Dois Quartos de Vinho escrita por Ninguém


Capítulo 2
A sexta-feira começou


Notas iniciais do capítulo

Olá, querido leitor. Seja bem vindo! Puxe uma cadeira ou deite no sofá, tome um chá ou coma uma pipoca. Enfim, se sinta a vontade e tenha uma ótima leitura.



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A sexta-feira começou, pelo menos para Lia, com o suave, porém não menos irritante, toque do despertador. Sem levantar a cabeça, ela tateou a superfície da mesinha de cabeceira até encontrar o celular e poder, enfim, desliga-lo. Ficou um tempo parada, sem expressão ou reação, exercendo seu minuto de silêncio diário por ter que acordar cedo. Até que lembrou de algo que a fez saltar da cama: ainda não tinha publicado a foto da noite anterior. Pegou seu celular, selecionou a foto e ficou admirando a tela por alguns segundos, até que pensou em algo bom para escrever e digitou tão rápido que precisou consertar alguns erros ortográficos. Lembrou que '' a pessa é imiga da perfeção'' e riu.

Depois de postar a foto, entrou em seu Facebook e mandou uma mensagem para Anderson, pedindo para que postasse a sua foto com eles. Se levantou e foi lavar o rosto, minutos depois encontrou Aline na cozinha preparando algo que parecia ser uma vitamina, as duas se cumprimentaram com acenos tímidos e Lia se sentou à mesa.

— Sabe, eu estava pensando aqui e aquele Daniel é bem gatinho hein. - Aline disse com um bom humor matinal do qual Lia tinha inveja.

— Acho que ouvi alguém dizer ontem que o Elídio é velho, sendo que ele é 2 anos mais novo que o Dani. - Ao terminar a frase ela tomou um gole do café que acabará de por em sua caneca.

— Dois anos? Meu Deus, não pode ser - ela gritou por cima do barulho do liquidificador.

— Line não grite antes das 8h00 da manhã - Ela pensou nos vizinhos indo reclamar com a sindica.

 

Já de tarde, mais precisamente às 17h33, ela se sentia cansada e sonolenta, o que era normal, pois tinha dormido tarde na noite anterior. Graças a faculdade, sempre dormia depois da meia noite. Mas sabia o que serviria como uma injeção de ânimo: uma aula de teatro. E era exatamente isso que ela iria ter.

Ela fazia parte da Cia dos Tropeços há 10 anos, já estava formada, tinha seu DRT e agora suas visitas eram a trabalho. Naquela tarde, ela foi para descansar fazendo aula com os iniciantes.

Quando chegou no auditório da escola todos já estavam no palco, ela tentou entrar sem ser percebida, mas Marissol fez questão de anunciar a sua chegada:

— Olha só quem resolveu aparecer. Queridos vocês lembram da Lia? - Ela viu 15 cabecinhas curiosas e 30 olhinhos arregalados virarem ao seu encontro.

Quando quando a aula de expressão corporal terminou, pôde sentir as gotas de suor que escorriam pelo rosto, ficou uns minutos deitada no chão do palco. Ela adorava aquele lugar, as vezes sentia que poderia ficar deitada para sempre bem ali onde tudo começou.

Depois de um tempo pegou seu celular e foi ler os comentários em sua foto, estava lendo em silêncio até que de repente deu um salto:

— Eita porra!

— Olha a boca, mal educada - A voz saiu de algum ponto atrás das cortinas, era de Marissol.

Ela ignorou o aviso e começou a rir como criança. Na tela se lia:

@notfakedaniel: Espero que seus professores não vejam essa foto.

Chegou em casa faltando 20 minutos para a meia noite, cansada, com fome e sono. Juntou o pouco de lucidez que ainda tinha e foi tomar banho. Meia hora depois foi para a cozinha, quando reparou um bilhete colado na geladeira:

"tive que sair. A louça eu deixei de presente pra você não sentir muito a minha falta."

Lia sorriu, adorava o humor da amiga. Olhou para a pia e com certeza a louça teria que esperar, no momento a cama a aguardava. Ela deitou, e já estava pronta para dormir quando viu uma nova mensagem em seu perfil. Quando leu não acreditou, seu olhos arregalaram como os das crianças no auditório. Ela ficou, por um bom tempo, olhando para a tela do celular, lendo, relendo e não acreditando no que via.

 Elidio: Então você é a garota da faculdade né?! É melhor para de faltar às aulas para nos ver, mocinha.

Demorou algum tempo para se recuperar do susto e desacelerar seus batimentos cardíacos. Ainda com pouca fé no que lia respondeu:

 E você é aquele cara do improviso né?! Parem de ser tão bons e eu paro de faltar às aulas.

 


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Notas finais do capítulo

Até o próximo capitulo,
Abraço.



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