Lost in Paradise escrita por Drylaine


Capítulo 33
Quando duas almas indomáveis se colidem


Notas iniciais do capítulo

Hehehe até que enfim finalizei essa trama. Teremos despedidas, um ato de altruísmo vindo de alguém inesperado e teremos um reencontro lindo. Ah, no meio da fic deixei o link de um vídeo de uma cena bonkai q envolve um Karaokê muito divertido!
A música que escolhi para o capítulo é Come Home do OneRepublic.
Bom a gente se vê lá nas notas finais. Leiam com carinho e espero que esse final seja ao menos um fim justo e bacana!!!



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Bonnie

“Olá Kai! Vim lhe fazer uma proposta irrecusável.”  Damon estava ali, real, impecável, com seu sorriso arrogante e com aqueles seus azuis cheios de uma indomável determinação.

“Damon, você demorou pra vir até nós. Acho que chegou tarde. Ela não está mais aqui.” Kai murmurou maldosamente, fazendo os olhos de Damon arregalar-se, tentando me encontrar. Eu tentei dar um passo mais perto dele, na tentativa de tocá-lo, mesmo sabendo que era inútil.

“Mentiroso! Apesar de não poder vê-la eu sei que ela ainda está aqui. Eu sei que Bonnie ainda está com a sua alma aprisionada aqui, desejando se libertar.”

“E, mesmo assim, você vai perder seu tempo.” Mas, o bruxo continuou com suas provocações. “Por que de uma forma ou de outra, é tarde demais.”

“Não! Eu prefiro acreditar que ainda há tempo para uma última barganha.”

Oh não! Aquele vampiro estúpido vai fazer alguma merda. E dessa vez, eu não poderei fazer nada pra impedir.

Então, enquanto a chuva continuava a cair sobre nós, Damon decidiu revelar algumas coisas importantes a Kai. Ele lhe falou sobre o que acontece quando uma alma e um corpo não coexistem num mesmo espaço de tempo. Que quando meu corpo morrer, minha alma irá cair no esquecimento. E, portanto, assim como num piscar de olhos, eu irei desaparecer sem deixar rastros e sem tempo pra despedidas.

“Será como se eu nunca tivesse existido.”  Eu repeti amargurada sabendo que só Kai poderia me ouvir. E, ao ouvir as minhas palavras, Kai deu um passo pra trás se afastando de Damon, parecendo muito atordoado.

“E o que vai acontecer comigo?” Kai murmurou hesitante olhando de soslaio pra mim. “E a nossa ligação de sangue?”

”Quando almas ficam presas no limbo, por exemplo, dizem que qualquer vínculo que essa vida teve na terra, se quebrará. Então...” Damon parou com uma expressão dolorosa em sua face perfeita, enquanto seus olhos permaneciam a me procurar. Tentei novamente me reaproximar parando agora ao lado de Kai e de frente pra Damon. Nesse instante, nossos olhos se cruzaram tão intensamente que eu acreditei, por um momento, que o vampiro estava me vendo parada ali bem na sua frente. E mesmo sem ele me ver, era como se ainda estivéssemos em sintonia o tempo todo.

“Então, nosso vínculo será quebrado.” Kai decidiu nos interromper. Desviei meu olhar do vampiro para o bruxo, percebendo que os azuis de Kai refletiam tantas emoções que me pegaram desprevenida.  “Mas eu ainda vou estar aqui sozinho, não é?"

“Sim. Mas, ironicamente eu estarei livre de você e dessa ligação. Até que enfim, o meu fardo vai acabar!"  Eu lhe provoquei me sentindo de uma certa forma vingada.

“Você sabe que eu poderia te matar agora?” Kai retomou a sua postura sarcástica e fria, confrontando Damon. “Mas, eu só não te mato, porque ver você sofrer eternamente sem a sua bruxinha, é muito mais divertido.” Irritado, o vampiro deu um passo mais perto de Kai e o segurou pelo colarinho de sua camisa.

“Bom, mas parece que eu não serei o único a viver eternamente infeliz.” Damon deu um sorriso sem humor olhando profundamente para o bruxo. “Por que eu sei que lá no fundo... Bonnie Bennett, significa muito pra você. Ela é a coisa mais valiosa que poderia ter. Então, você vai perdê-la. Assim como eu, vai perdê-la para morte!” Era tão difícil decifrar o que o bruxo estava pensando, apesar disso, eu sabia que as palavras de Damon haviam atingido um nervo.

 “Qual é a sua proposta Damon?” Dizia Kai sorrindo triunfante, depois de conseguir se livrar do aperto furioso do vampiro.

“Bom, eu sei que você é o único que tem magia pra tira-la daqui. E eu também sei que pra ela voltar, é necessário que o equilíbrio da natureza seja restaurado.” E só havia uma forma disso acontecer...

 Alguém teria que morrer, pra eu poder voltar à vida.

“Não, não, não! Damon você não vai fazer isso. Eu não quero a sua vida em troca da minha!”  Eu comecei a brigar com ele, esquecendo que ele não podia me ouvir, nem me ver e nem sentir o meu toque. Mas, dane-se!

