Die Young - Os céus tem um plano para você escrita por Mi Cullen


Capítulo 12
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Notas iniciais do capítulo

Ei meninas...tudo bom? Estou aqui para me desculpar por um erro de digitação, eu acabei me confundindo um pouco e vou fazer uma pequena mudança na idade dos pais da Bella. Não vai ser nada muito grande, mas a leitora Maria Clara Solino percebeu o erro e não posso deixá-lo lá.
o caso é a idade de 27 anos dos Welch no dossiê da Alice, o correto era que a Bella tivesse nascido quando eles tinham essa idade.
Então mais uma vez me desculpem queridas leitoras e obrigada Maria Clara.



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/O que não te mata, te deixa mais forte

Te deixa no topo

Não significa que estou só quando estou sozinha

O que não te mata te faz um lutador

Deixa os passos mais leves

Não significa que estou acabada porque você foi embora

O que não te mata, te deixa mais forte

Te deixa no topo

O que não te mata te faz um lutador

O que não te mata, te deixa mais forte

Stronger (What Doesn’t Kill You – Kelly Clarkson )

POV BELLA

International Falls é uma pequena cidade localizada no extremo norte do Minnesota, no condado de Koochiching, conhecida também como a cidade mais fria dos Estados Unidos (caixa de gelo da nação), possui uma população em torno de 6170 habitantes.

A única coisa daqui que me lembra a minha cidade natal são alguns moradores ilustres, como por exemplo, os jogadores de futebol americano que disputaram a NFL (National Football League), Frank Youso do New York Giants (meu time do coração), Jim Crotty do Washington Redskins e alguns outros jogadores e técnicos famosos de hóquei que disputaram a NHL (Liga nacional de hóquei).

A Pequena cidade possui só um shopping, o International Mall, um hospital principal, um aeroporto, uma escola famosa e nenhum arranha céu, frustrante demais para alguém acostumado com a variedade da cidade grande.

A três dias atrás eu estava afundando na depressão e agora eu estou dentro de um avião em direção ao Minnesota. Eu ainda me pergunto o que deu na minha cabeça para aceitar me mudar para o interior. Minha mãe queria que eu desse um tempo e que se não me adaptasse podíamos voltar para Manhattan, mas com a condição que eu voltasse a fazer as coisas de sempre.

Mamãe havia dado continuidade nos trabalhos do meu pai, se matriculou numa pós graduação em negócios a distância nos últimos meses e transferiu o trabalho para fazer em casa, ela iria somente aos fins de semana a Manhattan para entregá-los as empresas petrolíferas, algumas vezes posso aproveitar e ir junto visitar minha querida Nova York.

~*~*~*

Diferente do nosso apartamento de Lower Manhattan, a nova casa é a penúltima da rua, uma mansão enorme branca de três andares, os fundos dão de frente para o lago que faz divisa com o Canadá, já a distância entre as casas vizinhas é enorme e cheia de árvores pelo caminho, o que eu agradeço, já que odeio vizinhos curiosos.

Do lado esquerdo da nossa casa, fica a de vovô e a da direita parecia estar em reforma, mas até hoje não sei quem são os moradores, só espero que não sejam chatos.

~*~*~*

Abri meus olhos por causa da claridade que entrava pela janela, o tempo estava claro e não parecia nevar hoje lá fora.

É domingo e meados de abril, tenho três meses para me adaptar e voltar a enfrentar o último ano de high school numa escola nova...aff!

Esfreguei meus olhos para ver as horas no relógio do criado mudo.

— 10 horas da manhã de domingo...aff! — murmurei sonolenta virando de lado e colocando o travesseiro sobre o rosto para continuar dormindo, mamãe foi para Nova York na sexta e eu não tinha nada para fazer mesmo, fiquei até tarde assistindo televisão e hoje dormir é a melhor opção.

[...]

TOC TOC...

Não respondi.

TOC TOC...

Insistiu.

TOC TOC...

Continuei calada.

TOC TOC...

“Quem será agora?” de mau humor levantei da cama para abrir a porta e encontrei vovô com as mãos erguidas em sinal de paz e um sorriso de desculpa no rosto por ter me acordado.

— Que houve vô? — perguntei esfregando os olhos e voltando para a cama, me cobrindo e fechando os olhos para voltar a dormir depois que ele saísse.

— Sua mãe está em Nova York e eu queria almoçar fora com você, se quiser, você pode até escolher onde quer ir que eu te levo querida. — falou se sentando ao meu lado e acarinhando meus cabelos, gesto igual ao que papai fazia.

Suspirei e abri os olhos olhando em sua direção “Apesar da idade ele é tão parecido com meu pai. Tanto na aparência quanto nas atitudes.” — Me dá só alguns minutos para me arrumar? — falei me sentando na cama e bocejando.

— Claro querida, te espero na sala de Tv. — disse me dando um beijo na testa e se retirando.

Me espreguicei como um gato e fui em direção ao banheiro tomar banho para acordar direito.

