O Inferno de Lizzie Horn escrita por Ramone


Capítulo 5
Capítulo 4




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/583560/chapter/5

Após o banho, Lizzie dormiu até o fim da tarde. Lucy oferecera um dos quartos vagos do terceiro andar; Era espaçoso e muito confortável. Lizzie ficou imaginando o porquê da deficiente viver numa casa tão grande, se provavelmente, moravam apenas ela e o pai.

Quando acordou, o sol começava a se por, e Lizzie ficou na cozinha auxiliando Lucy à preparar o jantar. Enquanto a primeira cortava desajeitamente a salada, a outra cozinhava o arroz com facilidade, porém, parecia um pouco tensa. Lizzie percebera a expressão de Lucy assim que saíra do banheiro mais cedo.

— Você acredita em Deus, Liz? - perguntou Lucy depois de muito tempo em silêncio. Mesmo estranhando a pergunta, Lizzie gostara da forma como a garota lhe chamara. Ninguem nunca lhe dera apelidos carinhosos ou algo do tipo.

— Bem, sinceramente, eu não sei no que acredito - respondeu pensativa, mas sincera. Lizzie nunca fora religiosa, se quer fora apresentada à alguma religião ou frequentara alguma igreja, e tudo o que já havia acontecido em sua vida não ajudava à fazer dela uma menina de fé.

— Mas... Você acredita no mal?

— Você quer dizer... No Diabo?

— É. Eu não gosto de falar o nome dele.

— Ah, perdão. Bem, eu só tenho certeza de uma coisa: Tem coisas que estão além do nosso entendimento, mas com certeza, o mal existe. Ele está no meio de nós o tempo todo - Lizzie pensou instantaneamente em Tito, que por sinal, ela não sentia presente naquele momento. 

— É, exatamente... - concordou Lucy num tom obscuro, voltando a se concentrar no arroz.

As 19:00 hrs, Martin chegou em casa com Zack ao seu lado. A mesa do jantar já estava preparada e as garotas os aguardavam na sala de estar, onde assistiam Tv. Melhor dizendo, Lizzie assistia e Lucy fazia compania.

— Boa noite meninas! - exclamou Martin sorrindo ao aparecer na sala. Zack vinha atrás segurando uma caixa de ferramentas, que pousou num canto e acenou.

— Oi pai! Como você está ? Estão cansados, com fome? Lizzie me ajudou com o jantar. Está ótimo, né Liz? - Lucy falava animada, levantando imediatamente para receber um abraço do pai, que a beijou na testa.

— Estamos mesmo! - Martin soltou Lucy e também abraçou Lizzie, que recebeu o ato inesperadamente - Vejo que você já está familiarizada com nossa hóspede! Que bom. 

Lizzie, pela primeira vez, sentia-se culpada pela mentira que estava vivendo e contando à aquela gente humilde e simpática. Sentia-se uma pilantra, uma oportunista sem carater que abusava da bondade de gente inocente. 

— Zack ficará hoje conosco, pois vou levar Lizzie à delegacia após o jantar para fazermos o retrato falado do infeliz que tentou machucá-la, e aí ele fica com você Lucy, ok? - avisou Martin enquanto lavava as mãos na pia da cozinha antes de se sentar para jantar. Lizzie assentiu, mas desconfortável. 

— Eu disse que nos veríamos de novo - cochichou Zack ao se sentar na cadeira ao lado de Lizzie. 

— Você é tipo o escudeiro do Martin? - brincou.

— Pode se dizer que sim - Zack riu - Ele é como um pai... Pra todo mundo! - continuou num tom meloso enquanto se servia de uma grande colher do ensopado de carne. Lizzie concordou, olhando rapidamente para Martin com um sorriso. 

Aquele ambiente familiar e aconchegante era totalmente inédito para ela, mas era bom.. Muito bom!

As 19:00 hrs, Martin chegou em casa com Zack ao seu lado. A mesa do jantar já estava preparada e as garotas os aguardavam na sala de estar, onde assistiam Tv. Melhor dizendo, Lizzie assistia e Lucy fazia compania.

— Boa noite meninas! - exclamou Martin sorrindo ao aparecer na sala. Zack vinha atrás segurando uma caixa de ferramentas, que pousou num canto e acenou.

— Oi pai! Como você está ? Estão cansados, com fome? Lizzie me ajudou com o jantar. Está ótimo, né Liz? - Lucy falava animada, levantando imediatamente para receber um abraço do pai, que a beijou na testa.

— Estamos mesmo! - Martin soltou Lucy e também abraçou Lizzie, que recebeu o ato inesperadamente - Vejo que você já está familiarizada com nossa hóspede! Que bom. 

Lizzie, pela primeira vez, sentia-se culpada pela mentira que estava vivendo e contando à aquela gente humilde e simpática. Sentia-se uma pilantra, uma oportunista sem carater que abusava da bondade de gente inocente. 

— Zack ficará hoje conosco, pois vou levar Lizzie à delegacia após o jantar para fazermos o retrato falado do infeliz que tentou machucá-la, e aí ele fica com você Lucy, ok? - avisou Martin enquanto lavava as mãos na pia da cozinha antes de se sentar para jantar. Lizzie assentiu, mas desconfortável. 

