A Esfera da Herança escrita por FireboltVioleta


Capítulo 53
The Heritage Sphere


Notas iniciais do capítulo

Olá, pessoas!
Pois é. Estamos finalmente no penúltimo capítulo de Esfera da Herança.
A choradeira é livre para todos os públicos :( (inclusive pra mim... buá... vou sentir falta de escrever essa fic)
Mas temos Saga da Rosa ano que vem, então O SONHO AINDA NÃO ACABOU! É só ir até a padaria mais próxima #taparei kkkk
Quero agradecer de coração aos leitores. Esta fic foi feita com vocês e para vocês. E nunca vou poder agradecer o suficiente pelo carinho e atenção que me deram até agora.
Bom, peguem seus lencinhos e boa leitura :')



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HERMIONE

Com o passar dos dias, tudo finalmente começou a melhorar.

Ainda havia muito sofrimento ao nosso redor, além de várias cicatrizes físicas e mentais. Todos haviam sofrido o inimaginável nas últimas semanas.

Por exemplo, meu estado de paz interior - gerado por aquela ainda inusitada, assustadora e inesquecível noite na Sala Precisa – foi ligeiramente massacrado, quando tive de comparecer aos funerais dos mortos no Ministério, que ocorreu no dia seguinte. O enterro aconteceu num cemitério recém-aberto, perto de Ottery St. Cathpole.

Para meu embaraço, nenhum dos familiares das vítimas parecia me culpar.

Ao contrário, quase morri de tanto chorar, quando eles vieram me agradecer, dizendo que eu havia feito todo o possível.

Só consegui parar de soluçar - após Padma me abraçar com a expressão mais dolorosa do mundo - quando Rony implorou a Oliviene (que ainda estava meio desacostumada com a prótese e parecia querer esconder isso de mim á todo custo) para que pudesse me levar embora.

Infelizmente, aquilo tudo trouxe de volta os pensamentos que eu decidira ignorar nos últimos dias.

Eu ainda estava tão abatida, revivendo aqueles momentos no Ministério, relembrando as palavras de Helen e minha conversa com Harold, que Kingsley achou melhor me manter mais uma semana longe dos deveres ministeriais.

E eu não poderia ter ficado mais grata por aquilo.

Lidar com os julgamentos dos rendidos agora iria acabar comigo. Desde o confronto no Ministério da magia, eu ainda nem conseguia – ou talvez nem quisesse – me conjurar mais. Não conseguiria - pelo menos por hora - olhar para a cara dos réus, sem me lembrar do que havia acontecido. E a dor de saber que meu tio não iria mais ressurgir em meus sonhos me abatia ainda mais.

Foi numa conversa – segundo Rony, mais do que necessária – com Darel e Nyree que eu extravasei o que andava pensando em fazer.

O que me tirou um pouco do estado de depressão foi perceber a tensão quase hilária entre Nyree e Darel. Pelo visto, o pobre homem tinha levado uma bronca daquelas, após se recuperar, e agia como o marido mais arrependido do mundo.

– Então... – Darel lançou um olhar assustado para Nyree, me fazendo segurar o riso – você quer uma matéria igual á do ano passado?

– Exatamente – estreitei os olhos para Rony, que fingia a mesma cara de desagrado assassino que fizera em Hogwarts – só que contando o que realmente aconteceu. Todos os detalhes. Quem era o Wicca Negro, o umbral... tudo.

– Não acha isso meio expositivo? – Nyree perguntou, observando Tamahine engatinhar até mim – quer dizer, por que revelar tudo? Talvez comprometer você, sei lá...

– Talvez – dei de ombros – mas essa coisa de esconder os fatos pode piorar tudo. Olhe só o Harry. Se Dumbledore tivesse contado a verdade para ele, ou se o Professor Slughorn tivesse contado a verdade á Dumbledore, muitas coisas poderiam ter deixado de acontecer a três anos atrás.

– Não está ajudando, Hermione- Darel riu – nesse caso, foi bom esconder os fatos.

– Foi só um exemplo – revirei os olhos.

– Olha, por mais que eu odeie admitir, você está certa, Hermione – Rony suspirou – o mundo tratou os Wiccas como uma lenda antiga, e olhe só o que aconteceu...

– Como a Câmara Secreta – assenti.

– Então o jeito de impedir que ninguém saiba da verdade é contando a verdade – Nyree disse, rindo – confuso, mas faz sentido. E já deu certo, não foi?

