Cachecol Azul e Cabelo Vermelho escrita por Lirah Avicus


Capítulo 27
Capítulo 27




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John Watson sentou-se em sua antiga poltrona. Bateu os dedos sobre o braço envolto em couro do assento, de frente para a outra poltrona, e atrás desta a janela, coberta por uma cortina. Estar no seu antigo apartamento, em meio ao cheiro de pó e produtos químicos, lhe trazia um sentimento desconfortável de nostalgia. E uma má impressão. Na última vez que Sherlock sumira, e John se sentara em sua antiga poltrona, ele vira um perfume, e este detalhe o levou a descobrir fatos desagradáveis sobre sua esposa. Agora ele estava lá de novo, ninguém sabia aonde Sherlock se metera, e ele temia, mais uma vez, descobrir fatos desagradáveis sobre... Qualquer coisa.

Ele fora ao hospital naquela manhã. Encontrou muitas coisas. Encontrou policiais guardando a entrada, e repórteres ávidos por alguma informação que pudesse ser aumentada, decorada e vomitada em alguma rede de TV ou jornal. Encontrou enfermeiras chorando, em choque, sem acreditar no que acontecera. Encontrou corpos, alguns inteiros, outros nem tanto. Encontrou muito sangue no chão. Encontrou Lestrade e Dimmock, brigando, provavelmente sobre a quem pertencia aquela divisão. E por último, encontrou uma cama de hospital, dentro de um quarto de hospital, e esta estava vazia.

E não encontrou Sherlock. Isso realmente o deixou nervoso.

O computador piscou. Havia uma luzinha azul no canto esquerdo da máquina, que encontrava-se sobre a mesa, e esta começou a piscar. Não que notebooks tivessem outro comportamento, nem as luzinhas outra utilidade, mas o fato de a luzinha começar a piscar naquele momento chamou a atenção de John, isso por que máquinas raramente agem por vontade própria, se é que isso acontece. Ele se levantou, indo até a mesa, sentando-se e abrindo o notebook.

John sentiu-se culpado. Nunca abrira o notebook de Sherlock, nem quando morava ali. Daí sentiu-se vingado, lembrando quantas vezes seu amigo usara seu próprio notebook simplesmente por que não queria levantar da cadeira e buscar o próprio no quarto.

O sentimento de vingança de John esvaneceu-se quando surgiu na tela uma caixa de texto e a fatídica palavra: Senha.

John prendeu a respiração. Qual era a senha de Sherlock?

—Merda... — falou consigo. A verdade é que ele sabia que não acertaria a senha do amigo. Como ele, uma mente puramente ordinária, conseguiria decifrar a senha de uma mente absolutamente superior? Esta era uma certeza que o fez desanimar. Ele apoiou o rosto numa das mãos, soltando resmungos frustrados, fingindo pensar profundamente, quando tudo em que ele realmente pensava era como Violet Hunter receberia o tratamento médico necessário fora do hospital. Xingou novamente. Na próxima vez ele seria o acompanhante.

Enquanto pensava nisso, surgiu um círculo giratório na tela, azulado. Logo abaixo, uma frase.

"Fale comigo."

John encarou a tela. Não sabia o que fazer. Ele já ouvira falar daquele programa, chamado Cortana, programado para conversar com o usuário como se fosse uma pessoa. Mais especificamente, uma mulher. Ele pessoalmente não gostava da ideia, lembrava-lhe demais filmes em que a inteligência artificial evoluía o suficiente para levar a humanidade à extinção. Mas aquilo não aconteceria. Não num simples notebook. John soltou uma risadinha. Falar com uma tela... A que ponto ele chegara.

"Fale comigo."

—Eu não posso falar com um notebook, é esquisito... — ele olha pela janela, coçando a cabeça. Balança a cabeça negativamente. — Eu não vou falar com um notebook, isso é ridículo. — ele encarou a tela, que permanecia a mesma. Deu-se por vencido. — Ahn... Tempo chuvoso, não?

O programa não respondeu. Apenas a frase mudou.

