P.O.V Percy

– Por favor, acorde... - murmurei, apertando a mão pálida e branca de Milena. - Por favor...

– Eu sou seu torniquete... –disse Milena, devolvendo o aperto. - Eu sou... se... torniquete.

De repente, sua coluna levantou, e seus olhos ficaram negros. Um barulho de vozes dizendo "torniquete" implicava-me.

Ela estava torta, os barulhos agora eram de seus ossos quebrando, das vozes e da palavra "torniquete" repetida inúmeras vezes por seus lábios.

– Mi! - berrei, a chacoalhando. Ela não falou nada além daquilo.

Um grito e logo depois ela se voltou a sua posição inicial, deitada.

Seus olhos voltaram ao normal, quando ouvi o barulho de um molho de chaves sendo chacoalhados. Uma voz cantava "(s)AINT", e vi, quando a porta se abriu, Brian, o tio dela.

– Que porra aconteceu aqui? - perguntou ele, olhando furioso pra mim. Levantei os braços, falando que não era eu.

– Ela ficava dizendo que era "meu torniquete". - falei, e Manson levantou a sobrancelha e estalou os dedos como se tentasse se lembrar de algo.

– Tourniquet! É isso! - sorriu. - Você sabe se ela faz algo como eu fiz em (s)AINT?

– Tá querendo dizer que... - raciocinei um pouco. - NÃO! Quer dizer, não sei...

– Pergunte à ela... - ele falou, acariciando os cabelos dela. Olhei pro seu rosto, calmo e sereno. Manson acendeu um cigarro e saiu do quarto.

– Tio... - falou Milena. - Torniquete.

– Hã? Que por...

– Percy! - ela abriu os olhos! Ah, Percy. - ela se sentou, me abraçando. Correspondi o mesmo, e ela sorriu.

– Algo aconteceu? - era Rose.

– N-não... - menti.

– Bem... vou deixar vocês sozinhos... quem sabe vocês não se conhecem melhor e...

– ROSE!

– Vou ali encher o saco do Brian e já volto...

–Aproveita e dá um soco na cara da Annabeth. - ri.

– Ok... - ela disse, correndo até o Manson. - BRIAAAAAN! VOCÊ ME DEVE UMA EXPLICAÇÃO!

Olhei nos olhos avermelhados de Milena e a puxei pela cintura. Ela abaixou a cabeça e começou a chorar.

Com um polegar, tirei a lágrima dela. Ela levantou o rosto como o Manson em Man That You Fear e encarou-me.

Aproximei seu rosto do meu e o acariciei. Os batimentos dela estavam acelerados, e eu não pude me conter e abri um sorriso.

Então, deixei rolar. Meus lábios encostaram no dela, e pedi passagem para um beijo. Ela deu um sorriso discreto e aceitou.

Agarrei-me na sua cintura, esperando que aquilo nunca acabasse.