– Bagu – Tamahine fez, abrindo e fechando as mãozinhas em minha direção.

– Ai, sua baixinha – sorri, pegando-a no colo – sim, é exatamente isso, Nyree.

– OK – Darel anotou algo no pergaminho mais próximo – vou notificar Kingsley. Afinal, quase nada do que aconteceu foi veiculado no Profeta ainda.

– E qual vai ser sua manchete? – Nyree baixou a voz, parecendo petulante – ‘’Marido mané abandona esposa e filha para se matar”?

Arohaina – Darel choramingou – poxa...

Eu e Rony rimos.

– Deixe de maldade, Nyree. O garoto só quis ajudar.

– E quase me deixou viúva – Nyree resmungou, mostrando a língua para Darel e me fazendo rir ainda mais - porangi,inconsequente... – ela continuou titubeando em maori, para riso geral.

– Poxa vida, Nyree...

– Bom, isso está resolvido – Rony falou, dando de ombros.

– O que houve com o rapaz que estava acompanhando vocês? – Darel indagou.

– Draco Malfoy? – franzi o cenho – o garoto deu sorte. Resgatou a mãe sem nenhum arranhão, e Kingsley planeja abrir uma brecha no meu ultimo julgamento – fiz bico, o que fez Rony dar risada – menos cinco anos na condenação original dos dois. Deve estar bem.

– Posso estar ficando louco, mas essa doninha merece.

VI Rony mordendo o lábio, sem graça, e percebi que devia ter perdido alguma coisa enquanto eu estava caída e inconsciente no saguão do Ministério. Mas resolvi não perguntar.

Tamahine puxou de leve meus cabelos, me fazendo pular de susto.

– Ai! Sua pentelhinha! – gracejei.

Tamahine gargalhou, me dando um abraço tão alegre que só faltou me arrancar lágrimas de fofura.

Nyree sorriu.

– Ela parou de ter visões.

– Sério? – arfei, contente – que bom! – meu sorriso desapareceu – provavelmente por que também parei de causar tumulto.

– Ah, dá um tempo, Hermione – Darel bufou – a culpa de tudo que acontece no mundo não é inteiramente sua, está bem?

– Nada é culpa dela – Nyree corrigiu, franzindo a testa e fazendo Darel caretear.

– É, isso mesmo, amor. Nadinha – ele murmurou, com os olhos saltados. Reprimi outro riso.

– Mas enfim – Nyree se voltou para mim – e esse casamento, hein? Quando sai?

Pega de surpresa, entreolhei-me com Rony, que parecia tão acanhado quanto eu.

Diabos. Depois de tudo que acontecera, nós dois nem sequer sabíamos se haveria tempo para aquilo. Agora que tudo finalmente havia acabado, essa preocupação assustadora – embora agradável – por fim voltava a surgir.

E podia-se dizer que ninguém precisava saber de nossa lua-de-mel na Sala Precisa. Ah, não. Nem um pouquinho.

– Logo – resolvi dizer, poupando Rony de abrir a boca – e falando nisso – acrescentei, sorrindo – vou precisar de uma dama de honra. Conhece alguma maori que possa me ajudar?

Nyree deu um saltinho alegre e bateu palmas.

– Sério? – ela veio até mim e me abraçou – obrigada, Hermione!

– Poxa, bateu inveja aqui – brincou Darel.

– Ah, tá – Rony resolveu entrar na brincadeira – como se eu fosse ficar sem um padrinho.

– Harry vai ficar enciumado – comentei, rindo.

– Ela tem razão, cara – Darel parecia lisonjeado, mas assustado – melhor deixar Harry ficar de padrinho – ele ergueu a mão subitamente – eu posso noticiar o casamento, em vez disso!

– Sim – fiquei encantada – ia ser uma honra, Darel.

– Mioni.

Um silencio aterrador mergulhou dentro da sala.

– O que... – ofeguei, pasma.

Olhei para baixo, encarando, chocada, os pequenos olhinhos azuis que me fitavam.

Tamahine sorriu de um modo adorável, e arrulhou outra vez.

– Mioni.

– Agora é certeza. Eu também ouvi – Rony arquejou.

Nyree parecia querer se debulhar em lágrimas.

– Ah, toku pepe iti – o sorriso dela parecia querer arrebentar-lhe o rosto – a primeira palavra!

Senti um rubor satisfeito invadir meu rosto. Tantas palavras, e Tamahine estava falando a sua primeira chamando meu nome.

