A Esfera da Herança escrita por FireboltVioleta


Capítulo 40
Rescues and Destinations


Notas iniciais do capítulo

Puxa vida, consegui terminar o capítulo hoje!
Só ia postar na terça-feira! Considerem-se sortudos e sortudas! kkkkk
Bom, já que o povo todo está desmaiando pelos cantos, vou deixar adiantado pra semana que vem. Pra ninguém dizer que a Bia é má... huehuehue
Boa leitura!



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HERMIONE

Tudo á seguir pareceu acontecer em câmera lenta.

Vi o encapuzado se afastar, estuporado pelo meu feitiço, e cair desacordado ao lado da porta. Com outro meneio da varinha, conjurei cordas que o amarraram.

Rony me olhou, engasgando, levando a mão ao peito.

Corri até ele, antes mesmo que seu corpo desabasse no chão, estremecendo.

Rony! Rony!

Joguei-me de joelhos ao seu lado, tentando ergue-lo.

A lâmina havia entrado profundamente em seu peito. O sangue escorria como uma cachoeira do ferimento.

As lágrimas jorraram com a mesma intensidade por meu rosto.

Ele não conseguiria sobreviver.

Her... mione... Rony ofegou, com o rosto contraído.

Não, Rony... vai ficar tudo bem... vai ficar tudo bem solucei, apertando-o em meus braços.

Meu corpo parecia querer e desfazer em frangalhos. Aquilo estava sendo muito para uma noite só.

Rony não podia morrer.

Ao mesmo tempo, o pânico me dominou quando pensei na forma mais óbvia de tentar salvar sua vida.

Nunca havia usado o quinto elemento para curar pessoas feridas fatalmente.

Se desse errado...

Um soluço ainda mais alto se apoderou de minha garganta.

Senti Rony apertar minha mão fracamente, me encarando com o olhar vago e sofrido.

Tudo bem... tudo bem, Hermione...

O sangue não parava de jorrar de seu peito. Quente e úmido, senti-o escorrer até empapar minha barriga.

Rony, eu... ergui a mão trêmula, finalmente me decidindo eu vou curar isso.

Arfei baixinho quando seu aperto intensificou-se em minha outra mão.

Não... Rony piscou, estremecendo outra vez você... não sabe... pode ficar fraca... também...

E eu não posso deixar você morrer murmurei, ainda chorando.

Respirei fundo, tentando me concentrar e afastar toda a tristeza e angústia que me assolavam, permitindo que pudesse tomar minha forma Wicca.

Os elementos pulsaram dentro de mim, tensos e em expectativa.

Rony tinha razão. Eu não sabia que efeitos aquilo teria sobre mim.

Mas eu sabia também que isso não importava. Eu tinha que salva-lo. Ou não teria nada que pudesse me fazer desejar viver.

Pousei a mão no ferimento, fechando os olhos.

Por favor, por favor... tem que dar certo..., pensei, aflita.

Canalizei toda a minha concentração no quinto elemento. Imaginei com todas as minhas forças que a pele e os músculos feridos estavam voltando á se juntar, costurados como tecido, fechando o corte como se emendasse-s num tear.

Foi quando senti seu coração palpitando.

Fraco.

A lâmina havia atingido ali.

A aflição ameaçou me engolfar quando pensei em tocar aquele ponto com o quinto elemento.

Qualquer erro, e eu o mataria.

Tenho que tentar... senti mais lágrimas ensoparem meu rosto, apertando-o contra mim;

Eu... sei... ele guinchou, fazendo a corajosa tentativa de dar um fraco sorriso.

Voltei á focar minha concentração. Podia senti-lo, um órgão saudável e capaz de se recuperar, desde que se fechasse o canal aberto que o fazia sangrar por dentro.

Pelo quinto elemento, identifiquei a fissura em seu coração, menor que um fio de cabelo, mas grande o suficiente para expulsar todo o sangue que ele estava perdendo.

Rony engasgou em meus braços, fechando os olhos, e quase me fazendo perder o foco, com o horror que me acometeu.

Aguente firme, Rony... choraminguei.