 Eu sei que mesmo à distância, Damon ainda tentava me manter muito viva e presente em sua vida. Era uma atitude muito bonita e admirável. Mas talvez, minha ausência estivesse pesando demais sobre seus ombros. Pois, como Sarah um dia disse: — Eu estava mais morta do que viva, só que talvez, nenhum de nós quisesse admitir isso. — Apesar disso, eu não conseguia parar de pensar que aquele poderia ser nosso ultimo momento juntos.

 “Damon Salvatore, se você fizer isso, eu vou te odiar tanto... Kai diz pra ele não fazer isso, por favor!”  Só que aquele bruxo filho da mãe, decidiu me ignorar.

“E o que eu ganho com isso?”

“A sua liberdade dessa prisão e uma vida que eu nunca poderei dar a ela.” Logo, eu entendi. Damon não estava apenas trocando a sua vida pela minha, ele também iria trocar a sua liberdade pela de Kai.  "E essa também pode ser a sua última chance de redenção, Kai." Eu estava completamente aturdida, olhando entre Kai e Damon e não acreditando que eles estavam prestes a querer decidir a minha vida.

“Vocês não podem decidir a minha vida assim, como se fossem Deus!”  Criei coragem para confronta-los e tomar as rédeas da minha vida e do tempo que eu ainda tinha.  “É a minha vida. É o meu destino! E... e eu já não tenho mais medo da morte!”  Eu lhes dei as costas me afastando cada vez mais de Damon.

 

“Parece que a sua bruxa está com raiva. Muita raiva, Damon. Acho que você fracassou na sua missão.”

“Talvez sim, ou talvez não. A decisão ainda é sua.” Damon ainda parecia tão teimoso, tentando persuadir Kai. Sem contar que aquele momento entre os dois parecia tão surreal. “Bonnie é a pessoal mais incrível que eu já conheci. Ela é leal, altruísta, forte e corajosa. Alguém como ela não merece ser esquecida, nunca!” Suas palavras me paralisaram e fizeram Kai ficar em silêncio por um momento pensativo, me deixando ainda mais desesperada.

“Kai, por favor... Diz pra ele ir embora! Diz pra ele voltar pra Mystic Falls!”   Suspirei sentindo a exaustão. “Diz pra ele voltar para Stefan e Elena... E se esquecer de mim!”   O bruxo me olhou carrancudo e depois revirou os olhos.

“Eu ainda sou o grande rei dessa jogada. E enquanto estiver vivo, SOU EU que darei a ultima cartada.” Ele se aproximou de Damon de um jeito bem ameaçador. “Além do mais, eu tive no inferno tempo suficiente, pra saber que não existe essa coisa ridícula de redenção. Tudo o que existe Damon, são promessas, mentiras e truques que fazemos, pra acreditar que nós somos boas pessoas. Mas, a verdade é que já estamos todos condenados. Inclusive ela." O bruxo fez um sinal na minha direção, chamando a atenção do vampiro.

“Kai espera!” Os olhos azuis atormentados de Damon ainda tentaram me procurar pela última vez. “Se a ama... não a deixe cair no esquecimento!” Engoli em seco me sentindo atormentada pelos seus gritos agoniados.

”Seu tempo acabou. Adeus, Damon!” Em seguida, Kai deu um empurrão em Damon, fazendo o vampiro ser engolido de novo pela mesma névoa que havia lhe trazido até nós.

 Logo, Damon desapareceu junto com a névoa como se fosse uma miragem, me deixando apenas na companhia indesejada de Kai e daquela noite sombria e tristonha.

 

 

 

Uma semana depois...

 Todos os dias em sua prisão particular, Kai podia ter um momento de recreação, onde ele podia ter um Karaokê só pra ele, pra cantar horrivelmente as suas músicas favoritas, ou não... E ele ainda se achava um Popstar sobre aquele palco onde só ecoava a voz irritante dele.

“E aí, como foi o Karaokê hoje?” Eu disse só pra provoca-lo.

“Oh, foi tão péssimo sem você!”  Ele revirou os olhos me fazendo rir. “Eu até separei uma música especialmente pra você.”

 

https://youtu.be/dnD-4hwKhmE

 

 “Oh, não! Você quer me torturar mais uma vez, com essa voz desafinada?” Eu parei na frente do palco onde ele estava. Ao fundo, ainda tocava uma música qualquer.

“Nossa, assim você me magoa!” Ele suspirou teatralmente fazendo um drama mexicano.

 “Você já parou pra pensar que, logo, será só você preso aqui, com a sua mente insegura e uma música terrível tocando sem parar?” Percebi ele apertar o microfone nervosamente entre suas mãos. “E sem nenhum eclipse pra te tirar daqui.”  Antes de saber o que ia acontecer comigo, Kai ainda tinha alguma esperança de sair daqui, mas após a visita inesperada de Damon, as perspectivas das coisas mudaram.

"Você está se divertindo com isso né? Saber que eu vou continuar sendo punido eternamente."

"Bom, você só está sendo punido, porque não se dá uma chance de se perdoar e se importar com os outros. Como se importar com a sua própria família."

"Por que eu me importaria? Eles mereceram ser banidos do Clã."

"Foram banidos por sua culpa.” Kai tentou esconder que minhas palavras haviam mexido com ele. “Mas só pra você saber, seus pais e seus irmãos, agora sim tão vivendo como uma família de verdade. Sem o peso das regras do Clã."

