Die Young - Os céus tem um plano para você escrita por Mi Cullen


Capítulo 10
Esqueça Aqueles Planos. Eles Não São Mais Seus.




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Pov narrador

Após o ataque no nordeste dos Estados Unidos, o governo sentia a segurança nacional ameaçada, então o presidente Bush aumentou o controle de vigilância dentro do país, principalmente em aeroportos.

Como resposta aos terroristas, se uniu com alguns países europeus, contrariando até a ONU e declarando guerra ao terror “Guerra do bem contra o mal”(palavras do ex presidente) para acabar com o terrorismo no Oriente Médio.

No mês seguinte os líderes políticos apoiados emocionalmente pelo mundo seguiram em frente e invadiram países usando de sua potência tecnológica e econômica, imporam o militarismo com objetivo de acabar com grupos terroristas.

Mas os ataques terroristas são um ciclo vicioso e que com o passar dos anos indica estar longe de acabar, mesmo com a pressão ocidental eles continuam agindo sem punição.

Os nova iorquinos comovidos com o ataque ao centro econômico queriam lembrar o complexo do World Trade Center, por isso iniciaram um projeto para sua reconstrução.

O antigo possuía sete edifícios, sendo as torres gêmeas as mais conhecidas, a nordeste da antiga torre norte construiriam uma nova com 112 andares que ficaria conhecida também como Freedom Tower (torre da liberdade) e seria o arranha céu mais alto dos Estados Unidos, com uma base de concreto de 187 pés coberta de vidro, contaria ainda com a construção de outros prédios para escritórios no complexo, um esforço para lembrar o World Trade Center original.

No lugar onde ficavam as torres gêmeas construiriam o Nacional September 11 Memorial & Museum (Museu e Memorial nacional do 11 de Setembro) em homenagem as famílias das vítimas do ataque terrorista.

Houve também a criação de um memorial para as vítimas do Pentágono ao ar livre, já o voo 93 teve seu memorial construído 97 km a sudeste de Pittsburg.

POV BELLA

/Você não está sozinho

Juntos nós ficamos de pé

Estarei ao seu lado

Você sabe que segurarei sua mão

Quando fizer frio

E parecer ser o fim

E não tiver para onde ir

Continue aguentando

Porque você sabe que conseguirá

Apenas seja forte

Não há nada que possa dizer

Nada que possa fazer

Antes que seja tarde demais

Isso tudo poderá desaparecer

Continue aguentando

Keep Holding On – Avril Lavigne

Abri meus olhos com certa dificuldade, minha cabeça latejava e a luz me incomodava, me sentia cansada e com os músculos todos doloridos.

— Que bom que você acordou querida! — a voz familiar da minha mãe soou ao me lado.

Fixei meus olhos nela, mas minha atenção logo foi atraída para a sala que nos encontrávamos.

Analisei tudo tentando compreender o que eu fazia alí, deitada numa cama de hospital. Eu estava cheia de hematomas e algumas partes enfaixadas.

— O que aconteceu? — perguntei roucamente a minha mãe, enquanto eu olhava o soro conectado no meu braço esquerdo.

Aguardei pacientemente e não obtive resposta, olhei em sua direção e ela estava próxima a janela de costas para mim. Franzi o cenho para sua atitude e chamei mais uma vez. — Mãe. — talvez ela não tivesse me ouvido.

Olhei mais atentamente para a figura frágil e notei seus ombros tremerem um pouco. — O que houve mamãe? — questionei mais uma vez começando a me preocupar com seu choro.

Ela girou em minha direção com os olhos vermelhos e o rosto abatido, meu coração deu um salto no peito e minha cabeça latejou forte.

— Fomoos..atacados e...seeuu pai...está desaparecido. — sua frase saiu estrangulada pelos soluços.

Abri a boca em choque com suas palavras, enquanto isso meu cérebro trabalhava arduamente tentando trazer de volta minhas últimas lembranças.

“Eu indo encontrar meu pai no trabalho...eu com minha paranoia de perseguição...eu chegando ao WTC...a poeira...o terror...a escuridão”.

— NÃÃÃÃOOOOO! — gritei alto caindo em prantos.

Levantei num salto da cama arrancando o soro e me dirigindo a porta. Eu precisava encontrar meu pai e não aceitaria sua morte, ele sempre foi importante para mim e eu não iria abandoná-lo agora. Quando alcançava a porta fui agarrada na porta por alguém e logo comecei a me debater.