Do nada, porém, uma inspiração surgiu em minha mente.

Rony... onde está o presente de Calíope?

Ele reabriu os olhos fracamente, parecendo compreender o que eu quis dizer.

Na... gaveta... ele ciciou.

Enquanto ainda curava o ferimento com uma mão, concentrei o elemento ar na outra, fazendo-o abrir a gaveta o lado da cama e trazer até mim o frasquinho rubro que Calíope o presenteara.

Destampei-o com a mesma conjuração, fazendo com que o elemento o virasse na boca de Rony.

Pronto... arfei beba... vai ficar melhor...

Usei o quinto elemento para acompanhar a reação do sangue de náiade dentro do organismo de Rony.

Para meu alívio, o líquido pareceu espalhar-se por todos os canais de seu coração, fazendo o sangue reduzir de velocidade e possibilitando que Rony parasse de sangrar.

Junto ao quinto elemento, o sangue de náiade fechou lentamente a fissura, emendando-a como um manto protetor.

Foi quando Rony tossiu uma vez, fechando os olhos.

E ficou imóvel.

Antes que eu ficasse horrorizada, no entanto, percebi que seu coração parara de bater apenas para recomeçar o ciclo sanguíneo.

Funguei, reconfortada, quando os batimentos recomeçaram logo em seguida. Sua pulsação voltou ao normal.

Ri, quase histérica, abraçando-o e voltando a chorar.

Graças aos céus... solucei.

Meus nervos estavam despedaçados. Deus do céu...

E se eu não tivesse conseguido?

Minha vida parecia ter ficado numa gangorra nos últimos minutos. E, por um aflitivo segundo, achei que iria despencar.

Por que não teria sido apenas uma morte ali. Teriam sido três.

Não... estamos bem... estamos bem... cantarolei baixinho, finalmente aliviada.

Beijei sua testa, suspirando.

Eu conseguira. Havia salvado Rony.

Mas saber que poderia ter ocorrido o pior fazia meu sangue ferver e minha alma se rachar ao meio.

Duas perguntas rondavam minha mente. Como... e por que.

Delicadamente, reconjurei o ar para que guinchasse suavemente o corpo de Rony de volta para a cama.

Quando finalmente acomodei-o no colchão, voltei-me para o encapuzado inconsciente defronte á porta.

Os elementos comichavam em minhas mãos, ansiando para que eu os usasse contra o ser desprezível que quase acabara de matar meu noivo.

Mas o bom senso pareceu me barrar neste exato momento.

Eu não sabia quem era. Ou por que fizera aquilo. Até onde eu sabia, com tudo que andava acontecendo, não tinha certeza sequer que aquela pessoa fizera aquilo conscientemente.

Pensei rápido, e decidi tomar uma medida prática. Já tivera pesadelos demais por apenas uma noite.

Assim que senti os elementos finalmente cedendo, apanhei minha varinha e conjurei um patrono.

A lontra prateada dançou no ar, aguardando minhas instruções.

Oliviene... hesitei, engolindo em seco desculpe contata-la tão tarde, mas você ou algum auror precisa vir até a Toca... é urgente. Por favor.

A lontra meneou a pequena cabeça e disparou janela afora.

Abracei meu próprio corpo, ainda sentindo-o estremecer.

Sentei na cama, observando Rony, ainda inconsciente.

Meu pobre menino... meu amor.

As lágrimas encharcaram meus olhos, enquanto eu lutava para reprimi-las.

Aquilo era culpa minha. Tudo estava sendo culpa minha.

Por que eu tinha de ter nascido Wicca?

Por que, no fim das contas, eu tinha vindo a esse mundo?

Apenas para fazer as pessoas sofrerem? Ver todos que eu amava caindo fulminados e mortos ao meu redor?

Aquela existência era quase injusta.

Só não era ruim... por que Rony estava ao meu lado.

Eu era uma bomba-relógio. E ninguém se dava conta que, um dia, eu iria explodir.

Acariciei seu rosto adormecido, desejando profundamente que se recuperasse bem.

Ouvi um estalo á minha frente. Virei-me, identificando a silhueta completamente boquiaberta de Oliviene.

