A Esfera da Herança escrita por FireboltVioleta


Capítulo 3
Good News... And More


Notas iniciais do capítulo

AEEE... mais um, gentes!
Queria pedir, não querendo abusar e já abusando dos meus novos leitores, que alguém fizesse uma recomendaçãozinha da fic se estiver gostando... ou que comente sobre o capítulo, para eu saber o que está bom na história e o que precisa ser mudado... (tirando erros de português... errar é humano, tá, MalfoyFilica? rs)
Jennifer, Oliviene, Bibia e Atena, suas lindas... onde estão meus comentários? huashuas
Boa leitura!



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HERMIONE

Eu ainda não acreditava. Tudo parecia ter sido apenas um sonho maravilhoso.

Mas, quando abri os olhos, e me deparei com a muito clichê caixa de Sapos de Chocolate em cima da escrivaninha, tive certeza de que tudo fora real.

O que não isentava a sensação psicodélica que eu estava sentindo sobre tudo que andava acontecendo.

Pelo amor de Deus, meu pai tinha feito um bolo para Rony levar quando fosse embora... meu pai, fazendo bolo!

Aquilo tinha tudo para ser um sonho, ué...

E, mesmo assim, me chocava o fato de que eles haviam aceitado tão tranquilamente a noticia do noivado. Ainda achava que tinha coisa errada aí.

Mas eu tinha que admitir. Mesmo que ainda me doessem os sofrimentos que ainda sentia após os últimos sete anos, ainda que sentisse uma saudade aterradora e angustiante de amigos que haviam partido, mesmo que eu sentisse que tudo que eu havia enfrentado nos últimos meses tivessem arrancado uma parte de mim, não havia como eu não estar me sentindo feliz.

Mas tentar finalmente me conformar com o fato de que casaria com aquele garoto enlouquecedor ainda era complicado.

Eu havia visto Rony crescer, de um garotinho irritante, para um adolescente meio psicótico, passando por um rapaz absurdamente cheio de defeitos e, finalmente, se transformando nesse inusitado homem carinhoso e maduro. Fala sério, a culpa não era minha se eu estava me sentindo estranha com isso.

Eu não tinha dúvida nenhuma do que queria, claro... mas ainda estava um tanto insegura com o futuro. Afinal, eu ainda teria que lidar com toda a ladainha que minha condição de Wicca ainda poderia gerar nos próximos meses, mesmo que, por enquanto, eu estivesse mantendo meus poderes absolutamente sobre controle. Preocupava-me muito com o que Rony enfrentaria, talvez, enquanto estivesse comigo...

Mas, enquanto eu estivesse com ele, eu sentia que nada poderia me atingir...

Decidi que poderia continuar divagando depois. Tomei vergonha na cara e decidi me levantar para ir á entrevista no Ministério.

Escolhi um conjuntinho de blusa caqui e uma jeans preta. Rony havia combinado de se encontrar comigo após a entrevista, no saguão, então resolvi fazer um agradinho. Tirei a aliança prateada da caixinha e a coloquei no dedo anular, e, para combinar, pus também o colar prateado e um parzinho de brincos pequenos.

Quando cheguei á cozinha, vi papai e mamãe, já tomando o café, servidos por Becky.

– Bom dia – falei, bocejando.

– Bom dia, filha – mamãe sorriu – está linda hoje.

– Só hoje, Wendell?

– Calada, Monica.

Dei risada.

– O que temos para hoje?

– Panquecas! – Becky guinchou – minha senhorita precisa se alimentar bem antes de sair!

– Obrigada, Becky – afaguei a cabecinha da elfa, me juntando á papai e mamãe na mesa.

Quando me virei para o prato, porém, e estranhei o formato incomum da massa.

Quando identifiquei a forma, no entanto, caí na risada.

Becky havia feito panquecas com formato de cachorrinhos. E não quaisquer cachorrinhos. Eram, sem dúvida, Jack Russels de panqueca.

– A senhorita gostou? – Becky indagou, rindo baixinho.

