Enquanto você dormia escrita por Grazy


Capítulo 9
The Party, Part II


Notas iniciais do capítulo

Hey my cupcakes de chocolate com baunilha e brigadeiro.(Sim, eu estou com fome)
Bem, mais um capitulo para vocês, este ficou muito longo foram exatas 3.744 palavras, para a leitura não ficar cansativa sugiro que parem ao final do Flashback e voltem a ler quando se sentirem confortáveis.
Boa leitura, paçocas.
E LEIAM AS NOTAS FINAIS!!!!!



Time... time was meant for mending
Memories into all is satisfactory.
Bright Eyes – Jason Mraz



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/583222/chapter/9

Pov. Elena

Senti uma mão contra o meu ombro me balançando na cama, abri um pouco os olhos vendo alguém abrir as persianas e raios solares me segarem por segundos, me virei na cama afundando a cabeça no travesseiro.

– Nada de dormir! – A voz de Nathan me fez levantar um pouco a cabeça para ver os números que o relógio marcavam, e eram... 8:00.

– Oque você está fazendo aqui a essa hora? Não era as 10:00? –Virei para vê-lo.

– Era, mas sua mãe me ligou dizendo que você iria sair e nada de driblar a fisioterapia dessa vez – Ele sentou na cama puxando o travesseiro – Como foi com seus filhos?

– Acho que bem, eles são perfeitos, tão perfeitos que nem da pra acreditar que são reais. – Sorri me sentando na cama de costas para ele.

– Eu tive um filho, o nome dele era Luck. – Podia não vê-lo mas pelos seu tom de voz ele estava triste.

– Oque aconteceu com ele? – Perguntei me virando um pouco na cama.

– Morreu, na verdade ele viveu por muito pouco tempo, minha mulher morreu no parto e ele duas horas depois. – Ele abaixou os olhos apertando o lençol a cama – Fico feliz que tenha se resolvido com os seus.

– Você está com outra mulher? – Me levantei pegando o celular no criado mudo.

– Não, na verdade eu não conseguiria, a amei demais, nenhuma outra mulher me faria sentir o mesmo, não me faria bem. – Assenti.

– É porque era real, mas... você pode me esperar lá em baixo? Eu só vou tomar uma ducha e já desço. – Ele concordou saindo do quarto.

Me sentia bem, como não me senti desde que acordei, no início eu tinha medo, tinha medo de dormir e não acordar mais, porem agora, não, eu me sinto bem, livre de qualquer duvida, não que saber que o Damon tem outra me deixou feliz mas saber da verdade me deixou livre, eu não preciso mais imaginar coisas agora eu tenho verdade e fatos;

Tomei um banho rápido e peguei a roupa mais leve que eu tenho, ainda não tinha certeza de que conseguiria descer as escadas mas se não tentasse nunca saberia, me encostei no corrimão e desci degrau por degrau, até chegar ao ultimo e quando o fiz me senti uma verdadeira vencedora.

– Filha, você fez desceu sozinha? – Minha mãe me abraçou com um excesso de animação.

– Mãe, eu desci uma escada, não consegui a paz mundial. – Ela riu sem humor e continuou me abraçando.

– Isso é um avanço, não é? – Ela perguntou ao Nathan que assentiu sorrindo.

– Mamãe, se você ligou para ele me acordar a essa hora será que podemos fazer a fisioterapia? – Ela assentiu dando um beijo na minha bochecha e subindo as escadas.

– Você deveria valorizar mais sua mãe. – Nathan murmurou dando a mão para me ajudar a deitar em uma espécie de micro maca.

– E eu valorizo, só que ela me trata como se eu fosse uma criança...

– Ela se preocupa com você, é diferente, minha mãe, por exemplo, praticamente me jogou na faculdade de fisioterapia e hoje eu não me imagino fazendo outra coisa. – Ele começou a movimentar minhas pernas e braços.

– Eu sempre quis ser publicitaria, sonho de infância, sabe? Eu me formei em publicidade, mas eu já estava grávida e como eram gêmeos a médica acho melhor eu não começar a trabalhar, ai eles nasceram eu passei os primeiros meses em casa e depois o acidente, no fim eu nunca cheguei a exercer a profissão. – Ele continuou movimentando minha articulações.