O que aconteceu aqui? ela parecia escandalizada.

Encarava, chocada, a macha rubra que começara a secar em meu ventre, além as manchas de sangue no chão.

Tentaram... mata-lo arquejei, indicando o homem desacordado.

Ele não tinha um rosto familiar. Suspeitava que não fosse um Comensal da Morte.

Oliviene nos olhou, parecendo compreender.

Você o curou.

Sim voltei o olhar para Rony, sentindo meu peito doer de aflição deu tudo certo... graças aos céus...

Ela não questionou mais nada. Franzindo o cenho, se aproximou do encapuzado desconhecido, segurando o braço inerte dele.

Vou leva-lo ao Ministério... Oliviene piscou ele surgiu do nada? Os aurores lá fora não o viram?

Balancei a cabeça.

Não sei... foi tudo tão... repentino estremeci.

Tudo bem ela suspirou vou levá-lo para o quartel-general, e vamos tentar interroga-lo... por hora, acho melhor descansar... não deve ter sido uma noite tranquila, então repousem. Vamos resolver isso ela mordeu o lábio mais um...

Oliviene não completou a frase, mas eu sabia o que quisera dizer. Mais um atentado.

Nós duas sabíamos que aquilo estava ligado ao Wicca Negro.

Ouvi mais dois estalos atrás de Oliviene, do lado de fora da porta.

São Jonathan e Howkes. Vão ficar de guarda até amanhã, dentro da casa, se não se importar.

Não, tudo bem assenti, ansiosa.

Muito bem... ela arriscou um sorriso tenso acho melhor voltar á dormir, Hermione ela veio até mim e apertou minha mão tudo vai ficar bem... não vou arriscar manda-lo para o St. Mungus, ou vão fazer perguntas demais. E... acho de bom tom também não apavorar os Weasleys com isso agora, não é?

Concordei com a cabeça.

Vou ficar com ele até de manhã.

OK Oliviene afagou meus dedos até de manhã, então. Vou notificar Kingsley agora mesmo. Tomem cuidado.

Ela voltou para onde o homem estava e o segurou, desaparatando em seguida.

Ouvi os aurores descendo para o andar de baixo.

Esgotada e abalada, finalmente permiti que meu corpo desabasse na cama, ao lado de Rony.

Enfraquecida até mesmo para continuar pensando no que acontecera, senti o sono me engolir ferozmente, mergulhando-me na inconsciência.

_______________________O________________________

As notícias do dia seguinte não foram exatamente tranquilizadoras.

Quando Rony acordou, eu estava na poltrona ao lado da cama, observando-o.

Ele se levantou devagar e com dificuldade, levando a mão ao peito.

Ai... ele contraiu o rosto Hermione? O que...

Fui até ele, sentando ao seu lado.

Se sente melhor? perguntei, hesitante.

Rony esboçou um sorriso que tentou, com êxito, desmanchar minha expressão aflita.

Estou ótimo... estou vivo vi seus olhos brilharem de carinho, o que fez meu estômago se contrair de ternura graças á você... ele riu minha deusa particular.

Baixei a cabeça.

Não fiz mais do que minha obrigação... comentei na condição que estou...

Ah, vem com essa senti sua mão acariciar a minha foi fantástica, Hermione. Curou-me... mais uma vez.

Um silêncio momentâneo pairou entre nós. Eu o quebrei após um tempo.

O que aconteceu ontem? indaguei.

Não me recordo bem ele franziu a testa senti que devia me levantar. Tive a impressão que havia algo do lado de fora e fui ver.

Ele estremeceu, e eu também, quando nos recordamos do que ocorreu em seguida.

Tive um pesadelo... contei a ele, tensa tinha tanto sangue... como... arfei quase como uma premonição. Foi horrível.

Bom, não foi exatamente uma noite calma ele tentou brincar, me fazendo dar uma risadinha nervosa podemos ficar algum tempo sem outras como essa.

Oliviene levou o... o homem que te apunhalou... para o Ministério.

Descobriram quem é?

Suspirei, desanimada.