"Bom pra eles!" Ele deu de ombros.

"E você poderia estar lá com eles agora. Mas, você prefere continuar solitário e rancoroso."

"Eles mentiram, me traíram, me humilharam e me fizeram se tornar esse monstro sádico." Seu olhar era extremamente sombrio.

"Blá, blá, blá... Sempre a culpa é dos outros. E aí está seu maior erro." Furioso com as minhas palavras, ele jogou o microfone no chão e pulou na minha frente tentando me tocar de novo, o que pareceu lhe frustrar bastante. "Você bem que queria me machucar de alguma forma, né. Mas, agora você não pode mais me atingir." Falei triunfante.

 "Você sabe, eu poderia ter aceitado a proposta de Damon e voltado para tocar o terror em Mystic Falls. E ainda me divertir, sabendo que você viveria amargurada e cheia de remorso pela morte do seu vampiro." Ele sorriu petulante.

"Mas, você não aceitou.” Eu cruzei os braços numa atitude presunçosa. “E agora eu me pergunto o por quê?"

"Eu só não aceitei a proposta, porque ver você praticamente o rejeitar, foi muito mais triunfal."

"Eu não o rejeitei! Eu o protegi de cometer uma loucura." Eu fiz uma pausa para respirar, mesmo não precisando de ar. “E eu o amo! E quando você ama alguém, você faz até o impossível para protegê-lo.” Eu soltei um suspiro de alívio pelo desabafo e me voltei a confrontar o olhar indecifrável de Kai.

 "Todo esse amor entre vocês dois me deixa tão enjoado.” Instintivamente, meus lábios se contraíram num sorriso incontrolável, quando a sua expressão se tornou exageradamente cômica.

“Esse seu enjoa tem cara de inveja.” Afirmei provocando o seu mau humor, até que Kai decidiu tentar mudar o foco da conversa.

 “Você é tão estupidamente altruísta, mas não é um elogio. Por que eu ainda acho que seu altruísmo só atrapalha a sua vida."

"Sabe que pela primeira vez, você e Damon concordam com algo! Isso é o que Damon diria. Ele se ressente um pouco por eu ter me sacrificar de novo."

"E ele tem razão."

"De novo concordando com ele? É chocante!" Nós rimos cúmplices.

"Mas falando sério. Foi o seu altruísmo que te colocou nessa situação de novo. Havia uma solução que poderia ter impedido o nosso casamento desastroso."

"Ah, sério?" Tomei uma postura irônica. "Como?!"

"Tomando o caminho mais clichê dessa história." Arqueei as sobrancelhas lhe olhando perplexa.

 Para Kai o caminho mais lógico e fácil, seria eu ter virado uma vampira. Pois com a minha transformação, ele teria morrido sem causar mais danos, assim, Sarah ainda seria humana sem saber dos segredos obscuros dos Salvatores. E ele ainda deixaria o caminho livre, pra que eu vivesse feliz pra sempre com Damon.

 Para o bruxo tudo parecia tão simples.

 É exatamente isso que nos faz tão opostos. Eu nunca vou por um caminho fácil. Eu sempre escolho o caminho mais tortuoso, que me desafia o tempo todo a ser forte, a perdoar e a amar sem esperar nada em troca. Diferente de Malachai Parker, que escolheu o caminho fácil e nunca tentou se desafiar.

 “Mas eu até te entendo, Kai. Por que sinceramente odiar, sempre é mais fácil que amar." Eu poderia dizer que o silêncio que se seguiu era perturbador e o ar em torno de nós se tornou tenso, antes que alguém decidisse falar alguma coisa.

Era difícil tentar fazer alguém como Kai entender o que as minhas palavras significavam. Cada coisa que eu dizia era tão cheio de sinceridade e de emoções, que eu desejava tanto que ele pudesse entender e até sentir de fato cada um dessas emoções. No fundo, antes de desaparecer desse mundo, eu queria ver aquele bruxo seguindo um caminho diferente. Eu queria vê-lo tentar se perdoar e se redimir, ou sei lá, só tentar ser diferente do que ele tem sido durante todo o tempo. Acho que no fundo eu ainda estava tentando salva-lo dele mesmo.

E, no entanto, eu ainda penso sobre virar vampira, mas não quero que seja através de dor e morte.

 “Eu acho que matar você, talvez, não fosse à resposta pra tudo. Ou talvez lá no fundo, eu ainda vi algo bom em você. Assim, como minha avó.” Kai podia não acreditar, mas Sheila o amava como um filho, a prova disso está nas páginas do próprio diário dela. "Caramba! Agora me dei conta que depois de tudo, só agora tô conseguindo desabafar e é com você. A pessoa mais improvável do mundo e a única que pode me ouvir." Eu comecei a rir vendo como ele parecia cético comigo.

"Então, talvez você deva me agradecer, por ouvir todo o seu papo chato."

"Mas, você ainda vai sentir a falta de todo esse papo chato." Ele deu de ombros. "Obrigado Kai! Você até que é um bom ouvinte." Isso o pegou desprevenido.

"De nada bruxa!" Havia um tom diferente em sua voz. Ele se silenciou e eu achei que era porque nossa conversa havia sido finalizada. Eu também já não tinha mais nada pra falar agora, então, pensei em me retirar, até que a sua voz me fez retroceder. "Você acha que a Sheila te enviou para o meu mundo prisão, esperando que a gente... talvez...”

