Lost in Paradise escrita por Drylaine


Capítulo 14
Um Segredo Proibido


Notas iniciais do capítulo

Saindo capítulo novo e quero compartilhar com vcs tbm o meu trailer da fic. Se curtirem vou fazer um segundo trailer. Deixei o link junto com o texto. Espero q curtam. Vamos ao capítulo!!!





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Trailer Lost in Paradise

https://youtu.be/vpqpd_lxIJo

 

 

Capítulo 14

Um Segredo Proibido

 

Damon

"Na verdade eu vim aqui pra descobrir quem é o assassino dos meus pais biológicos. Eu sei que ele vive em Mystic Falls..." Não conseguia parar de pensar nessas palavras. "Porque foi um vampiro maldito que matou eles!"

"Não importa o quanto você tente parecer o cara legal. Você não pode apagar quem realmente é. Você não pode apagar as mortes de inocentes que estão em suas mãos." E, também, não conseguia parar de pensar nas coisas que Matt havia me dito outro dia, sobre o meu passado de assassinatos. "E você não pode consertar as vidas das pessoas que você destruiu." Era terrível a simples possibilidade de que Sarah fosse parte desse passado negro.

Tentei até questionar Stefan sobre alguma informação, mas ele sempre parecia indiferente, dizendo que a garota era apenas uma adolescente boba que depois de muitas doses de uísque não sabia nem onde ficava seu dormitório.

Por minha própria conta e risco Eu tentei uma aproximação mais direta com a garota, tentando hipnotiza-la, o que não funcionou. Provavelmente a jovem usava verbena, pra impedir que algum vampiro entrasse em sua mente. Mesmo assim, Sarah ainda muito relutante, apenas me disse que quando bebe muito, fala demais e no dia seguinte nunca se lembra do que disse. Ela até me pediu desculpas, pensando que poderia ter dito algo que me ofendeu e durante a nossa conversa rápida a novata parecia muito sincera em sua historinha. Eu também tentei usar Elena pra me ajudar, o que não foi muito útil. Ela até conseguiu fazer amizade com Sarah, mas a garota continuou fechada em seu próprio mundo cheio de segredos obscuros.

Então, tomando uma postura mais cautelosa e estratégica, decidi observar todos os passos de Enzo porque sabia que me levariam a ela. O problema era que Stefan teve a mesma ideia.

"O que você está fazendo aqui?"

"Te pergunto a mesma coisa, irmão!"

Nós nos encontrávamos na biblioteca da universidade, vendo o vampiro britânico conversar bobagens com a pequena humana até que a novata deixou escapar algo muito chocante, mas que começou a fazer algum sentido.

"Nessa história eu não sou Bella Swan, atrás de um romance com um vampiro..." Eu e Stefan nos entreolhemos com cara de tédio. Isso seria cômico se não fosse tão bizarro a comparação.

"Ah, esquece essa historinha boba de adolescente. Aqui é a realidade, Sarah. Eu quero muito mais de você."

"Conversei com Matt. E ele também me disse pra ficar bem longe; não apenas de Stefan; mas de você também."

"Ah, por favor. E você acredita naquele idiota. Ele..."

"Para. Ele é o único que tem se mostrado sincero. Não se aproximou de mim com interesse. E que saber?! Eu acredito nele."

"Mas, ele não pode te proteger do seu passado, amor. Eu posso. Eu quero te proteger!"

"Não. Você só quer me usar pra se vingar de Stefan. Eu me pergunto: o Por quê?" Suas palavras pareciam enfurecer Enzo e a sua forçada pose de bom moço começou a se desfazer.

"Sarah, você não sabe nada. Quando você souber toda a verdade sobre o seu passado, você se sentirá enojada e vai querer fugir..." Vi pelo reflexo dos olhos dela a face do vampiro se tornar monstruosa deixando-a apavorada, ele arqueou seu corpo pra cima dela a encurralando. "O problema que não importa pra onde você vá. Você carregará esse passado pra te atormentar."

"Não!" Tentei impedir Stefan de se aproximar, meu irmão já carregava uma postura feroz e seus olhos esverdeados enegreceram em fúria. Nesse instante, o vampiro britânico percebeu nossa presença. Enzo nos olhou sombrio, por um instante e com um sorriso perverso se voltou pra garota amedrontada e continuou a proferir suas bobagens.

