Lost in Paradise escrita por Drylaine


Capítulo 12
A Escolha Errada


Notas iniciais do capítulo

Olá queridos leitores, voltei pra continuar a fic. Sei q fiz uma pausa enorme por mais de um ano e é muito ruim isso. Peço desculpa por essa longa demora pra atualizar, mas foi bom ter esse tempo pq agora a inspiração voltou e agora acredito q conseguirei seguir com a fic mais animada. Queria dedicar esse cap para os leitores q ainda não desistiram dessa história e pediram tanto pra mim voltar. Então, esse capítulo é pra vcs, pra agradecer pelo apoio de cada um. Ah, fiz até uma recapitulação da história, mas recomendo pra quem se sentir meio esquecido da trama q dêem uma lida pelo menos nos dois últimos capítulos 10 e 11. Pois esse cap de hoje começa exatamente onde o outro parou. Espero q vcs curtam!!!



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Anteriormente...

"Você me disse que estava me libertando daquele lugar. Quando na verdade você me jogou numa nova prisão!" Eu disse irada lembrando-me do preço que paguei para estar livre daquele inferno sem fim. A nossa ligação de sangue me fazia agora uma nova prisioneira a mercê dele.

"Eu? Eu te libertei Bonnie. Caso contrário você ainda estaria solitária e louca. Se iludindo que Damon iria lhe salvar."

Então, era como se eu tivesse revivendo toda aquela dor causada por ele, seja a dor ardente de uma seta atravessando meu estômago, um aperto em torno de minha garganta, uma faca fincada deixando uma cicatriz profunda muito além da superfície, deixando traumas em minha mente e marcas na minha alma. Sejam as semanas solitárias falando sozinha só para ouvir algum ruído. Só pra me manter lucida, enquanto esperava que Damon voltasse por mim. Voltasse pra me tirar daquele inferno.

"Mas, ele não voltou não é?" Kai disse como se pudesse ler a minha mente. "Eu sei Bonnie sobre seu segredinho. Eu sei Bonnie que você esperava demais de Damon quando ele só estava lá sobrevivendo pensando o tempo todo em estar com Elena." Eu estremecia a cada palavra sua. "Eu observei sorrateiro você aqui diante dos seus amigos, mas eles realmente parecem muito presos em seus mundinhos egoístas. Eu não menti quando te avisei que eles esqueceram você. E, agora, onde você se encaixa na vida deles?"

Quando dei por mim estava de novo frente a frente confrontando Kai. Inconscientemente me vi observando as pequenas gotas escorrerem de seus cabelos molhados para o seu rosto de traços angelicais enquanto seus profundos olhos azuis acinzentados me fitavam de um jeito diferente, ele tocou minha face como se estivesse enxugando minhas lágrimas, um toque muito intimo me deixando tensa e nervosa. Havia um clima indecifrável sobre nós me atraindo a ele tão intensamente e eu me vi tão pequena e frágil diante de Kai.

"Eu nunca vou confiar em você, gostar ou desfrutar da sua companhia. Então, pare de tentar. Eu odeio você!"

"Bonnie você só viu um lado meu. O meu lado mais obscuro. Mas, você não me conhecesse de verdade. Muito além daquele Kai sociopata do mundo prisão existe um cara sensível." Eu senti seu tom irônico enquanto ele me olhava com muita intensidade me fazendo desconcertada. "Agora eu estou aprisionado com uma parte de Jo dentro de mim e eu me sinto vulnerável, assim como você. Você que agora está tendo que lidar com os meus sentimentos mais obscuros. É como se nós tivéssemos invertido os papeis. Nós precisamos um do outro se quisermos manter o controle."

Então, me lembrei do que Lucy havia me dito...