“Fosse amigos?!” Exclamei tentando ajuda-lo a fortalecer essa ideia, o que pareceu lhe surpreender. “Eu acho que a vovó, sabia muito bem o que tava fazendo. Ela era muito esperta. Então, acho que tudo é possível.” Eu me virei pra ele, que se aproximou de mim, parecendo muito determinado.

 

♪Olá mundo

Espero que esteja ouvindo

Me desculpe se me precipito

Por falar tudo de uma vez

Há alguém de quem sinto falta

Acho que eles podem ser

A melhor metade de mim

Estão no lugar errado tentando fazer certo

 

 “Está certo. Talvez, eu queira me desafiar agora." Seu olhar era impetuoso. “Você tem razão, ver a sua relação com seus amigos e com Damon, me fez sentir algo que eu nunca pensei em sentir por ninguém. Acho que se chama inveja, ou ciúme... ou os dois.” Ele soltou um suspiro parecendo meio incerto do que dizer.

 O bruxo queria me ferir tanto, porque se sentia rejeitado por mim. E sentir outra rejeição, foi demais pra ele. Então, ele continuou tentando fingir que ser o líder do Clã, ou ser um bruxo poderoso, era tudo que lhe importava. Mas era tudo uma ilusão, para esconder o que ele realmente desejava.

“Eu te arrastei aqui comigo, mesmo sabendo que estava machucando você.”  Sua confissão me pegou tão de surpresa, me deixando sem palavras. “Eu sinto muito por isso. E eu nem sei se um dia você vai me perdoar..." Ele não conseguia me olhar, parecia meio envergonhado.

"Eu acho que admitir os seus erros é um ato muito corajoso. Isso mostra que, até pra você, existe esperança." Murmurei sem hesitar olhando em seus olhos azuis que, por um instante, me fizeram se lembrar de Damon. "Eu também já te perdoei, há muito tempo."

“Sério?!” Ele me olhou como se não acreditasse em minhas palavras. “Para de tentar ser gentil comigo, porque eu não mereço!”

“Eu só estou sendo sincera. E eu até poderia te abraçar agora... Só que não!” Eu disse tentando brincar com a situação, o que fez o bruxo soltar uma gargalhada engraçada. Porém, seu sorriso logo se desfez, dando lugar a uma expressão de melancolia.

 “Eu daria tudo pra ter uma chance de apenas te tocar pela última vez.”

“O quê?” Lhe questionei meio confusa.

“Talvez, eu ainda possa fazer isso.” Ele murmurou agora parecendo entusiasmado demais, como se tivesse acabado de ter a melhor ideia do mundo. “Ainda há uma tempestade caindo lá fora. Vamos precisar dela.”  Kai disse fazendo um gesto para que eu o seguisse.

"Espera! O que você vai fazer?” Mesmo confusa, segui ele de volta para mais uma noite chuvosa.

"Sheila tem razão. Eu tenho que deixar você voltar para o lugar onde você pertence, antes que seja tarde demais.” Engoli em seco ouvindo as suas palavras. Eu abri e fechei a boca várias vezes, sem conseguir dizer nada. Eu estava temerosa com as novas atitudes de Kai. “Eu só preciso que, pela última vez, você confie em mim.”

 Então, ele me estendeu suas mãos pra que eu colocasse as minhas sobre as suas. Eu ainda não podia sentir o seu toque. Olhei pra ele que fechou os olhos e começou a murmurar uma magia que eu desconhecia. Em seguida, trovões e relâmpagos se misturavam dentro daquela tempestade, causando um show de luz e barulhos estrondosos em torno de nós.

 Nós estávamos literalmente dentro daquela intensa tempestade, enquanto eu sentia a magia acontecer. E, foi naquele instante, que eu senti o toque das suas mãos quentes entrelaçadas as minhas. Seus azuis elétricos se abriram me olhando com uma intensidade que eu jamais irei esquecer.

 “Eu posso te sentir agora.”

“Sim, eu também posso.” Assenti perplexa, mas muito alegre ainda apertando as suas mãos.

“Você me perguntou o que eu faria se esse fosse nosso ultimo momento juntos.” Mordi meu lábio, nervosa. “Eu queria te tocar pela última vez.” E uma de suas mãos subiu até meu rosto e enxugou as minhas lágrimas. "Desde que te conheci, eu sabia que você tinha o poder de me salvar ou me condenar de vez. E hoje recebi a minha sentença." Eu não acreditava ainda naquelas palavras. "Damon estava certo. Você não merece cair no esquecimento. É por isso que te liberto dessa ligação de sangue, Bonnie..."

 Uau! Por essa eu não esperava. Mas as surpresas só estavam começando...

Eu sabia que pra nossa ligação de sangue ser quebrada e pra mim também poder volta pra casa, seria necessário que o equilíbrio da natureza fosse restaurado. E como eu havia dito antes, só havia uma forma disso acontecer.

“Encare isso como um sacrifico que vai valer a pena. Além disso, não é qualquer dia que você vê Kai Parker, fazendo isso por alguém.” Olhei pra ele ainda me sentindo anestesiada por suas palavras.

 Nunca imaginei que isso poderia acontecer. Que Kai tivesse um ato tão... tão altruísta!