– Eu posso te ajudar, você ainda não está completamente bem, mais em uma ou duas semanas eu posso diminuir as seções e te dar alta para trabalhar, claro que não por muito tempo mas algumas horas por dia. – Ele me ajudou a sentar e me deu alguns pesos para que levantasse.

– Quem iria me querer como funcionária? – Perguntei fazendo esforço para levantar os pesos.

– Você é uma Salvatore, não é?

– Eu não sei, ainda não sei se o Damon se divorciou de mim. – Ele assentiu com a cabeça.

– De todo modo você se casou com divisão de bens, não? –Assenti – Então o mínimo que ele pode fazer é te dar um emprego, não é?

– Não, eu não quero nada dele! Ele pode pegar a empresa e ir para as profundezas que eu não me importaria. – Ele riu e tirou os pesos das minhas mãos.

– Ah, o amor é tão intenso, não é? – Dei um beliscão em seu braço.

– Você quer que eu te mostre o quanto eu estou bem, porque estou com saudades de bater em alguém. – Ele riu e me ajudou a descer.

– Que agressividade, você deveria ser menos ingrata comigo.

Ficamos naquilo por mais ou menos uma hora até que ele terminou e foi embora, fiquei sentada na sala assistindo televisão.

– Trouxe o café da manhã. – Minha mãe colocou uma bandeja com frutas, alguns biscoitos, e suco de laranja.

– Café da manhã? Cadê o café? – Ironizei, não consigo viver sem minha cafeína e estou sem ela a mais de um mês.

– Justo, mas se a médica acha melhor você não tomar cafeína você não vai tomar, então você agora vai tomar seu “suco da manhã”. – Ela deixou a bandeja e foi até a cozinha.

Tomei um pouco do suco e a companhia tocou, minha mãe voltou rapidamente para atender e 4 malucas estavam atrás da porta rindo como retardadas.

– Meninas. – Minha mãe disse com a mesma falsa animação que ela usava quando nós éramos adolescentes.

– Miranda! – As quatro abraçaram juntas minha mãe.

– Lena, se precisar de mim é só chamar. – Minha mãe avisou indo até a cozinha.

– E vocês? Oque fazem aqui? –Perguntei as garotas que se jogavam no sofá.

– Ontem a noite recebemos uma ligação da sua cunhadinha e ela nos convidou para ir ao shopping com vocês, e nós só não negamos duas coisas nessa vida, uma ida ao shopping e chocolate. – Hayley falou animada.

– Ok, alguma de vocês pode me ajudar a subir as escadas, tenho que me vestir. –Terminei de tomar o suco e peguei mais uma bolacha.

– Deixa comigo! – Caroline falou se levantando e me ajudando a levantar.

Ela me ajudou a subir as escadas e se jogou na minha cama assim que entramos no quarto, revirei os olhos e entrei no banheiro, tomei um banho relaxante e assim que sai Caroline estava sentada na cama, não parecia nada bem.

– Car? – A chamei e ela levantou os olhos para mim – Você está bem?

– Como foi quando você estava gravida? – Ela perguntou – Sentia enjoou a todo momento?

– Sim, mas... você está gravida? – Perguntei e ela deu de ombros.

– Eu não sei, espero que não, mas vai se vestir, vamos nos atrasar. – Ela saiu do quarto e eu fui até o closet pegando uma roupa, coloquei as roupas e sentei na cama.

– Elena? – Minha mãe surgiu na porta – Fica com isso, querida.

Ela me esticou um cartão de crédito, com um pequeno papel aonde estava uma senha, ela não me deixou dizer nada só me puxou para cima me levantando.

Assim que chegamos na sala as garotas já estavam em pé, minha mãe basicamente me jogou na cadeira de rodas.

– Tem como nós não irmos de carro? – Perguntei enquanto Hayley empurrava a cadeira de rodas pela rampa improvisada da varanda.

– Claro, você quer ir andando por quase 2 quilômetros? – Bekah falou enquanto eu levantava da cadeira de rodas e minha mãe a colocava no porta malas do carro.

