Die Young - Os céus tem um plano para você escrita por Mi Cullen


Capítulo 23
Incomplete / Two Hearts Broken




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POV BELLA

Assim que Anthony e Andrew se foram entrei em casa sem me dar ao trabalho de guardar o carro na garagem. A entrada da casa era grande e não atrapalharia minha mãe sair com seu carro.

– Bella? – ouvi a voz de minha mãe chamar da cozinha. – Bella, é você querida? –

“Claro! Quem mais seria?” pensei ironicamente caminhando em direção a cozinha. Local aonde vinha a voz suave da minha mãe.

– Como foi o teste, querida? –

– Acho que fui bem. Não tinha muitas candidatas. Aliás, tinha mais vagas que candidatas. – respondi pegando um cookie em cima da mesa.

– Que bom! Mas eu tenho certeza que a minha linda filha teria se saído bem mesmo que houvesse 100 candidatas para uma vaga. – disse piscando para mim.

Rolei os olhos engolindo o biscoito. – Não exagera. –

[...]

Algumas horas mais tarde

Tédio. Sim, essa palavra define exatamente como eu me sinto agora. Já fiz todos os deveres de casa, arrumei meu quarto, jantei, tomei banho, acessei a internet, revirei todos os canais da televisão e do rádio, chequei meu celular e ainda são 9:30 da noite.

Me joguei de costas na cama, frustrada com minha situação numa nova cidade interiorana e completamente desconhecida. Devia ter pegado o número de telefone do Mike. Como ele é mais antigo na cidade deve conhecer bons lugares para se divertir.

Droga! O que fazer para distrair quando não se conhece a cidade?

Perturbar os vizinhos!

É claro! Os garotos me disseram que moravam na casa do lado da minha. Se a casa da esquerda é do meu avô, então a deles é da direita. Seria muita cara de pau eu aparecer lá uma hora dessas e com nossa amizade tão recente?

Sim, com certeza seria inadequado e eles me achariam louca.

Sem muita opção, comecei a arrumar as coisas para dormir, amanhã seria mais um longo dia cheio de aulas chatas.

Fechei os olhos e esperei o sono vir, mas ele não apareceu, enquanto isso minha mente relembrava os fatos do dia me deixando cada vez mais ansiosa. Respirei fundo várias vezes e tentei não pensar, mas eu não conseguia acalmar a inquietação dentro de mim e nem tirar a imagens dos dois garotos mais lindos desse mundo da cabeça. Vários sentimentos me dominavam e nenhum deles eram bons a meu ver. Eu nunca havia sentido tantos sentimentos confusos e intensos como agora que os conheci.

Isso é normal?

Será que estou apaixonada por eles?

Por que essa fixação toda?

Por que com eles? Ainda mais com aquela irmã estranha que eles tem seria difícil rolar algo com qualquer um deles.

Como eu posso me sentir tão conectada a eles se acabei de conhecê-los?

Será que eu estou ficando louca ou a falta que sinto do meu pai está me deixando tão vulnerável?

Levantei da cama e caminhei até a janela olhando a rua da frente da minha casa. O bairro estava em silêncio total, algo muito diferente comparado a Lower Manhattan, local que eu nasci e cresci.

Soltei um suspiro cansado. Eu odeio essa cidade de interior. Odeio o que aconteceu antes para me trazer até esse fim de mundo. Odeio me sentir presa a desconhecidos. E principalmente odeio me sentir vazia.

Por que tudo isso tinha que acontecer comigo? Por que? Minha vida sempre foi perfeita, agora tudo desmoronou e eu não sei lidar com essa nova condição.

Encostei minha testa no vidro frio da janela e deixei as lágrimas escorrem livremente. Eu queria gritar, quebrar tudo e depois ir embora, fugir para o horizonte sem rumo, mas sabia que nada disso iria resolver os meus problemas, eu preciso enfrentar de frente e retomar a minha vida, mesmo que ela seja incompleta eu preciso tentar pela minha mãe e avô, por meus únicos parentes vivos e que se importam tanto comigo.

Sem ter muito o que fazer e com a pontada familiar em meu peito, girei em meus calcanhares voltando para a cama, as lágrimas ainda estavam presente, mas amanhã seria um novo dia e eu daria um passo de cada.

[...]

Na manhã seguinte.

Me arrumei para ir a escola e tomei café da manhã em silêncio. Minha mãe lia o jornal para me dar espaço, ela sempre sabia quando eu não estava muito bem e tentava me dar um tempo para me sentir melhor, mas sempre por perto caso eu precisasse.

– Até mais tarde. – despedi pegando minha bolsa e saindo.

