A.l.é.x.i.a escrita por Gwen Stacy Parker


Capítulo 7
Killer Fenix


Notas iniciais do capítulo

Hey, pessoas lindjas!
Antes que atirem facas, vasos ou qualquer material cortante na gente, queremos nos desculpar pela demora. Realmente acabou demorando mais do que pensávamos, mas esse capítulo teve muitos ajustes... Falando no cap:
Preparem seus corações!

Até lá embaixo ^^



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"-Nova Iorque, Torre dos Vingadores. Atualmente.2035.-"

→Natasha←

Eu não sabia o que estava acontecendo. E isso me irritava. Pepper tinha se reunido com os filhos e a minha filha estava lá. Eu estava no andar de Jane e batia os pés constantemente no chão em um tique nervoso. Mordia os lábios aflita e olhava para os lados constantemente.

–Natasha?- uma voz me chamou, tirando-me do torpor que eu estava. Eu conhecia essa voz. Virei-me e analisei Steve com a mão na nuca envergonhado.

–Você está bem?

Tentei assimilar a pergunta a tempo, não sei o porquê, mas eu estava lerda. Isso não era um bom sinal, eu nunca era lerda. Cinquenta mil anos de instinto maternal estava sobre os meus ombros, fazendo-me ficar preocupada. Cinquenta mil anos de instinto maternal dizendo que algo ia sair errado e que eu precisava ouvi-lo.

–Sim- menti com um sorriso fraco. Minhas pernas viraram gelatinas quando escutei um suspiro cansado seu. Lembrei-me de quando ele suspirava assim quando estávamos juntos. Ele ainda fazia todas as coisas que costumava fazer quando estávamos juntos. A única coisa diferente são seus olhos, mas não consigo achar a razão.

–Steve!- ouço a voz agoniante/irritante/sem sentido de Sharon. Ele olha pra mim como se estivesse pedindo desculpas e sai para atender sua esposa.

Sua esposa.

Até no pensamento essa palavra é amarga na minha boca.

Clint chegou até a mim e me encarou. Eu estava sentada e ele em pé na minha frente, pisquei para afastar as lágrimas que se acumularam no canto dos meus olhos quando vi Clint olhando assim para mim. Ele me entendia. Ele me entende como nunca ninguém entendeu. E com esse pensamento, levantei e o abracei com todas as minhas forças.

Uma ou duas lágrimas escorreram pelo meu rosto. Pare de chorar, caramba! Você é a Viúva Negra! Você não chora!

"Mas olhe o que você fez", uma voz incoveniente ecoa pela minha cabeça. Sim, eu destrui a família de Tony, traí a confiança de Pepper, escondi algo grande de Steve e privei Aléxia de ter um pai.

Aléxia.

Só percebi que falei isso num sussurro, quando Clint me abraçou mais forte e murmurou:

–Você sabe que nada disso é sua culpa... Bom, talvez e Steve e Aléxia sejam. Talvez nada, é sim e...

–Obrigada por me animar, Clint- cortei sua fala, minha voz meio abafada pelo seu pescoço.

–Quer que eu te anime com mentiras?- ele me perguntou e me afastou de seu abraço apenas para olhar em meus olhos. Neguei e ele deu um sorrisinho- É claro que não, conheço você há muito tempo. Enfim...

Ele foi cortado por um bipe do elevador. Ergui a cabeça tentando distinguir quem chegou.

–Parece que tudo gosta de me interromper!- Clint resmungou indignado.

Era Pepper. Desvencilhei-me de Clint e corri até lá, mas parei quando Bobbi tocou meu braço e fez que não com a cabeça. Assenti.

Pepper estava acabada. Seus olhos estavam vermelhos, os lábios tremiam e ela não olhava para ninguém especificamente, apenas para a parede.

–Eu... eu...- Ela tentava dizer, mas não passava daí. Parecia não ter forças para elaborar uma frase.

–Pepper...-Sussurrei horrorizada. Bobbi repousou as mãos no meu ombro e apertou. Ficamos quanto tempo ali? Um minuto? Uma hora? O tempo parecia congelado enquanto eu me deteriorava lentamente.

