A Esfera da Herança escrita por FireboltVioleta


Capítulo 5
Fell The Rave


Notas iniciais do capítulo

Oe, pessoinhas!
Novo capítulo pra vocês!
E quero comentários, que to carente! rsrs



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RONY

– Weasley, se você não parar de batucar agora nessa mesa, vou chamar o Peackes.

Parei de pagodear na escrivaninha, olhando feio para Ana Abbott.

– Então traz a Hermione. Estou ansioso, caramba... me deixa.

– É verdade, então? – A estagiária da Manutenção se aproximou de mim – vocês noivaram?

– Pois é. Nem eu acredito ainda – sorri, me lembrando, sonhador, do dia em que pedira a mão de Hermione. Tudo ainda parecia um sonho maravilhoso...

– Que fofinho... eu tinha certeza que vocês iam se enrolar desde o primeiro ano. Sabe, picuinhas entre meninos e meninas quase sempre dão nisso.

– Ah, é? – ergui a sobrancelha, rindo.

– Sim... você não lembra de mim e do primo do Justino, o Thomas? A gente vivia se estapeando... e, um belo dia... surpresa! – Ana ergueu a mão, me mostrando uma aliança dourada – o destino é tão engraçado às vezes...

E Ana nem fazia ideia do como... era só eu lembrar do primeiro ano em Hogwarts e comparar com agora.

– Já tem data marcada?

Olhei para Ana, engolindo em seco. Merda, tudo tinha sido tão repentino. Nós nem havíamos pensado ainda nesses detalhes. Nem sabíamos se iria ser ainda naquele ano, afinal.

Mas Hermione havia aceitado, o que era suficiente. O resto seria detalhe, fácil de organizar.

– Ainda não... estamos vendo todas as... sabe...

– Eu e o Thomas também não marcamos ainda – Ana comentou – ei, quase me esqueci de falar... você viu que as vagas para seleção de aurores reabriram?

Ergui a cabeça, interessado. Ser auror sempre havia sido meu objetivo quando terminasse Hogwarts.

Mas agora eu estava noivo. E eu tinha cem por cento de certeza de que Hermione não ia gostar nadinha daquilo.

Bom, eu já havia irritado-a mais vezes do que podia contar durante aquela vida. Uma vez mais não iria mata-la.

Só me matar.

“Dane-se. Pergunte logo”, pensei comigo mesmo.

– Quando começará a seleção?

– No sábado. Vai ser apenas, por enquanto, a entrega do currículo escolar e profissional. Depois virão as provas práticas e os estágios. Nessa ladainha toda, vão provavelmente umas três semanas.

– Vou tentar.

Ana me encarou, com um sorriso petulante no rosto.

– E o que a futura Sra. Weasley vai achar disso?

– Não sei... e não to nem aí – tentei dar um sorriso de escárnio, mas ele se perdeu em meio á minha garganta – ela vai ter que se conformar.

Ouvi uma batida na porta do escritório.

– Entre.

– Weasley – a cabeça de Peackes apareceu na porta – a Srta. Granger o aguarda no saguão.

– Ótimo. Obrigado, Peackes – acenei quando ele voltou a desaparecer na fresta – bom, me deseje sorte, então, Ana.

– Boa sorte... – ela me deu um adeusinho - espero que Hermione não decapite você.

“Talvez não decapitar”, minha mente disse, desanimada, enquanto eu saia e ia para o saguão de entrada. “Mas quem sabe me tostar, me enterrar vivo, me afogar ou me sufocar. Talvez as quatro coisas. Talvez beba meu sangue de canudinho, que nem no ano retrasado... só que sem tanto carinho.”

Quando finalmente cheguei ao ponto de encontro, procurei Hermione, ansioso.

– Ei, cabeção. Eu estou aqui.

Virei-me, sorrindo quando finalmente focalizei Hermione.

Ela estava linda, com uma blusa caqui que dava – minha nossa – uma valorizada completa em tudo que tinha ali. Meu coração saltou, alegre, quando viu o colar pendente em seu pescoço e o anel brilhante sem sua mão.