– Até querida, dirija com cuidado. –

– Pode deixar. –

Dirigia pelas ruas escorregadias de International Falls em direção a escola e mesmo com todo meu esforço, não conseguia deixar de pensar em como eu me sentia estranha nesse lugar.

Estacionei meu carro numa vaga próximo a entrada. Sabia que eu entraria para as cheerleaders, então não precisava me preocupar em estacionar longe da entrada. Havia poucos carros por ali, ainda estava cedo e eu podia dar um tempo sozinha antes da aula. Liguei o radio e comecei a olhar as mensagens que meus antigos amigos de NY me mandavam, sentia falta deles e da minha vida antiga, porém por mais que eu quisesse ficar lá não daria certo nesse momento.

Ouvi o primeiro sinal tocar e me preparei para sair do carro, agora o estacionamento estava cheio e chovia um pouco. Abri meu guarda chuva seguindo para a entrada olhando para os lados.

Torcendo para encontrar os gêmeos Cullen e me esquecer um pouco da minha própria vida.

POV EMMETT

Passei décadas ao lado de uma mulher que eu realmente não conhecia.

Um ser frio, invejoso e baixo.

Soltei um soluço dolorido juntando as roupas e objetos pessoais da mulher que eu mais amei numa mala. A reunião havia acabado algumas horas atrás e depois da brusca saída de alguns membros da família eu me senti tentado a vir para o quarto também.

Jasper e Alice haviam nos explicado com detalhes sobre a volta da Bellinha e eu realmente havia ficado feliz, sempre adorei minha irmãzinha. Ela sempre foi muito bondosa e preocupada com o bem estar de todos. Era pura de coração, bem diferente da mulher que eu escolhi para minha eternidade.

Como me arrependo de ter casado com Rosalie.

Mas eu tomaria uma posição agora, não dividiria mais a minha existência com uma mulher desse tipo e me aproximarei de Bella amanhã mesmo.

POV EDWARD

Atordoado pelo turbilhão de novas informações que rondavam minha mente. Saí em disparada pela floresta. A chuva caia forte na minha cabeça e sujava meus pés de lama, mas não conseguia importar com nada.

Minha cabeça fervilhava.

Eu precisava pensar um pouco sozinho. Corri até chegar uma clareira desconhecida e comecei a andar de um lado para outro.

“Eu não posso acreditar que isso seja verdade, humanos não podem viver duas vezes, eu nunca vi isso.” pensava puxando meus cabelos com força.

Soltei um soluço dolorido seguido de muitos outros. Estava começando a ficar com dificuldade para respirar. Por mais que não precisasse do oxigênio, ele era agradável e algumas reações humanas nunca mudam.

Aquela mesma dor do passado cortava meu peito, só que numa intensidade muito maior. Cambaleante, me apoiei em uma árvore com a mão esquerda e esfreguei os cabelos com a outra.

“Será que minha existência podia ficar pior? Eu me apaixonei por uma humana, desviei um anjo de seu caminho, tive dois filhos híbridos com ela, passei anos me culpando, achei que meu castigo era ter que passar a eternidade sem meu amor, mas me enganei muito, pior é ter que ver seu delicado rosto em outra humana.” A dor aumentava tanto em meu peito que meus joelhos enfraqueceram e eu caí sentado no chão molhado. Os soluços saiam cada vez mais altos por minha garganta.

Apertei os olhos com força balançando a cabeça para tentar clarear os pensamentos. “Será que minha existência podia ficar pior?”

– Edward? –

“Sim, pode ficar pior.” Pensei irritado assim que ouvi a voz irritante de Tânia.

– Edward, o que você faz aqui? Aconteceu algo? Por que está chorando? – entrou na clareira onde eu estava - Edward? Você está bem? – correu em minha direção ao notar meu estado. Abaixou próximo a mim e buscou meus olhos com os seus.

– Edward...eu...eu...- ela não sabia o que dizer para mim e eu estava me sentindo carente. Sem conseguir raciocinar direito me atirei em seus braços soluçando cada vez mais, me sentia um garotinho perdido e indefeso procurando colo de uma mãe. De início ela pareceu surpresa com minha atitude, mas depois entendeu que eu queria consolo.

– Shiii....querido, vai ficar tudo bem. – murmurou carinhosa retribuindo o abraço e alisando meus cabelos delicadamente. Os soluços aumentaram e ela se sentou me acomodando melhor em seus braços. – Vai ficar tudo bem...respire com calma. – dizia me ninando como uma criança.

Meus olhos ardiam pelas lágrimas não derramadas e mais soluços escapavam por minha garganta.

[...]


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