Outro bipe do elevador. Tony. Ele também estava horrível. Ficou em uma distância segura de Pepper e olhou para cada um de nós, quando ele olhou pra mim, percebi que ele parecia mais perdido que um cego no tiroteio.

–Vamos dar um tempo- ele anunciou e todos prenderam a respiração. A vida não nos deu muito tempo para associar essa bomba atômica, porque no segundo seguinte um estrondo imenso ecoou por toda a torre. Vinha lá de cima.

Aléxia. A minha loirinha.

Corri até o elevador e o chamei. Cada segundo pareciam horas e eu estava muito desesperada para pensar de forma clara. Não sei porque estou assim, meu treinamento não me permite que eu entre em pânico em situações dessa escala.

O elevador chegou e todos nos esmagamos para caber dentro dele. Fiquei entre Wanda e Pietro enquanto Clint ficou entre Pepper e Tony com uma cara de "por tudo o que é mais sagrado nesse mundo, ajude-me". Senti vontade de rir, mas não era apropriado.

A porta do elevador abriu e todos saímos para ver o que estava acontecendo.

Era a minha filha. E ela estava querendo matar Scarlett.

Todos corremos até a porta de vidro, mas fomos impedidos por algo. Era Aléxia, claro. Mas quando vi seus olhos o pavor tomou conta de mim.

Era a Fênix. "Meu Deus, Aléxia" Essa frase ecoava nos meus pensamentos várias vezes.

–Não consigo me mexer!- Pietro grunhiu frustrado.

Bruce parecia está no ponto de virar o Hulk. "Vire logo!" Queria gritar "Minha filha vai virar uma assassina!"

–Eu...- Ele parecia atordoado- Eu não consigo virar o Hulk- Todos olhamos para ele esperando alguma explicação- Ela é muito poderosa, está neutralizando o poder de todos.

–Faça alguma coisa!- Pepper gtitou chorando. Percebi que os outros jovens também estavam ali, incluindo Ashley, que veio para o meu lado rapidamente.

–Não consigo nem levantar Mjölnir!- Thor exclamou.

–Ela está bloqueando o JARVIS!- Tony exclamou horrorizado- Não consigo falar com ele.

Mal nos movíamos! Então tentei apelar para o instinto maternal, ele estava muito certo até agora. E ele me dizia que eu só podia fazer uma coisa: gritar seu nome e pedir para que parasse.

Por favor, amor.

Por favor, filha.

Por favor, loirinha.

Por favor, Aléxia.

→Aléxia←

–Você ficou louca?- gritei e me levantei, ficando frente a frente com ela.

–Você acabou de destruir minha família e eu que fiquei louca?!- ela gritou e veio para cima de mim novamente, mas dessa vez, agarrei seus pulsos antes.

–Scarlett, para- pedi, mas ela persistiu, fazendo-me jogá-la no chão. Ela se debateu e conseguiu bater a cabeça na minha testa. Pisquei, um pouco desnorteada, e tentei impedi-la de me bater.

–Me larga!- ela gritou. Senti um objeto entrar em contrito com meu corpo e fui jogada para longe, batendo na parede. Era uma mesa! Ela atirou uma mesa em mim! Maldita telecinese.

Levantei-me e ela também. Eu estava com os punhos cerrados na frente do rosto, tentando me proteger de outro possível ataque.

–Scarlett, pense com clareza- implorei e sua gargalhada irônica ecoou por todo ambiente.

–Acho melhor você pensar com clareza, sua vadia- ela gritou mais uma vez e tentou lançar o sofá em mim, mas eu parei-o, arremessando-o longe. Pude ver que ela recuou dois passos, perto o suficiente da parede de vidro que dividia duas salas, apesar de continuar na mesma posição e não mudar suas feições raivosas. Foi então que senti meu corpo queimar.

–Tem certeza de que eu que sou a vadia aqui?- gritei com toda minha força, sem ter mais qualquer tipo de autocontrole. Ia começar a levitar todo e qualquer tipo de objeto cortante presente na sala, mas ouvi a voz desesperada de minha mãe e olhei para trás.

–Aléxia, para!- ela implorou, tentando abrir a porta de vidro. Coloquei um campo magnético na porta e encarei meu reflexo no vidro. Meus olhos estavam vermelhos como chamas.