"E aí, então, você vai perceber que já não irá se encaixar em nenhum lugar. Você estará tão sozinha quanto Eu. Um alguém abandonado e completamente perdido." Em seguida feito um borrão ele sumiu deixando a jovem ali assustada e confusa. Tão confusa quanto eu.

"Eu juro, eu vou matar Enzo." Stefan dizia enquanto voltávamos à Mystic Falls. "Ela nunca deveria ter voltado aqui. Há certas coisas que devem permanecer esquecidas no passado."

"Porque você diz isso?" Inquiri me sentando no sofá e me enchendo com uma garrafa de Bourbon. "Para de ficar se escondendo de mim. E me conta qual é a história dela? Temos algum passado em comum?" Stefan se jogou do meu lado no sofá, parecendo esgotado.

"É complicado..."

"O que é complicado, Stefan? A morte dos pais dela entra na lista de meus assassinatos? Fala logo!" Ele me fuzilou com os olhos sombrios me condenando. "Eu sabia. Fui eu!" Eu disse me sentindo amargurado.

"Que diferença faz isso agora, Damon. Só deixa ela em paz, por favor! Ainda vou convencê-la a ir embora. Então, ela não será um problema pra você." Nessa hora Elena chegou já se chocando com a tensão que pairava entre nós dois.

"Aconteceu alguma coisa?"

"Não!" Gritamos em uníssono. E assim, seguimos o resto da semana evitando um ao outro e ignorando o assunto "Sarah" até que ela se tornasse, inevitavelmente, um grande problema entre nós...

 

***/ /***

 

Hoje, particularmente, o Scull Bar se encontrava mais agitado, com a turma da faculdade aparecendo em peso, enchendo as mesas, e alvoroçando todo o lugar com suas conversas descontraídas ou chatas, dependendo de qual grupo você pertencesse. Aproveitei para dar uma observada rápida pelo lugar a procura de Sarah, mas ela pareceu não estar ali. Talvez, ela preferiu passar os últimos dias apenas estudando e em seu dormitório, longe de qualquer distração.

Eu ainda continuei me sentindo intrigado com aquela humana. Ela sabia sobre nós vampiros. Fiquei pensando o que ela irá fazer sobre essa informação. Ela estava atrás da verdade sobre a morte de seus pais e eu era o assassino. Tentei fingir que isso não me afetava, que essa garota chamada Sarah, era inofensiva. Eu só tinha que manter um olhar atento sobre ela e sobre Enzo. Aquele desgraçado parecia ser o meu real problema.

"Damon, você está bem?" Eu estava debruçado sobre o balcão do bar perdido em pensamentos, quando fui interrompido pela voz preocupada de Bonnie.

"Sim. Só estou intrigado com sua nova amiga." Percebi Bonnie engolir em seco, desviando seus olhos. "Sarah é uma jovem muito bonita e interessante." Eu disse dando um sorriso torto, fazendo ela estreitar seus verdes de um jeito desconfiado.

"Se você está à espera de ver Sarah, ela não vai aparecer hoje."

"Será?! Bem você já se tornou amiguinha dela? Deve saber muitas coisas sobre aquela garota. E você já deve saber sobre o nosso passado em comum." Bonnie parou o que estava fazendo e me olhou tentando me decifrar. "O quê?" Perguntei irônico.

"Eu não vou me meter em seu draminha pessoal, seja ele qual for, não é problema meu!" Ela se aproximou do balcão me confrontando com cautela. "Acho que sua namorada não iria gostar de ver você jogando charme pra outra." Jogo sujo o dela, sempre trazer Elena entre nós.

"Bem querida, não terminei a minha bebida ainda." Ergui o copo com metade do uísque ainda dentro e beberiquei com uma lentidão só pra irrita-la. "Porque não admite que Você..." Fiz aspas com os dedos pra enfatizar. "É quem está com ciúmes." Ela paralisou e ficou tensa me olhando indignada.

"Ah Damon, meu mundo não gira ao seu redor." Eu ri disso. Bom pelo menos, eu ainda podia continuar falando com ela, mesmo que fosse em termos não tão amigáveis assim. "O quê nós combinamos?"

"Eu sei Bon Bon. Você não precisa ficar me lembrando disso." Eu murmurei trocando um olhar amargurado com ela. "Porém, é inevitável. Nós dividimos o mesmo grupo de amigos e frequentamos os mesmos lugares."