— AHHHHH! ME SOLTA! — eu gritava e esperneava ao mesmo tempo. Eu tinha que encontrar meu pai e ninguém vai me impedir. Usei toda a minha força até ser tomada pela escuridão.

[...]

Assim que acordei novamente eu ainda estava na cama do hospital.

Tentei me levantar e fui impedida por minha mãe.

— Já o encontraram? — perguntei a ela desistindo de lutar, eu me sentia fraca e sabia que precisava me recuperar antes de ir atrás dele.

Ela negou com a cabeça.

Respirei fundo tentando manter a calma, não adiantava nada me estressar agora e perder qualquer oportunidade de encontrá-lo.

— Isso não significa que ele esteja morto. — disse para mim mesma com um fio de esperança.

TOC TOC

Olhei ansiosamente para a porta na expectativa de noticias boas, mas para a minha frustração entrou uma mulher vestida de jaleco branco. Virei o rosto para o outro lado e bufei. Eu não queria receber visitas, ela colocou algo na mesa de cabeceira e se aproximou mais alcançando minha irritação.

— Está tudo bem Senhorita Welch? — perguntou-me uma enfermeira de meia idade.

— Estou. — respondi com a voz fria.

— Fique tranquila, vai dar tudo certo querida. — disse docemente acariciando meus cabelos.

Acenei afirmativamente para ela, enquanto várias lágrimas começaram a escorrer por rosto. Eu não conseguia mais segurar e desabei mostrando meu desespero. — Quando vou ter alta? — perguntei sem lhe direcionar um olhar.

— Acredito que hoje. Você só teve alguns hematomas e bateu a cabeça, mas nada preocupante, em breve o médico virá te ver. — deu uma pausa antes de continuar. — Ah! E estas flores foram mandadas em seu nome. — disse se retirando.

Olhei incrédula para as flores que tinham um cartão. Abri a boca e fechei várias vezes sem conseguir pronunciar uma palavra.

A raiva se apoderou de mim e num ato impensado eu derrubei as flores no chão.

— Isabella! — repreendeu minha mãe. — O que pensa que está fazendo? — veio para o meu lado recolher as flores.

— Jogue no lixo mãe. — disse com a voz dura e o rosto molhado pelas lágrimas.

— Por que? — questionou-me com olhos confusos.

— Porque ninguém sabe se meu pai está realmente morto para me mandar flores. Eu não admito que ninguém diga isso até que o corpo dele apareça. — terminei sendo tomada por uma nova onda de lágrimas.

Ninguém tinha o direito de me mandar os pêsames sem ter certeza que meu pai estava morto.

[...]

Recebi alta naquela tarde e fui para casa acompanhada por minha mãe. O nosso apartamento parecia maior e eu não sabia para onde ir.

Soltei um suspiro pesado me jogando no sofá.

Eu já havia chorado tanto que as lágrimas pareciam ter secado. A angústia que eu sentia, por não ter notícias do meu pai, formava uma bola em minha garganta dificultando minha respiração.

Logo que chegamos minha mãe se enfiou em seu quarto me deixando sozinha. Eu entendia sua dor, mas era hora de ficarmos unidas.

“Como você é egoísta, Bella. Talvez devesse dar um tempo a ela.” Ralhou comigo minha consciência.

Bufei comigo mesma, a loucura ainda não havia me abandonado.

Fui até a cozinha e peguei uma barra de chocolate, isso sempre me acalma, voltei para sala esperando por notícias.

Não sei quanto tempo se passou até que eu adormeci no sofá.

Senti um carinho delicado em meus cabelos e abri os olhos lentamente, quando eles se ajustaram a luz eu soltei um grito.

— AAHHH! VOVÔ VOCÊ ESTÁ AQUI!!! — pulei do sofá em seu colo e dessa vez as lágrimas vieram com mais força ainda.

— Vai ficar tudo bem filha. Vai ficar tudo bem. — dizia ele me apertando em seus braços. Era bom ter o vovô por perto, eu me sentia mais forte com ele aqui.

Deitei a cabeça em seu ombro e aspirei seu cheiro tão familiar, tão parecido com o do meu pai.

— Você...vai...ficar? — perguntei entre os soluços.

— Enquanto você precisar de mim querida. — respondeu vovô conseguindo me acalmar algum tempo depois.

[...]

5 dias depois...

Os meus avós maternos vieram rapidamente para Nova York quando souberam do ocorrido com meu pai e não pareciam se importar.