"Suas emoções são o que move a sua magia. Você vai acabar precisando de Kai por causa do vínculo inquebrável que os une. Quer um conselho? Da mesma forma que ele pode te manipular, você também tem a mesma habilidade..." Talvez, Lucy tinha razão. Eu deveria manter Kai por perto, jogando o mesmo jogo dele. Assim, eu poderia manter um olho sobre todos os passos dele, ao mesmo tempo, que eu poderia usufruir de uma forma benéfica dessa magia que corria por minhas veias.

"Bonnie! Ouvi meu nome sendo chamava ao longe.

"Você não tem que ir com ele. Nós nem curtimos o nosso momento juntos. Kai disse cheio de insinuações."

"Eu acho que já nos divertimos por hoje. Mas, se você for um bom menino... Eu disse maliciosa."

"Bonnie!" A voz de Damon continuou persistente quase me tirando dos meus planos.

"Te vejo por aí Malachai." Eu disse lhe dando as costas e me voltando em direção aquela voz que parecia extremamente enfurecida.

"Cuidado com ele. Damon pensa que é seu dono." Eu ainda ouvi Kai dizer antes dele fugir sorrateiramente me deixando sozinha diante dos olhos azuis dominadores de Damon Salvatore...

 

 

Capítulo 12 - A Escolha Errada

 

Bonnie

"O quê você está fazendo aqui?!" Perguntei frustrada e irritada com a presença de Damon. E lá estava ele vestido de um jeito formal, com gravata e terno preto, todo ensopado pela chuva e com uma expressão nada amigável.

"Você sumiu e me deixou preocupado." Havia sinceridade em seu olhar o que me incomodava. "Você não pode desaparecer assim e..."

"Eu aproveitei pra visitar o túmulo da minha avó." Eu disse rapidamente o interrompendo. Seus olhos se estreitaram parecendo desconfiado e isso me deixou mais nervosa.

"Você estava aqui, sozinha?!" Sua voz soava hesitante, mas sua postura permaneceu autoritária, então, ele se aproximou de mim, invadindo meu espaço pessoal, fazendo meu coração acelerar nervosamente até sentir seu nariz roçar em meu pescoço me causando calafrios. Damon parecia ter pegado algo no ar, como se ele soubesse ou sentisse o cheiro do meu segredinho sujo. "Tem alguma coisa diferente em você." Eu recuei tentando manter alguma distância segura entre a gente. "Algo... como uma energia ruim e esse cheiro..." Eu podia sentir na sua postura que ele estava tentando manter o controle da sua raiva. "Eu posso sentir o cheiro dele impregnado em você!" O vampiro cuspiu as palavras com puro nojo. Ele fechou olhos e apertou os punhos como se tentasse manter o controle. Eu me encolhi, sentindo a roupa molhada se grudar mais a meu corpo causando uma sensação incomoda, enquanto aqueles olhos azuis dominadores se reabriram e voltaram a me avaliar como se tivessem tentando desvendar os meus segredos mais profundos me deixando desconfortável e, também, com muita raiva.

"Pare de me olhar assim!" Vociferei decidindo ignora-lo e seguir meu rumo, porém ao tentar passar por ele, Damon segurou meu braço me impedindo de passar.

"Assim, como?!" Agora a sua voz ganhou um tom frio, cheio de seu sarcasmo típico. "Como se fosse seu dono?!" O vampiro estreitou os olhos, cheio de desconfiança. "Eu não acredito! Kai estava aqui, não é? Te perturbando... Ou, agora vocês se tornaram amigos?" Seu tom acusatório fez meu sangue ferver.

Merda! A única coisa que passava em minha cabeça é que ele ouviu minha conversa com Kai. E de repente eu tinha a certeza de que Malachai sabia disso. Sabia que Damon estava por perto e fez toda aquela situação só pra provocar o vampiro. Aquele maldito sociopata parecia saber exatamente como manipular qualquer situação e eu o odiava ainda mais por isso. Eu me senti completamente exposta e vulnerável e eu também me odiava por isso.

"Eu acho que você está paranoico!" Tentei me manter imperturbável, mas nossos olhos continuaram a se confrontar teimosos e desafiadores e nossos corpos estavam perigosamente próximos.