– Vem Elena! – Bonnie chamou impaciente no banco trás.

– Só um minuto –Pedi me afastando do carro, peguei o celular no bolso de trás e disquei o número da psicóloga, demorei a me entender com o celular, ele era tão fino que tive medo de quebrar aquele troço, parecia até mágica que eu encostasse os dedos e aquilo mudasse de tela, claro que eu já tive um celular mas na época ele era mais grosso e tinha botões, quando finalmente me entendi com aquele aparelho consegui ligar para a psicóloga – Dra. Kim?

– É ela, quem fala? – Sua voz saiu esganiçada e depois ela tossiu algumas vezes.

– Elena, e eu menti, eu não estou bem – Ontem ela me ligou querendo marcar uma consulta mas eu jurei que não precisava, que eu estava bem, obviamente era mentira – Toda vez que eu entro em um carro me sinto mal, assustada, as memórias do acidente voltam, é como se eu estivesse vivendo aquilo novamente, oque eu faço? Tenho que sair hoje.

– Calma, Elena, eu não sei, você deveria vir aqui para conversarmos, mas por hora, talvez quando as memórias ruins voltarem você deva substitui-las por boas, de todo modo, venha aqui amanhã, ás duas em ponto. – Ouvi um ruído de papel e com certeza ela havia anotado alguma coisa.

– Muito obrigada. – Desliguei o aparelho e fui até o carro aonde as quatro garotas estavam impacientes, abri a porta do passageiro e Carol me fitou curiosa.

– Tudo bem? – Ela questionou curiosa e eu assenti.

Ela ligou o motor, minha mãos ficaram gélidas e tremulas, as memorias voltaram com força total, e eu fiquei revivendo o acidente de novo, e de novo, entrelacei os dedos das minhas mãos e fechei os olhos, substituindo aquelas memorias pelas melhor que eu tinha, que era o momento em que meus filhos nasceram.

***Flashback on***

Senti uma pontada na minha barriga, não chegou a doer, não era algo insuportável mas foi o suficiente para me acordar, olhei para o imenso volume na minha barriga e senti uma outra pontada menos intensa.

– Não querem deixar a mamãe dormir, não é? – Passei a mão pelo imenso volume da minha barriga, me sentei na cama vendo Damon deitado sem camisa como lençol na altura da cintura – Oque vocês querem, meus amores?

Senti mais uma longa pontada no meu ventre que dessa vez me fez urrar de dor, agarrando o lençol da cama, Damon acordou e levantou da cama em um pulo, e depois se sentou perto de mim.

– Oque foi? – Ele perguntou preocupado, senti mais uma pontada e gritei novamente.

– Acho que alguém quer ver o mundo! – Ele sorriu encantado com olhos marejando, intercalou, olhares entre minha barriga e meu rosto, dei mais um urro de dor – Querido, eu sei que é incrível, mas se não me levar para o hospital agora juro que vou arrancar até seu ultimo fio de cabelo.

– Ok, bem... a mala está pronta, as cadeirinhas no carro, os berços montados, o portãozinho na escada, os cercadinho...

– Damon... se preocupe com isso depois porque agora estou tendo pensamentos assassinos com você! Esta doendo muito! – O interrompi com mais um grito de dor.

– Você tem razão, vem, vamos para o carro! – Ele veio pelo outro lado da cama até mim.

– Nada disso! – O interrompi antes que ele me levantasse – Você não faz ideia do quanto é irresistível sem camisa, não vai assim!

– Você vai ser ciumenta até mesmo na hora que nossos filhos estão nascendo? – Assenti levemente enquanto sentia mais uma pontada mas consegui abafar o grito – Pronto!

Depois de ele estar devidamente vestido, ele me ajudou a levantar, estava deitada em uma poça de água com algumas filetas de sangue, assim que começamos a andar notei uma coisa, eu ia fazer uma cesariana, não parto normal, eles estavam vindo antes da hora e entre os gritos de dor senti meu coração se apertar.