Eu nunca fui muito próxima a eles exatamente porque não gostavam do meu pai e a presença deles aqui me incomodava, pois as vezes eu ouvia eles dizerem para minha mãe se conformar e seguir a vida dela.

Isso me irritava e inúmeras vezes tive que me segurar e manter a educação, fazia isso porque sabia o quanto meus pais se amavam.

Logo, as equipes de resgate havia revirado todos os escombros e nem sinal do meu pai. Eu nunca acreditei que ele estivesse morto e com as últimas noticias muito menos.

A polícia nos aconselhou a fazer um enterro, mesmo que o corpo não tivesse sido encontrado. Eu fui contra, porque se não acharam o corpo é porque ele está vivo e perdido por aí.

Usei todos os meus argumentos para convencer minha mãe e meu avô, tudo em vão, eles sempre me diziam que a infelizmente as chances do corpo dele ter virado pó com o fogo era maior que a dele não estar no prédio. Afinal já se passaram seis dias desde o ataque e ele não voltou para casa.

Minha mãe acabou encomendando e arrumando tudo para o enterro sem corpo no cemitério do Queens. Eu não conseguia parar de pensar que talvez ele estivesse batido a cabeça e perdido as memórias, que talvez ele estivesse perdido pelas ruas sem saber como voltar.

Meu coração doía só de pensar, mas o que uma garota de 16 anos poderia fazer quando todos os familiares acreditavam em sua morte?

Eu me recusei a ir ao enterro mentiroso e prometi a mim mesma que teria paciência e fé, porque no fundo eu tinha esperanças do seu retorno.

[...]

Um mês depois...

Eu chorava todas as noites desde aquele dia horroroso.

Sentia falta do meu pai e começava a acreditar realmente no seu falecimento.

Eu havia desistido dos amigos, do colégio, de entrar na faculdade e das cheerleaders.

Caia numa depressão que talvez pudesse não ter mais volta.

— Isabella, por que não sai com o Taylor? — perguntou minha mãe da porta do quarto. — Ficar assim não te faz bem. — se aproximou acariciando meu cabelo. Eu estava deitada em minha cama lembrando os momentos felizes em família.

— Estou sem vontade. — disse fechando os olhos. Sabia que minha mãe estava certa, mas o desânimo falava mais alto.

Eu parecia um corpo sem alma em cima da terra, não comia, não dormia direito e não falava com ninguém, sentia como se o brilho da minha vida estivesse se apagado.

Eu ficava até tarde da noite na janela olhando a rua, esperando que tudo fosse uma mentira e que o meu pai retornasse do trabalho, mas infelizmente ele nunca voltou.

Dormir se tornou meu inferno pessoal, quando eu dormia os pesadelos me atormentavam e nem o garoto dos meus sonhos estava mais lá para me ajudar a ter dias melhores.

POV ISABEL

— John, preciso da sua ajuda. — disse me sentando no sofá, logo meu sogro me encarou.

— Diga filha. — olhou ternamente para mim esperando que eu começasse.

Minhas mãos tremiam em meu colo e eu respirei fundo antes de começar a falar. — Eu estou com medo de Isabella estar em depressão. Ela se afastou de todos e não se importa com mais nada. Eu não sei mais o que fazer, eu não quero perder a minha filha também. Eu sinto tanta falta do William. — despejei tudo que sentia em cima do meu sogro que veio para o meu lado me consolar.

Eu gostava dele como um pai.

— Shiii filha, não chore. Eu já tinha percebido e só estava esperando que você fizesse algo, mas já que está se sentindo perdida podemos resolver isso como uma família unida. — falou me abraçando fortemente.

As lágrimas agora corriam livremente por meu rosto.

— O que você sugere? — perguntei com a voz embargada.

Ele soltou um suspiro e me encarou firmemente. — Talvez você devesse ir com Isabella para a minha casa. Lá é uma cidade pequena e seria mais fácil você cuidar dela. O ar aqui está muito pesado e vocês precisam dar um tempo. No próximo ano ela irá para a faculdade você não pode esperar muito. —

O que fazer?

Será que eu devia aceitar?

Meu coração deu um salto no peito.

Tentei pesar os prós e os contras antes de responder.

— Vou avisar minha filha e comprar as passagens, embarcamos para o estado do Minnesota o mais rápido possível. — disse indo para o meu quarto ligar o computador.

Eu faria o melhor de mim por ela.

E agora minha filha precisava de mim e eu estaria lá para segurá-la.


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