“É eu sei... É chocante acreditar que eu poderia um dia ser capaz de fazer isso. Mas, tudo é graças a você.” E pela primeira vez, eu vi tanta suavidade refletida naquelas órbitas azuis.

"Mas e quanto a você?!"  Eu queria voltar pra casa, mas no fundo eu também me importava com aquele bruxo insano.

 “Eu também não quero mais viver sozinho, preso aqui pra sempre. Eu também quero ser livre e abraçar a morte, pois ela já não me parece mais assustadora.” Eu estava achando aquilo quase surreal, mas ao mesmo tempo, uma ansiedade começou a crescer em mim. "Eu estou pronto pra aceitar o meu destino." Então, ele deu um passo mais perto de mim, suas mãos se fixaram em meu rosto, me forçando a sentir o seu toque quente e carinhoso, enquanto seus olhos permaneciam presos nos meus. “Mas antes de morrer, eu preciso que você saiba...” Meu coração saltou do peito, eu estava sem fôlego, não conseguia dizer nada. “Eu te amo, Bonnie Bennett. E eu quero que você seja muito feliz.”

 Então, inesperadamente, Kai me beijou. Um beijo com sabor de despedida. E, enquanto ele me beijava, eu senti também uma grande magia fluir entre nós. Em seguida, raios começaram a descarregar a sua fúria ao nosso redor, fazendo ele apertar mais seus lábios sobre os meus quase me sufocando. Logo, me dei conta que através daquele beijo, toda a sua energia estava sendo canalizada pra mim, me causando um frio, seguido por uma dor terrível.

 Minha última visão de Kai foi de seus olhos vazios e do seu rosto sem vida, até que eu senti um puxão brusco me arrastando pra longe dele e depois uma escuridão me engolir...

 

Mas estou cansado de justificar

Então eu te digo

venha pra casa

Venha pra casa

porque eu estou esperando por você

por tanto tempo

por tanto tempo

 

 

Damon

No meio de tanta turbulência em nossas vidas, uma pequena e ótima notícia apareceu pra animar um pouco o grupo. Agora teremos um novo membro na família. Um novo membro entre as Bennetts.

"Nós estamos grávidos." Dizia Lucy animadamente sentada ao lado de Ric e de frente pra mim. Eles decidiram reunir a gangue de Mystic Falls em minha casa, para curtir algumas horas juntos e relaxar um pouco, o que era um desafio pra todos desde que Bon Bon ficou em coma.

 O novo casal improvável, ou nem tão improvável assim, já estavam num relacionamento íntimo há meses, mas optaram por manter em segredo por um tempo, até que a relação se firmasse e eles decidissem revelar seu segredo para o resto do bando.

 "Hoje de manhã eu contei a Bonnie e, sabe, eu fiquei lá tagarelando pra ela e quando parei de falar, fiquei ansiando ouvir a voz dela. Querendo saber o que ela achava da notícia." Troquei um olhar rápido com Ric que sabia como a ausência da bruxinha pesava também sobre a sua nova namorada.

 Assim como eu, Lucy também se sentiu por muito tempo, culpada por não ter conseguido impedir Kai de levar Bonnie com ele. Nós dois sentíamos que havíamos de alguma forma falhado com a bruxinha.

"Eu acho que ela deve estar feliz por nós. E ansiosa também pra conhecer o seu priminho ou priminha." Ric dizia apertando carinhosamente uma das mãos de Lucy.

"É. Ric tem razão. Bonnie deve estar feliz por vocês dois. Por saber que você já não estará mais sozinha no mundo. E que agora você vai deixar de ser uma nômade." Nós rimos pra descontrair.

 "Então, agora devemos comemorar." Dizia Caroline trazendo algumas bebidas. Hoje desisti do Bourbon, porque parecia não combinar com o momento e optei pela cerveja.

Lucy decidiu não beber, obviamente, por causa da gravidez, então, apenas eu e o resto do bando passamos a dividir a bebida, enquanto batíamos um papo tranquilo. Os dois pombinhos pareciam tão em sintonia, tão cúmplices, alegres e muito apaixonados. Eles já faziam planos e havia até um pensamento sobre um casamento simples só no cartório, o que achei bom (já que todos ainda sentiam o trauma daquela cerimônia sangrenta, de um ano atrás).

 "Eu acho que vocês deveriam fugir pra Las Vegas e se casarem lá."  Elena foi logo dando a sugestão. "Ah, e também devem me convidar pra ser a madrinha de casamento."

"Ei! Eu também quero..." Dizia Caroline toda eufórica.

"Ah meu Deus! Agora elas vão começar a brigar daqui a pouco pelo buquê de flores." Matt zombou nos fazendo imaginar a cena hilária entre as duas vampiras.

"E também pela escolha do nome do bebê." Tyler disse se juntando as nossas piadas internas.

"Então senhores, acho que devemos fazer uma aposta..." Meu irmão decidiu provocar um pouco mais as garotas, que pararam pra rosnar pra nós parecendo furiosas.

 “Brincadeira garotas!” Murmuramos em uníssono.

