Dois Quartos de Vinho escrita por Ninguém


Capítulo 4
No domingo


Notas iniciais do capítulo

Olá, querido leitor. Seja bem vindo! Puxe uma cadeira ou deite no sofá, tome um chá ou coma uma pipoca. Enfim, se sinta a vontade e tenha uma ótima leitura.



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No domingo Lia passou a tarde com alguns amigos e segunda voltou para a rotina de trabalho-teatro-faculdade, tudo como de costume, até quarta-feira.

Quando chegou na Tropeços, atrasada como sempre, viu um recado colado na porta do Jardim, ("Jardim" era o apelido carinhoso que deram à sala de descanso, por ser toda pintada de verde, onde sempre tocava uma música ambiente) "Encontro no Cérebro, Mari.", ("Cérebro" era o nome da sala de reuniões, apelido criado também pelos alunos.) Foi correndo para a sala e quando entrou percebeu que a reunião já tinha começado, cumprimentou todos e pediu desculpas pelo atraso, enquanto se sentava para ouvir a conversa.

— Antes de você chegar, Lia, estávamos conversando sobre a criação de uma nova peça. - Disse Faletti, diretor da Cia. - Mas dessa vez não queremos um teatro infantil, estamos procurando algo mais ligado à comédia, algo para um publico mais adulto. — E então, alguma ideia? - O diretor perguntou dirigindo- se a todos. Ele era um homem alto e magro, muito elegante, sempre aparecia na Cia de terno e gravata, já passava dos 50 anos e os grisalhos eram bem aparentes ao longo dos fios lisos que iam até o contorno das maçãs do rosto.

A reunião terminou uma hora depois, com um roteiro já pronto seria mais fácil para todos pensarem em falas e características mais específicas para os personagens. Todos sempre participavam da criação das peças, desde as falas até os figurinos, tudo tinha um dedinho de cada aluno e professor.

Lia saiu da escola tentando esconder o sorriso que insistia em tomar conta de seu rosto, estava feliz por já ter em mente uma nova peça e melhor ainda, por ter conseguido o protagonismo. Só queria chegar logo até a faculdade para poder contar a novidade para seu melhor amigo.

Logo que chegou ao pátio da universidade viu um homem encostado em uma pilastra ao lado de um banco de madeira, ele era alto e magro, sua pele clara entrava em contraste com seus cabelos negros e lisos penteados cuidadosamente para o lado, estava usando suéter chumbo por cima de uma camisa rosa clara, um jeans escuro e um par de tênis que misturavam vinho e preto em sua tonalidade.

— Viiiiiiiiiiiiiiiiiii! - Ela gritou correndo para abraça-lo.

— Controle seus hormônios querida, sei que sou gostoso, mas estamos em um local publico.

— Vitor é sério! Sinta-se privilegiado por estar diante da protagonista da próxima peça da Tropeços. - Agora sim se sentia confortável para sorrir.

— MENTIRA! - Ele falou enquanto colocava as mãos sobre a boca. - Vem cá me dá um abraço.

Eles se conheciam há pouco mais de três anos e viraram amigos da forma mais inusitada possível. Durante uma festa da universidade, Lia foi falar com o rapaz que estava de olho há algumas semanas. Ele estava perto do bar, quando ela se aproximou e pediu uma bebida, virou de lado para olhar para ele e abriu um sorriso. Depois de alguns minutos de conversa ela o chamou para dançar e em meio a tantas pessoas tentou roubar um beijo dele, mas o mesmo desviou, foi em direção a sua orelha e disse rindo:

— Sinto acabar com os seus planos mas só te beijaria se você tivesse barba.

Ela ficou surpresa, o pegou pelo braço e o levou de volta ao bar, olhou fixamente para ele.

— Eu sempre me interesso pelos gays, parece castigo. - Disse inconformada.

— Me desculpe se sou muito gato, não faço de proposito. - Ele riu ainda mais.

— Não, eu é que peço desculpas, falar desse jeito, é que...- Ela ia terminar a frase quando ele à interrompeu.

— Me arrume aquele loiro e não precisará se desculpar pelo resto da vida. - Ele falou enquanto apontava para um homem de jaqueta de couro com um copo na mão.

No fim da festa ele tinha conseguido o tão sonhado loiro e se iniciava ali uma longa amizade.

— Sobre o que a peça vai ser? - Ele perguntou.

— Ainda não é certeza, hoje só escrevemos um esboço, mas será uma comédia com apenas dois personagens, um casal de namorados.

Vitor disse que estava muito feliz por ela, que queria ser avisado sobre todas as novidades no desenrolar da peça e que assim que entrasse em cartaz queria ser o primeiro a comprar o ingresso.


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Notas finais do capítulo

Até o próximo capítulo,
Abraço.



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