Pain foi derrotado.

Essa era a frase que predominava em toda Konoha, mas a questão que se mantinha no semblante das pessoas era “quem havia derrotado aquele que possui o Rinnegan?”, até, que uma voz na multidão chamou a atenção de todos para si, era Kakashi, que havia sido ressuscitado.

– Eu vou buscar o Salvador de Konoha! – Ele começou a correr, mas fora impedido por Neji, o semblante do Hyuuga demonstrava que queria saber quem foi, para espalhar e recebermos o vencedor com honra. – Uzumaki Naruto.

Kakashi deixou Neji olhando-o abismado, afinal, chegou em Konoha um tanto tarde demais e não sabia exatamente o que houve. Neji se virou para as pessoas e revelou quem foi o vencedor, a maioria sabia que era Naruto, mas os ressuscitados não.

– Uzumaki Naruto foi o vencedor, todos os Pains estão derrotados! – A multidão entrou em aplausos e uma gritaria se acometeu ao saber da notícia e, ao ver a chegada do herói, da lenda, todos correram até ele e o alçaram ao ar.

Assim que a festa findou, Naruto foi em direção ao Hospital de Konoha, Sakura havia relatado que Hinata estava lá, se recuperando do ferimento.

– Eu gostaria de ter com Hyuuga Hinata. – Esclareceu, olhando fundo nos olhos da atendente, que, ao mesmo tempo ficara intimidada e cativada pelo brilho de ansiedade que ficava claro nos olhos do Uzumaki.

– Uzumaki-sama, poderia assinar a lista? Irei pedir para que ninguém os incomode. – Disse ela, piscando pra ele, já sabendo o que ela fizera e ele também. Naruto pegou a caneta presa na ficha de assinaturas e escreveu seu nome, sutilmente abaixo dele colocou “o próximo Hokage”, havia decidido ser essa a sua assinatura para dar autógrafos.

– Obrigado, senhorita Kon, estarei subindo. – Disse Naruto indo em direção às escadas, até que parou, colocou as mãos na nuca e virou a cabeça para a atendente, que estava quase gargalhando da situação. – Poderia me dizer onde ela está? – Ele começou a rir, e a atendente não se aguentou.

– Quarto sete, ala A. Suba as escadas, vire à esquerda, passe pelo primeiro corredor, é no segundo, vire a direita de novo e entre na sela. – Dizia em meio à risos, Naruto continuou rindo, enquanto subia as escadas, pensando em como aquela atitude foi idiota.

Passando pelos corredores indicados, deparava-se com pessoas ressuscitas, andando pelo hospital, se recuperando, com um carrinho de soro hospitalar, todos estavam usando um tipo de uniforme, era branco, com minúsculos símbolos – com sua cor preta - de Konoha espalhado por eles, no todo, era bem leve.

Ao deparar com a Ala A do hospital, imediatamente começou a busca pelo quarto sete. Notou, que o sete era o único diferente, aparentemente, fora feito para apenas uma pessoa. Naruto parou de fronte à porta e imediatamente tocou a maçaneta, com receio, bateu na porta três vezes. Naruto estava definitivamente nervoso! Suas penas estavam trémulas, pela primeira vez ficara assim, nem quando se deparou com os Pains ficou desse jeito ou com Konoha destruída.

– Pode entrar! – A voz suave vinha de dentro, dando ordem para que o visitante entrasse no mais breve, ela assistia à televisão no quarto do hospital e só notou não ser um médico, quando ela olhou o rosto do seu amado. Hinata ficou vermelha como um pimentão e quase infartou, se cobrindo com a toalha da cama até a cabeça.

– Desculpe! – Naruto não sabia o que estava fazendo, estava totalmente sendo levado pelo subconsciente. – De verdade, me desculpe! – Dizendo isso, ele se prostrou no chão, com a cabeça tocando o tapete, seus olhos fechados e braços apoiados.

– Pe-pelo que, Na-Naruto-kun? – Hinata estava totalmente vermelha, e já havia descoberto a cabeça, agora, ela olhava Naruto que ainda estava curvado.

– Você se machucou por minha causa. Não só isso, sofreu muito por mim, me amou enquanto eu estava sofrendo, e eu nem percebi seu amor. Eu sou um traste, um traste que não te merece.

As palavras de Naruto ressonaram por todo o quarto, mas ele ficou surpreso ao ouvir um riso baixo de Hinata, que estava mais vermelha ainda, se é que isso é possível.

– Naruto-kun, não se preocupe com isso, eu reviveria toda a minha vida igualmente, se fosse necessário. Eu realmente te amo, e não serei hipócrita em dizer que nunca sofri na vida... – Ela pausou. – Mas nunca sofri por você. Talvez tenha sim... Nos meus treinamentos, que cada dia eram mais duros. Você me fez crescer, me mostrou meu nindou, meu caminho ninja.

Naruto se levantou, suas lágrimas eram evidentes, Hinata não havia acabado, mas mudou sua postura para ficar sentada na cama, vislumbrando seu amado.

– Desde quando você me disse que gostava de pessoas como eu naquele exame chunnin, a cada dia que passava eu ficava mais apaixonada por você. Você se tornou minha luz, minha meta. E aí, saiu da vila com o Jiraya e... – Naruto havia se sentado ao lado dela, e ela nem percebera, pois fechou os olhos para sentir as lembranças, o homem delicadamente colocou o dedo indicador nos lábios da moça parando sua fala.

– Eu já sei dessa história, ou quase. De qualquer forma, não importa. Vamos recomeçar. – Naruto tirou os dedos dos lábios dela, se aproximou e beijou sua testa com toda a delicadeza que podia, Hinata vibrou com a sensação. – Se recupere logo, por favor, temos apenas uma semana para ficarmos juntos. – Avisou Naruto, que já esperava uma guerra. – Terei uma missão em uma semana, e será no país do Raikage-sama.

Hinata sorriu. Naruto sorriu.

– Irei sair do hospital em breve, graças a você, os melhores médicos ficaram bem ou foram revividos. – Naruto sorriu, se aproximou mais uma vez e deu outro beijo na testa dela, passou as mãos pelos seus cabelos e manteve o sorriso.

Hinata, por sua vez, continuava vermelha e seu sorriso ia de orelha a orelha. Naruto se levantou e foi até a porta, a abriu e virou-se para Hinata. Seus olhos sorriam, pois os lábios já não se expandiam mais. Ele saiu e fechou a porta, entretanto, ficou atrás dela, com um sorriso bobo pensando no que faria de agora em diante.

– Naruto! – Uma voz vinha de sua mente, e logo ele percebera de quem era. Seus olhos se fecharam e ele viajou para a cela da – então – Kyuubi. – Como você é ingênuo, Naruto!

Naruto entendeu o que a besta de cauda quis dizer, abriu seus olhos e escutou Hinata. “Kami-sama! Que tarde maravilhosa!”, era isso que a moça proferia, Naruto, simplesmente sorria como um idiota apaixonado.

O loiro saiu do hospital, rápido, passava pelas pessoas e elas, as mais velhas, pensavam que Minato Namikaze, o Quarto Hokage, havia ressuscitado junto a elas. Sua corrida só findou ao chegar ao centro de Konoha. Não havia mais nada ali, além de tendas, somente o Hospital ficara “inteiro”, ele foi jogado para os cantos da vila, suas fundações foram arrancadas e ele foi jogado, suas paredes, por incrível que pareça se mantiveram.

Ele olhou ao redor e notou uma tenda maior que as normais, era onde a Hokage estava. Naruto caminhou até a tenda e entrou bruscamente.

– Cadê a vovó Tsunade? – Indagou.