Dois Quartos de Vinho escrita por Ninguém


Capítulo 1
Noite quente, típica de Março


Notas iniciais do capítulo

Olá, querido leitor. Seja bem vindo! Puxe uma cadeira ou deite no sofá, tome um chá ou coma uma pipoca. Enfim, sinta-se a vontade e tenha uma ótima leitura.
Essa história começa no ano de 2020.



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Prólogo

Ela pressiona o colchão e agarra os lençóis, tomada pelo puro êxtase, abandona qualquer indício de racionalidade. Totalmente entregue as necessidades carnais. Sentia o hálito quente do outro, as mãos que dançavam sobre sua pele, o corpo dele pressionado ao seu. Calor e suor. Fogo e paixão. Nem mesmo caminhar sobre o paraíso traria tanto prazer quanto o que ela desfrutava no momento.

Capítulo 1

Noite quente, típica de Março, o vento invadia o carro pelo vão da janela. Lá dentro, o calor não se faz sentir graças ao ar-condicionado que, enquanto trabalhava, duas amigas continuavam conversado sem dar atenção ao transito que as cercavam.

— Ah, Lia, só não entendo todo esse seu receio com relacionamentos.

— Bom senhorita Aline as mulheres de hoje em dia já não precisam mais de homens para trocar as lâmpadas ou abrir os potes de condimentos. - Respondeu a outra, com falsa formalidade.

— Ah fala sério Lia, não é possível que você não queira ninguém!

— Ué mas é claro que eu quero alguém.

— E quem seria?

— Aceitaria namorar com o Elídio, por exemplo.

— O que? Ele é muito velho pra você! Péssimo gosto colega, péssimo gosto - Disse enquanto fazia sinal de negação com a cabeça.

— Velho nada querida. Ele é como vinho, quanto mais o tempo passa, melhor fica! - concluiu a comparação piscando um olho - Ele vai ficar sabendo que você o acha velho, viu?

— Isso se chegarmos ao Tuca a tempo, né gata? Esse trânsito está infernal! - Retrucou abaixando a cabeça sobre o volante.

Desconsiderando o fato de que as duas tinham 25 anos, uma era o oposto da outra, Lia tinha cabelos compridos e castanhos, os olhos da mesma cor, não tinha mais de 1,60 de altura e era apaixonada pela arte. Já a outra adorava metal, tinha cabelos descoloridos e repicados, que não passavam das orelhas, era mais alta e poucos dias mais nova, além de ter expressivos olhos claros. Eram amigas desde o colégio e há pouco mais de um ano dividiam um apartamento na capital paulista.

Foram as primeiras a chegar ao teatro, apesar do transito, entraram, procuraram suas respectivas poltronas e se sentaram.

— Uau! Estamos muito perto do palco. - Observou Aline.

— Sim! Fazia tanto tempo que não vinha aqui que tinha até esquecido da magia desse lugar - Disse com um toque de admiração na voz, como uma criança que visita um parque de diversões pela primeira vez, enquanto erguia a cabeça para ver os refletores de luz.

Os Barbixas haviam voltado de férias e aquela seria a primeira sessão do ano do espetáculo Improvável, Lia não perderia isso por nada, ela acompanhava a Cia há 6 anos e como boa amiga que era, sempre que possível, arrastava Aline para os espetáculos também.

As pessoas começaram a chegar e o relógio já se aproximava das 21h30, Aline olhou para a amiga e viu estampada em seu rosto uma expressão que conhecia bem, a de total fascínio. Não era a primeira vez que Lia assistia ao espetáculo, foram inúmeras as quintas-feiras onde as duas foram juntas ao Improvável e em todas ela conseguia ver o mesmo ar de ansiedade e admiração nos olhos da amiga.

Já na fila, Lia foi tomada pela habitual ansiedade que sempre tinha antes da sessão de fotos, mesmo já tendo tirado exatas 42 fotos com o trio. Ela começou a suar frio e tremer um pouco. Quando começaram a descer as escadas sua ansiedade dobrou de tamanho.

Estavam no ultimo degrau quando deram de cara com Daniel. Aline na hora acabou soltando um grito involuntário que fez ele dizer:

— Ah para eu nem sou tão feio assim - Com um sorriso encantador no rosto.

Comentário que fez as duas rirem e serviu para deixa-las mais a vontade.

Depois de abraços rápidos e de tirar a tão sonhada foto, Lia entregou uma agenda para eles e pediu para que autografassem.

— Ela tem essa agenda há anos e coleciona os autógrafos de vocês. - A outra ficou nitidamente vermelha com o comentário da amiga, a última coisa que queria era que seus ídolos achassem que ela era uma fã histérica e fanática.

— É mesmo? Você vem muitas vezes ao Tuca? - Perguntou Daniel enquanto assinava a agenda e a passava para Anderson.

—Na verdade todo mês eu mato uma ou duas aulas na faculdade para assistir vocês... - Ela respondeu.

— Fico feliz, mas se for reprovada não venha nos processar - Brincou.

— Até porque temos excelentes advogados! - Completou Anderson.

Todos riram, mas as risadas foram abafadas pela tosse da produtora, que observava tudo em segundo plano, o jeito mais simpático que ela encontrou de mostrar que aquela conversa já tinha durado tempo demais. Elídio entregou a agenda para Aline, eles se despediram e as moças foram embora.

— Eu só não te mato porquê é você quem está dirigindo - Lia afirmou pouco depois de entrarem no carro.

— Que foi? O que eu fiz dessa vez criatura? - Aline contestou indignada.

— Vamos logo pra casa, tô muito cansada e preciso dormir - Disse mudando de assunto. Não estava realmente brava, não conseguiria ficar brava depois de ver o trio de cinco.

 


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Notas finais do capítulo

Caso tenham gostado e se interessado pela história, e eu espero que sim, acompanhem e não perderão nenhum capítulo.

Até o próximo capitulo, Abraço.



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