[...]

Minutos depois...desci as escadas colocando minha bolsa no ombro.

Estava vestida com uma calça jeans preta e botas de couro e cano longo preto, uma blusa segunda pele também preta e um casaco rosa bebê por cima combinando com minha bolsa também rosa bebê, meus cabelos caiam lisos e brilhantes em minhas costas e em meu rosto uma maquiagem leve.

— VOVÔ...VAMOS! — gritei ao chegar à porta da frente.

[...]

Seguimos em direção ao minúsculo shopping que ficava próximo a escola que eu estudaria, o estacionamento estava lotado, o que indica que a cidade estava inteira aqui...suspirei tirando o cinto e saí do carro.

— Onde quer comer querida? — perguntou vovô colocando um de seus braços em cima dos meus ombros.

Sorri para ele me lembrando quando papai falava isso para mim e apenas uma resposta saia por minha boca todas as vezes. — Mc Donalds! —

Ele riu alto me apertando de leve. — Não muda mesmo, né? Desde pequena sempre adorou esse fast food. —

[...]

Após meu avô comprar o lanche, nos sentamos numa das mesas da praça de alimentação.

Notava vários olhares sobre nós, mas os ignorei ao máximo, com certeza estão procurando notícia nova para a pequena cidade, mas eu que não vou dar a eles uma fofoca quentinha.

— O que há querida? Está tensa. — falou vovô me olhando, me conhecia tão bem quanto meus pais.

— Não é nada demais, só que somos a notícia da cidade parada do interior, a garota da maior metrópole do mundo que perdeu o pai num ataque terrorista e veio se esconder na gelada International Falls. — falei chateada jogando meu big mac dentro da caixinha vermelha.

Vovô nada disse, só riu da minha cara. — Fique calma querida, eles não vão comentar isso e sim como você é linda e ótima cheerleader, vai conquistar o cargo de capitã e eles nem se lembrarão do que aconteceu em Manhattan. — falou tentando me acalmar, levei o canudinho da coca a minha boca tentando expulsar a tensão.

— E para te provar que ninguém lembrará o que aconteceu antes eu vou te apresentar algumas pessoas Bella. — falou ele olhando ao redor.

— Ah! Não vovô, por favor não quero conhecer ninguém. — choraminguei arregalando os olhos.

“Vai saber se ele vai querer dar uma de casamenteiro, né? Melhor não arriscar.”

— Calma querida, olha aquela mesa. — vovô apontou discretamente para uma mesa atrás de mim, onde um grupo de jovens comiam e riam entre si.

Soltei o ar que não havia notado que estava prendendo, ele iria apenas falar a respeito das pessoas e não me colocar cara a cara. — Quem são? — murmurei para ele.

— Eles vão estudar com você e eu acho bom que conheça os jovens mais populares dessa cidadezinha, para que não seja excluída por ser novata... —

— Vovô, eu sou líder de torcida, rica e da cidade grande, nem que eu me juntasse com os nerds alguém me excluiria. —falei a realidade, as pessoas sabem quem devem excluir na escola e eu não sou uma opção. Pode parecer esnobe e fútil, mas infelizmente essa é a realidade.

Ele me ignorou e continuou como se eu nem tivesse aberto minha boca para falar. — ...A menina de cabelo loiro escuro e Jéssica Stanley, ela é boa pessoa, mas fofoqueira como a mãe. — deu uma risadinha negando com a cabeça, com certeza lembrando de algo. — Cuidado com ela para não te magoar com palavras. A de cabelo loiro palha é Lauren Mallory, não ande com ela, é má influência e costuma sair com todo tipo de homem, é a notícia da cidade. — revirei os olhos para suas palavras, eu não andaria com ela mesmo, queimaria meu filme com aquele estilo puta rodada. — ...A de cabelo castanho é Angela Welber, toda sua família é de bem, ela sim é ótima pessoa para ser sua amiga querida. — suspirei, era só o que faltava mesmo, vovô querendo decidir minhas amizades...aff! —...Os rapazes são: o loiro de olhos azuis entre Jéssica e Lauren é Mike Newton, sua família tem uma loja de artigos esportivos próximo ao aeroporto, ele é um bom garoto e ótimo partido para você namorar. — falou ele balançando as sobrancelhas sugestivamente.

Engasguei com a coca que bebia atraindo mais olhares para mim.

“Ótimo, todos vão pensar que sou órfã de pai e lesada.” pensei com as bochechas coradas.

— Você está bem Bellinha? — perguntou preocupado quando minha tosse passou e eu estava vermelha como um pimentão.

— Ai vovô, o senhor sabe que eu só vou começar a namorar quando eu achar meu príncipe ou entrar na Columbia e ir morar sozinha em Manhattan. — falei chateada fazendo careta, todos sabiam da minha escolha e papai era quem mais aprovava, porque a filha dele iria esperar o máximo de tempo para se relacionar com garotos.

