Lost in Paradise escrita por Drylaine


Capítulo 26
Eu sou uma febre que você não se livra


Notas iniciais do capítulo

Mudei o título da fic em ultima hora, mas achei que esse título define bem o capítulo e a persistência do Damon kkkk. Então, vamos lá!!!



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Bonnie

Despertei lentamente desorientada, sentindo os primeiros raios de sol já se refletirem pela janela do quarto. Eu só sei que estava com uma enxaqueca terrível e quando tentei me mexer na cama percebi que não estava sozinha, pois senti um corpo grande e sólido se remexer do meu lado e uma mão fria apertar a minha cíntura possessivamente. Eu saltei da cama assustada e, logo, senti tudo revirar dentro de mim.

"Fica calma, bruxinha." Damon sussurrou se sentando na cama. Em seus azuis refletiam um brilho diferente.

Eu estava presa num quarto desconhecido, vestindo apenas uma camisa grande (que não era minha), mas que ao menos cobria a fina calcinha que eu usava por baixo e, o mais importante, Damon Salvatore estava esparramado na mesma cama que eu havia dormido.

Merda, merda, merda! Eu não conseguia me lembrar de nada. Não conseguia me lembrar como vim parar aqui. Eu estava desesperada ainda mais, porque não conseguia nem me lembrar de ter trocado de roupa.

Oh Droga! Foi ele... Damon tirou a minha roupa? Será?! Que dizer, sei que Damon já fez isso antes e já me viu até nua. Mas, era inevitável não me sentir nervosa, constrangida e com a minha privacidade invadida. Porém, a dúvida que mais pairava na minha mente era: Será que aconteceu algo entre nós? Será que... transamos?!

"Relaxa! Nós ainda não transamos, ou você iria se lembrar." Damon falou presunçoso como se fosse um telepata. "Uma única noite comigo e você jamais se esqueceria de mim." Ele labeu os lábios só pra me provocar e seus olhos vagaram por toda a minha silhueta, pousando em minhas pernas nuas e, depois me encarou com uma expressão faminta.

Ele estava lindo e perfeito com seu cabelo despenteado e o seu mesmo sorriso sarcástico típico. Percebi que sua parte inferior estava coberta por uma calça preta, o que me fez relaxar um pouco. Até que meus olhos vagaram para seu dorso masculino, ele estava sem camisa deixando exposto sua pele pálida e seus músculos que meus dedos desejavam tocar. Ah, e sua camisa estava comigo, protegendo o meu corpo do seu olhar lascivo e isso só tornava aquela cena entre nós dois íntima demais.

"E pra tirar totalmente esse ponto de interrogação da sua cabecinha... Eu tive que trocar a sua roupa, porque você estava muito bêbada pra isso..." Sua voz soava cheio de segundas intenções. "Aliás, essa camisa ficou melhor em você do quê em mim." Seu tom malicioso me deixava meio nervosa, meio irritada. "Admita! Você sentiu a minha falta." Ah, ele era tão presunçoso.

"O quê? Você nem deveria estar aqui!" Rosnei tentando soar firme, mas falhando miserávelmente.

"Não precisa fingir, Bonnie. Eu sou uma febre que você não se livra." Damon decidiu se levantar e se aproximar de mim como um predador atrás da sua presa. Mas, antes que ele me tocasse, de repente me senti náusear e, desesperada, me afastei dele correndo direto para o banheiro e se trancando lá. Em seguida, acabei vomitando tudo dentro do vaso sanitário.

Agora eu estava me sentindo horrível e com vergonha.

"Posso curar a sua ressaca com o meu sangue." Sua voz soava calma do outro lado da porta. Isso me fez pensar sobre o compartilhamento de sangue entre bruxa e vampiro. E esse pensamento me fez estremecer.

"Não. Eu vou ficar bem." Eu resmunguei pedindo pra ele me dar alguma privacidade e, então, decidi tomar um banho quente, enquanto ele ainda esperava impaciente do outro lado da porta.

Eu tomei um banho rápido, pois me sentia desconfortável naquele lugar que eu nem conhecia. Percebi que o banheiro era enorme e tudo parecia bem sofisticado, inclusive a grande banheira que deveria ser ótima pra encontros românticos.