– Amei, Becky – solucei de tanto rir – vou querer umas cem destas para o casamento...

Fiquei quase com pena de comer a panqueca tão caprichada, mas finalmente joguei a moralidade para lá e finquei cruelmente o garfo na cabeça do cachorro, decapitando-o, e enfiando-a na boca.

Becky só faltou ter um derrame de tanto rir. A risadinha dela era contagiante, como a de uma criança, o que acabou fazendo todo mundo rir também.

– Estão deliciosas – comentei.

– Devagar, querida – papai disse – não precisa correr... – ele lançou um olhar estranho á mamãe – sua mãe quer falar com você antes de sair.

– Fala agora, ué.

Vi papai ficar avermelhado, e engoli a panqueca, confusa e assustada. Xi, será que era uma daquelas conversas “sua-mãe-pediu-pra-avisar-mas-eu-não-posso-ouvir-por-que-sou-homem”?

Continuei comendo em silêncio.

Conversa depois do anúncio de noivado... putz, aí vinha bomba. Sabia que estava bom demais para ser verdade.

Quando acabei, papai já havia subido para o quarto. Até Becky deu um jeito de se escafeder em seguida.

Ah, não. Não era uma conversa qualquer.

Era a conversa.

– Mãe... – tentei me levantar.

– Sente-se, Hermione.

Casseta. Minha mãe, quando queria, falava que nem a Rainha Elizabeth.

Sentei de novo.

– Mamãe... não vamos ter aquela conversa de responsabilidade, juízo e o escambau, né?

– Isso já foi conversado ... é sobre outro assunto – até ela corou. Claro.

Sexo. Lógico. Dã.

Beleza. Lá íamos nós de novo.

Por que as mães amam falar sobre isso?

– Mãe, isso é constrangedor – choraminguei – precisamos mesmo?

– Pensei – a voz dela ficou mais baixa – que talvez... você quisesse esclarecer... alguns pontos – ela parecia tão sem graça quanto eu.

– Espera um tiquinho – senti meu rosto esquentar – tipo... você... achou que eu... queria dicas?

– Não sei... talvez alguma dúvida...

Cassete. Agora eu estava oficialmente envergonhada.

Se eu tinha dúvidas? Caraca, tinha. Um bocado, aliás.

“Perguntar não mata ninguém, nem te faz uma depravada, Hermione”. Minha consciência estava só de sutiã e calcinha, estremecendo, numa pose tipo a Marylin Monroe em cima do bueiro de ar. “Não quer dizer que vai ter que se preocupar com isso agora, afinal, o Rony tem mais medo de pensar nisso que você.”

– Dói? – merda, como eu estava vermelha.

– A primeira vez? – mamãe corou, mas riu também – puxa, não achei que perguntaria isso, querida. Eu não posso te dizer exatamente... mas normalmente... ahn... quanto mais relaxada e confiante você estiver, menos vai doer. Pelo menos é o que os livros dizem.

Que livros satânicos eram esses? Ia passar bem longe deles.

– Quando você e papai, ahn... – eu queria cavar um buraco no piso, entrar dentro e morrer.

– Um pouco –mamãe me poupou de completar a frase.

Desisti. Eu ia ter que comprar um daqueles livros qualquer hora. Meu Deus, que constrangedor. Por que diabos eu estava me preocupando com isso, agora, logo cedo?

– O que... – engoli em seco – a gente sente?

Mamãe me olhou, parecendo distraída e ao mesmo tempo tácita.

– Eu não tenho como te explicar, Hermione... vai ser, provavelmente, diferente de tudo que você já vivenciou, filha. De tudo que você já sentiu. É tudo que eu posso dizer.

Eu me sentia um fósforo de tão corada.

– Você não faz ideia do que eu estou sentindo agora, isso sim – guinchei.

Mamãe sorriu.

– Não é muito fácil conversar sobre isso, não é? Lembro quando sua avó teve essa mesma conversa comigo.

Nossa. Imaginar minha avó falando sobre isso com mamãe era estranho.

– Nossa... a vovó? – ri baixinho.

