Me Apaixonei pela Pessoa que Eu Odeio escrita por Bibiana CD


Capítulo 47
Tudo que posso é tentar consolar-te


Notas iniciais do capítulo

Oi gente!
Fixe, muitas coisas acontecendo resultam em pouco tempo para escrever e menos capítulos para postar... Sorry
Sei que o capítulo ficou curtinho, e um pouco triste mas se eu fosse fazer melhor demoraria mais...
Espero realmente que gostem ♥
Boa leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/58523/chapter/47

-Tchau Lucas. –Meu pai falou, enquanto eu fechava a porta do carro. Nem sequer lhe respondi, apenas acenei. De acordo com Bruno está era a casa, a número 314 da rua 1º de março. Era no mesmo bairro que a minha, apenas algumas ruas separavam do meu prédio. Mesmo assim meu pai fez questão de me trazer, dizendo que queria ter certeza de onde eu estava. O que ele estava pensando, que eu iria ir comprar drogas em uma esquina?

Se bem que, depois do que aconteceu com Camila semana passada, ele anda super protetor e preocupado. O que é que ele está pensando? Que eu vou pegar uma faca e me matar? Vou me jogar na frente de um carro ou coisa parecida? Por favor, não sou como certas pessoas...

Olhei desolado para a porta da casa amarela. Ainda podia ouvir o carro de meu pai pela rua, ou já fosse outro carro mesmo. Mais uma vez apertei a campainha e esperei alguém atender. Me perguntei se está não era a casa errada, quem sabe eu tivesse entendido mau as indicações de Bruno. Quem sabe está não fosse a casa de Matt, ou apenas eles tenham esquecido de me avisar que justamente nesta quinta não tivesse ensaio. Por outro lado eles poderiam ter achado outro vocalista, ou simplesmente não me quisessem como tal. Estava prestes a me virara e voltar para casa quando um garoto da minha idade, de calças jeans e camiseta do The Cure, cabelo castanho todo arrepiado, como tivesse acabado de levar um choque, abriu a porta. Logo o reconheci como Matt.

-Oi, achei que nem viria mais. –Ele falou enquanto me dava espaço para passar pela porta. Depois me conduziu pela sua casa até a garagem, que não ficava muito longe.

Não me levem a mal, mas não era uma garagem grande. Principalmente se levarmos em consideração que tinha uma bateria montada nela, além de uma bicicleta, e um monte de ferramentas, um amplificador para guitarra e prateleiras cheias de coisas que não identifiquei.

Sentados em um sofá velho estavam Bruno, com seu habitual traje monocolor preto, e Mi. Seus cabelos castanhos revoltos, olhos azuis escuros delineadas por lápis muito preto. Uma camiseta gola pólo listrada preta e vermelha com uma calça toda rasgada. Os dois me cumprimentaram.

-Antes de começarmos o ensaio, precisamos decidir o que vamos cantar. –Mi falou, para todos nós. –Quando o Léu era o vocalista só cantávamos cover, e apenas de algumas bandas.

-Mas agora podíamos tentar compor nossas próprias músicas! –Bruno falou com entusiasmo.

-Você tem aquela que apresentou semana passada, né Lucas? –Matt perguntou, enquanto apontava sua baqueta em minha direção.

-Tenho.

-Poderia escrever outras? –Mi perguntou, seus olhos brilhando.

-Posso tentar. Não sei se vou conseguir. –Falei, tentando não criar falsas expectativas.

-Já é um começo. –Matt comentou.

..................................................................................................................................................

-Não sei como compor uma música, nem sei por onde começar! –Comentei olhando desolado para Joanne.

-Mas você já escreveu uma vez. Como você vez para compor a música? – Senti minhas orelhas ficarem vermelhas enquanto lhe respondia.

-Eu só pensei em você, e no que queria te dizer. Foi fácil, algo sem pensar. –Ela deu um sorriso, enquanto seus dedos passeavam pelo meu cabelo.