Ele riu da minha cara. — Certo querida, continuando além de ser bom partido, ele é o quarterback do time de futebol da escola, perfeito para a capitã das cheerleaders, ao lado de Ângela é Ben Cheney seu namorado, também um ótimo rapaz de boa família, ele joga junto com Mike no time, vê a jaqueta de ambos? — eu olhei para eles de novo e acenei positivamente com a cabeça.

— São o orgulho dessa cidade, ganham quase todos os jogos regionais e contra outros estados, quando entrarem na faculdade e jogarem na liga universitária com certeza serão contratados por algum time famoso da NFL, como New York Giantes, New York Jets, Washington Redskins, New England Patriot, Dallas Cowboys ou algum outro time importante desse país. — sentei direito na cadeira ouvindo o que ele falava e pegando uma batata frita deliciosa do Mc Donald.

— E quem é o nerd esquisito? — perguntei de boca cheia.

— Isabella, onde estão seus modos? Não é legal falar de boca cheia. —ralhou meu avô.

Levantei as mãos em sinal de rendição. — Mas então, quem é? — refiz a pergunta.

— É Eric York, não sei como anda com os jogadores de futebol, a cidade inteira acha que ele é gay e isso é estranho, sou de outra época, onde não havia essa opção sexual e sinceramente não compreendo, não quer dizer que eu sou contra, porque a vida é dele e respeito, só não entendo. — falou baixinho o fim, parecia ser mais para si mesmo, mas eu acabei ouvindo e balançando a cabeça com um sorriso orgulhoso no rosto.

“Meu avô pelo visto não foi contaminado pelo sentimento arcaico das pessoas e ele pensa como eu, cada um faz o que quiser da própria vida e ninguém tem nada com isso”. Pensei feliz por ele não ser idiota.

— Vamos embora? — chamei me levantando.

— Claro filha. —

Ao sairmos da praça de alimentação, fomos andando pelo shopping minúsculo até a saída, vovô me apresentava a todos que o cumprimentavam, tantos adultos como adolescentes. “Por que aqui não tem um drive thru? Assim já estaríamos em casa a tempos.” pensei forçando um sorriso para um amigo de vovô.

Com muito custo voltamos para a paz de minha casa já no início da noite.

[...]

Dias depois...

Hoje é sexta feira, o dia está um pouco mais quente que o normal, ainda não tem sol, mas mesmo assim o clima está diferente.

Mamãe acabou de ir para Manhattan entregar seu trabalho para as empresas, perdi o sono cedo depois que ela saiu e resolvi me levantar.

Fiz minha higiene matinal e vesti uma roupa leve, um short curto e uma camiseta branca, prendi meus cabelos num rabo de cavalo alto e fui tomar café da manhã.

Estava cheia de tédio sozinha nessa casa, vovô também retomou os casos em seu escritório e só estaria livre sábados e domingos.

Sem nada de bom para fazer, fui arrumar meu quarto, ainda não tinha tido ânimo para colocar toda a minha mudança no lugar.

Para não ficar tão chato o trabalho, liguei o rádio em busca de uma música bem legal, mas nas rádios locais só passavam country, jazz e rock passado...aff!

Liguei meu computador e conectei um cabo do som, acessando a internet entrei numa rádio de Nova York, a Pulse87 NY e bem na hora iniciava uma das minhas músicas favorita, Empire State of Mind do Jay Z e da Alicia Keys, aumentei o som e sem pensar duas vezes comecei a cantar alto juntando as roupas e sapatos espalhados pelo quarto, feliz ao ouvir a música eu girava como se estivesse dançando. — In New York...Concrete jungle where dreams are made of...there’s nothing you can’t do...Now you’re in New York...The lights will inspire you...Lets here it for New York, New York, New York...One hand in the air for the big city...street lights, big dreams all looking pretty...no place in the world that can compare... — abri a porta de vidro da varanda do meu quarto, enquanto cantava alto. — ...Put your lighters in the air, everybody say yeaaaahh.... — virei e quando entrava senti um frio na espinha me congelando no lugar, um medo estranho me consumiu, parecia que eu estava sendo observada por alguém lá fora, eu já não cantava e nem ouvia mais, meu coração batia acelerado e minha respiração estava presa em minha garganta seca, minutos se passavam e eu ainda estava de costas como uma estátua, tomei uma respiração profunda e forçada, com a pouca coragem que me restava virei lentamente com os olhos arregalado, olhando a rua lá fora e as árvores próximas, mas não havia ninguém lá.

Soltei o ar que estava preso em meus pulmões, era apenas coisa da minha cabeça fértil, mas mesmo assim fechei a porta de novo e desci até o primeiro andar conferindo se tudo estava trancado, pode ser besteira, mas é melhor estar atenta.

Dizem que cidade pequena tem mais psicopata que nas grandes, eu que não vou contrariar, nunca morei num ovo como essa cidade para saber.


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Notas finais do capítulo

Obrigada por todos os comentários.