– Claro que, na época, algumas coisas eram bem pitorescas... na época da sua avó, por exemplo, se um homem abraçasse uma mulher por muito tempo, ela podia engravidar.

– O quê? Sério? – gargalhei. Mamãe riu

– Mas homens não têm muitos segredos, querida. Ainda mais o Rony... Vi como ele te olha, Hermione, e esse garoto... ele te ama demais. Provavelmente morreria mil vezes por você.

– Eu sei – suspirei. Eu não tinha mais dúvida nenhuma disso.

– Eu não me preocuparia com esse tipo de coisa até que acontecesse, e sei que você vai saber quanto estiver pronta. Ele também vai saber... – mamãe afagou meu ombro – e duvido muito que você não vai me compartilhar uma história fascinante do que aconteceu depois.

– Ain, mãe... – bati as mãos na mesa de leve, rindo timidamente – posso ir agora? Por favor, mamãe... tô implorando...

– Claro, meu amor.

Levantei-me, quase aliviada. Minha nossa... aquilo foi absurdamente e inusitadamente bizarro.

– Papai! – gritei, tentando desviar minha cabeça do que havia acabado de acontecer – já estou saindo!

– Tchau, querida! – ele exclamou de volta – boa sorte... volte logo.

– Boa sorte na entrevista, filha – mamãe me abraçou –cuide-se... nos vemos daqui á duas semanas...

– Ah, é, quase esqueci! – bati a mão na testa, virando-me em direção á escada e erguendo a varinha – accio mala!

A mala de viagem desceu flutuando até o sopé da escada, rolando nas rodinhas até chegar, já com a alça erguida, em minha mão.

– Becky!

A elfa reapareceu num estalinho, olhando para mim.

– Menina Granger?

– Você vai ficar, tá? Cuide da casa e dos meus pais.

Becky pareceu triste.

– A senhorita vai ficar bem sem Becky?

– Vou sim – dei um beijinho na testa dela – comporte-se, sua orelhudinha. Não, pare de me olhar com essas bolas de tênis azuis, baixinha... nos veremos logo.

Becky me abraçou, e, em seguida, foi até a mesa para organiza-la, ainda com os olhinhos arregalados de insegurança.

Despedi-me de mamãe com um aceno e, enfim, saí soleira afora, arrastando a mala atrás de mim e fechando a porta.

_________________________________O_______________________________

Não pude evitar sentir uma leve irritação enquanto andava pelo saguão do Ministério da Magia e notava os olhares que estavam sobre mim. Todos pareciam curiosos e surpresos, mas vi alguns até recuarem quando passei.

Ótimo. Agora eu tinha virado uma aberração digna de exposição zoológica.

“A culpa foi sua”, Minha consciência já tinha colocado um vestidinho por cima da lingerie e estava andando toda prosa com um salto quinze. “Quis mandar aquela matéria para o Profeta... agora aguenta.”

Esbarrei, sem querer, em alguém que passava do meu lado, carregando alguns jornais.

– Ei, olha por onde... – resmunguei, mas me boquiabri quando vi o robusto homem de pele morena que me encarou.

– Hermione?

– Darel? – arfei - Darel!

Abracei-o, guinchando feito um passarinho.

– Caramba... que saudade de você, seu maluco!

– Nossa... – Darel sorriu para mim – o que faz aqui?

– Eu é que te pergunto, assombração – estreitei os olhos, cruzando os braços – a família feliz não ia voltar pra Austrália?

– Ia – ele pareceu sem graça, mas ainda sorria – mas os pais de Nyree disseram que, se ela quisesse, poderia continuar por aqui mais algum tempo... foi aí que o bicho pegou. Nyree se apaixonou por Paddington, e implorou para ficarmos... bom, não sei se dura, mas por enquanto, aqui estamos nós.

– Como ela está? E a Tamahine?

Darel deu um grande sorriso e mostrou uma foto de dentro da carteira, segurando os jornais com o outro braço.