Droga! Por que eu estava pensando nisso?

Parei para me olhar no espelho me sentindo presa num dilema, entre sair enrolada numa toalha azul (que peguei do armário do banheiro) ou se deveria vestir de novo a camisa de Damon. Bem, o certo era vestir as minhas roupas, só que minhas roupas estavam em algum lugar daquele enorme quarto que só o vampiro deveria saber. Acabei optando por usar novamente a camisa dele que ainda possuía o seu cheiro forte e isso me acalmava.

Após, escovar os dentes com uma das escovas novas que encontrei no armário e pentear o cabelo molhado, decidi sair do banheiro, porém ao sair encontrei o quarto aparentemente solitário e vi que sobre a cama havia uma caixa grande de presente. Eu franzi a testa desconfiada e curiosa.

Por um instante, um sorriso bobo se fez em meus lábios imaginando que aquele presente fosse de Damon...

 

"Querida Bonnie,

estou lhe enviando o seu presente de casamento.

Espero que o belo vestido se encaixe a cada curva perfeita de seu corpo.

Você será a noiva mais linda e poderosa que meu Clã já conheceu.

Do seu futuro marido,

Kai Parker."

 

Inesperadamente, dentro daquela caixa de presente, encontrei um bilhete de Kai junto com um vestido branco de noiva, que eu nem tive coragem de olhar. Odiei aquilo! Minha vontade era transformar aquele tecido refinado, em apenas cinzas.

"Eu tinha que lhe fazer essa entrega especial." Me virei assustada vendo Damon parado encostado na porta do quarto e me olhando com olhos acusadores. "Devo lhe parabenizar, futura Senhora Parker?!" Ele rapidamente me questionou com amargura.

Tudo o que estava tentando evitar, aconteceu. Kai realmente, não iria me deixar sair livre sem continuar me perturbando, mesmo de longe.

"Droga! Como você conseguiu essa caixa?" Inquiri nervosa. Então, Damon hesitou em falar, parecia que estava me castigando. E ele só resolveu falar tudo, após perceber o quanto transtornada eu estava.

"Encontrei a caixa na porta da sua casa, por acaso." Ele cruzou os braços sobre o peito que agora estava devidamente cobertos por uma camisa marrom.

"E você como um bom intrometido, tinha que abrir a droga da caixa?!" Lá estávamos nós dois, discutindo.

"Ah, claro! Se eu não tivesse aberto a DROGA da caixa, nunca iria saber que você ia se casar às escondidas." Ele estava me julgando, sendo irônico e teimoso. Tirando conclusões precipitadas. "E justamente casando com o sociopata?" Damon decidiu se aproximar de mim usando de uma postura desdenhosa.

"Ah! E você veio aqui, só pra me entregar a Caixa?" Eu lhe replique no mesmo tom desdenhoso. "Bom, você já fez a sua entrega. Agora você pode ir!" Murmurei entre dentes e cruzei os braços fingindo uma postura indiferente.

"Não." Ele bateu o pé e ficou empacado parecendo muito irado. "Você não pode me mandar embora assim, sem ao menos uma explicação!" Ele invadiu o meu espaço pessoal, bloqueando meu caminho e me deixando muito nervosa com a sua proximidade. "Por que você me escreveu aquela carta, se você vai casar com Kai?" Eu me sentia sufocada por ele e assustada por aqueles olhos azuis cheios de uma fragilidade que me deixou trêmula.

"Essa carta não significa nada. Eu ia queima-la!" Minhas palavras cheias de amargura, causou uma expressão magoada em seu belo rosto.

"Ah, e você ia queimar a chave também?" Ele esbravejava, enquanto eu ficava boquiaberta diante do seu corpo grande e sólido, não me deixando espaço para argumentar.

