Dois Quartos de Vinho escrita por Ninguém


Capítulo 15
Saindo do prédio em que trabalhava


Notas iniciais do capítulo

Olá querido leitor.

Hoje é quarta-feira, dia 18/02, uma data muito importante para mim. Exatamente há um mês a Dois Quartos de Vinho nasceu aqui no Nyah! e ela só continua aqui por causa de vocês, leitores incríveis. Quero agradecer a cada um por participarem disso e me incentivarem a continuar, muito obrigado.

Uma ótima leitura para todos e até as notas finais.



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Saindo do prédio em que trabalhava, Lia percebeu o carro de Aline estacionado logo a frente, quando a viu a amiga abriu um grande sorriso.

— Vamos ao shopping gastar como boas capitalistas que somos?

— Normalmente eu recusaria esse convite, mas acho que hoje é exatamente disso que preciso.

— Hum... ótimo! Agora entra ai e vamos falar do que realmente importa: o seu namoradinho, ou melhor, o Augusto.

Lia entrou no carro, se sentou no banco do passageiro e só retomou a conversa depois de colocar o cinto de segurança.

— O que você quer saber?

— Ah por favor, né?! Você sabe muito bem o que quero saber, quero saber tudo!

— Não sei por onde começar.

— Pode começar me contando quem é ele, me mostrando uma foto, sei lá, só não me torture assim garota você sabe que sou bem mais curiosa que você.

— Na hora certa eu conto quem é, por enquanto só posso dizer que você conhece ele.

— Puta que pariu, eu conheço o cara? Mas eu não conheço nenhum Augusto.

— Claro que conhece, só não lembra dele.

— Ai que maravilha agora vou passar meus dias tentando lembrar de algum Augusto sendo que já conheci centenas de pessoas, e o seu celular tá tocando.

Até então Lia não tinha percebido, mas alguém estava mandando mensagens para ela.

: Hey Julieta, só avisando que não terá ensaio nem hoje nem amanhã, mas no sábado é pra tá na Cia as 10h00 e sem previsão de saída. Parece que um diretor de algum teatro do ABC quer ver a peça pra saber se é "boa o suficiente" pro teatro dele, e por isso precisamos deixar ela pronta até sexta que vem.

Você: Seremos mantidos em cativeiro então? Já vou deixar o dinheiro do resgate com a minha mãe... mas vamos ensaiar sem cenário?

: Eu já preparei meu testamento, deixo meu carro para o meu irmão e o meu amor para você, não sei se sairei vivo de lá!

Cara o Faletti tá puto com tudo isso, não vamos ensaiar nesses dias porque eles estão correndo atrás de cenário e figurino.

Você: Vish pior que nem dá pra eu passar lá e ver se querem alguma coisa em especial, tem como você fazer esse pequeno favor pra mim Pê?

: O que você não me pede chorando, que eu não faço sorrindo?

Você: Por isso que eu te amo!

: Ah se isso fosse verdade...

Dentre as outras mensagens, uma se destacou:

Rafa: E ai gatinha, festa no meu Ap hoje as 22h00 com direito a vodca, cerveja, wisque e quartos reservados caso alguém fique animadinho. Chama a loira, demorô?

— O Rafael tá chamando pra uma festa. - Lia comentou arqueando uma das sobrancelhas.

— O Rafa? Uau quem é vivo sempre faz festa. Avisa que a gente vai.

— A gente?

— É, a gente sim e ponto final.

Você: Opa eu li a palavra "vodca"? haha, a Line vai, mas eu só vou dar uma passadinha pra te ver que hoje tenho facul.

Rafa: Você será a mais aguardada da noite! Já tô até ansioso, até daqui a pouco gata.

Lia mostrou a mensagem para a amiga e as duas riram.

— Bem direto hein. - Aline estava manobrando o carro no estacionamento do shopping.

— Direto até demais!

— Você deveria pegar ele.

— Oi? - Ela começou a rir.

— É ué o Rafa é o maior gato e todos sabem que ele quer você desde o primeiro dia que te viu. Por que você não fica com ele hoje?

— Ah eu não sei não Aline.

— Ah qual é, vai me dizer que tá apaixonada pelo tal do Augusto?