– Só falta te chamar de mamãe – Rony caçoou, se esquivando do tapa que eu ia lhe dar.

– Sem graça...

Olhei para aquele momento tão agradável, com todos rindo e admirando Tamahine, e cheguei à conclusão de que, definitivamente, ainda havia esperança.

Ainda havia a chance de um futuro melhor, onde momentos como aqueles perdurassem por muitos anos. O passado era uma marca dolorosa que quase todos nós seríamos forçados a carregar. Mas nem mesmo isso deveria nos impedir de tentar ultrapassar nossos obstáculos e desafios, á procura da paz e da felicidade.

E eu sabia como encontraria a minha. Iria levar a pesada e honrosa carga de ser uma Wicca, iria fazer de tudo para fazer de nossos mundos lugares melhores, e viveria uma vida maravilhosa ao lado do garoto que eu tanto amava.

Lembrei-me de uma verdade incontestável que sempre ouvira de meus pais, e que reforçava, de uma vez por todas, minha convicção de que o agora era a verdadeira chance que teríamos de fazer nosso próprio destino.

Por que o passado era imutável. E o futuro era incerto.

Mas o momento de agora sempre seria uma dádiva...

E por isso se chama presente.

_______________________O______________________

A reação á matéria de Darel não foi pior do que a última vez.

E aquilo tirou um peso enorme de meus ombros. Eu já não tinha que me esconder, e o mundo não tinha mais o que temer.

A repercussão foi primeiramente avassaladora, onde se ouvia todo tipo de boatos. De início, quase não consegui me comunicar com Oliviene, tamanha era a quantidade de cartas que havia recebido de cidadãos bruxos querendo mais detalhes.

Rony nem me deixou pensar duas vezes. Pegou todas as cartas e jogou no sótão.

Mas quando a poeira finalmente baixou, eu pude finalmente sair para trabalhar, assim como Rony, e o receio que havíamos tido se dissipou.

Todos queriam me conhecer mais de perto agora. Agora eu tinha até um fã-clube, liderado por ninguém menos que Laísa McKinnon, a garotinha grifinória que eu conhecera em Hogwarts no sétimo ano – também em férias de Páscoa.

Rony estava quase surtando quando percebeu que meus fãs não se restringiam a meras garotinhas inocentes, mas também se estendiam á vários rapazes que não pareciam querer apenas bater um papinho comigo.

E então a regra ficou estabelecida entre nós: nada de dar atenção á fãs do sexo oposto. E isso também valia para ele, já que deixei claro que arrancaria o fígado de Rony, cozinharia e mandaria para Skye comer na mansão de Tio Harold, se ele se atrevesse á dar trela para as assanhadas que o perseguiam toda hora no Ministério.

O que, claro, foi uma brincadeirinha que não deu certo.

Por que, para meu embaraço e satisfação, Rony mal dava atenção á elas. Estava ocupado demais ficando ao meu lado quase o tempo todo, exceto durante as missões de auror.

Minha preocupação boba sobre Rony sair em missões ainda se mantinha – e nunca iria se esvair. Porém, eu finalmente estava acatando o bom senso e entendendo que era aquilo que ele queria fazer.

O tempo passou depressa desde então. E as novidades não paravam de surgir.

Gina finalmente contou a Rony que estava noiva, e tive de assistir, impassível, o show de chilique dele – coisa rápida, que passou assim que ele e Harry tiveram uma conversa cordial durante nossa visita a Andrômeda e meus pais – que já haviam comprado uma casa nova nos arredores e se mudariam em algumas semanas.

Yara finalmente foi deixada em paz após algum tempo, Nyree ia ficando cada vez mais barriguda, e me convidou para ser madrinha do novo bebê – um menino, segundo Darel; fomos ao casamento de Cho e Dino – que foi a coisa mais linda que eu já vira desde que eu fora ao de Gui e Fleur -; eu fui dando, lentamente, cabo de quase todos os julgamentos dos Comensais da Morte que haviam se rendido no Ministério da Magia; eu e Rony finalmente tomamos vergonha na cara e marcamos a data do casamento – embora nem tivéssemos uma casa ainda -; Oliviene já se acostumara com a nova perna – e, para meu espanto, um dia, me apresentou o namorado, que não era ninguém menos que Joseph, amigo auror do Rony (o que Marcus devia estar achando daquilo?).