Na época que estive presa no mundo prisão, Abby ia vender a casa de Sheila, pensando que eu realmente havia morrido, mas com o retorno do Damon, o vampiro decidiu comprar a casa e colocou no meu nome e, desde então, cuidou dela até que eu retornasse. Agora como eu decidi partir de Mystic Falls, com a intenção de ficar um bom tempo longe, acabei decidindo devolver a casa à ele, pra que Damon fizesse o que quisesse com ela, pois não queria estar em dívida com o vampiro. A única coisa que iria lhe pedir, era pra que ele me desse um tempo, até que eu pudesse retornar pra buscar o resto das minhas coisas, como móveis e outros objetos. É, claro que isso ainda me faria, infelizmente, presa à Mystic Falls. Mas, como nós estávamos fugindo eu não tive muita escolha a não ser deixar algumas coisas pra trás, pois afinal, não poderia sair com toda a mudança sem chamar atenção. Na verdade, minha intenção era que quando Damon e os outros percebessem a minha ausência, eu já deveria estar bem longe da Virgínia e quem sabe fora dos Estados Unidos. Infelizmente, meus planos foram frustrado e agora eu estava aqui confrontando novamente este vampiro teimoso.

"Eu comprei a casa pra dar de presente pra você. E presentes não devem ser devolvidos!" Ele tirou a chave do bolso segurando-a entre os dedos e deu um passo mais perto colocando-a sobre a palma da minha mão, me causando um arrepio quando a sua mão permaneceu entrelaçada a minha. "Faça o que quiser com ela. Queima-la, jogar fora... Mas, eu não aceito devolução!" Me senti muito ofendida pelo seu jeito rude. Depois, Ele afastou sua mão da minha, me deixando tão cheia de conflito e angústia.

"Volta pra casa, Damon! Volta pra Elena..." Minha voz saiu fragilizada e meus olhos arderam com vontade de chorar. "Por favor!" Mas, ele continuou ali parado me olhando, apertando seus punhos, enquanto tentava manter o seu próprio controle.

"Todos os defeitos irritantes que Bonnie Bennett tem, eu sei que ser covarde não é um deles." Ele cerrou os dentes de raiva, falando com seu rosto tão próximo do meu, me fazendo sentir ainda mais pequena diante dele. "Você não é uma covarde. Eu sei Bonnie. Então, por favor, não fuja de mim!" Ele me olhava com uma expressão tão suplicante.

"Ele tem razão, Bonnie." Ouvimos a voz de Lucy só agora se tornar presente. Ela entrou no quarto parecendo meio tensa.

Nossa! Estávamos tão absortos em nossa discussão pessoal, que eu até esqueci que estávamos num lugar desconhecido. Pelo menos a sua interferência, fez com que Damon recuasse um pouco, me dando espaço.

"Vocês são divertidos." Repentinamente, vi um homem loiro familiar, de sotaque britânico e postura perigosa e fatal, aparecer parando na entrada da porta. "É muita tensão sexual, precisando ser liberada!" Klaus trocou um sorriso malicioso com Damon.

"Não é uma má ideia." Damon me deu um olhar tão intenso como se me desnudasse me tirando o fôlego. Foi então que me lembrei que ainda estava vestida com a camisa do vampiro de olhos azuis.

"Merda! O que ele faz aqui?" Grunhi sentindo minhas bochechas ficarem quentes com vergonha e raiva.

"Essa é a minha casa, Miss Bennett. Ou devo lhe chamar pela sua nova identidade... Miss McCullough?!" Ele me deu um meio sorriso estranho, me fazendo arquear as sobrancelhas decidida a não lhe responder. "Sejam bem-vindas a mansão dos Mikaelson. E não precisam ficar com medo. O lugar é seguro." O Híbrido dizia focando seu olhando entre mim e Lucy.

"Por favor, será que eu poderia ter um pouco de privacidade. Eu preciso me trocar." Falei hesitante confrontando o chefe da casa.

"Bem, fizemos uma mesa farta de café da manhã. Nós estaremos esperando por vocês." Ele deu mais um sorriso fazendo suas covinhas aparecerem dando um charme irritante a seu rosto perfeito.

Como nós iríamos se sentir seguro na cova dos leões?! Isso soava bem surreal.

"Afinal, por que de todos os lugares dessa cidade, justamente, eu tinha que ser trazida pra cá?" Troquei um olhar tenso com minha prima que estremeceu parecendo tão apreensiva quanto eu. "Cadê a casa do Marcel?!" Agora olhei novamente para Damon que rosnou parecendo descontente. "E cadê as minhas roupas?" Assim que falei, Damon como um borrão reapareceu com as minhas roupas.