De repente um alguém irritante nos interrompeu.

"Olha só pra vocês aí juntos, como nos velhos tempos de Mundo Prisão." Ouvir aquela voz esganiçada fez meu sangue ferver. "É bom reencontrar vocês dois, assim, tão animados. Sempre brigando como cão e gato."

"O que você faz aqui?!" Bonnie e eu falamos em uníssono confrontando um Kai petulante.

"Vim socializar! Luke me convenceu a tentar fazer novas amizades." Ele acenou para seu irmão que se encontrava falando com Liv e Tyler no meio do salão. Luke parecia bem entusiasmado com Kai até lhe acenou de volta, mas Liv discutiu baixinho sobre a chegada de seu irmão mais velho. A loirinha estava frustrada e tão infeliz quanto eu, vendo esse sociopata querer se socializar entre as pessoas normais.

"E aí Damon, como vai?" Se a minha noite já estava ruim, ela só poderia piorar.

"Pura bobagem! Você veio aqui pra infernizar as nossas vidas." Rosnei já sentindo uma vontade imensa de arrancar a sua cabeça.

"Relaxa Damon. Eu vim em paz. Não é Bonnie?" Percebi que o coração da bruxinha começou a bater frenético e eu até podia ouvir o fluxo de sangue pulsando mais rápido que o normal.

"Kai, eu pensei que você estava agindo como um homem arrependido querendo fazer o bem em nome de Jo." Eu lhe pressionei a se afastar, no intuito de deixar ele bem longe de Bonnie. "Jo nunca iria querer que você ficasse perseguindo a Bonnie como um cachorro vira-lata."

"Será que sou eu que fico perseguindo a Bonnie toda a noite?!" Suas palavras me deixaram sem graça perto dela, vi que isso também parecia ter afetado a bruxa. "Você sempre está sorrateiro como um predador que está à espera de sua presa." Sua voz possuía um tom sádico que fez meu interior tremer enfurecido. "Embora, Bonnie seria uma presa bem apetitosa!" Seu tom era recheado de malícia e seu olhar irradiava luxúria e aquilo me deixou enojado.

"Para com Isso!" Bonnie interveio mal humorada.

"Oh, me desculpe Bonnie. Eu só quero curtir essa noite, bebendo uma boa bebida e, como eu já disse: Eu vim em paz." Ele piscou pra ela daquele jeito como fazia no mundo Prisão.

"Se você quiser eu posso tirar ele daqui nem que seja..." Já estava pronto pra expulsa-lo, porém Bonnie me parou tentando manter tudo o mais sob controle possível.

"Tá tudo bem, Damon! Aqui é um lugar que todos devem ser bem-vindos. Agora pare com essas picuinhas. Esse é o meu trabalho. Por favor, não estraguem isso também!" Sua voz possuía um tom de reprovação que me incomodou demais. Seus verdes se fixaram no sociopata. "O que você vai querer Kai?" A bruxa até sorriu expressando certa serenidade que me deixava perplexo.

"Um refrigerante bem gelado e uma porção de batatas-fritas!" Bonnie hesitou, mas logo lhe serviu.

De repente Kai começou a tagarelar sobre seu tempo em Portland como líder do seu clã e a difícil tarefa de se adaptar a sua nova vida aqui, tudo isso enquanto se empanturrava de batatas. Eu revirava os olhos pra cada reclamação dele, ou cada piada sem graça. Já a bruxa deu de ombros me deixando chocado, como se a presença dele já nem lhe perturbasse tanto assim.

Depois de sobrevivermos ao mundo Prisão, agora estávamos aqui, nós três numa situação tão inusitada quanto em 94. Mas, por algum motivo, parecia que havia algo a mais pairado ali, enquanto ao poucos, vislumbrava como aquele cara conseguia interagir com Bon Bon. Entre eles parecia que não havia ressentimentos o que me pegou desprevenido. A bruxa, por exemplo, mesmo o tratando sempre com sarcasmo ou impaciência, ainda conseguia ter uma interação melhor com ele do que comigo. No entanto, a parte pior eram seus flertes constantes, que repentinamente Bonnie começou a lhe corresponder. Fui me surpreendendo com a facilidade como ambos passaram se conversar tão natural como dois amigos íntimos. Eu comecei a se tornar um mero telespectador, observando os dois. Observando como minha bruxinha parecia sorrir com tanta frequência pra ele, como ela parecia me ignorar como se eu estivesse sobrando ali. E, acima de tudo, quanto mais perto Ela estava dele, comecei a sentir uma energia obscura irradiar dela. Uma energia obscura que parecia tentar me afastar de Bonnie.