 Eles conseguiram por um breve tempo me fazer rir e até se esquecer das minhas angústias. Porém, quanto mais eu ficava ali os observando juntos, fazendo planos e comemorando a chegada de um bebê, eu também comecei a se sentir deslocado no meio deles. Havia alguns sentimentos de inveja e melancolia ao me dar conta que Ric e Lucy formariam a sua própria família e, talvez, vão se distanciar mais de nós. Porque afinal, nosso ambiente sobrenatural não seria ideal para se criar uma criança. Mas, essa melancolia minha não era só sobre Ric e Lucy. Eu também me sentia assim, por perceber que essa coisa de se casar, ter filhos e formar uma nova família era tudo o que eu nunca poderia dar a Bonnie.

 Alguns minutos depois, decidi sair de fininho e fugir pra qualquer lugar longe da mansão Salvatore. Eu também não queria retornar para o meu quarto, onde o corpo de Bonnie ainda repousava serenamente, sabendo que em algum momento, ele irá desaparecer, deixando um enorme vazio em seu lugar. Então, fugi para floresta, decidido a caminhar pela noite sozinho, tentando esfriar a cabeça.

 Enquanto, eu caminhava solitariamente, me peguei pensando sobre as coisas que Lucy me disse mais cedo:

“Eu não sei como, mas eu sabia que vocês eram duas almas indomáveis, procurando desesperadamente a felicidade. Só estavam procurando no lugar errado.”  Lucy me confessou que desde aquele baile de máscaras há anos atrás, algo lhe dizia que aquele vampiro e aquela bruxa Bennett que ela havia acabado de conhecer, tinham muito mais em comum do que imaginávamos e que nossos destinos estavam cruzados. E ela tinha razão. Naquela época eu estava obcecado por Elena e ainda me ressentia pela rejeição de Katherine, sem perceber que a garota certa pra mim, estava bem ao meu lado, mas por orgulho e egoísmo eu não conseguia ver.

 Agora tudo parecia se encaixar perfeitamente. Aquela bruxinha altruísta e teimosa significa tanto pra mim e por isso cada dia sem ela aqui, doía tanto. Doía saber que a natureza queria restaurar o equilíbrio, levando de novo Bonnie pra longe de mim. 

Meus pensamentos, logo, foram interrompidos, pela intromissão do meu irmão chato.

"Droga, Stefan! O que você quer?" Me virei para encontrá-lo parado a alguns metros de mim.

"Vim garantir que você não cometa mais nenhuma idiotice." Ele falou arqueando as sobrancelhas com uma expressão desdenhosa. “Você parece horrível irmão. Então achei que você ia precisar disto...” Percebi que ele trazia consigo uma garrafa de Bourbon, que ele jogou pra mim.

"Obrigado!" Falei sarcástico aproveitando pra beber um pouco da bebida. "Sinceramente, não tô a fim de conversar. E eu também não preciso de babá.” Eu estava cansado de ouvir os seus sermões.

“Depois do seu plano idiota de tentar salvar a Bonnie, sozinho. Acho que você vai precisa sim de uma babá."

“Vocês não conseguem entender, que eu tinha que fazer alguma coisa?!” Nervoso, eu comecei a beber quase toda a garrafa de Bourbon desejando que o álcool pudesse surtir algum efeito.

 Não dava mais pra ficar esperando Bonnie voltar pra mim. Ainda mais quando você está enfrentando dois inimigos impetuosos, que você não pode enfrentar cara a cara, como o tempo e a própria morte. Então, criei um plano arriscado pra tentar resgatá-la, sem avisar ninguém. É claro que eu sabia que não podia fazer isso totalmente sozinho, sem o auxilio de um bruxo. Determinado, fui até Joshua tentando persuadi-lo a me ajudar.

 Todavia, o que eu não imaginava, era que a viagem de volta para o outro mundo prisão de Kai, seria ainda mais terrível do que da primeira vez...

 “Eu tinha que tentar salvá-la. Só que mais uma vez, eu falhei!" Furioso joguei a garrafa contra um tronco de uma árvore, ignorando a sujeira que ficaria ali. “Não é justo! Bonnie merecia ter uma vida normal e feliz. Mesmo que não fosse ao meu lado.” Continuei dizendo amargamente.

 “Então, esse era o seu plano?” Os verdes de Stefan me fitavam com reprovação. "Eu acho que se Bonnie quisesse ter uma vida normal, se casar e ter filhos, ela nunca teria se envolvido com um vampiro. E ela já teria se casado com Kai, ponto final! Mas, ela não fez." Como já não havia mais Bourbon pra me anestesiar, eu não tive escolha a não ser ouvir os incansáveis sermões de Stefan. “Acha mesmo que Kai poderia fazê-la feliz?”

“Da mesma forma que um dia (VOCÊ) acreditou que eu poderia fazer Elena feliz.” Mesmo quando todos eram contra nós, por achar que Stefan era o Salvatore certo para a jovem Gilbert. E acho que todos estavam certos sobre mim. Fui um erro para Elena. E serei um erro maior ainda para Bonnie.

“Por isso eu achei a sua história tão familiar.” Dizia Stefan caminhando cautelosamente em minha direção. “Sabe eu aprendi uma coisa com você, há muito tempo...” Ele apertou amigavelmente meu ombro. “O herói nunca fica com a garota. Eu sou a prova disso." E depois se afastou de mim em silêncio.