 

 

Damon

Mesmo relutante Bonnie decidiu se juntar aos anfitriões e tomar o café da manhã. Tenho que admitir que a mesa estava farta, cheia de frutas, sucos, bolos, pães, algumas sobremesas e até comidas típicas do local. Também havia uma estranha tensão pairada sobre nós, mas ainda sim, a conversa foi fluindo aos poucos. Tanto Klaus quanto Elijah estavam sendo muito cordiais e até pareciam confortáveis em poder se vangloriar sobre a casa e a família moderna que eles foram construíndo aqui, desde que saíram de Mystic Falls. Nós também conhecemos os novos membros da família, Freya e Hope.

Vi que Bonnie ficou espantada quando conhecemos Freya Mikaelson, a irmã perdida de Klaus que foi retirada da família ainda pequena e criada pela tia Dhalia, uma bruxa tão poderosa e obcecada como Esther. Mas, o que nos deixou tão curiosos foi o fato de Freya apesar de ser a mais velha dos irmãos, ainda ter uma aparência jovem o que era muito esquisito, já que ela não era uma vampira como os outros. Até que descobrimos que ela ficou, por muitos séculos, presa numa espécie de coma mágico que a impedia de envelhecer.

"Depois de alguns confrontos entre nós..." Os irmãos trocaram um olhar cúmplice. "Eu acabei me aliando a meus irmãos e reconstruíndo a nossa família de novo sem a sombra de Esther e Mikael pra nos controlar." Freya era tão jovem como Rebekah e parecia muito reservada como Elijah, mas também parecia ser uma bruxa com muita experiência.

E no meio desse bate-papo, também conhecemos Hope, a filha de Klaus. Hope era fruto de uma noite de sexo casual entre o híbrido e a tal lobinha Hayley. O que me deixou perplexo, afinal, vampiros não geram filhos, mas parece que com Nikaus e sua família tudo podia acontecer. A menina nasceu humana, mas era considerada uma criança Híbrida de vampiro, lobisomem e bruxa, pois possuía em seu sangue o gene dos três seres sobrenaturais. O que no futuro ainda a tornará o ser mais poderoso sobre todos nós.

"Quando Hope entrou em nossas vidas as coisas foram difíceis. Entramos numa guerra para protege-la e vencemos. Porém, sabemos que essa guerra ainda vai continuar. E que enfrentaremos outras ameaças." Hayley falava acariciando sua filha que estava entretida com seu bolo de chocolate e tão alheia ao mundo terrível que é lá fora.

"Hope foi o que reuniu a familia, mostrando que juntos somos muito mais fortes." Elijah falava também mostrando quanto amor existia ali entre eles. E parecia que aquele anjinho de apenas 3 anos, alegrava a casa e a tornava mais acolhedora.

A criança surpreendentemente, era como um milagre na vida daquele híbrido que, no passado, já fora um assassino sanguinário e manipulador. Que lutava arduamente contra sentimentos humanos.

Enquanto estava na mansão sofisticada dos Mikaelson, vendo a interação de todos com a menina, fiquei pensando que se o destino deu uma segunda chance para Klaus ter sua redenção a partir de um filho. Por que eu não poderia ter a chance de ter a minha própria felicidade? E a minha redenção, seria ganhar definitivamente o coração de Bonnie.

Por falar na bruxinha, depois de conhecer Freya e Hope, parecia que a tensão que pairava sobre nós se desfez e Bonnie começou a se mostrar mais animada e curiosa sobre as novidades da família Mikaelson quando o nome Ayanna foi citado.

Ayanna era uma das antepassadas de Bonnie que ensinou muito sobre magia para Esther e até a ajudou a transformar Os Mikaelson em imortais. Era óbvio que a bruxinha iria querer saber mais sobre sua antepassada.

Também percebi que os olhos de Lucy brilhavam encantados pela pequena Hope que tentava interagir com ela. Pelo jeito a Bennett mais velha amava crianças.