– Está linda – disse, como quem não queria nada – maravilhosa.

– Obrigada... – ela envergou a cabeça, sem graça. Incrível o como Hermione ainda ficava envergonhada com facilidade em algumas coisas... e completamente desinibida em outras – vamos embora? Quero te pagar um sorvete e contar sobre a reunião.

– Oba, sorvete – brinquei – partiu.

Segurei a mão de Hermione, que sorria para mim, sentindo o agradável aperto de sua aliança em meus dedos. Com um assomo de satisfação, nós aparatamos para fora do Ministério.

______________O_____________

Hermione literalmente me contou tudo que havia acontecido no gabinete do Ministro.

Fiquei estarrecido quando ela me citou sobre Harold e as Penseiras. Puxa, eu nunca havia pensado nisso. Agora parecia tão lógico que eu me perguntava como nós não sabíamos.

– E ele disse que vai aparecer mais vezes? – indaguei.

– Não exatamente – Hermione deu uma lambida exagerada no sorvete, me fazendo rir – mas meu tio disse que aquilo “não seria um adeus”...

– Então ele ainda vai voltar – comentei, assentindo a cabeça – então, você viu Darel? Nossa, que saudade daqueles malucos... devíamos visita-los qualquer hora.

– Eu estive pensando nisso – encostamos-nos a um beco, já que estávamos atrasando todo mundo que estava na calçada com a nossa procissão lenta – a gente poderia ir á casa deles no sábado, depois do meu primeiro... julgamento.

Merda. O sábado.

Ih, rapaz.

Eu ia ter que contar para Hermione.

– Acho que sábado não vai dar – guinchei, mastigando a língua.

– Por que não? – Hermione indagou, franzindo o cenho enquanto engolia o último pedaço de casquinha do sorvete.

– Vai ter... – isso ia dar merda – vaia acontecer a seleção de aurores novos do Ministério.

– E o que você tem à ver com isso?

Nossa... nem passava sequer pela cabeça dela.

Ia dar merda mesmo.

– E eu vou estar lá... então..

– Está brincando, certo?

Encarei Hermione, a bile subindo e descendo em meu estômago. Ela estava risonha, como se achasse tudo uma piada, só esperando que eu lhe dissesse que era uma brincadeirinha.

– Não, não estou.

O sorriso dela se esvaiu mais rápido que uma bexiga furada.

– Não... – a voz dela baixou... muito. Essa não... – claro que você está brincando. Por que você não iria, em sã consciência, depois de sobreviver á três batalhas contra bruxos das Trevas, e após ficar noivo, decidir se confrontar com Comensais todo santo dia, e quase morrer todo santo dia.

Beleza. Ia ter treta. Suspirei.

– Eu vou, Hermione. Só achei que deveria saber.

Não, você NÃO VAI! Hermione estapeou meu peito, com os olhos chispando de raiva.

Recuei, chocado. Parecia que tínhamos voltado á certa floresta, com ela me agredindo de novo. Não que Hermione fosse tão forte, mas sentir a irritação dos tapas dela ainda era assustador.

– Acho que você não está em posição de me impedir.

– Tem certeza??

Pela primeira vez, ver seus olhos rutilarem a sombra prateada não me deixou intimidado. Eu ia ganhar aquela discussão nem que fosse na marra.

– Absoluta.

Hermione respirava rápido, obviamente furiosa, abrindo e fechando as mãos como se elas comichassem para apertar meu pescoço.

Bom, ela ainda não havia me incinerado. Era um bom sinal.

– Você acha que eu vou aceitar isso tranquilamente.

– Claro que não – respondi.

– Só quer que eu engula o maldito fato de que meu noivo vai virar auror.

– Sim.

– E que vou ter que esperar todos os dias... – senti meu peito se desmanchar quando seus olhos brilharam – todos os dias... que você volte vivo para casa.

Ah, não.