"Já acabou com os sermões? Agora posso voltar pra minha vida miserável?" Murmurei pronto pra seguir o meu rumo. Eu já estava tão cansado de todo aquele papo furado.

"Bom pelo menos agora eu te entendo. Você está desistindo de Bonnie." E, de repente, era como se eu sentisse o peso das suas palavras. “É por isso que você queria que eu também desistisse de Sarah?”

Eu e Stefan não estávamos tão bem desde que Sarah saiu da cidade. Parecia que agora Mystic Falls não tinha apenas um vampiro deprimido, agora éramos dois. Eu sofrendo pela ausência de Bonnie e ele por Sarah. Só que ao contrário de mim, Stefan parecia tão firme com seus sentimentos e tão determinado em não desistir da nossa jovem prima. 

 “Você amou duas vezes na vida, Stefan. Tirando o fato de tecnicamente ter sido pelo mesmo rosto.” No caso Katherine e Elena, dois amores que não terminaram nada bem. “O sentimento se parece.” Murmurei desanimado, tentando convencer Stefan que todo o seu amor, no fim, acabará em decepção. “Nem todo o amor, é o amor da vida.”

 “Eu posso não ser capaz de explicar o que eu sinto por ela. Mas, é alguma coisa.” Houve um silêncio profundo e reflexivo entre nós. “E sim, nem todo o amor é aquele amor louco, do jeito que nós experimentamos por aí na vida, mas... Mas, eu acho que isso pode ser ainda melhor.” E, enquanto ouvia a voz tranquila de meu irmão ecoar pela floresta, não pude deixar de pensar em Bonnie e em como o que tínhamos era incomparável e tão genuíno. E, por isso desistir desse amor e de tudo o que vivi com ela, era tão difícil.

Pela primeira vez, Damon Salvatore já não tinha nenhuma noção do que fazer. Damon sem a sua bruxinha estava completamente perdido, necessitando dela pra lhe guiar e lhe inspirar com toda a sua teimosia e coragem.

 “Eu não preciso de amores épicos e de um amor que me consome. Eu só preciso viver a vida, ao lado de quem me faz bem, com quem eu confio e já conheço os seus vícios e virtudes. E aproveitar cada pequeno momento ao lado dela, sem mais arrependimentos.” De repente paralisei, deixando que as palavras de Stefan se afundassem dolorosamente em minha mente.

 

♪Agora existe uma guerra entre as vaidades

mas tudo que eu vejo é você e eu

A luta por você é tudo que eu conheço

 

“Liga pra ela!” Exclamei decidido a não mais sabotar a felicidade do meu irmão.

“O quê?” Stefan parou o seu trajeto, parecendo desnorteado.

“Liga pra Sarah e diz que você sentiu saudade. E pergunta como foi o seu dia. Seja o Stefan amigo, leal, gentil e apaixonado que elas adoram. Assim será fácil pra chegar ao coraçãozinho dela e ganhar essa mulher.” Nós trocamos um sorriso cúmplice e meio travesso, enquanto ele ligava pra ela.

Pelo menos alguém hoje, estaria mais perto de alcançar a felicidade...

 

♪Tudo que eu não posso ser

É tudo que você deveria ser

E é por isso que eu preciso de você aqui

Tudo que eu não posso ser

É tudo que você deveria ser

E é por isso que eu preciso de você aqui

Então ouça isso agora

Venha para casa

Venha para casa

Porque eu estou esperando por você

 

 

 

 

Bonnie

 Eu perdi a noção de tempo e, quando reabri os meus olhos, percebi que tudo havia mudado ao meu redor. Agora eu estava deitada numa cama macia, dentro de um quarto muito familiar.

Eu me sentei sobre a cama, ainda me sentindo como se eu tivesse acabado de despertar de um sonho muito louco. Já não havia o vestido branco cobrindo o meu corpo, agora eu estava vestida com uma roupa comum. Me levantei da cama e parei para observar todo o lugar, ainda em dúvida se tudo aquilo era real. Olhei para a porta do banheiro e decidi tomar um banho demorado. Para a minha felicidade agora eu podia sentir a água quente escorrer por meu corpo e eu também podia sentir o seu gosto e era bom voltar a sentir tudo outra vez. E como prova que eu podia sentir todas essas sensações, meu estômago roncou de fome me fazendo sorrir alegremente.

 Terminei o banho, me vesti rapidamente e, logo, descobri que a mansão estava sozinha, me fazendo se perguntar, pra onde foi todo mundo?!

 Enquanto isso, decidi ir até a cozinha e senti uma vontade enorme de fazer uma surpresa pra um certo vampiro de olhos azuis dominadores...

Alguns minutos depois, terminei as panquecas, coloquei-as sobre a mesa, mas paralisei quando senti a sua presença a poucos metros de mim.

“Bonnie!” Sua voz rouca quase falhou.

“A primeira e única.” Lhe respondi tão empolgada, sorrindo feito uma boba.

O vampiro estava parado na porta da cozinha, vestindo o seu habitual preto e me olhando chocado, incrédulo. Seus azuis refletiam tantas emoções juntas e uma delas era medo. E, por um minuto, ele ficou ali paralisado, me deixando tão nervosa.

