A Esfera da Herança escrita por FireboltVioleta
Notas iniciais do capítulo
AEEEEEE GENTES!
Agora que a fic começa a ficar boa! huehuehue
Boa leitura!
RONY
Para meu imenso alívio, tudo que ocorrera no dia anterior parecia ter sido esquecido por todos os envolvidos.
Hermione e eu não tocamos mais no assunto “animaga-esquizofrênica-bipolar-perigosa”.Pelo visto, nós dois já tínhamos muita coisa na cabeça pra ficarmos nos estressando a toa por algo que talvez nunca acontecesse e por detalhes que não podíamos controlar agora. Hermione concordou em dar um tempo nessa loucura até o dia seguinte, quando faria a primeira audiência de seu novo cargo... e prometeu não ficar dando chilique pelo fato de se transfigurar no tribunal.
– Vamos ter fé... tem razão... não vou ficar preocupada sem necessidade – ela murmurou, enquanto líamos as Constituições Legislativas juntos – afinal, posso sobreviver mais alguns dias sem tostar ninguém.
Tive que disfarçar o arrepio que me correu pela espinha quando Hermione me lembrou da transformação.
Eu simplesmente fiquei sem palavras quando me deparei com o dragão negro majestoso que emergira em meio á poeira. Eu imaginava se Hermione se sentira também d aquele jeito ao me ver transfigurado pela primeira vez, embora eu tivesse certeza de que nunca fora tão régio, intimidante e fantástico.
– Acho que sim – comentei – dá pra você ficar um tempo ser vagabundamente bonita até com escamas.
Hermione riu.
– Vagabundamente bonita? Isso é um elogio ou uma ofensa?
– Interprete como quiser - funguei.
Harry havia nos visitado mais cedo, querendo saber de todos os detalhes sobre o que acontecera desde nossa volta a Londres. Contamos tudo que havia sucedido desde então, tanto sobre meu sofrido anuncio aos pais de Hermione sobre o casamento, quanto sobre toda a ladainha assustadora no dia anterior. Havia trazido Teddy com ele, o que fez Hermione ficar deliciosas três horas sem pensar em mais nada além de mimar o garoto, que ia fazer a festinha de aniversário de dois anos na semana seguinte.
– Ela vai ficar bem – Harry me tranquilizara – olha só para Hermione, Nunca havia visto-a assim... vai ser uma Juíza perfeita.
– Sei que vai – concordei, olhando para Hermione.
– Awn... mas ele está tão fofo, Harry! – Hermione arrulhava, brincando de fazer cócegas em Teddy. O garotinho ria como uma hiena, segurando o pescoço dela. Vi, curioso, o cabelinho ralo de Teddy ficar loiro, em reação á sua risada.
– Estamos pensando no tema da festa de Teddy – Harry comentou – pensei em corujas, mas acho que ele não gosta. Andrômeda deu um boneco para ele... o coitado teve um fim trágico – ele riu.
– Que tal dragões? Que foi? – eu havia sugerido, recebendo um olhar pasmo de Hermione – vai que ele gosta.
– Mioni! – Teddy puxou de novo os cabelos de Hermione – qué tuquinhu!
– Ai, garoto – Hermione sacudiu a cabeça, rindo, enquanto virava a mamadeira de suco de abóbora na boca do bebê.
Fiquei observando Hermione, encantado com seu jeito brincalhão e vidrado com as crianças... e o mesmo encanto maravilhado que havia nos olhinhos de Teddy.
Ela seria uma mãe maravilhosa.
A mãe dos meus filhos...
Sacudi a cabeça em reação ao pensamento. Calma... eu estava pensando cedo demais.
– Já arranjou algum lugar para morar?
– Ainda não... sua mãe já tinha oferecido para eu continuar aqui, mas achei melhor livrar esse peso dela.
– Sabe que não é incomodo nenhum aqui, c ara – eu disse.
– Sei sim – Harry sorriu – mas agora eu tenho um carinha para cuidar também. Vem, Teddy!
Teddy saltou do colo de Hermione e andou, bambeando, até se içar no de Harry.
– Padim Aiy!
Hermione sorriu.
– Ele te adora, não é?
– Pelo jeito... – Harry rira quando Teddy subiu em suas costas.
Hermione ficara ridiculamente animada depois que eles haviam ido embora. Pareceu-me que a visita do melhor amigo havia lhe dado uma nova confiança.
Fiquei assistindo, entretido, ela cantarolar o hino de Hogwarts, enquanto decidia que roupa usaria para as audiências.
– Essa bata combina? – Hermione me ergueu uma bata marrom.
– Espere um pouco – me aproximei, dando uma fuçada na maleta de Hermione – onde será que... ahá!
Puxei as vestes negras que estavam dobradas no fundo da mala e as inclinei para Hermione.
Ela me encarou, surpresa.
– Rony... acho que não é muito bom...
– Vista no manequim – incentivei-a – depois eu explico.
Hermione franziu o cenho, mas se virou para o boneco de manequim no canto do quarto e começou a vesti-lo com as roupas.