Depois do carro tudo foi muito rápido, o hospital era próximo de casa então em 8 minutos aproximadamente chegamos lá, Damon teve que me levar no colo e digo que admiro a força desse moreno, estar gravida de gêmeos te deixa realmente pesada depois disso vi Damon gritar por ajuda e assim que adentramos o hospital alguns enfermeiros vieram correndo até mim com uma cadeira de rodas.

O parto é uma memória bem vaga pra mim, sei que meus gritos de dor poderiam ser ouvidos a quilômetros de distancia, sei que perguntei a Damon porque ele havia feito isso comigo, o culpei por estar sentindo tanta dor, sei que quase quebrei sua mão até porque ele teve que enfaixar a mesma e ficou assim por uma semana, mas tudo passou quando ouvi o primeiro chorinho.

– E quem veio primeiro foi... – O médico fez um suspense enquanto entregava a minha bolotinha para uma enfermeira que o limpou – Foi... o Miguel.

Envolvi a bolotinha em meus braços ouvindo seu chorinho agudo adentrar meus ouvido e vi ele se contorcer, senti um pezinho em minha barriga lembrando que meu trabalho ainda não havia acabado, dei um beijo na testa do meu garotinho e o entreguei novamente para a enfermeira. A garotinha por sua vez pareceu ter ficado brava por não ser a primeira já que saiu em um pulo, mas eu não ouvi seu chorinho e comecei a me preocupar.

– Ela esta bem? – Questionei e quase como se respondesse minha pergunta mais um choro foi ouvido no quarto.

– Está, é uma menininha linda e saudável. – O médico entregou a minha garotinha para a enfermeira que fez o mesmo processo antes de me entregar a garotinha.

Ela realmente ficou chateada por não ter sido a primeira já que batia suas mãozinha descontroladamente em meus corpo, afaguei seu poucos cabelos castanhos e aos poucos ela foi se acalmando e começou passar as mãos delicadamente pelo meu pescoço, meu instinto materno estava a toda já que quando a enfermeira tentou tirar meu bebezinho dos meus braços eu segurei mais firme a afastando da mão dela.

– Calma, eu só vou fazer os primeiro procedimentos, já devolvo ela. – A enfermeira explicou calmamente e eu assenti ainda relutante colocando minha filhinha nos braços dela.

– Só... – Iniciei e ela se virou um pouco com minha bolotinha aninhada em seu braços – Só tome cuidado.

A enfermeira riu e se afastou, espera, aquilo não foi uma concordância, ela não disse que sim, ou, não se preocupe, porque ela não disse?

– Ei! – A voz de Damon me fez virar a cabeça – Eles vão cuidar dela, olha nosso garotinho aqui – Ele estava com nosso garotinho aninhado em seus braços que estava com os olhinhos semiabertos e já limpo – Ele é perfeito, você é perfeita, nossa garotinha é perfeita...

– Quanta perfeição! – Ri segurando seu rosto e o aproximando um pouco dando um rápido selinho – Eu te amo.

– Eu também te amo, e... – Ele pareceu um pouco intimidado – Obrigado, por eles, obrigado por ser a mãe dos meus filhos.

– Nossos filhos – O corrigi e ele assentiu sorrindo abertamente – E por nada, são nossos filhinhos, e que fique claro, vão ser só eles dois.

– Quem sabe? – Ele riu colocando o meu garotinho sobre meus braços e meus uma carinho no meu ventre depois dando um leve beijo, ele sabe que não tem mais nada lá, certo? – Quem sabe essa barriguinha não faça mais mágica?

– Oh, não vai fazer, essa “mágica” me deixou gordinha – Afaguei meu bebê e a enfermeira trouxe minha garotinha para meus braços – Mas ficar gordinha nunca valeu tanto a pena.

Algumas horas depois eu já estava no quarto, meus bebês dormiam tranquilamente um em cada braço, Damon estava sentado atrás de nós afagando os cabelos deles e depois os meus, ele sussurrava o quanto estava feliz, Jeremy e Bonnie já tinha ido me ver, Paola foi conhecer os sobrinhos e acabou dormindo na poltrona ao lado da minha cama, Stefan também já tinha ido assim como meus pais e Giuseppe, só faltava Grace.

– O Meus Deus! – Grace exclamou assim que entrou no quarto e Damon fez um sinal para que ela falasse baixo.