Sim. Um trouxa.

Um trouxa? Rony repetiu, surpreso.

Expliquei á Rony. Jonathan que me notificara, assim que eu havia acordado.

Ele e Howkes haviam ficado de vigia a manhã toda. Howkes vasculhara as redondezas atrás de pistas. Como nos últimos casos, não encontraram nada.

E, para completar, Oliviene lhes mandara uma carta dizendo que o interrogatório ao homem desconhecido não resultara em nada.

Descobriram apenas que era trouxa, e que sua memória havia sido completamente apagada. E estava agitado, como apenas uma pessoa amaldiçoada pela Maldição Imperius ficava, após retornar á consciência.

Ou seja, ele não fazia ideia de onde estava ou do que havia feito.

Voltamos á estaca zero.

E contaram á papai e mamãe? a voz de Rony subiu uma oitava.

Não... apenas as pessoas de sempre sabem do que aconteceu. Kingsley, Oliviene, os aurores. Não espalharam nada... e ainda bem.

Eu só conseguia imaginar o terror que aquilo causaria em quem ouvisse sobre tudo que andava acontecendo. E não queria que a família dele sofresse ainda mais. Molly e Arthur ficariam destruídos se soubessem. Nunca mais sairiam da Toca.

Você está mesmo bem? ergui a mão.

Estou ele respondeu, sorrindo pare de se preocupar.

Ergui-me, encarando-o.

Ele devia estar de brincadeira. Quase o vira morrer em meus braços!

Meu noivo quase foi assassinado ontem à noite. E você quer que eu não me preocupe??

Provavelmente fui ríspida, já que Rony se encolheu.

Mordi o lábio, arrependida.

Desculpe.

Não, você tem razão... Rony bufou acho que estamos todos ficando meio paranoicos, não é?

Até naquelas horas, Rony conseguia resumir tudo numa única e sutil frase.

É... abracei-o, beijando seus cabelos - acho que sim.

Os batimentos de seu peito contra o meu pareciam, agora, serem a mais refrescante água do deserto.

E imaginar que eu poderia ter perdido, para sempre, aquela música maravilhosa que era o som de sua vida...

Se aquilo fora obra do Wicca Negro, ele finalmente deixara claro que não tinha hesitação nenhuma quando o assunto era destruir minha alma.

Eu mesma me sentia um enorme painel de fragmentos.

Os tempos de trevas pareciam finalmente estar se aproximando.

E minha única preocupação era se eu estaria preparada para me sacrificar dignamente para destruir o mal que nos rondava.

Não que minha vida fosse de alguma valia. Mas me atormentava não saber se seria capaz de salvar a todos ao meu redor.

Foi naquele momento que eu finalmente percebi.
Aquele era o motivo que causara meu nascimento. Eu estava destinada, como Gina dissera, á algo muito maior. Estava destinada á dar minha vida para livrar ambos os mundos do mal que surgiria.

Minha amiga louca, mas sensata, realmente tinha razão. O Destino me escolhera para algo maior do que apenas viver como uma garota normal.

Meu Destino era morrer para que outros vivessem.

Finalmente entendia o que Harry sentira ao descobrir que era uma horcrux.

A resignação me preencheu, parecendo finalmente acalmar minha alma ferida.

Eu havia nascido para salvar vidas.

Para salvar Rony.

E aquela era a maior honra que eu poderia ter tido em toda a vida.

Mas sabia que Rony não precisava perceber isso agora.

Eu podia muito bem iludir a nós dois, aproveitando aquele pequeno espaço de tempo que deveria me restar, para que fôssemos felizes, o quanto pudéssemos, até que a hora chegasse.

Sobreviver já não era uma opção. Era uma chance quase improvável.

Mas vencer... aquilo eu já não tinha dúvida.

Se o Wicca Negro achava que havia me enfraquecido, havia acabado de cometer um terrível engano.

O mundo arderia em chamas, mas Rony nunca mais sentiria, nada que fosse, tocando outra vez em sua pele.


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Notas finais do capítulo

Comentários? Gritos de alívio? Teorias?
Beijins e até o próximo capítulo!



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