Me Apaixonei pela Pessoa que Eu Odeio escrita por Bibiana CD


Capítulo 37
Apenas algumas palavras


Notas iniciais do capítulo

Sei que disse que só postaria esse capítulo quando chegássemos aos trezentos reviwes, mas como eu sou boazinha resolvi que 299 está bom, por enquanto...
Bem queria agradecer a Godoyzinha, Jelvengez, Princess_2113, Bells_Cullen_Mh,Deessah Tulipa-Amora e a Rapunzel-Kun que deixaram reviews fofos que me fizeram muito feliz
Ok, dei para falar muito hoje, 'rs
Então, espero que gostem do capítulo!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/58523/chapter/37

 

Dormir de calças jeans não é muito bom. Acordei as quatro e meia da tarde, bastante grogue. Sai do meu quarto, estava com receio de encontrar meu pai mas a fome falou mais alto. Olhei na sala e ele não estava lá, fui devagar até a cozinha porém o lugar estava vazio.

Fui até a geladeira, olhei, olhei e não achei nada para comer. Quero dizer, tinha uma gelatina laranja com um aspecto meio estranho, um pote fechado que devia estar com o que sobrou do almoço de hoje, frios e iogurte. Peguei o iogurte, estava prestes a comer quando vi que era de coco. Larguei na mesma hora. Odeio coco.

Que ótimo, parecia que não tinha nada para comer.

Abri o armário, achei umas barrinhas de cereais. São do meu pai, ele disse que não é para eu comer. Mas eu já estou ferrado mesmo...  Não sei como alguém pode sobreviver com uma dessas barrinhas, comi três  e ainda estou com fome.

Mas acho que tenho que procurar Anne agora, quero dizer, para fazer as pazes.

Fui até o banheiro e me olhei no espelho. Meu rosto estava muito estranho, depois de dormir tanto tempo meus olhos estavam vermelhos e meu cabelo muito desgrenhado. Acho que tenho que cortá-lo. Passei uma água no rosto, não melhorou em nada meu estado. Se quer saber? Dane-se.

Subi até o apartamento de Anne. Apertei a campainha e esperei... Em alguns minutos alguém abriu a porta, dei de cara com Eduarda.

-Oi Luke.

Ela disse, na sua mão direita estava uma xícara de chá.

-Oi. A Anne está?

Eduarda fez uma careta por alguns instantes e então disse:

-Não, ela saiu há algum tempo para caminhar, disse que queria arejar a cabeça...

Ela deu uma risadinha sarcástica.

-Como se uma garota de quatorze anos precisasse arejar a cabeça!

Não compartilhei de suas risadas e me permiti apenas um sorriso educado.

-Tem uma ideia de onde ela foi?

Eduarda balançou a cabeça negativamente enquanto dizia.

-Não, mas se quiser eu digo para ela que você esteve aqui...

Pensei por alguns segundos. Bem até que era boa idéia, acho que a minha única alternativa também...

-Humm, ok. Tchau!

Virei as costas, xingando em pensamento. Queria acabar com isso o quanto antes. Continuei andando, pensei em voltar para casa mas se meu pai voltasse não queria me encontrar com ele. Sabia que em algum momento isso acabaria acontecendo, mas o quanto mais eu conseguisse adiar isso melhor.

Resolvi ir para a cobertura do prédio. Quase ninguém vai lá no inverno, o vento é muito frio. Dito e feito, pois, nem bem eu tinha chego lá uma rajada de vento bateu em mim fazendo-me encolher e puxar mais contra meu corpo meu casaco. O vento fazia meus olhos doerem por isso abaixei minha cabeça.

De cabeça baixa continuei andando, para mais perto do parapeito. Quando cheguei um pouco mais perto vi que, o que antes tinha julgado uma sombra, era uma pessoa. Ela estava sentada da beira do parapeito. Eu via apenas a suas costas.

-Cuidado, você pode cair.

Falei, minha voz um pouco abafada por causa do vento.  A pequena figura se virou rapidamente, assustada, possivelmente pela minha voz, já que devia se julgar sozinha neste lugar.

-Está me seguindo, é?

Anne me perguntou, irritada. Nem preciso dizer que estava surpreso por encontrá-la ali. Tudo bem que ela morava aqui, mas como eu disse antes, quase ninguém vem para cá. E também o que Eduarda tinha dito, imaginei que ela tinha saído do prédio...

-Anne, saia da daí você pode cair...

Falei cheio de preocupação, suas pernas estavam viradas para o outro lado. Bem, medo de altura ela com certeza não tem...

-Lucas, você não manda em mim!

Anne respondeu, ainda mais irritada do que antes. Por que ela sempre tem que complicar tudo? Eu só queria que ela saísse dali!

-Eu sei, estou pedindo para você sair daí. Por favor!

Joanne deu uma risada seca, irônica e que soou falsa aos meus ouvidos.

-E quem você acha que é para pedir qualquer coisa para mim? E que direito você acha que tem de me pedir qualquer coisa?

Ela me deixou sem palavras, o que poderia eu responder? Eu realmente não tinha direito de pedir nada a ela...

-Anne...

-Não venha com esse Anne isso Anne aquilo! Se quer alguma coisa vá pedir a Camila, afinal vocês se dão tão bem juntos!

Seu olhar agora estava frio e me fuzilava. Mesmo assim o sustentei.

-Anne, se você me deixasse explicar...

-Só que eu não quero ouvir a explicação Lucas, entende? Eu já te escutei. É você quem não me escuta. É você quem não confia em mim! Lucas quando eu te dei motivo para não confiar em mim?

-Nunca, mas...

-Mas o que? Não importa. Suas palavras nunca explicarão seus atos. Adianta muito você dizer que gosta de mim, que confia se na primeira chance que tem de provar isso acredita no que a Camila diz! Na Camila, se fosse em qualquer outra pessoa não doeria tanto. Mas nela, que sempre tentou de tudo para acabar comigo... Como você pode?

Suas palavras eram de certa a forma as que sempre temi, e aquela voizinha chata apenas me disse: “eu avisei”. Sim, mas de que adiantava? Adiantava saber que ela não aceitaria minhas explicações? Não.

-Anne eu... me desculpe!

Sua expressão tomou um certo ar de desprezo.

-Essas são apenas palavras!

Joanne disse e levantou-se no parapeito. Por instantes meu coração disparou, pensei que ela fosse pular. Mas ela apenas desceu e saiu andando rápido, rumo as escadas. Como um raio ela passou por mim. O engraçado, de uma forma dramática, foi que naquele instante foi com se um raio passasse pelo meu peito.

Pois ela tinha razão, aquelas eram apenas palavras. Palavras sinceras, mas que não deixavam de ser apenas isso. Eu estava arrependido pelo meu julgamento, por ter desconfiado dela. Mas como poderia demonstrar isso a ela? Como poderia fazer Anne acreditar no meu arrependimento?

Olhei para o horizonte, a onde o mar e o céu pareciam se juntar em um só. O cinza chumbo do céu contrastava com o negro das nuvens que anunciavam uma chuva que não demoraria a cair. A única coisa com que eu me preocupava, para ser sincero, era quando essa tempestade passaria e o sol voltaria a brilhar.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Não me matem, por favor! Se querem matar alguém descontem a raiva em um travesseiro ou no seu irmão menor! Se me matararem não vão saber como a fic acaba, daí naum é legal né? rrsrsrrs
Bem, quanto mais reviews mais rápido eu posto o próximo capítulo :]
Beijinhos