Senti naquele momento como se uma barreira invisível estivesse se levantando entre nós, arrastando ela cada vez mais pra longe de mim. Agora era como se Eu fosse o intruso ali entre eles. E isso era tão bizarro quanto assustador. Meu alívio só chegou quando a Bruxa saiu para atender as mesas.

"O que você realmente quer aqui?!" Bati o copo vazio sobre o balcão já em completa raiva.

"Eu já disse Damon. Você pode continuar aí querendo me hostilizar. Eu não me importo." Ele falava tão tranquilamente bebendo sua bebida gelada. "E você Damon, goste ou não... não pode me manter longe dela." Puxei ele pelo colarinho da sua blusa cara.

"Fique longe dela! Bonnie já sofreu demais por sua causa, ou eu juro... Dessa vez, eu acabo com você!" Rosnei ainda segurando firme seu colarinho. De repente senti dores terríveis na cabeça, parecia que meu cérebro ia estourar de tanta dor.

"Damon, você ainda não entendeu? Eu não tenho medo de você. E você não pode me controlar." Eu me afastei bruscamente dele, quase caindo no chão. O aneurisma forte que ele descarregou em meu cérebro, ainda estava me afetando e nublando um pouco a minha visão. "Eu vou aonde eu quiser. E se eu quiser estar perto da Bonnie, tocá-la de uma forma que você nunca poderá, então, eu vou tocá-la, senti-la por completo e você não poderá impedir isso." Ele me sorriu com um sorriso doentio e uma postura arrogante.

"Kai o que você tá fazendo?!" Foi Luke quem me salvou. "O que nós combinamos?"

"Maninho, esses malditos vampiros precisam perceber que não podem medir força com bruxos como nós. Chega de tentar nos controlar!" Ele era um louco, fora da casinha.

"Tudo bem Kai. A escolta dele já chegou." Luke disse olhando atrás de mim. Quando me virei me deparei com minha namorada chegando toda entusiasmada, trazendo consigo uma Sarah.

"Uau, vocês decidiram se divertir um pouco." Eu disse me sentindo desconfortável diante de minha namorada.

"A sua namorada é bem persistente." Sarah resmungou nada animada.

Passei a próxima meia hora me dividindo entre dar atenção a Elena, tentando socializar com Sarah e me controlando pra não perder a cabeça e matar Kai.

 

 

 

Bonnie

Há quase um mês, comecei a trabalhar no Scull Bar, ao lado de Liv. Aliás, ela quem tem me ajudado em tudo e, aos poucos, fui me acostumando a minha nova rotina. Claro que essa nova rotina, vinha com alguns imprevistos. Imprevistos estes que se dividiam irritantemente entre Damon e Kai. Eu não conseguia decidir qual deles, me causaria mais enxaqueca.

"Relaxa Damon. Eu vim em paz. Não é Bonnie?" Kai realmente não tinha noção do perigo. Há minutos atrás, ele mal chegou ao lugar e já estava causando geral.

"Kai, eu pensei que você estava agindo como um homem arrependido querendo fazer o bem em nome de Jo." Damon assumia sempre uma postura meio protetora, meio possessiva. "Jo nunca iria querer que você ficasse perseguindo a Bonnie como um cachorro vira-lata."

"Será que sou eu que fico perseguindo a Bonnie toda a noite?!" Kai tinha a resposta sempre na ponta da língua me deixando boquiaberta.

Como ele sabia sobre cada passo de Damon?! Pensar nisso me fez meio tensa e meio excitada, com a atitude imprudente e teimosa do vampiro. Afinal, isso quer dizer que ele também sentia a minha falta e pensava em mim, tanto quanto eu penso nele.

"Você sempre está sorrateiro como um predador que está à espera de sua presa... Embora, Bonnie seria uma presa bem apetitosa!" O psicopata continuou dizendo cheio de malícia me deixando desconfortável. Olhei para Damon que possuía uma expressão feroz.

"Para com Isso!" Eu disse entre dentes tentando fazer Kai parar com as suas provocações. Eu estava preocupada que aquilo saísse do controle.