"Reconhecendo padrão de fala... Estabelecendo tonalidade de voz..."

Daí a máquina falou. Tinha uma voz feminina, suave e sem sentimento.

—Olá, John.

—Olá... Cortana? — ele disse, vendo-se numa situação estranhíssima. — Posso te chamar assim?

—Sim, John, você pode me chamar assim.

John começou a rir.

—Isso é inacreditável, eu falando com uma máquina.

—Não há problema nisso. — a máquina respondeu. — Fui ativada recentemente, protegida por senha e programada para falar apenas com John Watson.

John levanta uma sobrancelha.

—Por quê?

—Insira a senha.

John reclinou-se na cadeira. Batia agora os dedos sobre a mesa.

—Sherlock te instalou?

—Fui ativada pelo proprietário deste hardware. Se o proprietário se chama Sherlock, então, sim, fui ativada por ele.

—Para falar comigo?

—Exatamente.

—Falar sobre o quê?

—Sobre o que desejar, John. Mas o que realmente importa eu não posso lhe dar a menos que insira a senha.

Ele sentiu-se frustrado novamente. Pensou poder conversar com a máquina, conseguir o que queria e assim contornar a necessidade de uma senha. Mas não. Ele tinha de colocar senha.

—Droga, Sherlock... — ele rosnou.

Daí ele pensou. Se a máquina fora programada para falar com ele, e estava exigindo uma senha, significava que Sherlock acreditava que John acertaria a senha. John estava incrédulo. Com certeza seu amigo o estava superestimando.

Uma luz surgiu em sua mente. Uma luzinha piscante, tal como a azul do notebook. Uma ideia que não surgira anteriormente, mas que lhe viera agora, e talvez estivesse correta. Na verdade, era mais uma memória que uma ideia. John lembrou-se de Irene Adler. A Mulher. Uma mente superior, que conseguira vencer, mesmo que temporariamente, até mesmo as mentes de Sherlock e Mycroft trabalhando em conjunto. E venceria, se Sherlock não percebesse que, mesmo a mente mais fria de todas, possui sim ao menos uma veia levando sangue quente ao coração. Assim ele a venceu. Ela guardava tudo que lhe era importante num celular protegido por senha, e a senha traduzia o que ela guardava a sete chaves dentro do coração.

John pensou. Sherlock era apenas cérebro, como ele mesmo sempre fazia questão de ressaltar. Uma máquina. Um hardware humano. John pensou mais. Não, não era. Ele tinha um coração, que resistira bravamente mesmo depois de anos de ataques insensíveis na tentativa desesperada de destruí-lo, ou ao menos congelá-lo. John sabia que não funcionara. Sherlock tinha um coração. Pequeno, pouco usado, machucado, inseguro, tímido... Mas estava lá. E talvez essa fosse a resposta para abrir aquela fortaleza...

—Senha correta. — disse Cortana. — Parabéns, John.

—Obrigado. — disse John, mal se contendo de orgulho próprio.

—Você está conversando com um computador?

John olha para a porta, arrancado repentinamente de sua festa de auto parabenização, e viu ali postado Dimmock, que exibia um sorriso zombeteiro.

—O que faz aqui?

—O mesmo que você... Estou procurando o Bicho-Papão... Só não sei se vou encontrar aqui quem o está caçando ou se ele mesmo mora aqui.

—Muito engraçado.

—Pelo visto ele não está aqui.

—Não.

—E você conseguiu entrar no computador dele? — Dimmock disse, descrente.

—Sim, mas ele deixou. Indiretamente. Estou olhando o notebook de Sherlock, ele deixou-me... — John olha o computador, e fica confuso. — Notas fiscais?

Dimmock solta uma risada, puxando uma cadeira e sentando-se ao lado dele.

—Você ainda paga as contas desta espelunca?

—Não, não são notas minhas... Nem são do Sherlock. — John puxava a barra de rolagem, dava zoom e ativava a nitidez, lendo tudo com cuidado. — São da Empresa de Consultoria Ward. — John sentiu uma pedra cair em seu estômago. — Gastos pessoais do próprio Sr. Ward.