"Pare de fugir de mim!" Damon disse ainda segurando meu braço e mantendo um olhar firme e intenso. Um trovão novamente retumbou furioso no céu nos lembrando de que ainda estávamos presos de baixo de uma tempestade com nossas roupas todas molhadas e pegajosas, sentindo o vento frio me arrepiar.

"Olha, eu estou exausta de tudo isso. Só queria um tempo de serenidade que só vovó costumava me dar." Isso pareceu amolecê-lo. Nesse instante, um silêncio tenso pairou entre nós enquanto a chuva persistia incessante sobre Mystic Falls.

"Precisamos sair daqui." E, antes que eu pudesse dizer qualquer coisa, Damon me pegou em seus braços, me deixando tonta e com sua velocidade sobre-humana nos tirou de lá. Quando dei por mim já estava dentro do seu Camaro seguindo rumo para casa.

O resto do caminho foi estranho e silencioso e, às vezes, eu até arriscava olhar de soslaio pra ele que parecia estar perdido em seu próprio pensamento. Logo, chegamos à casa de Sheila que agora pertencia a mim. Pensei que poderia me livrar dele e de seus questionamentos, mas aquele homem é petulante demais pra facilitar as coisas entre a gente. E aquela noite ainda reservava muitas reviravoltas e consequências que só viriam pra complicar ainda mais a minha vida...

 

*** ***

 

Tomei um banho demorado, tentando pensar numa rota de fuga para me livrar do confronto que teria com Damon que estava lá em baixo tomando conta da minha cozinha como se fosse íntimo do lugar o que me deixava com mais raiva. Ele deveria me deixar em paz, voltar pra sua namorada e, principalmente, desaparecer da minha mente.

Ao sair do banho, me enrolo numa grande toalha felpuda rosa e aproveito para me olhar no espelho demoradamente, pensando em mil e uma maneiras de me livrar daquele vampiro insano. Decidi vestir meu pijama favorito, composto por uma regata fina e um short curto e coloquei um roupão por cima tentando me aquecer do frio. Lá em baixo encontrei Damon na cozinha, fazendo suas terríveis panquecas, percebi que ele também havia trocado de roupa. A visão dele vestindo justamente a camisa xadrez azul que eu havia trazido comigo do mundo Prisão me deixou muito surpresa, me fazendo perceber que em algum momento enquanto tomava o meu banho, ele invadiu meu quarto e mexeu nas minhas coisas... Que idiota!

"Quanto tempo você vai ficar aí, só me observando?" Ele piscou pra mim e deu aquele sorriso torto que eu nunca iria admitir, mas que era irritantemente sexy, fazendo meu coração dar um saltinho de felicidade e eu queria me bater por isso. "Eu sei que você me acha lindo e sexy."

"Você é um filho da puta, que praticamente se apossou da minha casa contra a minha vontade. E eu ainda tenho que aturar essa sua presunção descarada?" Eu cruzo meus braços tentando parecer com raiva, mas falho miseravelmente ao me pegar rindo cúmplice com ele. Queria desesperadamente ser forte o suficiente pra manda-lo embora, mas eu não conseguia, ainda mais vendo ele ali naquela situação tão familiar, me fazendo lembrar do nosso tempo naquele maldito lugar.

"Eu tenho esse direito, já que você se apossou da minha camisa xadrez." Ele me deu um sorriso torto me deixando envergonhada.

"Você é um babaca!" Damon como num flash apareceu na minha frente me trazendo um copo de chocolate quente.

"Mas, sou o seu babaca preferido." Ele diz me olhando presunçosamente, enquanto eu sorvia um gole da bebida quente que estava deliciosa. "Aqui, coma! Eu fiz especialmente pra você." Damon me arrastou até a mesa e pôs dois pratos na minha frente, um com ovos mexidos com bacon e outro com suas panquecas. Eu apenas fiquei ali por um momento olhando aquela cena tão estranhamente familiar, me trazendo velhas lembranças que me confundiam a mente.

