Enquanto você dormia escrita por Grazy


Capítulo 7
You are my strength.


Notas iniciais do capítulo

Demorei um pouco dessa vez, please, não fiquem bravos, não serve de explicação mas meu aniversario foi ontem, e só por me sentir culpada por demorar tanto eu estou aqui postando as 5:00 horas da manhã um capitulo que eu passei a madrugada toda escrevendo, então perdão se não ficar tão bom porque eu estou com um olho fechado e um aberto.
Sem mais enrolação, o capitulo!



I swear it's you
I swear it's you that my heart beats for
Won't Stop - OneRepublic



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Pov. Elena

– Oque eu faço? – Murmurei para minha mãe depois de alguns minutos olhando as crianças sentadas ao lado da Paola.

– Eu não sei, eu imaginava que eles fossem perguntar, duvidar, mas não ficar quietos – Ela deu de ombros e continuou olhando para eles – Tive uma ideia – Ela levantou e foi em direção a cozinha – Paola se importa em me ajudar a colocar a mesa?

– Claro. – Paola levantou e foi até a cozinha me deixando sozinha com eles.

– Vocês vão para escola? – Eles pareciam surpresos por me ouvir falar.

– Sim. – Bella respondeu balançando os pezinhos.

– E... vocês gostam?

– Sim. – Dessa vez foi Miguel quem respondeu.

– Vocês... querem me fazer alguma pergunta? – Eles ergueram os olhos pensativos.

– Você não tinha ido com o papai do céu? – A garotinha perguntou passando as mãos no vestido .

– Eu... – Porque eu pedi para eles perguntarem mesmo? Ah, claro, porque fui incapaz de criar um assunto com meus próprios filhos, que tipo de mãe eu sou? – Acho que eu fui, mas eu tinha que voltar.

– Ah. – Ela disse somente, ela levantou e sentou ao meu lado no sofá passando a mão nas ponta dos meus cabelos – Você é bonita.

– E você é linda. – Segurei sua mão entre as minhas, tão pequena, ainda sim tão grande comparada com a bebê que eu segurei a 5 anos.

– Eu sei, papai diz isso o tempo todo, ele dizia que eu parecia com você. – Ela sorria e o seu sorriso inocente me lembrou o porquê não consigo odiar o Damon, ele simplesmente me deu essas duas crianças, elas eram parte de nós, então se mesmo que por um segundo eu o odiasse, eu estaria odiando eles também, e eu os amo tanto que não suporto a ideia de alguém no mundo possa não gostar deles.

– E eu? Não sou bonito? – Miguel questionou andando até mim.

– É claro que é, tão lindo quanto sua irmã. – Passei a mão em seus cabelos, e ele sorriu.

– Você quer vir na festa da mamãe semana que vem? – Miguel perguntou ainda parado na minha frente.

– Na festa de quem? – Parecia loucura, eu sei, é claro que ele estava fala da Frida, Froda ou Fran, não decorei o nome dela.

– Da mamãe... mas você é nossa mãe, então ela é nossa tia, mas ela também não é sua irmã então...

– Ei, tudo bem, acho que entendi... mas não sei se alguém vai me querer lá. – Senti uma mão no meu ombro e virei um pouco a cabeça.

– Eu quero! – Paola falou me encarando – E tenho certeza que as crianças também querem, não é?

– Sim! – Eles responderam animados.

– Então pronto, você vai! – Assenti sorrindo.

– Mas eu não posso me cansar, e também só tenho roupas antigas. – Tudo bem, eu posso estar inventando desculpas, mas faz algum sentido eu ir na minha casa para a festa da nova mulher do meu marido?

– É para isso que temos sofás e se quiser vamos ao Shopping amanhã e a festa vai ser em um salão e não lá em casa, não arranje desculpas, e você pode levar o Jeremy também e...

– O Jeremy? – Perguntei um tanto confusa.

– Claro, faz tempo que as crianças não veem ele. – Assenti e ela começou a fazer mil planos sobre ir ao shopping e comprar vestidos e roupas e mais um monte de outras coisas.

– Eu sempre achei que a Fran era nossa mãe, a Bella disse que não. – Miguel murmurou enquanto Paola continuava tagarelando.

– Mas ela não é! – Bella falou antes que eu pudesse dizer alguma coisa e Paola parou de falar os observando – Você é! Não é?

– Oque foi? – Paola perguntou e eles olharam para ela assustados.

– Eu... quer dizer... ela não... – Os finais das frases fugiam de mim, principalmente por eles terem iniciado uma discussão na qual eu não fazia ideia de como parar.

Paola entrou no meio deles tentando fazê-los parar mas não conseguia, eles se atracaram em algum momento e Paola segurou Bella que tentava a todo custo descer, o irmão também não ajudava, eu não podia segurar nenhum deles, as crianças eram pequenas mais com certeza eram mais fortes do que eu naquele momento, olhei para aquela cena toda e fiz a única coisa que podia, fechei os olhos e me deixei cair no sofá fingindo um desmaio.

– Elena! – Ouvi a voz da minha mãe e para não assusta-los demais eu me ergui novamente.

– Você está bem? – Dessa vez foi Miguel quem perguntou.

– Sim, eu só tive uma tontura. – Minha mãe entendeu porque sorriu compreensiva e fez um sinal para Paola que também entendeu.

– Vocês viram? – Ela perguntou para os gêmeos – Você deixaram a Elena tão triste que ela passou mal, o pai de vocês já falou que não quer vocês brigando assim.

– Desculpe. – Eles falaram baixo abaixando a cabeça.

