Dois Quartos de Vinho escrita por Ninguém


Capítulo 12
Quando os primeiros raios de sol


Notas iniciais do capítulo

Olá, querido leitor. Seja bem vindo! Puxe uma cadeira ou deite no sofá, tome um chá ou coma uma pipoca. Enfim, sinta-se a vontade e tenha uma ótima leitura.



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Quando os primeiros raios de sol começaram a invadir a sala, Lia percebeu que acabou adormecendo sem querer no tapete, ela olhou para o lado e notou que o furão não estava mais lá.

— Acho que nunca vou me acostumar com essas suas manias hippies. - Aline estava sentada tomando café enquanto olhava para a amiga.

— Hum... engraçadinha, apesar de adorar dormir no chão dessa vez foi acidental, deitei aqui com o Rumpel e acabei dormindo, aliás você esqueceu de novo de colocar ele na gaiola né?!

— Hum... foi mal ele tava comigo na minha cama mas eu acabei adormecendo. Mas como foi a noite?

— Foi incrivelmente incrível!

— Ótimo, vai tomar um banho e depois me conta tudo. Aproveito e te levo pra Impactos. - Impactos era o nome da empresa em que Lia trabalhava.

— Nossa tudo isso é solidariedade?

— Na verdade é curiosidade, agora vai logo.

As duas saíram apressadas e só começaram a conversar quando entraram no elevador, mas assim que chegaram ao hall foram interrompidas pela sindica:

— Bom dia senhoritas.

— Bom dia Sra. Margarida, olá Seu Luiz. - As duas disseram juntas ao se virarem.

— Nos desculpe pela falta de educação, estávamos distraídas e não vimos vocês ai. - Lia tentou se justificar.

Margarida era do tipo de pessoa que aparentava ter mais idade do que seu RG comprovava. Ela tinha os cabelos pintados de loiro e sempre saía de casa muito bem arrumada, não dispensava uma camisa estampada e brincos grandes. Já era sindica do prédio há mais de 5 anos, mas não era das pessoas mais simpáticas, muito menos com os jovens do prédio, as meninas já haviam perdido a conta de quantas vezes foram advertidas pela senhora, por aparentemente "perturbarem a paz dos condôminos".

— Continua a contar, vocês se beijaram ou não? - Aline disse já seguindo até a porta.

— Então... - A outra começou a responder mas foi interrompida.

— Falando em beijo... preciso ter uma conversinha com as senhoritas. - Margarida disse.

— Pois então diga. - Aline respondeu.

— Eu quero deixar claro que este é um prédio de família e que os que moram aqui devem agir do modo respeitoso e... - Ela tentou prosseguir mas Aline interrompeu.

— Ah por favor né, quantas vezes já não ouvimos essa frase? Será que dá pra ir logo ao assunto principal, estamos com pressa. - Margarida fez cara feia, mas resolveu fazer o que a outra pediu.

— Quero dizer que é terminantemente proibido a vulgaridade no local e isso inclui ficar se esfregando com homens nas escadas, mesmo que de madrugada.

Lia ficou branca e depois quase azul de vergonha, no calor do momento esqueceu completamente das câmeras e do porteiro do turno da noite que com toda certeza havia assistido a todo o espetáculo da noite anterior de camarote e logo pela manhã mostrou as filmagens para a sindica.

— Mas eu não...- Aline começou a falar mas parou por um momento, arregalou os olhos. 

— Foi... foi só um beijo.

— Um beijo? Um beijo?! Você e o seu namoradinho quase protagonizaram um filme pornô. - Lia sentiu vontade de sair correndo dali.

— Aline vamos embora logo antes que ela me obrigue a fazer um teste de gravidez. - Ela disse puxando a amiga para a saída enquanto Margarita ficou parada sem reação às palavras da loira.

— Vai, pode ir me contando em detalhes tudo que aconteceu nessa escada. - Line disse já entrando no carro.

— Ok, te conto tudo, mas vamos logo se não vou me atrasar. - E Lia começou a contar sobre a noite anterior, mas sem dizer quem era o tal cara, é claro.

...

Como tinha combinado na noite anterior, Lia iria se encontrar com Pedro na Cia para que ensaiassem sozinhos pela última vez antes que mostrassem a peça para os outros envolvidos. Ela o encontrou no Jardim.

— Bom dia flor do dia.

— Vejo que alguém acordou de bom humor, isso significa que a noite foi boa.

— Talvez sim, talvez não, quem sabe?! - Ela respondeu sorrindo.

— Você tá diferente.

— Diferente como?

— Não sei, mas tem um brilho nos seus olhos que nunca vi antes.

— Observador, hein?!

— Já ouviu falar que uma pessoa apaixonada reconhece outra a quilômetros de distância?

— Não ouvido pra besteiras desse tipo..

— Tudo bem Sra. Imune ao Amor, vamos logo ensaiar então.

Após 3 horas, eles deram por encerrado o ensaio e depois de se despedir de Pedro, ela ligou para Vitor.

— Fala encosto. - Ele disse exalando simpatia.

— Tá em casa?

— Sim, mas por qu...

— Tô indo ai, chego em 45 minutos. - Ela respondeu encerrando a ligação.

Passaram-se pouco mais de 50 minutos até que Vitor ouviu a campainha tocar.

— Boa noit...- Ele estava dizendo quando ela fechou a porta, o pegou pelo braço e levou-o até seu próprio quarto pedindo para que se sentasse na cama.

— Elídio Augusto Sanna. - Ela disse, finalmente.

— Oi?

— O nome do cara com quem tô saindo é Elídio Augusto Sanna. - Ela viu os olhos do amigo dobrarem de tamanho enquanto ele cobria a boca com as mãos.

— Você tá me dizendo que saiu com o Elídio, aquele Elídio?

— Não! Eu tô te dizendo que eu BEIJEI o Elídio, aquele Elídio. - Ela disse pronunciando o nome lentamente.


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Notas finais do capítulo

Até o próximo capitulo,
Abraços!



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