E, para nosso constrangimento, nunca mais tocamos no assunto da lua-de-mel fora de hora - embora, por vezes, eu me pegasse relembrando aquela noite e sorrindo, imaginando quando aconteceria outra vez.

Não que eu estivesse ansiosa. Claro que não. Até parece.

Ou talvez sim. Mas ninguém precisava saber disso.

E se eu achava que não ia me surpreender ainda mais, estava enganada.

________________________O______________________

Rony só fazia sorrir, enquanto eu pirava completamente, pulando na calçada e apertando o braço dele.

– Rony! Rony!

– Eu sei. Pare de me chacoalhar – ele gargalhou.

Meus olhos até lacrimejavam, enquanto encaravam a linda casinha de dois andares que estava á nossa frente.

– É nossa?

Rony beijou meus cabelos, parecendo maravilhado com meu espanto.

– Sim. É nossa, Hermione.

Tive vontade de chorar.

E quem diria que, um dia, aquilo finalmente aconteceria...

Não conseguia desviar os olhos do jardim florido, nem da varanda acolhedora. Rony teve que me puxar, rindo, para me apresentar o resto do lugar onde iríamos morar.

– Quando? Como...? – balbuciei, sorrindo para a sala de estar ao meu lado.

– Desde o noivado – Rony murmurou – já estava negociando. Quer dizer, Jorge esteve negociando para mim, já que tudo aquilo... andava acontecendo – ele me olhou – quis fazer uma surpresa.

– E surpreendeu – levei as mãos á boca, não contendo a excitação – é linda, Rony. Nem acredito! Simplesmente adorei!

Rony afagou meu braço, sorrindo.

– Que bom que gostou.

Estava tão exaltada que Rony riu quando lhe plantei um beijo de agradecimento na boca.

– Você não existe, Ronald Weasley – abracei-o, ainda eufórica.

Rony balançou a cabeça, rindo, e me levou para conhecer os quartos.

Pois é. Quase surtei, quando ele disse no plural.

– Esse é o nosso – ele indicou um cômodo grande em meio ao corredor, aparentando ficar meio sem graça quando se virou para o outro lado e indicou outra porta, que abriu em seguida – e esse... bem... é um quartinho para caso... haja necessidade.

Pressenti, maravilhada, que ele pensara literalmente em tudo mesmo.

– Tomara que haja – acotovelei-o de brincadeira, sorrindo – essa casa vai precisar de um pouco de barulho, não é?

– Tirando o barulho da cama? – ele gargalhou quando tentei acotovela-lo de verdade desta vez – estou brincando, amor...

– Seu safado, pervertido...

Rony me agarrou, quase me fazendo afogar em minhas lágrimas de tanto rir. Mas apenas fez isso para pousar um beijo em meus cabelos, que me derreteu toda.

Claro, isso foi antes dele me guinchar para seu colo e me fazer gargalhar outra vez.

– Está bem, garota. Vamos conhecer o jardim.

Descemos em direção aos fundos, onde Rony tampou meus olhos, e me guiou até o lado de fora.

– Pronto – ele retirou as mãos de meu rosto, após alguns segundos – pode olhar.

Quando vi o jardim, senti minhas mãos estremecerem.

Era familiar, embora eu nunca tivesse estado lá antes. E logo vi o motivo.

Uma fonte, vários pedestais com bacias de pedra... archotes em forma de dragões. Havia um pentagrama no chão, que abrangia boa parte do centro do jardim.

E, para meu absoluto espanto, um brasão de armas inusitado decorava um pedestal mais adiante: um escudo com um pentagrama no centro, cercado pelos símbolos dos quatro elementos, entrecortado por uma espada adornada. Todo o conjunto era acolhido entre a figura das asas e do rosto de um dragão negro.

– É... - ofeguei – mas é...

– Kingsley permitiu – Rony acariciou meu ombro – ele discutiu com a Confederação Internacional de Bruxos. Apesar de ainda não haver notificação oficial, agora somos Ordem de Merlim, Primeira Classe.

– O que? – olhei para Rony, embasbacada.

– E você foi condecorada com esse brasão meio assustador – ele acrescentou, rindo – eles acham que sua linhagem merecia um brasão de família. E, enfim, resolvemos que talvez fosse bom para você ter um pedaço da Redoma conosco.

Eu mal sabia o que dizer.

A primeira coisa que eu pensei foi que aquilo era loucura. E os vizinhos? E – que os céus me livrassem – se nossos filhos descobrissem aquilo?