Dimmock se endireita na cadeira.

—Como se consegue isso?

—Gastos no cartão. — diz John. — Sempre achamos que ao pagar usando um cartão, seja crédito ou débito, recebemos uma nota e a outra é jogada fora pelo vendedor, mas uma terceira fica guardada dentro da máquina, um banco de dados fantasma que pode ser acessado e que pode revelar os gastos de qualquer um. Já vi várias vezes Sherlock fazer... — John para repentinamente, mudando o tom de voz. — Bem, já ouvi falar que alguém fez isso.

—Garoto esperto. — comentou a máquina.

—Como Sherlock conseguiu esses documentos? — Dimmock observava a tela. — Como conseguiu? Ele não tem permissão...

John revira os olhos.

—Podemos esquecer as regras e nos concentrar no que temos aqui?

—Para conseguir algo assim seria necessário hackear as máquinas de crédito e débito, isso nem mesmo a polícia conseguiria sem contratar um black hat.

—Eu não dou a mínima para isso, Dimmock, podemos agora prestar atenção...

—Ele não conseguiria isso, nem mesmo eu conseguiria, não sem um mandato!

—Bem, surpresa! — John exagera sua expressão espantada. — Sherlock conseguiu algo que você não consegue! — ele se volta para o computador, baixando a voz. — Estamos todos tão admirados...

Dimmock cruza os braços.

—Não precisava falar assim, eu não sou um idiota.

—Sim, você é. — disse a máquina.

John cerrou os olhos.

—Sherlock? — arriscou. A máquina não respondeu.

—Dá para programar isso aí para falar como o dono? — pergunta Dimmock, incomodado.

—Esqueça, veja isso... — John usa o mouse para colocar as notas enfileiradas, e dá zoom. — São notas fiscais de pagamentos feitos no The Corner... Veja as datas.

Dimmock leu as notas com cuidado, e sua expressão mudou. Ele suspirou profundamente, deixando os ombros caírem.

—Eu não daria importância nenhuma a essas datas se não as visse vez após vez desde que aceitei este caso. Estão por toda parte. São as mesmas datas das mortes das vítimas... Todas elas.

—Oh meu Deus... — John tapa a boca com uma mão. Não podia acreditar. Então era...

—Espere um minuto... — Dimmock cerra os olhos, daí abre um sorriso. — Não é ele, não é Nathan Ward.

—Como?

—Olhe as assinaturas. Essas notas foram assinadas por um Jethro Rucastle.

John ia dizer algo, mas neste momento seu cérebro congelou. A pedra em seu estômago pareceu pesar duas toneladas, e ele sentiu o chão faltar.

—Repita, por favor.

—As notas foram assinadas por Jethro Rucastle. — Dimmock falava, sem perceber que John estava mais branco que papel. — Esse cara... Esse cara deve estar encobrindo seu rastro usando o Ward, eu sabia que ele não era o culpado, ele pode ter roubado o cartão e...

John não ouviu mais nada. Parecia que a voz de Dimmock havia sido reduzida a zero, como se alguém tivesse um controle remoto e baixasse o volume. Agora tudo estava mudo. John olhou as notas, olhou as assinaturas. Na verdade, olhou-as com cuidado. Remoeu tudo o que sabia. Regurgitou e voltou a digerir tudo o que Sherlock havia dito durante toda a investigação. Tudo se encaixava na sua mente.

—Você entende agora, John? — disse Cortana, tirando John de seu estado apático.

—J. R... — ele murmurou.

—O quê? — disse Dimmock.

—J. R... — John encara o inspetor. — Não é uma pessoa.

—Como é?

—É uma persona. — John falava, e parecia ouvir Sherlock ditando-lhe o que falar em seguida. — Não há só um assassino. Há vários. Todos usando o mesmo codinome. Jethro Rucastle.

—Isso é ridículo.