– Quer conhecer seus netos, Sra. Salvatore? – Damon falou baixo e ela sorriu emocionada.

– Claro, mas antes... – Ela tirou uma câmera da bolsa que carregava – Vamos, sorriam!

Não foi difícil sorrir considerando o quão feliz eu estava, finalmente estava segurando minhas bolotinhas em meus braços, e estava vivendo a vida que eu sempre desejei, tenho filhos lindos, um marido incrível e uma família maravilhosa.

***Flashback off***

– Elena? – A voz estridente de Caroline e o seu toque em meu rosto me fez acordar.

– Sim? – Balancei a cabeça tirando aqueles pensamentos.

– Chegamos! – Hayley falou me puxando para fora do carro.

– Tão delicada quanto uma granada, não é Hay? –Murmurei enquanto arrumava a ponta do meu suéter.

– Sempre, querida. – Ela respondeu pegando minha cadeira de rodas.

– Não, eu... vou andar. –Ela assentiu guardando novamente a cadeira.

Dei alguns passos vendo a imensidão do shopping, não me sentia confortável em lugares tão abertos e com tanta gente, era como se eu viesse de um passado, a muito esquecido, e todos que me viam diziam: “A Gilbert que acordou do coma”, eu era assim para todos, todos que me viram em noticiários ou jornais, eu sempre sou “ A garota que perdeu tudo”, é difícil viver desse jeito.

Estava me aproximando da fonte quando vi duas crianças correndo na minha direção com suas perninhas pequenas e seus sorrisos enormes, me abaixei os envolvendo em um abraço apertado.

– Oque são compras sem crianças para nos encher? – Paola falou surgindo atrás deles um pouco ofegante, sorri para ela, e soltei os dois.

– Então vieram fazer compras comigo? – Questionei aos dois que sorriram sapecas.

– Tia Paola prometeu sorvete. – Bella falou com um sorrisinho de canto que herdou do pai.

– Pois bem, as compras então! – Andei em direção as escadas rolantes e senti uma mão puxar a ponta do meu suéter.

– Posso segurar sua mão? – Minha garotinha perguntou tímida.

– É claro. – Segurei sua mão pequena na minha e seguimos paras as escadas.

*** 1 semana depois ***

Seu grito fez com que todos descemos um passo para traz, ela começou a falar coisas desconexas e em um tom muito alto, todos voltaram os olhos para nós.

– Você não me viu? Porque você fez isso? Já falei que não é para ficar correndo! – Ela gritou com Bella que se escondeu mais ainda atrás de mim.

– Você está maluca? Porque está gritando com a minha filha? –Antes mesmo que pudesse deter as palavras saíram de minha boca.

– Ah, ótimo ela agora é sua filha, então fato de eu ter criado e educado ela não significou nada? – Ela voltou a gritar.

– Se você a educou com a mesma educação que tem, não acho que tenha ajudado mais do que atrapalhado, e ela sempre foi minha filha vocês só não contaram isso a ela. – Ela parecia querer responder mais foi impedida por Damon que segurou seu braço.

– Você está sendo infantil, estão todos olhando para nós– Ele falou perto dela – E Elena está certa, foi um acidente, ela pediu desculpas e pronto, é uma criança!

– Ok, você está certo – Ela pegou um guardanapo que um dos garçons esticou para ela e passou pelo vestido, e em seguida se abaixou perto da Bella – Ei! Eu sinto muito, não quis gritar com você, me perdoa?

Dei um passo para o lado para permitir que Bella a visse e só agora percebi que ela chorava, parecia tão frágil, tão delicada, a loira abriu os braços esperando que minha filha a abraçasse, ao invés disso ela correu até mim me abraçando forte, ela soluçava.

– Então é assim, você a prefere? – Ela perguntou a menina que não respondeu, só soluçava enquanto me abraçava.

– Fran vamos lá para dentro, você troca de roupa e depois nós conversamos, ok? – Damon segurou seus braços a erguendo.

– Damon... – O chamei – Eu e você temos que conversar, sério, e quando você terminar isso – Apontei para Francesca – Vou estar sentada, e nossa conversa é algo inadiável.