O pânico só não me invadiu por que consegui me dominar á tempo.

Mas, quando finalmente me acalmei, ainda abrindo e fechando a boca, como um peixe fora d’água, eu percebi que aquilo não era tão errado assim.

Senti, mesmo depois de meses sem me conjurar, a paz e a vibração viva que aquele jardim tão bonito me proporcionava. Podia sentir na imperatividade da terra sob meus pés, na brisa que nos circundava, na suavidade da água que jorrava da fonte, e nas chamas suaves do fogo dos archotes.

Quem eu estava querendo enganar? Aquilo era fantástico. Aquilo era eu. Um local onde eu poderia ser a Wicca que deveria me tornar. Onde eu poderia me manter como a bruxa que deveria ser.

E, se aquilo era mais uma provisão de Rony, era algo que eu nunca poderia agradecer.

A gratidão e o carinho me invadiram, sobrepujando qualquer preocupação.

– É como... – sufoquei um soluço – a redoma da Wicca. Eu... quase posso sentir a presença dele aqui.

Rony pareceu perceber a quem eu estava me referindo.

– Ele iria querer que você tivesse isso – Rony avançou alguns passos, erguendo a mão para o centro do jardim – e isso tudo sempre vai ser seu, Hermione.

– Chega a ser assustador – admiti, meio nervosa.

Rony voltou a se aproximar de mim, pegando minhas mãos entre as suas.

– Se todos te pudessem ver como estou vendo agora... – o rosto de Rony tinha uma expressão tão apaixonada e submissa que quase me fez perder o ar – Hermione, o destino escolheu você para algo que nunca tínhamos imaginado. Mas também não podia ter escolhido pessoa melhor. Você é a esfera desta herança, Hermione. A continuação desta linhagem. Isso faz parte de você. E vai fazer parte de seu futuro... – ele sorriu – de nosso futuro.

Sorri, deixando as lágrimas reprimidas finalmente escorrerem por meu rosto.

Rony, como sempre, tinha absoluta razão. Minha parte Wicca era um pedaço de mim, como um segundo coração. Se eu suprimisse ou arrancasse aquilo, fingindo que nunca faria parte de minha vida, estaria me matando aos poucos.

– E então, Hermione? – ele inclinou a cabeça – quem realmente você será?

Olhei para minhas mãos, sentindo aquele formigamento familiar em minha palma, embora o calor carinhoso das mãos de Rony mantivesse tudo em seu devido lugar.

Agora, mais do que nunca, eu já não tinha dúvidas de quem eu era. E do que sempre eu iria ser.

– OK. Vou ver se consigo – brinquei – Hermione Jean Granger, Ordem de Merlim, Primeira Classe, Wicca descendente de Helena, futura Hermione Weasley – encarei-o – e acho que preciso tomar um café. Por hoje chega.

Rony gargalhou, me puxando para seus braços.

A felicidade em mim era tão contagiante que não pude deixar de beija-lo.

Ali, naquele momento tão simples, e, ao mesmo tempo, tão extraordinário, fui embalada pela verdade em minhas palavras.

Havia vivido o inimaginável nos últimos anos, passando de coadjuvante á protagonista do Destino, e tudo parecia ter ocorrido para reafirmar o que ele havia me preparado.

Eu sempre seria tudo aquilo que fazia parte de mim. Seria a Wicca que o mundo merecia. Seria a guardiã da justiça que todos esperariam.

E, naturalmente, seria a garota irremediavelmente apaixonada, que passaria o resto daquela fantástica vida ao lado de Ronald Wesley,

Meu melhor amigo, meu amor... minha vida.

Eu estava disposta a amar mais do que jamais havia amado.

E não haveria céus ou terra que iriam tirar isso de mim.

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"O amor é paciente, o amor é bondoso. Não inveja, não se vangloria, não se orgulha. Não maltrata, não procura seus interesses, não se ira facilmente, não guarda rancor. O amor não se alegra com a injustiça, mas se alegra com a verdade. Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta."

1 Coríntios 13:4-7


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Notas finais do capítulo

Então? Comentários? Crises de choro? O capítulo ficou ruim? (socorro :( )
Beijos e até o epílogo!
P.S. O epílogo será uma versão adaptada da minha oneshot "Infinito", então não estranhem se parecer familiar, POR QUE PRATICAMENTE É QUASE A MESMA HISTÓRIA.
Até lá!



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