-Tente fazer isto outra vez, aquela música ficou muito linda. –Anne falou com ar sonhador.

-Vou tentar. –Apesar de tudo nestes últimos dias as coisas estão meio estranhas com nós dois, era como se ela estivesse sempre distante. Não sei o que está acontecendo, mas sempre que lhe pergunto ela me responde que não é nada. Agora mesmo seu olhar vagava pelo horizonte sem se prender a nada, aquele mesmo ar trágico tomava seu rosto.

-No que você está pensando? –Sussurrei no seu ouvido. –Seja sincera.

-Você não precisa saber. –Ela me respondeu. Então se virou para me olhar melhor. –Meus pensamentos são deprimentes até para eu mesma. –Apesar de seu tom irônico, seus olhos me diziam que seu sofrimento era verdadeiro.

-São seus pais? –Seus ombros pequenos e frágeis subiram e desceram enquanto ela suspirava.

-Como posso superar isto? Eu ando em uma corda bamba todos os dias. Pois cada vez que penso neles sinto que uma parte de mim está faltando, e lembro que os perdi. Mas a cada dia que passa parece que me esqueço um pouco deles, as memórias se esvaem de minha mente. Não quero esquecê-los, mas o que posso fazer se dói tanto lembrá-los? –Quando a garota parou de falar, suas palavras continuaram pairando no ar. Podia, em parte, entender a dor que aquelas palavras transmitiam, os sentimentos que passavam.

-Joanne, imagino que, este é um dilema em que apenas o tempo vai te ajudar. Não sei se um dia você não vai chegar a sentir saudades deles, mas tenho certeza de que você conseguirá superar está dor.

-Quanto tempo? –Ela me perguntou angustiada.

-Não sei. –Admiti. –Mas estarei com você este tempo todo, fazendo o possível para que seja o mais feliz o possível.

-Você sabe que isto pode ser muito tempo, não é?

-Sei, mas não pense nisto agora. Lembre-se do passado, pois ele nos ensina a não cometer os mesmos erros, pense no presente e seja sempre o máximo que puder, mas deixe o futuro de lado por um tempo, pois antes mesmo que você tenha se dado conta ele já será passado.

-Apesar de tuas palavras, no meu coração nada mudou. –Anne disse em voz baixa.

Um vento forte veio contra nós, enquanto observávamos a cidade da cobertura do  prédio, tinha cheiro de água salgada, de mar, de lugares além deste. A chuva começou a cair sobre a cidade, como se em algum lugar lá em cima alguém também chorasse pelas tristes histórias deste mundo.

Os pingos desconexos caiam sem molhar muito, nos olhos de Anne eu via que pequenas gotas caiam, mas não eram da chuva, eram lágrimas de uma tristeza acima da minha compreensão. Eram de uma tristeza que só alguém que já perdeu alguém entende.

Entrelacei sua pequena alva mão na minha, enquanto tentava lhe transmitir apenas uma única mensagem, a de que tudo ficaria bem.

-É melhor sairmos da chuva. –Sua voz quebrou o silêncio.

-Não me importo de ficar aqui.

-Apesar de também não me importar, sei que isto não é o melhor.-Ela falou, mostrando até em seus piores momentos ser mais racional que eu.

-Tudo bem, mas vem comigo. –Fomos até minha casa, vazia pela ausência de meu pai. O violão ainda estava em cima do sofá, onde eu o deixará depois de voltar do ensaio da banda.

-Acho que você vai ficar melhor, depois de escutar a sua música. –Sorri, um tanto desengonçado.

-E eu tenho certeza disto. –Ela me falou, seu rosto um pouco menos melancólico.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Bem gente, queria pedir uma coisa para vocês...
Estou começando uma nova fic, com a Maybe Shine, Na Ponta dos Pés. A história é muito linda, bem engraçada e ainda tem um mistério no meio. Quem quiser dar uma olhadinha e dizer como ficou: http://fanfiction.nyah.com.br/historia/84279/Na_Ponta_Dos_Pes

Beijokas
Bibi