"Sabe, eu nunca imaginei que Niklaus Mikaelson, pudesse sentir tais sentimentos humanos. E ainda se tornar um papai coruja." Bonnie disse sarcasticamente fazendo Klaus soltar uma gargalhada.

"E eu nunca imaginei que Damon tivesse coragem de trocar a duplicata, por uma bruxa como você..." Klaus decidiu usar o mesmo tom sarcástica pra provoca-la. "Ainda mais sendo você, a melhor amiga de Elena."

Aí que merda! Senti que o tempo ia fechar. Bonnie mordeu o lábio nervosa e fechou os olhos parecendo lutar internamente pra não perder o controle. Eu quis falar algo, mas também fiquei meio sem saber exatamente o que deveria dizer.

"Eu acho que está na hora da gente ir." Por sorte Lucy interrompeu o momento tenso decidida a tirar Bonnie o mais rápido possível dali.

"É. Lucy tem razão. Obrigada pelo café da manhã e pela hospitalidade." Bonnie deu um sorrisinho tímido e decidiu agradecer Elijah e os outros, porém ignorou completamente o híbrido que nos olhava divertido.

"Tudo bem. Podem ir. A gente se vê por aí." O vampiro loiro insolente ainda deu uma piscadela pra bruxinha que saiu batendo o pé toda irritada.

 

 

Bonnie

Depois de sairmos da casa dos Originais Damon nos deu uma carona até a casa de Marcel. Durante o percurso, deixei que minha prima e ele conversassem entre si, me mantendo quieta e pensativa o tempo todo, até chegarmos ao nosso destino.

"Tudo bem. Eu vou deixar vocês sem plateia." Lucy falou calmamente aliviando toda a tensão que ainda pairava sobre nós. "Eu acho que vocês deveriam aproveitar pra conversar... Sozinhos!" Lucy se aproximou de Damon e lhe sussurrou algo em seu ouvido me deixando no escuro.

"Ah, que lindo! Agora vocês tem segredinhos?!" Sibilei inquieta. "Damon tem que voltar pra Mystic Falls e nós temos as nossas próprias coisas pra se preocupar. Então, não temos tempo a perder."

"Eu não tenho pressa." Damon falou me olhando com expectativa.

"Bonnie relaxa! Melhor ter ele aqui, do que Kai." Ela falou fazendo um gesto com a cabeça na direção do Damon que nos olhava sério. Eu queria brigar com Lucy, contraria-la. Tive que pensar numa outra estratégia. Então, me virei olhando novamente para aquele vampiro de olhos azuis, sabendo que ele não iria me deixar em paz facilmente.

"Tudo bem a gente se fala, mais tarde."

"Sério! Você não vai fugir?" Damon com aqueles olhos azuis tão suplicantes, tornava tudo ainda mais difícil.

"Eu prometo. A gente pode se ver hoje a noite, naquele bar." Eu fui empurrando ele na direção do seu Camaro.

"E eu vou estar te esperando!" Ele ainda me deu mais um olhar intenso, antes de sair desenfreado.

Agora eu estava ainda mais enrolada do que antes.

 

***/ /***

Hoje a noite optei por usar um vestido bordô Tomara Que Caia curto e meia-calça preta fina com botas pretas. Pra finalizar decidi jogar por cima do vestido, uma jaqueta de camurça azul nova que tinha comprado mês passado, mas ainda não tinha usado. E, assim, parei para me olhar no espelho me sentindo muito ansiosa. A ideia era usar um visual o mais casual possível, sem soar como se estivesse me arrumando para um encontro romântico.

Ah! A quem eu quero enganar?!

No fundo toda essa ação entre escolher a roupa certa, ou decidir se ia de cabelo solto ou preso, ou se optava por um batom vermelho ou um brilho rosa, ou ainda esse sentimento de ansiedade e expectativa que fluía dentro de mim, só mostrava o quanto esse encontro com o vampiro era mais do que um mero encontro qualquer. Enfim, acabei escolhendo o batom vermelho e indo com o cabelo solto mesmo, sabendo que esse encontro na verdade iria se tornar uma despedida. Pelo menos era o que estava tentando me convencer.