"Porque tudo isso?" Questionei criando coragem para enfrentar seu olhar. Damon se sentou em minha frente, do outro lado da pequena mesa e novamente eu senti o ar sobre nós ficar denso.

"Por que queria matar a saudade do nosso tempo juntos." Damon desviou seu olhar como se tivesse inseguro sobre suas palavras ou algo do tipo.

"Nosso tempo juntos?!" Exclamei sarcasticamente.

"É, foi divertido e um momento de normalidade que eu nunca me atreveria a desfrutar em qualquer outra circunstância." Seu sorriso agora parecia mais tímido o que era anormal para o perfil arrogante de Damon Salvatore. Suas palavras causaram algum efeito calmante em mim.

"Onde você conseguiu essa calça?" Em algum momento meus olhos me atraíram para seus membros inferiores cobertos por uma calça de moletom. Tudo bem, a camisa xadrez estava comigo, mas a calça de moletom eu não fazia a mínima ideia de onde ele havia conseguido.

"Emprestei do vizinho." Ele disse rapidamente me deixando boquiaberta.

"O quê?" Fiz uma pausa zombando dele. "Você quer dizer... Roubou do vizinho." Eu questionei o fazendo pigarrear.

"Nossa Bon Bon. Relaxa! Eu prometo que vou devolver." Sua voz era despreocupada.

"Você tem que parar com essa mania feia de mexer nas coisas alheias. Nós não estamos mais em 94, onde você podia entrar e sair quando quisesse."

"Olha só quem fala." Aquele cara arrogante, teve a audácia de revirar os olhos me provocando como ele costumava fazer preso naquele universo paralelo.

Por um instante eu quis esquecer de tudo e só aproveitar a companhia dele revisitando aquele momento onde era apenas eu e ele no mundo Prisão com nossas picuinhas. Era tão irônico isso, porque quando estávamos lá queríamos tanto estar aqui com nossos amigos. Estar aqui no lugar, onde eu costumava chamar de meu lar.

"Ah, não seja tolinha Bonnie." De repente havia uma vozinha irritante gritando em minha mente, zombando de mim. "Pelo que me lembro, Damon odiava viver no mundo Prisão ao seu lado. Você era apenas a passagem de saída daquele inferno." Aquelas palavras persistentes foram reacendendo minhas inseguranças. "Tudo o que ele quis até aqui era estar de volta nos braços de sua amada."

Apertei furiosamente o garfo, tentando lutar contra aquela voz maléfica e, como consequência, eu senti a magia novamente ferver dentro de mim fazendo o ambiente tremer em torno de nós.

"Bonnie, o que foi?" Damon me olhou apreensivo. Afastei o prato com as panquecas de perto de mim, causando uma mudança desconfortável em sua face.

"Você estava desesperado pra voltar pra casa e ficar bem longe de mim. Você estava desesperado pra voltar correndo pra sua garota. E você também odiava ouvir a minha voz. Você esqueceu-se disso?" Vi seus azuis faiscarem contrariados. Ele tentou me interromper, mas eu continuei friamente. "Pelo que me lembro, eu era apenas a bruxa inútil, que sem magia não servia pra nada. Eu era apenas a chave pra te libertar daquele inferno. Então, vamos parar com toda essa bobagem. Vamos parar de fingir que somos amigos, porque nossa relação só existe por causa de Elena." Pronunciei as palavras com escárnio. "Aliás, tudo é sempre por Elena!"

"O quê?!" Ele parecia chocado comigo. "Qual é o seu problema?!" Damon fechou os punhos e bateu nervosamente sobre a mesa. "Eu não te reconheço mais, Bonnie. Você me trata como se eu fosse seu inimigo e..."