"Oh, me desculpe Bonnie. Eu só quero curtir essa noite, bebendo uma boa bebida e, como eu já disse: Eu vim em paz." Ele piscou pra mim de um jeito sedutor o que deixou o vampiro ainda mais alvoroçado. De repente tive uma ideia louca.

Eu queria sim provocar Damon, ver como ele agiria se me visse sendo cobiçada por outro cara, ainda mais um cara como Kai. Sei que de alguma forma a rixa entre Damon e Kai já vinha desde nosso tempo, presos naquele universo retrô. Então, pensei que seria no mínimo divertido ver até onde eles iriam.

A partir daquele momento, passei a interagir com Kai de um jeito amigável, enquanto ele tagarelava sobre sua vida como líder dos Gemini e sua relação complicada com seu pai e seus irmãos. Ora agindo com puro sarcasmo, ora flertando com ele. E a cada flerte percebi como o corpo de Damon ficava tenso, ou como seus azuis se arregalavam enfurecidos, ou como sua mão apertava o copo de vidro com força.

Damon me fuzilava com olhos, me questionava silenciosamente, talvez, pensando que eu perdi a minha mente ao interagir assim tão pacífica com Kai. Coitado, ele realmente nem imaginava os meus planos maléficos que lhe esperavam.

No entanto, a noite era agitada e eu tinha muito trabalho pra fazer, não podia apenas ficar ali jogando com Kai e provocando Damon. Assim, tive que deixa-los por alguns minutos enquanto ajudava Liv e, agora também, Tyler a atender as mesas.

Parecia que toda Withmore decidiu aparecer em peso pra curtir a noite e esquecer um pouco da rotina. Entre os vários clientes, reencontrei alguns velhos colegas de curso que também me perguntaram quando eu voltaria para a faculdade. Então, desconfortavelmente, respondi que eu daria um tempo até descobrir se Direito era o que eu queria fazer, ou se queria me tornar advogada mais por influência de meu pai, o que não deixava de ser verdade.

Eu cursei por dois anos Direito, o problema é que passar tanto tempo presa em 94, fez com que perdesse dois semestres inteiros. Isso acabou me desanimando por completo. Eu estaria atrasada, enquanto meus colegas estariam um ano à frente. Além disso, meu modo de pensar e agir, após a experiência de ficar solitária e enclausurada naquele lugar, me fez mudar meu modo de ver as pessoas ao meu redor. E, também, a pessoa que eu estava me tornando agora era um alguém diferente de quem eu costumava ser.

Será que esse alguém poderia se encaixar com a ética de um bom advogado?!

Pensar sobre Isso me deixou com um gosto amargurado de que eu não sabia o que eu realmente queria fazer da minha vida. Por enquanto, tudo o que tinha era esse trabalho com um salário baixo, que só serviria pra passar meu tempo e ganhar alguma responsabilidade, já que não dependia desse dinheiro para pagar as minhas contas. Mas, não poderia me manter por muito tempo aqui.

Quando terminei de atender aos pedidos e já estava voltando para trás do balcão, es que me deparei com Damon e Elena se beijando. Um beijo apaixonado, que me deixou numa mistura de frustração e mágoa.

Deixei a bandeja vazia sobre uma mesa qualquer e corri direto para o banheiro, como um bichinho assustado. Me escondi lá tentando acalmar essa pontada no coração. Ver eles juntos inevitavelmente mexeu comigo. O pior era que eu sentia minha magia fluir sombriamente dentro de mim, deixando um desejo terrível de ferir alguém. Eu não gostei dessa sensação.

Abri a torneira da pia e comecei a molhar meu rosto e nuca, na tentativa de aliviar a tensão de meus músculos e controlar essa sensação obscura que crescia em mim. Ao me olhar no espelho me deparei com uma face perversa que eu já não reconhecia mais.

"Olha só pra você Bon. Você tá horrível?!" Ouvi Carol dizer parando do meu lado.

"O que você quer Carol?" Esbravejei querendo fazer ela sumir da minha frente.

"Nossa! Como você anda tão mal humorada." Ela falava se arrumando na frente do espelho com uma paciência irritante. "Qual é o seu problema? Pensei que voltar daquele inferno iria te fazer com mais vontade de viver e não se ferrar ficando no meio de outro triângulo."