– Meio inadequado para o cargo de Juíza, não acha? – Hermione inclinou o queixo para a abertura e o decote das roupas, assustada.
Revirei os olhos e gesticulei minha varinha, apontando para o manequim. O decote se fechou levemente, e a barra da saia também. Ambas as peças se uniram na cintura, formando um tipo de vestido executivo. Para deixar um pouco mais oficial, bordei as barras em dourado e acrescentei uma capa com capuz para completar o conjunto.
Hermione bateu palmas, como uma menininha.
– Faltou só uma coisa...
Hermione meneou a própria varinha, fazendo surgir, bordado em dourado, o brasão do Ministério da Magia no peito do manequim.
– Perfeito - ela sorriu.
– Acho que, se é para ser Wicca, tem que ser algo digno, como certa pessoinha me disse um dia – brinquei.
– Acho que sim – os olhos dela brilharam de carinho quando a lembrei de Becky – se não fosse por ela... puxa vida...
Eu também tinha que concordar. Aquela pequena elfa praticamente nos salvou a vida mais vezes do que podíamos contar.
– Perfeito – bocejei = agora vamos dormir? O gostosão aqui precisa estar preparado para a seleção de aurores de amanhã...
Hermione balançou a cabeça enquanto vinha na direção da cama.
– Humildade não é bem seu ponto forte, não é, Ronald?
Segui-a lentamente, fazendo uma expressão psicótica. Hermione percebeu, e caiu na risada.
– Que foi? – ela sentou no colchão, erguendo o joelho para cima – o cachorrinho vai atacar?
Santa Mãe... Hermione não tinha amor á vida? Não bastava estar irresistível com aquela camisola de seda branca?
– Hermione... – sorri quando a vi recuar uns três centímetros no colchão – o que um cachorro de caça faz?
– Não sei... – ela fez uma careta e tentou fugir cama acima, guinchando quando prendi suas mãos no travesseiro – ele é bonzinho com as lontras?
– Ah, não...
Senti aquela já familiar encolhida em seu ventre quando rocei minha boca ali.
– Ele as morde.
A gargalhada de Hermione impregnou o quarto quando mordi a barriga dela.
– Rony, não! – ela se sacudia de tanto rir enquanto eu continuava – você... n-não ia dormir? Ah, não... p-para...
Eu podia simplesmente passar o resto da minha existência ali, desfrutando do maravilhoso som das risadas de Hermione. Só que não deu.
– EI, EU QUERO DORMIR, SEUS TARADOS!
Encolhemos-nos, rindo, quando o berro de Gina vibrou no teto.
– Acho que a Srta. Paparazzi tem razão... – sussurrei, virando os olhos para o teto.
Hermione se ergueu, com a expressão terna, abarcando meu rosto nas mãos, e me deu um beijo tão doce que meu estômago se derreteu de carinho.
– Vamos dormir, meu caçador... – ela riu, se aninhando em meus braços.
Fiquei olhando-a suspirar e fechar os olhos, abraçada a mim, e não consegui deixar de pensar em como era um cara de sorte.
Mesmo tento feito o suficiente para que Hermione pudesse – e quisesse – me abandonar, ela nunca desistira de mim. Deparar-me com o fato de que Hermione sempre havia sentido algo por mim, mesmo quando eu mesmo ainda não sabia que sentia algo também, tornava tudo ainda mais espantoso.
Ela nunca havia deixado a mim ou Harry na mão, sempre sendo uma amiga leal e dedicada mesmo nos tempos mais sombrios. E, mesmo depois do meu abandono imperdoável, ela me aceitara de volta - primeiro relutante, mas, depois, como se nada tivesse acontecido.
E agora, para meu completo atordoamento, eu me via com aquela garota quase mulher em meus braços, como a minha noiva... o meu amor.
O que só me deixava com um nó ainda maior na garganta, quando eu sabia que nunca seria bom o suficiente para ela. Que nunca conseguiria retribuir tudo que Hermione me dera nos últimos anos. E que eu nunca chegaria a ser sequer digno de pisar no mesmo chão que ela, quanto mais ainda ser digno de receber a sua atenção e o seu carinho.
Ainda mastigando a amargura que me dominava, acabei adormecendo, finalmente deixando todos estes pensamentos ruins para trás.
______________O______________
No dia seguinte, eu e Hermione estávamos completamente nervosos, sentados no banco de trás do ônibus que nos levaria ao Ministério da Magia.
Ela estava tão tímida de usar a roupa que havíamos modificado na noite anterior que fechara completamente a capa que eu conjurara ao redor do corpo. Os trouxas ao nosso redor nos encaravam, curiosos, estranhando aquela moça de capuz e o garoto ruivo com um jaleco de botões prateados.
Quando descemos, Hermione me fez correr feito um doido até a cabine telefônica.
– Ugh... esqueci como isso aqui é apertado.. – ela disse, quando nos acomodamos lá dentro e ficamos um tanto esmagados – aqui estão, dois xelins...
