Me Apaixonei pela Pessoa que Eu Odeio escrita por Bibiana CD


Capítulo 36
Passagem só de ida para a Inglaterra


Notas iniciais do capítulo

Gente, me desculpem mesmo pela demora!
Fiquei deixando para depois e nunca postava ¬¬'
Espero que gostem
Beijokas e boa leitura!



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Foi meu pai quem veio buscar a mim e Elizabeth na escola. O diretor tinha falado com ele e com o pai de Bruno, a sós. Não sei exatamente o que ele disse, mas ao sair de lá a expressão no rosto de meu pai e a do pai de Bruno não eram das mais amigáveis. Sem dizer uma palavra ele foi para o carro.

Eu sentei no banco da frente e Elizabeth no de trás. O silêncio na viagem foi muito desconfortável, porém não tive coragem de acabar com ele. Pensei em ligar o radio, mas depois desisti da idéia.

Chegamos em poucos minutos na garagem do prédio, vi que o carro de Eduarda estava lá, logo cheguei a conclusão de que Joanne deveria estar em casa. Suspirei, tinha que procurá-la. Precisa pedir desculpas, mas uma voizinha na minha cabeça teimava a me dizer que não seria tão fácil. Estava rezando para que esta voizinha irritante estivesse errada.

O silêncio perdurou até chegarmos ao nosso andar. Olhei para Elizabeth, seu rosto devia ser um espelho do meu. Nós dois sabíamos que coisas bem ruins nos aguardavam, pois, por mais liberais que os pais dela fossem não sei como lidariam com uma advertência. Já meu pai, só de olhar para seu rosto cheguei a conclusão que nada de bom me esperava.

Entramos em casa, tentei chegar no meu quarto antes que ele começasse o sermão. Estava quase lá, faltavam uns cinco passos quando ele começou a falar.

-Lucas, você esta tentando chamar a atenção de alguém?

Girei sobre meus calcanhares e o encarei. Não entendi direito porque ele perguntou isso...

-Humm, não.

Respondi com sinceridade.

-Então por que você está fazendo isso?

Ok, acho que meu pai esqueceu de tomar alguns de seus remédios hoje. Cogitei dizer isso em voz alta, mas ao olhar para ele descartei essa opção.

-Isso o que?

Achei que essa era a pergunta mais certa a se fazer nesse instante. A expressão de meu pai se tornou sínica.

-Brigando, conseguindo basicamente uma advertência por semana. E agora uma suspensão por ter entrado na biblioteca. O que você estava fazendo na biblioteca?

-Lendo?

Falei com um sorriso torto. Ops, acho que não devia ter dito isso. Meu pai riu, mas de uma forma totalmente tensa. Acho que ele vai me matar.

-Lendo? Que eu saiba você tem uma estante de livros em casa e dinheiro para comprar qual quiser em qualquer livraria. Acha que vai me enganar assim?

-Não.

-Que bom, pois não vai!

-Posso ir para meu quarto?

Perguntei, em uma última esperança de escapar daquilo.

-Posso ir para meu quarto? –ele me imitou com a voz cheia de ironia. -Lucas Smith, eu não te entendo. Sabe, eu já te deixei de castigo. Não adiantou. Eu já ignorei. Também não adiantou. O que você espera que eu faça?

Senti um bolo crescer na minha garganta, não achei minha voz. Nunca tinha visto meu pai assim, ele não estava bravo. Era um estágio acima do bravo. Não consegui sustentar seu olhar e então baixei os meus para os meus próprios pés.

-Lucas, se isso continuar assim você vai para Inglaterra, morar com a sua mãe!

-O que?

Não, eu tinha que ter ouvido errado!

-É exatamente o que eu disse.

Ele não podia estar fazendo aquilo!

-Ah tá, agora entendi tudo! Só estava esperando um motivo para me mandar para lá, né? Agora que vai se casar quer se livrar de mim. Então apenas me faça o favor de dizer isso com todas as letras na minha cara! Não fique procurando desculpas ...

Joguei tudo que estava pensando em cima dele, me virei e fui para meu quarto. Bati a porta com toda força que tinha o que fez um verdadeiro estrondo. Infelizmente ele veio atrás de mim. Meu pai me pegou pelo braço e fez eu me virar e o encarar.

-Lucas, isso não é verdade. Você acha que eu quero que você vá  morar com a sua mãe? Eu jamais faria isso.

-Me larga!

Ele me soltou, mas continuou ali, me olhando. Então recomeçou a falar:

-Lucas você é meu filho, eu te criei sozinho desde que você tinha dois anos. Eu tinha que me virar para conseguir trabalhar e ainda ser um pai presente para você. Sabe que nesse tempo todo nunca namorei mulher nenhuma pois queria que você soubesse que Mariana era sua mãe e isso nunca mudaria. Sabe, achei que estivesse grande o suficiente para entender.

Senti meu estômago revirar, meu ombros caírem e mais do que nunca quis estar sozinho em um lugar onde não precisasse pensar sobre nada disso.

-Eu nunca disse que você não gostasse de mim...

Falei mais em tom de defesa do que de afirmação.

-É o que pareceu Lucas, pois na primeira vez em que eu encontrei uma mulher interessante e inteligente que eu amo você começou a se afastar de mim...

-Eu não estou me afastando de você!

-Não? Você praticamente não fala mais comigo, se mete em brigas no colégio... Eu não quero que você vá para Inglaterra, mas isso tem que acabar.

Ele não esperou eu responder, apenas se virou e saiu do meu quarto. Fechou a porta e me deixou ali, parado de pé no meio do meu quarto. Gostaria de lhe ter dito que isso não tinha nada a ver com ele, que era um ótimo pai. Mas ele não estava mais ali, e eu não fui atrás dele.

Suspirei alto e deitei na minha cama, para falar a verdade me joguei. Fechei os olhos, e em pouco tempo já tinha caído no sono, mesmo sendo meio dia.


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Notas finais do capítulo

Então, quando chegarmos aos 300 reviews eu posto o próximo capítulo =] *apenasoitoreviewsgente!*
Beijokas Bibi