—Isso quase confundiu Sherlock... — ele murmurou consigo mesmo. — São vários assassinos. Todos agem da mesma forma, assinam com o mesmo nome... Mas têm reações diferentes quando surgem problemas. Um é violento, outro é mais controlado... Olhe as assinaturas, veja como são diferentes. Eles achavam que ninguém poderia desenterrar isso, então simplesmente assinavam com suas próprias caligrafias. Ward era o mais rico... Então o cartão era dele. Por isso ninguém se lembrava do mesmo homem, não era o mesmo homem, eles só usavam o mesmo cartão. Homens diferentes, todos... Dando vazão ao que tinham de mais nojento.

—John, acorde. — Dimmock coloca a mão no ombro dele. — Você está pálido. Pense de modo lógico. Nathan Ward foi roubado.

—E por que o Sr. Ward não cancelou o maldito cartão? — o olhar de John era vidrado. — Faz meses que esse cara usa o cartão roubado... E o dono não o cancelou?

—Deve haver alguma explicação para isso.

—Você tem de prendê-lo. — John se agita, levantando-se da cadeira. Dimmock faz o mesmo. — Tem de prender todos eles.

—Quem?

—Todos de quem suspeitávamos. — John os enumera com os dedos. — Nathan Ward, Jet Williams, Thomas Fries, o mendigo, Thadeus Lieberman...

—Thomas Fries está foragido.

John abre os braços.

—Ache ele! Ache o desgraçado, e pegue os outros enquanto não sabem que nós sabemos sobre eles!

—E Thadeus Lieberman está morto.

—O quê?

—Encontramos o corpo hoje. Ele foi... — Dimmock desviou o olhar. — Ele teve a cabeça perfurada por alguma coisa.

—Talvez ele fosse um risco para os outros, ele foi interrogado pela polícia, os outros se sentiram ameaçados...

—John, fique calmo.

—Por isso Sherlock sumiu, e levou Violet consigo, um deles a atacou, está atrás dela, e os outros o ajudarão a pegá-la, não era realmente seguro para ela ficar num lugar público. Veja quanto estrago, um homem só não poderia ter feito tudo isso, isso é fruto de uma ação conjunta... Por isso ele a levou... Ele a está escondendo deles... — John leva a mão à testa. — Meu Deus... Você tem de prendê-los! Tem de fazer isso antes que eles a encontrem!

Dimmock levanta as mãos, exigindo silêncio.

—Eu vou ver o que posso fazer. — ele aponta para o computador. — Mande isso para o meu e-mail, e depois delete, ou Sherlock terá problemas.

—E aí?

—E aí eu vou ver o que posso fazer.

—Mas...

—Relaxe, John. — Dimmock vai até a porta. — Deixe comigo. Vá para casa.

John viu Dimmock sumir escadas abaixo. Ele olhou em volta, daí também as desceu correndo. Alcançou Dimmock na calçada, esperando por um táxi.

—Dimmock!

—Santo Deus... — o detetive suspirou.

—Você não pode desconsiderar esta descoberta, estamos todos em perigo aqui...

—Ok.

—E especialmente Sherlock...

—Ok.

—E Violet...

—Eu vou ver o que posso fazer!

—Não é o suficiente!

—Eu não posso abanar o rabo para qualquer migalha que Sherlock Holmes joga no chão! — Dimmock tomou fôlego. Une as mãos, procurando manter-se calmo. — Eu gostei das suas pequenas deduções, ok? Foi um momento brilhante da sua parte, mas elas são só isso, são só deduções tiradas precipitadamente...

—Precipitadamente? — John sentiu-se ofendido.

—E num momento emotivo.

—Eu estou certo. — John afirma. — Sherlock está certo. É o que Sherlock quer que saibamos, é o que ele descobriu, é a verdade, e é o suficiente para uma prisão.

—Talvez se o responsável fosse Lestrade, mas não é. Ele sim faz o que o detetive particular preferido dele manda, mas eu não sou tão manipulável.

John sente vontade de rir.

—Ninguém quer te manipular... Dimmock, Sherlock resolveu o caso!

—E quem atacou a testemunha?

John dá de ombros.

—Isso não importará se todos estiverem na cadeia.