"Meu problema... É você, Elena, os outros que sempre se lembram de mim quando querem algo. Então, sejamos direto..." Eu disse entre dentes me levantando. "Quem eu tenho que salvar agora? Ric, Stefan... ou Carol? A lista é enorme." Fiz uma pausa dramática só pra irrita-lo. "Ah, óbvio. Sua querida namorada?" Como resposta a minha provocação, Damon apareceu como um borrão atrás de mim, eu me virei automaticamente de frente pra ele e acabei encurrala entre a mesa e seu corpo grande e frio.

"Para! Eu não estou aqui por causa da Elena. Deixa ela fora disso!"

"Por quê?! Já que estamos revivendo nosso tempo juntos, naquele lugar. Elena tem que fazer parte disso." Eu disse num fôlego só sem perder contato visual. "Ela era o seu assunto predileto no mundo Prisão."

"Esquece ela!" Ele gritou exasperado. "Eu estou aqui por você..." Damon arqueou seu corpo fazendo com que nossos corpos se fixassem mais perto com o seu rosto a centímetros do meu. E isso me deixou fraquejar, só por um instante, perdida em seus azuis tão penetrantes e sedutores. Suas mãos se fixaram sobre a mesa de cada lado do meu corpo, quase tocando minhas mãos que também apertavam nervosamente a beirada da mesa. Nossos olhos se perderam um no outro, enquanto nossos corpos se mantinham tão irresistivelmente perto, me fazendo quase perder o pouco de razão que tinha.

"O que você quer de mim, Damon?" Sussurrei destemida, tentando parecer segura de si. Por fora eu tentava manter uma postura orgulhosa e imperturbável, mas por dentro eu me sentia uma garotinha medrosa e insegura.

"Eu quero tudo de você, Bon bon. E isso me assusta." Damon disse encostando sua testa na minha.

"O que vamos fazer?" Murmurei rouca de desejo, entorpecida por sua voz, seu cheiro e desesperada por seu toque.

"Eu não sei Bon Bon." Ele disse quase num sussurro, me olhando parecendo faminto e aquele olhar fez meu corpo estremecer. E, antes que eu pudesse registrar outro pensamento, Damon me beijou apaixonadamente, me fazendo perder a noção do tempo. Dessa vez, eu não fugi de seu beijo avassalador, apenas lhe correspondi com o mesmo fervor. Nada poderia descrever o sabor exato de seus lábios, ou o modo como nossas línguas se desafiavam entre si.

Em algum momento, senti quando ele me ergueu sobre a mesa e, como retribuição, entrelacei minhas pernas em sua cintura e me prendi a ele tão desesperada e faminta por seu toque. Seus dedos ágeis, logo, trataram de se livrar do roupão que deslizou de meu corpo e foi esquecido no chão, expondo o meu pijama simples e, que na minha humilde opinião, não era nada sexy, mas que mesmo assim, pareceu agradar o vampiro que continuou me devorando com os olhos. Damon estava em cima de mim, beijando-me fervorosamente, enquanto suas mãos exploravam languidamente meu corpo. Vi no seu olhar o mesmo desejo que me queimava por dentro. Só sei que eu estava totalmente embriagada por ele. Por cada toque frio que derretia sobre minha pele ardente, por cada gemido que nos escapava entre beijos e carícias. Por cada vez que seu corpo grande e rígido roçava com avidez sobre o meu me fazendo ofegar e querer mais. Repentinamente, a cozinha foi se tornando mais quente e torturante, a cada vez, que aquela mínima distância entre nós era quebrada.

Entretanto, num rompante de consciência, Damon se afastou de mim, impondo uma distância dolorosa entre nós dois, deixando-me frustrada e angustiada. Temendo a sua rejeição...

"Isso é loucura!" Damon parou de pé diante de mim e começou a murmurar pra si como se tivesse numa luta interna com ele mesmo. "Eu não posso fazer isso..." O vampiro começou a andar de um lado para o outro, passando as mãos pelo cabelo em sinal de nervosismo. "Não com você... Nem com Elena." Era estranho ver como ele parecia tão confuso e quando seu olhar encontrou o meu, eu percebi que o mesmo medo e insegurança que eu sentia se refletia nos seus azuis. "Eu deveria ir embora. Deveria me manter distante, porque sei que se ficar... eu vou estragar tudo. Como sempre faço."