–Abra a porta, Aléxia- dessa vez, foi tio Clint que gritou, tentando abrir a porta, em vão. Virei-me novamente para Scarlett, que estava em posição de defesa. Ri debochadamente e então levitei todos os objetos capazes de ferir, e lancei-os em sua direção. Ouvi gritos atrás de mim e vi Scarlett abaixar-se. Por sorte, somente alguns cacos de vidro a atingiram e uma faca passou de raspão em sua cintura.

Ela tentou levantar, mas eu a impedi, controlando-a. Porém, com seu maldito poder ela conseguiu livrar-se do meu controle, e correu na direção contrária a minha, mas sem ficar de costas para mim.

–Tarde demais para fugir, Scarlett- gritei e então fechei os olhos, sentindo meu corpo enrijecer. O chão começou a tremer e então, abri os olhos a tempo de ver a parede de vidro atrás de mim explodir em cacos, voando em direção à Scarlett, que foi arremessada com força contra a parede de vidro atrás de si, que quebrou-se inteira. No momento da explosão, todos atrás de mim gritaram, sem exceção, e abaixaram-se, se protegendo dos cacos que caiam infinitamente. Não senti dor alguma, mesmo sabendo que havia me machucado.

O corpo de Scarlett caiu a uns oito metros de distância, impactando no chão da outra sala. Dei um passo em sua direção, ansiada por mais, mas fui barrada por uma mão em meu ombro, que puxou-me para trás.

–O que você fez, Alex?- Ashley me perguntou, com os olhos marejados e amedrontados. Atrás dela, Marrie e Hilary choravam, abraçadas com Bobbi e Jane, respectivamente. Zachary estava na frente das quatro, encarando a cena com o olhar preocupado. Wanda, que segurava Natália protetoramente nos braços, Pietro e Visão estavam juntos um pouco mais atrás, olhando para a cena toda em choque. Christopher estava com os olhos arregalados ao lado de Sharon, que me encarava com medo e repulsa. Steve estava estático, em frente à família. Os olhos azuis em completa confusão. E então olhei para minha mãe, que chorava, sendo amparada por Bruce e Clint. Ela levantou a cabeça e me encarou. No mesmo instante, senti meu corpo ficar leve. Pelos olhos de Ashley consegui perceber que meus olhos voltaram ao normal. Foi aí que despertei.

–Eu...- tentei falar, mas foi em vão. Não sabia de nada que havia acontecido. A Fênix mais uma vez deixou-me cega.

–Melhor sair daqui, Alex- Tio Clint falou, olhando-me com pesar. Encarei Ashley buscando respostas, e ela somente olhou por trás dos meus ombros. Virei-me e então vi o que me chocou. A longe, o corpo de Scarlett estava estatelado, com várias linhas de sangue escorrendo por todos os lugares e rasgos em sua roupa, banhados com uma coloração levemente avermelhada. As duas salas estavam com cacos de vidros espalhados, mas ninguém parecia se importar com tamanha bagunça.

Dei alguns passos para frente e pude ver com mais clareza as pessoas que rodeavam-na. Tio Tony tinha a cabeça de Scarlett em seu colo, e eu pude ver lágrimas pingando. Tia Pepper tentava acordar a filha a todo custo, chorando tanto que eu mal podia ver seus olhos. Ao seu lado, Robert tinha a face e os olhos levemente avermelhados, e pegava nas mãos da mãe, balançando a cabeça. Em pé, Thor falava ao telefone, provavelmente chamando uma ambulância.

Suspirei e senti as lágrimas inundando meus olhos, pedindo permissão para saírem, e então, abaixei a cabeça, finalmente sentindo-as caírem, uma a uma. Pensei em ir até os Stark, mas desisti, sabendo que só pioraria ainda mais as coisas. Será que vai ser sempre assim? Um momento de dominação da Fênix e então eu destruo algo? Machuco alguém?