 "Sou eu, Damon. Eu voltei!" Até que ele sorriu pra mim e abriu os braços. Sem hesitar eu corri até ele fechando a distância entre nós e colando nossos corpos, fazendo o seu cheiro se impregnar logo em mim. Ele cheirava a couro e Bourbon e a algo ainda mais especial, que sempre seria a essência dele, exatamente, como eu me lembrava. E o seu cheiro me trouxe uma calmaria tão grande.

“Você conseguiu! Você sempre volta. E eu nunca deveria duvidar disso!” Ele sussurrava em meu ouvido, me fazendo sentir aquele pequeno arrepio que eu tanto amava. Assim, nos abraçamos desesperadamente, cheio de saudade, amor e tanta felicidade.

“Mas, eu não conseguiria fazer isso sozinha. Foi Kai. Ele se sacrificou por mim.” Damon continuou me segurando firme em seus braços como se tivesse receio que eu sumisse e me olhou pensativo. Em seus azuis haviam tantas emoções lá no fundo. Talvez, ele tivesse em pânico que todo aquele momento entre nós, não fosse real e a simples lembrança de Kai ainda lhe perturbasse a mente. E eu nem poderia culpa-lo por isso.

 Eu sabia que a sombra de Kai ainda pesaria sobre nós, como uma ferida entreaberta que demora muito tempo pra cicatrizar.

“Então, foi ele o herói dessa vez?!” Damon deu um sorriso sarcástico me fazendo confusa. “Eu ouvi dizer que o herói, nunca fica com a garota.” Não demorou muito para o vampiro quebrar a tensão do momento, me fazendo rir pelas suas bobagens.

“Damon, você ainda é um idiota insensível!” Eu disse segurando seu rosto entre minhas mãos.  Era impressionante como ele continuava sendo o velho Damon de sempre, mesmo em qualquer situação.

“Mas eu sou o seu idiota insensível que você continua amando muito.” Seus olhos logo se fixaram em meus lábios. Naquele momento, meu coração batia desenfreado ansiando por tocar ele por completo e beija-lo como se não houvesse amanhã.  E quando nossos lábios se encontraram num beijo ávido, cheio de saudade e de tanto amor, foi como se o tempo parasse só pra nós dois.

E a bruxa orgulhosa e obstinada se apaixonou pelo vampiro sarcástico e pessimista, de hipnotizantes olhos azuis. Dois extremos opostos que só poderiam encontrar a felicidade nos braços um do outro.

Dizem que quando duas almas indomáveis se colidem, existem muitas coisa que podem acontecer e abalar a Terra. E entre umas dessas coisas, essas duas almas podem se descobrir como almas gêmeas. Então, fico pensando: — Seriam Bonnie e Damon almas gêmeas, predestinadas a estarem juntos?!

A melhor resposta seria um monossilábico, Sim! Um singelo Sim, mas com um significado imenso. Especialmente, quando você supera todas as barreiras que o destino lhe impõe pelo caminho, para retornar ao lugar, onde seu corpo, sua alma e seu coração, para sempre irá pertencer.

 

“Eu sabia que Bonnie ia voltar. Ela sempre volta...

Eu acho que é assim que vocês mostram todo o seu amor.”

(Kai Parker 6x3)


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Notas finais do capítulo

Eu estava tão insegura com esses últimos capítulos. E eles foram tão difíceis de escrever. Mas, eu me senti na obrigação de terminar logo a fic, enquanto eu ainda estava tendo ideias, mesmo sem ter o retorno que eu desejava. Aliás, se dependesse só das suas reviews eu acho que essa fic já teria sido abandonada pela autora, sem ser concluída. Eu até tinha pensado em escrever um Spin off com Sarah e Stefan (pra explorar melhor a dinâmica deles), mas o medo de não ter retorno me fez abandonar esse plano. Portanto, com a conclusão de "Lost in Paradise" eu darei um tempo do Fandom Bamon e de TVD, sem planos de novas histórias. É provável que eu apenas conclua as fics q estão incompletas e depois vou dar uma longa pausa como escritora.



Mas, deixando um pouco o sermão de lado, quero falar sobre a Bonnie.



Eu queria ela nessa fic pra ser a heroína de verdade dessa história. E ela é incrível. Eu queria mostrar que o dom maior que Bonnie tem, é a capacidade de trazer aquilo de melhor que tanto Damon quanto Kai poderiam ter dentro de si e o quanto ela também pode ser amada e valorizada como mulher, amiga e bruxa.

Sobre o nosso OTP eu acho que o final com certeza tinha que ser Bamon e o Kai foi fundamental pra unir eles. Afinal, foi ele o primeiro a perceber que já existia algo entre o vampiro e a bruxa lá no mundo prisão AINDA EM 94. E eu acho q no fundo Kai foi sim o primeiro Bamon shipper kkkkk... E inspirado por essa ideia, então, decidi terminar o capitulo com essa frase do Kai do episódio 6x3 q sempre será um dos meus eps favoritos de TVD e que resume, perfeitamente, o que foi a jornada de Bamon em Lost in Paradise.

Então, o q vcs acharam da despedida bonkai e do reencontro Bamon?

Espero que pra quem ficou até o fim comigo, tenha gostado dessa jornada toda. Eu não vou me despedir ainda, pq haverá um epílogo com uma grande surpresa esperando por vcs. E ele já está pronto. Então até breve ♥♥♥



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