Normalmente, Damon seria impulsivo, sempre agiria sem pensar, apenas motivado por egoísmo, paixão e teimosia. Mas, agora esse Damon diante de mim, se comportava tão cauteloso e preocupado, tentando jogar conforme as regras. Bem, parando pra pensar, Damon não era o único agindo fora do seu habitual Eu. Desde que voltei do mundo Prisão já não tenho agido mais como um alguém disposto a abrir mão daquilo que quer, ou se arriscando pra proteger os outros. Agora eu só sentia o desejo irresistível de estar nos braços de Damon Salvatore e mandar Elena se ferrar. Eu só queria ser egoísta e viver a minha vida sem pensar no que era o caminho certo. Eu só queria se sentir livre. E, ironicamente, era como se eu e o vampiro tivéssemos invertido os papéis.

"Você não vai dizer nada?!" Sua voz tinha um tom de súplica me tirando de meus devaneios.

"O que você quer que eu diga?!" Questionei frustrada sentindo aquela magia cheia de escuridão queimar dentro de mim, deixando um gosto amargo da rejeição. "A escolha é simples: Volte pra Elena!" Enfatizei me sentando sobre a mesa e sentindo meu corpo reagir frustrado, já sentindo a falta do seu toque. "Podemos fingir que isso nunca aconteceu." Estremeci com essas palavras sabendo que estava sendo tão clichê quanto mentirosa.

Obviamente, eu não iria esquecer o que aconteceu aqui, como nunca esquecerei aquele beijo que ele me deu no mundo Prisão. Mesmo que eu tenha o rejeitado antes, no fundo, eu sei que aquele beijo foi o que mudou tudo entre nós. E, com a mesma força, que eu poderia ama-lo, eu poderia odiá-lo mais ainda. Porém, essa mistura entre amor e ódio só aguçou o meu desejo por ele.

"Aposto que Elena está lá te esperando, como uma boa namorada fiel. Afinal, ela é o seu amor épico. Volta pra ela, Damon!" Enfatizei caminhando corajosamente até ele. "Mas, o que me deixa curiosa é saber por que você ainda está aqui comigo?" Toquei atrevidamente seu peito sobre a camisa xadrez e percebi ele reagir a meu toque. "O quê você realmente quer, Damon?" Mordi o lábio com malicia, atraindo seu olhar penetrante.

"Eu só sei que não consigo parar de pensar em você. Ou no quanto você me irrita e me deixa louco, quando está por perto." Nos seus olhos vi refletir o mesmo desejo que pulsava em meu coração. Ele se moveu um pouco mais perto de mim e apertou a testa contra a minha, deixando seus olhos se fecharam enquanto ele falava. "Mas, quando você está longe eu sinto tanto a sua falta. Como se uma parte essencial faltasse." Sua voz foi ganhando um tom determinado a cada vez que a distância se tornava menor entre nós.

Eu não consigo entender esse vampiro vaidoso, por que sempre me olha como se esperasse algo a mais de mim, ou o porquê, às vezes, genuinamente parece tão sincero e totalmente diferente do vampiro egocêntrico e imprudente.

"Eu estou aqui Damon..." Toquei a sua face suavemente numa atitude que nunca teria em outra circunstância. "Essa é a sua chance!" Meus dedos se enroscaram em seu cabelo, fazendo seu corpo se arquear em minha direção, enquanto seus olhos famintos pousaram em meus lábios. "Fique comigo, está noite!" Eu já estava vergonhosamente lhe implorando pra ficar comigo, cheguei a roçar os meus lábios no seu tentando incita-lo a dar o próximo passo. Contudo, o telefone ao nosso lado tocou nos interrompendo, afastando ele de mim.