—Eu vou analisar essa prova. Vou analisar na companhia de profissionais, e chegaremos a conclusão correta e agiremos à partir disso. Eu agradeço a ajuda, mas acho que já é hora de a polícia fazer o trabalho dela sem civis interferindo.

—Eu concordaria com você, se este civil não tivesse descoberto o assassino, os assassinos, e se esse civil não fosse Sherlock Holmes, uma das mentes mais geniais deste planeta, e, portanto absolutamente confiável.

—Você confia nele cegamente, John, eu não. Eu sei que mesmo a mente mais incrível pode falhar. — Dimmock agora falava pausadamente. — E eu não vou aceitar falhas.

Os dois se encaram algum tempo. John respirava quietamente, pois controlava a respiração de modo a não parecer alterado.

—Você é o único falhando aqui. — John dá as costas para Dimmock, que abre os braços, derrotado.

—Eu vou ver o que posso fazer!

—Vá se ferrar!

Ele volta para dentro, subindo as escadas e sentando-se novamente em frente ao notebook.

—Onde o Sherlock está?

O notebook não respondeu. Permaneceu como estava, exibindo as notas fiscais, a prova de que tudo era ainda pior do que John havia imaginado.

John levantou-se, amaldiçoando a tudo mentalmente. Sentou-se de novo, pensando no que fazer. Abriu os e-mails públicos, os particulares eram protegidos por outra senha, esta John não acertou, e enviou os documentos para o e-mail de Dimmock. Daí pensou mais e os enviou para Lestrade, acompanhados de uma pequena mensagem.

Sherlock resolveu o caso. Aí está a prova. Faça algo. JW

Garoto esperto. — repetiu a máquina.

—Está tudo bem, John?

Era a Sra. Hudson. Surgira na sala com cenho preocupado, enquanto secava as mãos no avental. John aquiesceu com a cabeça.

—Sim, eu... Sherlock conseguiu resolver o caso.

—Oh, que maravilha! — a boa senhora sorriu.

—Pois é... Agora é só convencer a polícia disso.

—Eles vão se convencer, John. Sempre se convencem.

—Espero que sim... — John olha o notebook. — Espero que sim.

Ela espera algum tempo, e, ao perceber que John não iria prosseguir com a conversa, começa a se dirigir à porta.

—Bem, se quiser algo, me chame... — ela anda alguns passos, daí retorna. — John, preciso lhe dizer algo.

—O que foi?

A Sra. Hudson hesitou. Ela não ia dizer nada. Não ia falar. Mas agora que tudo ficara tão sério, e visivelmente perigoso, ela temeu que não contar fosse colocar ainda mais em risco todos ao seu redor, e consequentemente seus dois meninos. Como ela se preocupava com eles...

—Não pude deixar de ouvir sua conversa com o policial... Vocês estavam falando bem alto.

—Sinto muito por isso.

—Sem problemas, mas em uma coisa você errou.

—Em quê?

—O mendigo que você citou... Que o policial disse ter tido o... O crânio perfurado.

—O que tem ele?

—Bem... — ela media cada palavra. — Não foram os parceiros que o mataram.

John apoia as mãos na mesa, fitando fixamente a Sra. Hudson. Sentiu seu coração retumbar.

—E quem foi?

***

21:35 pm. 221b Baker Street.

O celular toca.

—Alô?

John? É o Lestrade.

—Recebeu meu e-mail?

Sim... Não se preocupe, vou cuidar de tudo... Dimmock foi checar os policiais de guarda na casa dos suspeitos e vamos efetuar a prisão amanhã de manhã.

Excelente.

—Mas não é por isso que liguei.

—Por que então?

—Dimmock me ligou, disse que encontrou algo na sede da Empresa Ward. E como ninguém consegue se comunicar com Sherlock, eu sugeri que você fosse lá dar uma olhada. Pode fazer isso?

—Claro. Já estou indo.

—Já estão Dimmock e outro policial à paisana lá. Vá sem preocupações.

John soltou uma risota, olhando rapidamente para a Sra. Hudson, sentada no sofá à sua frente.

—Já estou à caminho.


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