"Interessante você dizer isso, porque o único triângulo que vejo aqui é entre você e os dois vampiros. Me diz Carol..." Me virei olhando pra ela enquanto ela terminava de passar seu batom vermelho. "Você deve estar se divertido brincando entre os dois. Mas, você sabe que no fim pode acabar sem nenhum. Ainda mais agora que Sarah, A HUMANA, entrou na jogada." Eu disse só pra provocá-la. A minha querida amiga loira por mais exuberante que fosse era sempre insegura demais.

"Sarah, aquela pobre garota? É apenas uma presa fácil."

"É isso que Enzo diz pra você? Que ela é apenas uma presa?" Me encostei na beirada da pia e cruzei os braços observando seu semblante continuar impenetrável.

"Afinal, porque todos parecem tão interessados nela, hein Bon? Você sabe alguma coisa?" Carol se aproximou de mim como uma felina.

Sim eu descobri muitas coisas sobre Sarah Nelson. Sarah filha de Gail e Zach, a garota que era um segredo proibido entre os Salvatores. Damon nem imaginava de fato quem era a novata. E se depender de Stefan, seu irmão nunca irá saber.

"Eu sei Carol que Sarah é alguém muito importante pra Stefan. E se você machuca-la ele irá te odiar pra sempre. E quando você voltar ao seu (Eu Normal), você irá se arrepender amargamente." Enfatizei ao me lembrar de flashes de uma visão assustadora:

"Caroline, por favor. Ela é inocente. Deixe-a ir."

"O quanto ela é importante pra você?"

"Caroline, por favor, não faça isso." Stefan suplicava desesperado.

Eu vi um lugar todo sujo de sangue, marcado por várias mortes violentas. E, então, eu me deparava com uma Caroline com sua face demoníaca e sua voz cruel e fria. Ela segurava Sarah de uma forma brutal, com suas mãos segurando rispidamente o pescoço da garota quase pronto para quebra-lo. Pelos olhos de Sarah eu via dúvida, pânico e algo mais... Algo que eu não podia até aquele momento, decifrar.

"O quanto ela é importante pra você, Stefan? Ela é importante o suficiente pra você desligar a sua humanidade?" Eu sentia tudo frio e sombrio. Eu sentia que tudo iria virar em muito mais fúria e sangue. Fiquei paralisada.

"Vamos, Stefan. Acabou o tempo. Eu vou mata-la. Desligue agora!" Caroline rugiu diabolicamente e, em seguida, eu vi Sarah caindo no chão olhando horrorizada.

"Eu disse pra você, Sarah. Que eu sou único que podia te proteger." Enzo dizia enquanto encravava sua mão no peito de Caroline e depois lhe arrancava sem piedade o seu coração.

Caroline estava ali diante de mim com seus olhos azuis perdendo o brilho e com sua face num branco sem vida...

"Não, não, não!" Eu gritei saindo daquele torpor. Dessa vez, a visão tinha vindo diferente. Porque das outras vezes, eu não chegava a ver como a visão terminava, mas agora eu vi tudo muito claro.

"Bonnie o que aconteceu?" Tyler estava me sacudindo impaciente. Foi então, que percebi que ainda estava no meio do alvoroço do bar, olhando para Damon e Elena se beijando. O beijo já não era mais o que me perturbava. "Bonnie você não parece bem."

"Eu preciso de ar." Empurrei a bandeja vazia nas mãos de Tyler e corri por entre as pessoas sem me dar conta que estava indo direto para o banheiro feminino. Chegando lá, eu corri direto para um dos vasos sanitários e vomitei tudo o que tinha comido durante o dia todo, em seguida puxei a descarga, depois fui até a pia liguei a torneira e comecei a lavar o rosto tentando aliviar aquela sensação horrível, quando ouvi o barulho de outra descarga mostrando que havia mais alguém ali. Fechei os meus olhos rezando para que não fosse Caroline, porém não era a loira quem me apareceu.

"Oi Bonnie, o que você tem?" Por ironia encontrei Sarah lá, olhando-me muito preocupada. Droga! Ela também era alguém que não esperava encontrar hoje aqui. Não sei o que era pior... – Caroline vadia me pressionando, ou Sarah me perturbando.

"Eu tô bem. Eu só comi alguma coisa que não me fez bem. E você... O que faz aqui Sarah?" Bufei sentindo-me muito transtornada.

"Elena me convenceu a vir. Ela é muito persistente. Só não imaginava que ia dar de cara com Damon."