Quando eu estava terminando de me arrumar, Davina entrou no meu quarto e tivemos mais uma conversa sobre magias antigas e sobre vínculos de sangue. A bruxa acabou me alertando para ter cuidado hoje a noite quando encontrasse Damon.

"Você possui um sangue raro e muito poderoso dentro de si. Que sempre vai atrair alguns e ameaçar outros."

"O que isso significa?" Falei tensa olhando ela pelo reflexo do espelho.

"O mesmo sangue que cura... pode se transformar em veneno." Eu me virei dando de cara com seus grandes olhos azuis vidrados, parecendo que entrou em transe. "Tenha cuidado!"

"O quê?" Mas, na hora que perguntei ela já havia voltado a normal e quanto tentei lhe questionar de novo, a bruxa adolescente já não lembrava mais o que havia acabado de falar. Logo, Lucy também se juntou a nós tão animada quanto a outra bruxa.

Eu decidi que seria legal conhecer um pouco mais do lugar e arrastar Davina e Lucy pra esta noite, talvez, porque estava com medo de encarar o Damon sozinha.

"O que você está olhando tanto nesse celular?" Ouvi Lucy reclamando vendo Davina teclando sem parar no seu celular. E aquela bruxinha adolescente parecia que estava prestes a aprontar alguma coisa.

Fiquei surpresa quando Davina me confidenciou que quase não saía passear pela cidade e que a vida dela acabava sendo meio que enclausurada aqui, treinando suas magias ou na escola. Então, percebi que ela era ainda muito jovem, uma adolescente que deveria sair mais, conhecer novas pessoas e tentar se divertir. Mas, Marcel era meio linha dura, a tratava em rédeas curtas, como um pai superprotetor. É, claro, que logo descobri o porquê Marcel era meio durão com ela.

Nós três saímos juntos, caminhando a pé pelo grande Bairro Francês e tendo Davina como nossa guia turística, quando uma moto surgiu do nada parando na nossa frente e acabamos surpreendidos, por nada mais, nada menos, que mais um dos Originais, Kol Mikaelson.

"Olá senhoras!" Kol sorriu jogando todo seu charme e dando um olhar todo estranho pra Davina que me fez desconfiar. Nem imaginava que ele estava na cidade, pensei que estivesse viajando com sua irmã Rebekah. E fiquei surpresa ao ver o motivo do porquê Davina quis vir com a gente. "Será que posso roubar essa bruxinha, por algumas horas?" Troquei um olhar cúmplice com minha prima.

"Você é tão safadinha. Nos enganou." Lucy disse divertida.

"Vocês acharam que só a Miss McCullough, podia ter um caso secreto com um vampiro?! Eu também tenho os meus segredos." Eu estava perplexa vendo Davina sair saltitante para os braços do Seu Vampiro, trocando até um beijinho apaixonado, antes de sorrir cheia de malícia pra mim. "Ah, não façam nada que eu não faria." Ela subiu na moto e fugiu com o vampiro nos deixando lá completamente boquiabertas. E agora esperamos que Marcel não descobrisse sobre sua fuga, ou Davina estaria ferrada.

Bom, essa noite parecia que reservava fortes emoções.

 

 

 

Damon

Klaus decidiu me acompanhar no Bar Rousseau's o único bar da cidade, onde diferentes seres sobrenaturais se misturavam sem grandes conflitos. Tinha que admitir que o lugar era confortável, principalmente pela boa música. E falando em música, ao fundo podíamos ouvir um pouco de Jazz, um estilo musical que parecia se mover com o ritmo da cidade. E eu sempre gostei de Jazz. Assim, enquanto Bonnie não chegava, nós aproveitamos pra beber e conversar um pouco sobre Mystic Falls, Elena, Stefan e até mesmo sobre Caroline.

"Caroline é uma mulher incrível, forte que vai superar a perda da mãe. Ela só precisa de um tempo."

"Ou talvez, ela precisasse de um ombro amigo pra lhe consolar." Falei em tom malicioso. Houve uma breve pausa silenciosa entre nós, enquanto bebericávamos nossas bebidas.

"Você já me viu ser um ombro amigo? Eu?! Klaus Mikaelson!"