— Apaixonada? Mas é claro que não!

— Ótimo, então hoje você tem um encontro.

...

Lia entrou no elevador de seu prédio, mas achou um pouco incomodo sair um andar acima do que o que morava. Já no hall, conseguia escutar algumas vozes e sabia que isso seria motivo para os futuros chiliques de dona Margarida, ela se aproximou da porta de onde vinha o som e tocou a campainha. Segundos se passaram até que Rafael a abriu.

— Que que isso, hein? eu só posso estar no céu! tá maravilhosa como sempre. - Ele sorria maliciosamente.

Rafael tinha 22 anos e apesar do apartamento, era sustentado pelos pais. Seu cabelo castanho claro e seu tom de pele bronzeado, resultado de inúmeros fins de semana em diferentes praias pelo mundo, não combinavam com a faculdade de engenharia que ele cursava há 1 ano. Alto e dono de um sorriso desarmador, ele era do tipo de homem que tinha todas que quisesse e quando quisesse.

— Como você é idiota.

— Idiota de amor por você, gata.

— Idiota e bêbado, né?!

— Vamos ficar conversando na porta ou você vai entrar e se sentar naquele lindo e confortável sofá azul ali atrás? - Ele apontou para algum ponto em suas costas segurando um copo vazio.

Ela o empurrou para o lado e entrou no apartamento, cumprimentou todos, mesmo não conhecendo a maioria das pessoas, e foi se sentar ao lado de Aline.

— Ainda bem que você chegou, não tava mais aguentando o Rafael falando de você. - A resposta da outra não passou de um sorriso amarelo.

Os minutos passaram rápido em meio a conversas com os que ainda estavam sóbrios e quando Lia percebeu, já era mais de 1h00 da manhã.

— Rafa, eu preciso ir. - Ela cutucou a cabeça do outro que estava deitado em seu colo.

— Mas já? - Ele perguntou levantando e se virando para ela.

— Amanhã eu trabalho, esqueceu?

— Sabia que você tá a maior gata hoje?- Ele se aproximou falando em seu ouvido. - Jesus, Lia, você tá gostosa pra caralho!

— E você bêbado.

— Você sabe que isso é mentira. - Ele se aproximou mais e começou a beijar sua orelha, descendo pelo pescoço e continuando os beijos do outro lado do mesmo.

— Então quanto é 2+2?

Rafael agarrou-a e começou a beija-la, dessa vez na boca, enquanto brincava com alguns fios do cabelo dela. Lia sabia que o certo a fazer seria se afastar e ir embora, mas não podia negar que estava gostando e que não queria parar por ali, ela segurou ele pela camiseta e simplesmente deixou-o conduzi-la.

— Sete. - Ele respondeu pousando as mãos sobre as coxas dela enquanto começava a subir sua saia, mas ela não deixou.

— Resposta errada. - Com isso, se levantou, pegou Aline pelo braço e foi embora.

— Eu vi, hein?!- Aline falou quando já estavam em casa.

— Vamos dormir, né princesa?! Você está fedendo a cerveja!

— Seja lá quem for esse tal de Augusto, ele com certeza não chega aos pés do Rafa.

— Ah minha cara, você nunca esteva tão enganada. - Lia terminou a conversa já fechando a porta de seu quarto.

Por puro reflexo, ela foi conferir para ver se não tinham novas mensagens, talvez na esperança de que Elídio desse um sinal de vida, mas ele cumpriu o que dissera e aparentemente a semana estava realmente muito cheia.

Estranhamente, ela se lembrou do beijo nas escadas e começou a sorrir, pensou que Vitor estava realmente certo e que ela jamais imaginaria sentir os lábios de Elídio junto aos seus. Ela pensou o quanto uma mensagem de boa noite dele a salvaria, só um sinal de que não a esquecerá ou de que mesmo com tantas obrigações ele se importava. Se entristeceu ao constatar que a sua importância na vida do Barbixa era mínima ou até mesmo menos que isso.


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Notas finais do capítulo

Ah acho que por ser aniversário da fic eu mereço comentários, hein? O que acham?

Até o próximo capitulo,
Abraços.



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