"Você não gosta dele?" Perguntei após enxaguar a minha boca várias vezes, tentando tirar esse gosto horrível de mim.

"Não sei. Eu só sinto que ninguém é confiável. Parece que todos ao meu redor guardam algum segredo e contam muitas mentiras. Inclusive você?" Ela lavou as mãos com tranquilidade e depois remexeu na bolsa tirando uma máquina fotográfica. "Eu quero lhe mostrar algumas coisas." E ali ela me mostrou algumas fotos de Enzo com sua face demoníaca. E um vídeo meu confrontando Caroline. Nesse vídeo eu usei minha magia descontroladamente sem me cuidar.

"Isso não prova nada, Sarah. Vão achar que é montagem. Ou que você é louca. E, além do mais de onde você tirou essa coisa sobre vampiros?" Disse o mais desenteressada possível.

"Enzo... Pressinei ele até que me contasse a verdade sobre a sua natureza. Foi assustador!"

"O que você quer Sarah?" Olhei para ela me sentindo muito tensa e com raiva.

"Eu só quero a verdade Bonnie." Agora era Ela quem parava diante de mim e me questionava igualzinha Caroline. "Eu sei que Enzo é um vampiro. Eu vi coisas... vi ele curar Matt com seu sangue. E, obviamente, ele não deve ser uma criatura solitária. Por isso ele tem Caroline a seu lado." Eu deixei que ela continuasse a tagarelar. "Eu só não sabia ainda o que você era, até outro dia, quando Enzo te chamou de Bruxa."

"Que verdade exatamente você quer saber?" Disse num fôlego só.

"Quem matou meus pais? Eu sei que foi um vampiro." É óbvio que eu não podia dizer a ela a verdade. Era uma verdade que não era minha para contar.

"Eu não sei Sarah." Eu menti. "Que horror!" Assumi uma expressão chocada. "Seus pais foram assassinados?" Tentei soar o mais natural possível.

"Bonnie não minta pra mim. Se você não me ajudar nisso, eu vou descobrir sozinha nem que isso seja perigoso." Eu respirei fundo, mas decidi ser a mais apática possível.

"Isso não é problema meu. Você não é uma criancinha que não sabe o que tá fazendo. Sabe que está mexendo num ninho de cobras. Cuidado pra não ser picada por elas, Sarah Salvatore!"

Todavia, abruptamente, senti tudo ao meu redor tremer e aquele cenário perturbador se defez num piscar de olhos...

 

***/ /***

 

De repente, eu estava novamente no meio do salão agitado, me deparando com quatro pares de olhos assustados me fitando, inclusive, os azuis dominadores de Damon.

"Bonnie você está bem?" Ele me segurava protetoramente em seus braços e, ao seu lado, estava Elena me avaliando como uma médica. Tratei de me afastar de ambos, só pra me deparar com Tyler e Sarah do meu outro lado, também me questionando silenciosamente.

"O que aconteceu?" Gaguejei sentindo meu corpo estremecer apavorada.

"Você desmaiou por um minuto!" Elena falava ponderada me deixando ainda mais transtornada. "Bonnie fica calma. Tá tudo bem agora." Mas, eu sabia que nada ia ficar bem.

"Deixe-a em paz!" Inesperadamente, Kai apareceu e me estendeu sua mão. Eu senti uma força obscura me atrair incontrolavelmente à ele. Sem hesitar eu deixei que ele me levasse para longe de Damon e dos outros, mesmo sabendo que Kai estava me arrastando cada vez mais para a sua escuridão. Mas, nesse instante, sua escuridão era a unica coisa que parecia me manter sob controle.

 

Continua...

 

 

 

 


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Notas finais do capítulo

Notas da autora: Cheguei num momento da fic onde minha visão já não é a mesma de um ano atrás. Mudei muito minha posição sobre a trama e sobre o triângulo. Então, daqui pra frente o triângulo vai se tornar mais evidente, porém pra ele funcionar eles não podem ser tratados da mesma forma. Bamon e Bonkai serão duas relações opostas e vcs vão entender mais pra frente isso. Ah sobre as visões da Bonnie será q ela vai conseguir impedir q elas se torne reais? Bom próximo cap ta pronto, então, agora é com vcs. E pfv vejam o meu trailer e me digam o q acharam já estou ansiosa. Bjus!



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