Mesmo hesitante, atendi porque sabia que o nosso momento de paixão já havia sido destruído por puro medo. Não havia mais nada a dizer entre a gente, então, decidi dar um fim aquele delicioso sonho que se desfez, assim, com a mesma rapidez que começou.

"Elena!" Murmurei perturbada, atendendendo a ligação de sua namorada...

Namorada?! De repente a palavra se tornou pesada para a minha consciência. Agora eu me sentia culpada. Eu estava prestes a transar com o namorado da minha melhor amiga, ou melhor, da garota que costumava ser a minha melhor amiga. E, estava prestes a entrar em pânico.

"Sim, ele está aqui." Eu atendi o telefone trêmula, ouvindo ela choramingar do outro lado da linha. "Não se preocupe, Damon já está indo embora." Tentei tomar uma postura firme e isso me causou nauseas. "Você tem que ir!" Olhei meio incerta percebendo que o vampiro ainda continuava ali a centímetros de distância do meu corpo. "Carol desligou a humanidade..."

"É, eu sei." Sua voz soou ríspida.

"Eles precisam de você." Mas, eu precisava muita mais dele, porém sabia que ele não poderia ficar. "Isso foi um erro. Merda! Eu estraguei tudo." Murmurei pra mim mesma, dei as costas pra ele e caminhei em direção da janela, me sentindo muito vulnerável.

"Eu sinto muito!" Sua voz não passava de um sussurro e ele ainda hesitou, esperando que eu dissesse mais alguma coisa.

"Você deve ir agora! Vamos fingir que isso tudo nunca aconteceu. Assim como nunca aconteceu aquele beijo em 94." Nesse instante, eu tomei a coragem pra lhe olhar uma última vez. "Se você realmente se importa comigo. Se você ama tanto Elena e não quer que ninguém se machuque nessa história..." Soltei um suspiro melancólico. "Você vai fazer a coisa certa e vai se afastar de mim. Você me entendeu Damon?" E nos seus olhos eu vi irradiar uma confusão de sentimentos que também se refletia nos meus.

"Eu não concordo com isso. Mas..." Seu rosto agora carregava uma máscara dura. "Vou me afastar, porque talvez, seja melhor assim." Ele fechou os olhos por um minuto e soltou um suspiro cansado antes de continuar. "Eu sinto muito!" Mais uma vez ele enfatizou se sentindo culpado.

Damon antes de partir ainda se aproximou de mim e me puxou para seus braços, depositando um beijo demorado em minha testa. Eu fechei os olhos curtindo aquele pequeno momento e lutando contra as lágrimas que teimavam em querer cair. Abruptamente, seu corpo se desgrudou do meu e, quando reabri os meus olhos, o vampiro já não estava mais lá me deixando numa completa solidão. Uma solidão que decidi transformar em obstinação.

Eu não iria facilitar as coisas para aquele vampiro. Por agora eu deixei ele ir, darei um curto tempo de trégua só para deixar ele louco por mim. Só pra fazer Damon perder a linha. Só pra bagunçar a vida dele, da mesma forma que ele com a sua presença destrutiva bagunçou a minha.

Hoje a noite ele vai estar nos braços Dela, mas sua mente estará presa aqui comigo, pensando em tudo que está acontecendo entre nós dois. Lembrando cada toque, beijo e palavras trocadas cheias de paixão e desespero. Lembrando que enquanto estiver nos braços de Elena, ele estará fazendo a escolha errada.

 

Continua...

 


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Notas finais do capítulo

Bem sei q dei uma sumida por um tempo muito grande, tava com um bloqueio enorme e minha inspiração parecia que tinha morrido com a S6 de tvd, mas só queria dizer q to voltando cheia de ideias. A fic vai retornar com capítulos inéditos e com novas reviravoltas na trama. O capítulo 13 já ta quase pronto pra ser postado. Logo, logo sai. Eu também decidi fazer um trailer pra essa fanfic q se der certo postarei o link do vídeo junto com o próximo capítulo. Então, até o próximo cap. Bjus!



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