Segurei a mão da Bella e a fui em direção a uma das mesas, sentei em uma das cadeiras para vê-la melhor, ela estava com os olhos azuis inchados e ela chorava muito, a abracei esperando que aquilo passasse mas não ela continuava chorando.

– Princesa – A afastei um pouco para ver seus olhos – Por que ainda está chorando?

– A Fran... nunca tinha gritado... comigo antes. – Ela falou entre soluços.

– Ela gritou, mas eu posso fazer isso... – Dei vários beijos em seu rosto – E isso... – Fiz cosquinhas nela que começou a rir – Está vendo, sempre sorrindo, ok?

Ela assentiu esticando os braços para eu a segurar, eu o fiz a aninhando em meu corpo e ela deixou a cabeça cair sobre meu ombro, a balancei um pouco e ela pareceu quase pegar no sono mesmo com a musica em tom ambiente que tocava.

– Promete não deixar a Fran, nem o papai ficar perto de mim? Ele ficou lado dela. – Ela sussurrou manhosa no meu ouvido.

– Sim, querida, eu prometo. – Ela cedeu ao sono e ficou ali dormindo no meu ombro, com seu vestidinho roxo, suas sapatilhas brancas e seus cabelos castanhos caindo em meu peito me ocupei em brincar com os fios de seus cabelos.

– Gostei daquilo, na entrada. – Um homem se sentou na outra cadeira da mesa.

– Da briga? – Questionei sem olha-lo.

– Na verdade não – Ele sussurrou puxando a cadeira para ficar de frente para mim – De você, defendendo a sua filha, como uma leoa defendendo seu filhote.

Ergui meu olhar para ele, que mantinha um sorrisinho desafiador nos lábios, ele levou a mão até minha garotinha e eu a afastei do contato dele, nem o conhecia, não deixaria que tocasse nela, ele deu mais um sorriso e então levou a mão até os cabelos de Bella afagando levemente o local.

– Quem é você? – Perguntei tirando lentamente a mão do cabelo da minha filha.

– Importa? – Ele disse irônico e eu lhe lancei um olhar levemente bravo – Vai dizer que não sou seu tipo? Cabelo preto, olhos claros, forte e incrivelmente lindo e charmoso.

– Não estou atrás de tipos, só de saber o nome do homem com quem estou conversando. – Ele assentiu com seu sorriso debochado.

– Justo – Ele apertou minha mão que ainda estava sobre a dele depois que eu tirei do cabelo da Bella – Parker, Andrew Parker.

– Eu sou...

– Elena, eu sei – Ele me interrompeu dando mais um leve e doce sorriso – Fiz o meu dever de casa, sei quem você é, e sei que quero te conhecer.

Não havia resposta, não com dois pares de olhos azuis me fitando, Damon estava parado atrás dele me observando cuidadosamente enquanto Andrew Parker apertava minha mão que estava sobre suas pernas, não, não iria pensar se Damon podia estar pensando algo errado, eu não devia nada a ele, apertei levemente a mão do Andrew.

– É um prazer conhece-lo. – Sorri amistosamente para ele, mesmo que meus olhos estivessem fixos em Damon, eu tinha que entender, foi isso que vi quando o vi beijando a italiana, ele seguiu em frente e era isso que eu precisava fazer, afinal o tempo foi feito para sarar feridas de um coração sagrando.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Tempo... o tempo foi feito para sarar
Lembranças para tudo que satisfaz.
Bright Eyes – Jason Mraz




Gente eu disse que dividiria o capitulo em 2 mais na verdade serão 3, ok?
Espero que tenham gostado do nascimento desses anjinhos!
Até a próxima Cupcakes, sabe se mais alguém quiser recomendar a fic eu não vou me incomodar, sabe?
Mas agora mudando de assunto eu preciso da opinião de vocês:
Você preferem o Andrew ou o Nathan? Sem Spoiler mas a opinião de vocês vai ser importante, confesso que tenho uma quedinha pelo Andrew.
5 comentários para o próximo.
E se alguém quiser me ensinar a como colocar os gifs nos capítulos eu vou agradecer muito, é só me chamar por MP. (não mordo)
Beijocas da Grazi.