"Acho que não. Você tá mais pra um cara que sai quebrando pescoços por aí." De repente nós rimos. "Mas você sabe, agora a vampira loira tá solteira, sozinha, precisando de alguém especial na vida dela." Arqueei as sobrancelhas vendo a sua reação.

Descobri que Caroline Forbes esteve de passagem pela cidade após ter fugido de Mystic Falls e foi no mínimo curioso saber que (assim como Bonnie), a vampira também teve a mesma ideia de se refugiar aqui. Mas, ela não ficou muito tempo, foi uma passagem rápida e parece que o breve encontro apenas serviu para Klaus ajudá-la a tomar um rumo na sua vida, após o luto.

"Eu acho que houve um tempo, no passado que eu gostaria de ter sido um alguém especial para Caroline, mas eu acho que nosso tempo já passou." E eu me identifiquei com suas palavras, pois conhecia bem a sensação. "Da mesma forma que o seu tempo com Elena já saturou faz tempo." Silenciosamente eu concordei com ele, embora não gostasse muito do jeito desdenhoso que falava. "Mas, é intrigante, pois da última vez que os vi, você estava tão obcecado pela duplicata." Klaus parou para bebericar a sua bebida, antes de voltar a me questionar. "Quando foi que tudo mudou?"

"Quando morri e fui parar num universo paralelo, vivendo quatro meses longe de Elena. Quatro meses que foram suficientes pra mudar tudo." Quatro meses que foram importantes, para abrir os meus olhos e perceber a preciosidade que eu tinha em minha vida e quase a perdi.

"Uau, Damon e Bonnie quem diria! De inimigos mortais a amantes improváveis!" Klaus me olhou com uma expressão cômica. "Mas me diz, você e a bruxa já compartilharam sangue?"

"O quê?" Franzi a testa confuso, embora já ouvi isso em algum lugar... Até que me dei conta do que ele quis dizer. "Você quer dizer, beber o sangue um do outro?" Falei de repente molhando incessantemente meus lábios, só de imaginar o gosto do sangue de Bonnie. "Isso seria íntimo demais." Muito mais íntimo do que o próprio ato sexual.

"Pelo jeito vocês ainda não chegaram até esse ponto." Apertei o copo já me sentindo tenso sei lá porquê. Mas, esse papo era no mínimo estranho.

"E você ao longo da sua imortalidade, já compartilhou sangue com alguma bruxa?" Klaus não era muito de se envolver com bruxas, mas havia as suas exceções.

"Eu já bebi o sangue de muitas delas. As bruxas podem ser muito saborosas e viciantes, mas nunca deixei elas beberem o meu sangue."

"E por que não?" Inquiri curioso.

"Por que não queria que elas tivessem um pedaço da minha mente. São apenas bruxas que eu manipulava para atingir os meus objetivos." Confrontei seu olhar impetuoso vendo o típico Klaus frio e manipulador dar o ar da graça.

"Espera! O que você quer dizer com: Não queria que elas tivessem um pedaço da minha mente?" Me senti confuso e curioso ao mesmo tempo.

"Você nem imagina?!" Klaus arqueou as sobrancelhas me olhando com sarcasmo. "Logo, você vai acabar descobrindo. Ainda mais, porque o que você tem com a bruxa Bennett, é muito mais do que apenas luxúria, não é."

"Na verdade eu nem sei como definir a nossa relação."

"Nossa! Isso é pior ainda." De repente a Bartender loirinha que Klaus carinhosamente chamava de Cami, ressurgiu nos surpreendendo. Eu olhei para a bela loira um pouco confuso por sua intromissão.

"Damon, essa é Camille, Bartender nas noites de Nova Orleans e psicóloga charmosa durante o dia." Klaus decidiu fazer as honras e nos apresentar oficialmente. "E Cami, esse é Damon Salvatore. A criatura mais egocêntrica, impulsiva, orgulhosa e passional que já conheci." Klaus simplesmente me detonou.

"Falando assim, eu quase pensei que você estava se descrevendo, Klaus." Não resisti e provoquei o vampiro, fazendo até a moça mordeu o lábio pra não rir.