Sabia que ela ia recusar o abraço que tentei dar nela, mas mesmo assim segurei seus pulsos rebeldes. Dava para sentir a irritação pulsando, raivosa, em seu corpo.

– Só quero que confie em mim mais uma vez. Só isso – falei, calmo e suplicante, como se tentasse convencer uma criança.

– Todos os dias... – Hermione fungou.

– Isso. Todos os dias. Se realmente confia em mim, confie que vai dar tudo certo... todos os dias.

Ela ergueu os olhos para mim. Ainda estava com raiva, dava para ver, mas parecia um tanto mais conformada.

– E você quer mesmo isso?

– Quero. Pode aceitar isso, por favor? – pedi.

Hermione não respondeu.

Baixei a cabeça, ainda segurando os braços dela na parede.

– Fala sério. Tô pra ver um ano em que a gente não vai brigar.

– É. Eu também estou – ela respondeu, com irritação.

– Acho que isso vai acontecer até no nosso casamento.

– Vai – Hermione concordou, ainda marrenta.

O que eu disse em seguida, por mais insano que fosse, foi completamente consciente, e provavelmente a coisa mais chocante que eu já dissera na vida. Mas ver Hermione daquele jeito me deixou enlouquecido.

– E isso vai até ser bom... por que, na lua de mel, a gente vai acabar com toda essa sua marra e com todo o meu orgulho... e eu prometo que vai ser de um jeito bem mais gostoso do que essas nossas brigas.

Cassete.

“De onde você desenterrou essa, garoto??”, exclamou minha cabeça.

Achei que Hermione ia desmaiar, quando ela empalideceu, boquiaberta.

Acho que eu a tinha atordoado para valer agora.

Foi meio constrangedor, mas eu já queria jogar aquilo nela há algum tempo, só para ver sua reação.

E a consegui. Hermione começou a arfar, com os olhos arregalados, todo o vestígio de zanga esvaído de sua expressão.

Aliás, vê-la daquele jeito estava me dando era uma vontade insana de acabar com aquilo ali mesmo, no beco.

Para meu alívio, a cor que sumira em seu rosto voltou com força total, inundando-o com um rubor ardente. Hermione ainda parecia chocada, mexendo os lábios como um peixe fora d’água.

Ela parecia genuinamente assustada quando a acolhi m meus braços e a beijei.

Sua boca ainda estava teimosa, mas pareceu perder resistência aos poucos. Seu corpo relaxou, se sustentando em meu abraço.

Por puro reflexo, baixei meu rosto, até pousar minha testa na dela, afagando seus cabelos.

– Pare de me desafiar – sussurrei, apertando-a levemente na parede.

– Rony... vai ser perigoso... – ouvi-a choramingar.

Deixei uma risada escapar.

– Eu praticamente falei a coisa mais desavergonhada do mundo, digna de você me dar um tapa na cara, e você está preocupada comigo?

Pela primeira vez, vi uma nesga de humor em seu rosto.

– Eu ainda vou me vingar dessa sua depravação, não se preocupe – um esgar parecido com um sorriso cortou sua boca – mas sim, você me deixa preocupada – o esgar desapareceu, deixando um tom de tristeza – não poderia ser de outra forma.

– Sua boba... – beijei sua testa – sei que tão tem como não te preocupar...

– Vamos parar de brigar – Hermione deitou a cabeça em meu ombro.

– Podemos brigar daquele jeito que eu sugeri - e eu, como sempre, não sabia quando ficar calado.

Para meu choque, Hermione riu.

– Relaxe, Rony. Vamos brigar muito desse jeito depois da lua de mel, eu garanto.

Foi minha vez de ficar espantado, enquanto Hermione me encarava e saía do beco.

Ok, acho que eu tinha ganhado a discussão.

Por enquanto...

Ou foi isso que eu pensei.

E se eu tivesse uma simples ideia do que ia acontecer mais tarde, tinha pensado duas vezes antes de irritar Hermione Granger.


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Notas finais do capítulo

Comentários?
Kissus e até o próximo!



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