– Até que estarmos apertadinhos aqui não é ruim... – sorri, fazendo Hermione dar uma bufadinha divertida – dá para dar uns amassos...
– Se gosta de ter um nariz – ela cutucou meu queixo – nem se atreva...
Fiz biquinho, fazendo-a rir.
– Puxa...
Finalmente, para nosso alívio – ou, a meu ver, alívio de Hermione, que ainda me olhava atravessada e desconfiada – a cabine se abriu dentro do saguão do Ministério.
Fiquei encarando por alguns minutos o amplo salão de tijolos negros e a multidão apressada de funcionários, sentindo algo engraçado no estômago. Eu não sabia se estava mais ansioso com a seleção de aurores ou com as audiências de Hermione.
– Você vai á seleção agora? – Hermione apertou minha mão, parecendo tão ansiosa quanto eu.
– Não... vou á audiência também.
Hermione apareceu engolir em seco ao meu lado.
– Ei... – afaguei sua mão – vai dar tudo certo. Não fique assim.
Ela me encarou, dando um meio sorriso nervoso que, infelizmente, não chegou aos seus olhos.
Acompanhei-a até a sala da tribuna, sentindo-me triste com seu nervosismo. Mas como eu ia conseguir acalma-la? Não podia fazer nada agora.
Quando Hermione ficou de frente para a porta da sala, ficou estática, gesticulando com a mão como se receasse abri-la.
– Então... – ela inclinou o rosto para mim – nos vemos mais tarde.
– Sim... – beijei sua testa, afagando seu rosto – nos vemos mais tarde... meritíssima.
Hermione deu uma risadinha, um tanto mais feliz, e finalmente entrou na sala, fechando a porta.
Fiquei um tempo olhando para a maçaneta, antes de respirar fundo e me dirigir ao outro lado do tribunal.
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Assim que entrei na divisão de espectadores do tribunal, percebi que aquilo nãos seria coisa boba.
Havia mais de sessenta pessoas lá dentro, entre funcionários, júris, prováveis advogados...
E incluindo, para minha completa satisfação, cinco pessoas muito familiares na fileira da frente.
– Darel! Nyree! Harry!
Gina e todos os outros se viraram para mim, sorrindo.
– O que estão fazendo aqui?
– Eu é que pergunto, assombração – Gina me abraçou – viemos ver nossa amiga chutando traseiros, ora essa...
– Como vai, cara? – Darel me abraçou, seguido de Nyree.
– Caramba... – arfei quando vi a bebê no colo de Nyree – é a Tamahine? Está enorme!
Tamahine parecia ter crescido sem problemas desde seu traumático nascimento em Beauxbatons. Estava ficando gorduchinha como um bebê saudável - e muito esperta também, me observando com uma expressão interessada no rosto.
– Pois é... – Nyree ia continuar, mas uma movimentação repentina na tribuna nos fez hesitar, mudos.
Vi uma loira familiar aparecer na tribuna dos jurados.
– Olha, é a Atena!
– Atenção...– Atena pediu, inclinando a mão em direção á tribuna do juiz - por favor... levantem-se para receber a meritíssima Juíza da Corte Ministerial, Hermione Granger.
Ouvi um gritinho de “QUÊ?” vindo do fundo do tribunal, mas não reconheci quem era. E nem me interessou me virar para saber.
Todos se ergueram, ficando em pé, quase receosos.
E eu entendi o porquê quando levantei os olhos para a tribuna.
A figura encapuzada na tribuna se aproximou, quase hesitante, mas levou as mãos ao capuz e o baixou.
Ouviu-se um arfar geral nos espectadores, que, sem exceção, pareciam sem graça de encarar a Wicca que apareceu ao olhar de todos.
Tentei ver, em meio aqueles olhos assustadores, alguma insegurança ou temor.
Mas o que eu via era apenas a Hermione transfigurada – não a Hermione Wicca, aquela personalidade bipolar medonha do bosque, mas e Hermione sobre controle - e, evidentemente, finalmente confiante.
– Meritíssima – Atena se curvou – podem se sentar.
Ninguém conseguia tirar os olhos de Hermione. Pareciam tão hipnotizados quanto eu me sentia.
– Houve mudanças com relação ao primeiro julgamento, Excelência – Atena inclinou um papel timbrado para a tribuna – a primeira audiência deste dia iniciará com três réus para reavaliação de pena.
Hermione assentiu.
– Mande-os entrar.
A voz dela arrepiou minha nuca.
Fosse quem fossem os réus, estavam lascados.
As portas do fundo do tribunal se abriram, permitindo a entrada de três figuras terrivelmente conhecidas.
– O quê? – Harry guinchou, chocado.
– Não acredito!
Começou-se um burburinho no tribunal, enquanto eu fitava, pasmado, os réus que se dirigiam ao banco que lhes cabia.
Atena parecia quase temerosa de anunciar, enquanto olhava para uma Juíza boquiaberta.
– Primeiros julgados... Draco, Narcisa e Lúcio Malfoy.
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