Sorri quando reconheci minha amiga, estranhamente com ambas as mãos em tom de pele normal, e Tamahine, que parecia ter crescido um bocado desde que nos vimos pela última vez. A bebê da foto dava um sorriso grande, agitando as mãozinhas.

– As mãos... – murmurei, curiosa.

– Ah, sim... – Darel deu de ombros – um feitiçozinho para cobrir a prótese e parecer que a mão está normal.

– Ah – ergui os olhos – e quem diria, hein, moço? Colunista do Profeta Diário?

– É... foi um emprego fácil... a última repórter foi detida.

– O quê? – OK, disso eu não sabia. Rita Skeeter foi presa? Eu estava sendo maldosa de estar satisfeita?

– É. Está sob guarda do Ministério até uma audiência daqui a dois dias. Mas, de qualquer forma, o editor queria carne nova no pedaço, e aqui estou eu.

– Aqui está você – ri – fazendo o que, exatamente?

– Bem, vim cadastrar Tamahine na lista de sensitivos e videntes do Ministério da Magia britânico... se vamos nos naturalizar aqui, teremos que colocar toda a documentação dela em ordem... só está meio difícil por que o Ministério da Magia francês está tendo que transferir toda a documentação de nascimento dela, inclusive os relatórios das enfermeiras em Beauxbatons. Burocracia chata, sabe como é.

– Ela teve... bom, mais alguma... visão ou sei lá... desde a batalha?

– Pelo visto não... parece-me que ela só pode prever acontecimentos muito importantes, então, se eu tinha alguma esperança de ter alguém pra me ajudar a sabotar o xadrez com Nyree, acabou de ir por água abaixo.

Dei risada. Darel doido.

– Mas chega de falar de mim – ele piscou – e você, o que faz aqui?

– Entrevista de emprego – grasnei – bom, quase isso. Na verdade, estão me oferecendo a vaga.

– Da hora... qual é?

Juíza da Corte Ministerial.

– QUE? – ele arfou.

– Shh... não espalha – guinchei.

– Caramba, Hermione! – Darel riu – esse cargo é... nossa. Que responsabilidade... e honra.

– Nem me fala... eu não sei diferenciar um biscoito de uma bolacha... imagina um culpado de um inocente.

– Tenho que discordar, Hermione. Acho que você, na verdade, é a única que pode fazer isso – ele segurou a palma da minha mão e apertou a palma com o dedo – você tem o quinto elemento... só você pode saber o que é mentira e o que é verdade.

Darel tinha certa razão. Eu poderia distinguir facilmente, com o quinto elemento, quaisquer divergências num julgamento.

Então, teria sido por isso que Kingsley me oferecera o emprego? Isso iria requerer que eu me transfigurasse outra vez, oras...

Aquele era o plano dele de manter a Maldição da Wicca longe de olhares públicos? Não fazia sentido algum.

– Bom... talvez esteja certo. Vou discutir isso com o Ministro também... é melhor eu já ir.

– Boa sorte – Darel sorriu – vou mandar uma coruja com o nosso endereço, se quiser nos visitar.

– OK... estarei esperando... até mais! – dei outro abraço nele e me despedi, voltando a arrastar a mala que deixara no chão e continuando a andar em direção ao gabinete ministerial.

Não precisei bater na porta do gabinete de Kingsley. Já estava aberta.

– Com licença...

Vi ao longe Kingsley debruçado em sua mesinha. Ele pareceu me ver, já que deu um largo sorriso e acenou para mim.

– Hermione... entre, por favor.

Entrei, limpando os pés no tapete, sorrindo de volta.

Porém, quando me aproximei, percebi uma segunda presença junta ao Ministro da Magia.

Meu Deus... como? Como?

Reconhecer aquele rosto quase me fez cair de joelhos, paralisada.

Era impossível.

Ele dissera que era impossível.

Muito mais do que uma entidade translúcida... menos do que uma pessoa viva.

Aquilo não podia ser posssível...

Mas estava ali.

– É muito bom te ver outra vez, Lontrinha.

Tio Harold sorria, como alguém que nunca havia deixado aquele plano de existência.


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Notas finais do capítulo

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