— Eu disse que nos veríamos de novo - cochichou Zack ao se sentar na cadeira ao lado de Lizzie. 

— Você é tipo o escudeiro do Martin? - brincou.

— Pode se dizer que sim - Zack riu - Ele é como um pai... Pra todo mundo! - continuou num tom meloso enquanto se servia de uma grande colher do ensopado de carne. Lizzie concordou, olhando rapidamente para Martin com um sorriso. 

Aquele ambiente familiar e aconchegante era totalmente inédito para ela, mas era bom.. Muito bom!

Durante o jantar, os 4 conversaram basicamente sobre o dia de trabalho de Martin, que naquele dia havia sido bastante tumultuado, começando logo cedo com a aparição de Lizzie; Além disso, um pequeno acidente acontecera e e um homem havia se exaltado com um dos funcionários do pedágio. Mesmo com toda a animação de Martin em contar sobre o seu dia, não foi possível deixar de perguntar sobre a vida de Lizzie, que comentou brevemente sobre o orfanato, o fato de não saber quem era seu pai e mentiu sobre como sua mãe morrera; Disse que ela havia sido assassinada por um drogado que tentara rouba-la.

— Trágico! - exclamou Lucy com aquela expressão chocada.

— É realmente triste ver como o mundo de hoje está maluco e perigoso.. - Martin balançava a cabeça negativamente com os lábios contraídos. Zack, como sempre, apenas ouvia atencioso sem acrescentar nada. 

Ao fim da refeição, as meninas recolheram a mesa e lavaram a loça. Enquanto isso, os homens se banhavam, e 20 minutos depois Martin já aguardava Lizzie para levá-la à delegacia. Zack, agora limpo e sem o macacão, ficou na sala assistindo Tv e conversando com Lucy. 

A visita à delegacia também não demorara muito. Lizzie contou novamente a historia que havia inventado, mas na hora de fazer o retrato falado, detalhou as feições e características reais do caminheiro que matou, assim como a aparência do veículo dele.

As 22:15 hrs eles já se encontravam de volta à casa, e Martin que estava mais que aparentemente exausto, correu para a cama depois de dar boa noite a todos. Lucy fez o mesmo, deixando Zack e Lizzie na sala assistindo Tv.

— Boa noite... E juízo! - brincou Lucy subindo as escadas. Zack revirou os olhos como fazia sempre que o zuavam, mas corou ao olhar Lizzie de canto, que também ficara tímida.

— Eles acham que eu sou o quê? Um tipo de tarado ou pervertido? - Zack arqueou a sobrancelha e fez uma voz de desdém, mas ao perceber que da forma que falou podia parecer que havia desfeito totalmente da garota, e tentou consertar: Não que você seja feia... Sabe.. Mas.. Bem, você agora até que está otima... A-agora que está limpa, com esse vestido branco sem mancha de sangue... E c-com o cabelo penteado... - gaguejou extremamente sem graça - Mas é... Não é por isso q-que eu vou te agarrar ou coisa... Coisa do tipo - percebendo que não havia melhorado à sua situação, Zack desistiu, abaixando a cabeça - Droga! 

No fim, Lizzie acabou rindo, fazendo Zack também sorrir constrangido. 

— Amanhã a gente pode procurar o seu Raul... - lembrou Zack, repentinamente, parando de rir, fazendo Lizzie acordar daquele momento irreverente, recordando-a infelizmente do motivo que a levara até aquele lugar. 

— Ah, sim... É! - assentiu Lizzie sem muito ânimo.

Era madrugada e o ambiente parecia mais denso que o normal. Não havia quase luminosidade alguma, a não ser pelo luar refletido na janela. Lizzie abriu os olhos repentinamente e ergueu-se da cama como se fosse marionete. Não queria acordar, nem levantar, muito menos andar, mas o fazia sem controle sobre seu corpo. Saiu do quarto e desceu as escadas chegando ao segundo andar; Virou à direita e empurrou a porta de leve. Era o quarto onde Zack dormia. O rapaz estava dormindo de bruços sem cobertor, exibindo costas bem definidas que estavam à mostra pela falta de blusa. Lizzie parou ao lado de sua cama e o observou por alguns segundos. “O que estou fazendo aqui?” – se perguntava repetidamente em mente. Uma de suas mãos levantou, novamente sem ser por sua vontade, e a menina viu que segurava um facão, provavelmente da cozinha, que ela não fazia idéia de como fora parar ali. Ainda involuntariamente, Lizzie ergueu o braço que segurava o objeto pontiagudo e com muita força, golpeou Zack nem no meio das costas. O golpeou mais de cinco vezes, espirrando sangue sobre a camisola branca que ela usava e em toda a cama. Antes de morrer, Lizzie pôde ver os olhos verdes do garoto arregalarem-se num susto e depois fecharem ao mesmo tempo que parava de gritar de dor. Lizzie chorava desesperada olhando o corpo de Zack ensangüentado à sua frente. 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "O Inferno de Lizzie Horn" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.