A jovem humana e ele trocaram alguns olhares tímidos e eu podia dizer que algo estava acontecendo entre eles. E isso me deixou muito surpreso, principalmente pelo modo quase gentil e cavalheiresco que ele a tratava. Klaus por mais cordial que seja não costumava ser muito gentil nem com seus irmãos, com exceção da pequena Hope, claro.

"Cami é especializada em entender a mente humana profundamente. Aposto que ela, com um simples olhar, consegue desvendar os seus segredos."

"Sério?! Então, me mostre o que você vê?!" E eu decidi lhe desafiar. A jovem humana arqueou as sobrancelhas e me olhou como se tivesse tentando me decifrar.

"Eu vejo aqui na minha frente, um homem um pouco perdido. Que tem buscado incansavelmente ser amado de verdade, mas tem falhado muito, porque tem buscado o amor no lugar errado e da forma errada." Ela dizia me olhando profundamente e me deixando perplexo. "Você tem sofrido tanto por deixar o egoísmo e o orgulho te guiar." E isso me fez pensar em Bonnie e o quanto ela está lutando pra se afastar de mim. Olhei novamente no relógio a espera da chegada da bruxinha já me sentindo nervoso e com medo que as palavras daquela mulher fossem algum mau agouro.

"Então, me diz o que devo fazer para não sofrer." Apertei o copo de vidro sentindo ele trincar em minha mão.

"Basta parar de lutar contra o amor. Ele não é seu inimigo." Ela agora olhava para Klaus como se suas palavras fossem destinadas a ele. "Então, você irá descobrir que a pessoa certa sempre esteve do seu lado. Apenas, esperando por você." Fiquei tão impactado por suas palavras. Por que se parar pra pensar, Bonnie sempre esteve presente em minha vida, muito antes do mundo prisão. Talvez, ela até já estivesse predestinada a mim, desde o dia que prometi a Emily Bennett que protegeria suas próximas gerações. "E você também irá descobrir que amar a pessoa certa, é tão simples como respirar!" Subitamente, a voz de Camille foi se perdendo, junto com o barulho de seus outros fregueses e do jazz que ainda tocava ao fundo.

Era como se tudo ficasse em silêncio e a minha mente toda se fixasse apenas na jovem bruxa que entrava pela porta, impregnando todo o lugar com a sua presença tão poderosa e hipnotizante. Ela estava linda e tão cheia de poder e daquele olhar indomável que sempre me abalava.

Bonnie parou no meio do caminho me olhando nervosa e, quando seus olhos desviaram dos meus vendo Klaus também ali, sua expressão se tornou ainda mais carrancuda, mostrando seu desagrado.

"Foi uma péssima ideia vir aqui." Ouvi Bonnie murmurar para Lucy e em seguida dar meia-volta, como se tivesse tentando fugir. Fugir de novo!

"Ei, aonde você pensa que vai?" Eu apareci na sua frente como um flash, trancando o seu caminho. "Você não vai fugir de novo, Bon Bon!"

Eu não sou um cara que desiste fácil daquilo que deseja. Sei o que eu queria agora e não estou disposto a perde-la assim, sem ao menos uma luta.

Ainda mais agora, que descobri que aquela bruxa teimosa, sempre foi a pessoa certa pra mim!

 

{Continua...}

 


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Notas finais do capítulo

Além de decidir usar o sobrenome da Bonnie dos livros eu também me inspirei nos livros da LJ Smith sobre a questão de q beber sangue tbm é algo muito íntimo para os vampiros. Existe até uma passagem dos livros q o Stefan não quer beber o sangue da Bonnie exatamente pq esse ato torna-se algo muito íntimo. Sem contar q tbm na visão da LJ Smith se eu não me engano, tem uma parte q é dito que quanto mais um humano bebe sangue de vampiro mais ele pode mudar e até se transformar aos poucos em imortal, sem precisar morrer com sangue de vampiro como é na mitologia da série. Nos próximos capítulos veremos como seria esse compartilhamento de sangue e as suas consequências.

PS: o próximo capítulo é um dos meus favoritos dessa fic. Simplesmente, amei escreve-lo. Então, até o próximo. Bjus!



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