eu estava fazendo tudo tão errado assim?

– Não vou agüentar isso... – solucei em seco – tenho que falar com Oliviene. Ele não pode continuar aqui.

Gina sentou ao meu lado, parecendo penalizada.

– Você está com medo, não é? Medo de que ela se esqueça de você. Não só agora... mas quando voltar ao normal também.

– E se esquecer, Gina? – baixei a cabeça – será que está tudo tão ruim assim? Será que, antes de tudo acontecer, eu já estava causando problemas? Perdendo Hermione?

– Claro que não – Gina segurou meu ombro – Hermione só não se lembra de nós. Mas tudo que ela sentia ou gostava ainda está dentro dela. Se não, por que estaríamos nos dando tão bem, sendo que ela está longe dos pais e tudo?

– É isso que me choca! – arfei – ela está gostando do Draco! Será que ele mudou tanto assim? – acrescentei, angustiado – e será que eu não mudei nada?

– Pare de se martirizar – minha irmã suspirou – vai ficar tudo bem, Rony. Tudo vai dar certo. E se tem algo que eu sei sobre Hermione, é que não há poder na Terra que vá arrancar que ela sentia por você. E muito menos o que sente agora.

Quando as duas também subiram, me deixando na cozinha, eu só pude observar minha irmã acenando para mim.

E desejar, com todas as minhas forças, que ela tivesse razão.


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Notas finais do capítulo

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