–Venha, vamos sair daqui- escutei a voz de tia Bobbi sussurrando em meu ouvido e então comecei a segui-la, analisando um por um. Sustentei meu olhar no Capitão, que me olhou com pesar. Ele parecia entender que eu não tive culpa e que estava mais confusa que qualquer um, e ameaçou vir falar comigo, mas foi barrado por Sharon, que segurou seu braço.

–O que pensa que vai fazer?- ela perguntou, brava.

–Sharon, me solte- Capitão pediu calmamente, porém severo.

–Você não vai falar com ela! Ainda não percebeu que ela não presta?- Sharon falou, segurando o braço de Steve com ainda mais força. Não pude ver sua reação, mas ele ficou em silêncio.

–Sharon, não quero brigar com você aqui e agora- ele falou, encarando a loira nos olhos.

–Essa garota não merece o seu consolo- ela sussurrou, porém alto o suficiente para todos ouvirem. Pelo canto do olho pude ver minha mãe falar algo no ouvido de Clint, que negou com a cabeça.

–Me solte, agora- dessa vez, ele foi mais firme, fazendo Sharon arregalar de leve os olhos castanhos, e finalmente soltá-lo, com a cara emburrada.

–Não entendo isso, ninguém percebe que ela é um monstro?- Sharon questionou exasperada.

–Mãe! A Alex não é um monstro- Chris sussurrou, fazendo Sharon soltar um resmungo irônico.

–Ela pode ter matado Scarlett, claro que é um monstro- ela falou óbvia e me encarou. Queria confrontá-la, mas sabia que seria ainda pior. Mas, agradeci mentalmente assim que Wanda entregou Natália para Pietro e caminhou a passos raivosos na direção de Sharon, que recuou.

–Só vou pedir uma vez, cale-se! Você fica menos estúpida de boca fechada- Wanda falou com os olhos claros fixos nos de Sharon, que encarou a todos e em seguida desviou o olhar, saindo em direção ao elevador.

Olhei para Wanda e ela para mim. Mexi meus lábios em um “obrigada”, e ela fez um sinal positivo com a cabeça, voltando para onde estava e pegando Natália de volta.

Logo voltei a andar, mas então ouvi um alvoroço ao longe. Tia Bobbi parou e virou-se para trás, e eu fiz o mesmo. Thor tacou o telefone no chão, fazendo-o quebrar em milhões de pedaços. Ele trocou algumas palavras com Robert e então levantou a cabeça e olhou na direção de Pietro, chamando-o.

Em poucos milésimos, ele já se encontrava junto a Thor, que cochichou algo. No mesmo tempo em que foi, ele voltou a nós, parando em frente à Jane.

–Thor pediu para me entregar as chaves do carro- Pietro falou, sem nenhum cansaço na voz. Rapidamente Jane tirou as chaves do bolso do jeans, entregando-as para o mais jovem, que sumiu em alguns instantes, mas sem antes sussurrar algo para a irmã, que concordou.

Voltei meu olhar para a outra sala, onde tio Tony pegou Scarlett nos braços e começou a andar em minha direção. Ao seu lado direito, Robert amparava tia Pepper, que mantinha a cabeça encostada em seu ombro. Thor vinha um pouco atrás, olhando para mim. Seu olhar era compreensivo, porém superficial o bastante para eu entender que o que eu havia feito não tinha justificativa.

Quando se aproximaram, todos abriram caminho. Tio Tony ignorou-me, passando rapidamente entre mim e Ashley, que virou o rosto para o lado ao ver Scarlett. Minha irmã, de fato, não suporta sangue. Thor veio logo em seguida, ultrapassando Robert e tia Pepper, que mal andava sozinha. Esse está longe de ser o dia de sorte dos Stark, pelo contrário, com certeza é o pior dia de suas vidas.

–Parabéns, Aléxia- Robert disse passando por mim, fixando os olhos azuis lacrimejados nos meus. Pude sentir a raiva em sua voz, e então virei de costas, sentindo a onda de lágrimas voltar. Não foi culpa minha, eu não sabia o que estava fazendo, estava cega, tomada por essa criatura horrível que infelizmente decidiu habitar-me.

O que eu fiz para merecer isso?


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Notas finais do capítulo

E então, pessoal?! O que acharam, hein?
Comentem, pelo amor que Frigga tinha por Odin!
Beijocas