– Tudo bem, eu estou bem. – Garanti, e eles ergueram a cabeça para me encarar.

– Nós temos que te chamar de mãe? – Miguel questionou e senti a mão da minha mãe nos meus ombros, não entendi de inicio o significado mas com o leve aperto dos seus dedos em meu ombro, eu entendi, ela estava me dando apoio, como se ela me disse oque responder, eu não poderia forçá-los a gostar de mim ou me considerar uma mãe, tinha que ser uma iniciativa deles.

– Não precisa, só quando vocês quiserem. – Eles assentiram.

– Quem quer almoçar? – Minha mãe perguntou.

– Filé a Parmegiana, de novo? – Paola perguntou para minha mãe que assentiu – Sem querer ofender mas comi isso por 17 anos e só o cheiro disso já me enjoa, então se não se importar eu vou comprar um sanduíche na padaria.

Ela pegou a bolsa e foi até a porta, assim que ela abriu Jeremy estava parado lá com a mão encostada na campainha.

– Podem sorrir, porque eu cheguei! – Ele anunciou passando por Paola e as crianças correram até ele.

– Quer saber? – Paola voltou para o sofá retirando a bolsa – Estou com tanta vontade de comer um Filé hoje.

– Ah, é? – Minha mãe parecia se divertir com a situação – Mudou de ideia tão rápido!

– Sabe como é, eu sou bem volúvel. – Ela sorriu para o Jeremy e puxei o braço da minha mãe.

– Algo que eu deva saber? – Sussurrei para ela que negou com a cabeça.

– Paola tem uma queda pelo Jeremy desde os 14 anos, quando Damon e seu irmão ainda se falavam, quando o bebê da Rose nasceu eles fizeram um baile para comemorar, sabe como são os Salvatore, ai o Jeremy a chamou para dançar, uma dança e pronto, ela caiu de amores por ele e é assim até hoje. – Não pude deixar de rir, é engraçado com na adolescência as emoções sempre são mais intensas por mais que sejam coisas enganosas.

– Ao almoço então! – Minha mãe declarou e todos foram rapidamente para cozinha menos as crianças que pareceram me esperar.

– Vocês podem ir, eu já estou indo. – A verdade era que eu não queria levantar na frente deles, eu ainda não dominava completamente meu corpo e muitas vezes eu não conseguia me levantar na primeira tentativa, e não queria que eles me vissem desse jeito.

– É que o papai sempre disse que não devemos ir comer e deixar alguém para trás. – Bella falou cruzando os braços.

– Ok. – Respirei fundo e apoiei as mãos uma em cada lado do sofá e me ergui lentamente – Pronto.

Eles foram correndo na frente e eu fui basicamente me arrastando até que o cavalheiro do meu irmão veio me ajudar, o almoço foi bem tranquilo, com Jeremy conversando com os gêmeos e eu fiquei sabendo de bastante coisa, como: Isabella tem alergia a amendoim e a pó, ela adora as princesas e qualquer coisa rosa, Miguel não tem alergias mas odeia vegetais, e gosta de super-heróis.

Depois do almoço eu me senti uma verdadeira intrusa ali, Jeremy e Paola brincavam com as crianças, minha mãe estava lavando a louça e arrumando a cozinha, eu estava sentada basicamente assistindo tudo aquilo, tentei lembrar se em algum momento da minha vida eu já imaginei estar assim, vendo meus filhos tendo mais contato com meu irmão do que comigo, a minha cunhada morrendo de amores pelo meu irmão que por se casou com a minha melhor amiga, meu marido curtindo a vida com uma vadia italiana e eu aqui sentada vendo o mundo passar diante de mim, vendo meus filhos sem saber nada sobre eles, vendo todos fingirem que tudo vai ficar bem quando na verdade todos sabemos que isso não vai acontecer, eu nunca vou esquecer o Damon, e algo me diz que a italianinha não vai me querer dentro da minha casa, irônico não?

Minha casa, mas existe algo que ainda seja meu? Quer dizer, meus filhos a consideram mãe, meu marido, meu? Não, meu não, o marido dela! A casa que eu quis comprar desde os 15 anos e que só consegui quando eu me casei e que finalmente havia se tornado minha, virou dela! Então oque adiantou tudo que eu fiz? Quer dizer, do que adiantou tudo isso?

Todos a minha volta só estão mascarando a verdade, eu sou uma intrusa, 5 anos e todos se conformaram com a minha morte, mesmo sem eu ter morrido, e quando eu voltei sinto que decepcionei todos, e todos me decepcionaram, se não fosse por essas crianças acho que eu sinceramente já teria desistido disso tudo, todos dizem que o tempo cura tudo, mas nunca dizem quanto tempo, e acho que finalmente descobri, 5 anos, 5 anos são o suficiente para curar o amor, a tristeza, e a esperança.

– No que está pensando? – Ouvi a voz da minha mãe e voltei ao mundo real.

– Você ficou feliz quando eu acordei? – Ela parecia confusa com a pergunta.

– Filha, é claro que sim, você é minha princesa guerreira – Ela sorriu de jeito acolhedor – Lembra que eu te chamava assim? – Assenti – Você tinha 7 anos se vestia de princesa e ia ao parque e começava a explorar as aquela pequena floresta atrás do parque enquanto as outras crianças estavam nos brinquedos...

– Não é disso que eu estou falando – A interrompi – Quer dizer olha para eles, eu conversei com eles por 5 minutos e eles discutiram entre eles por mim, eu estou sendo egoísta, não estou? Eles estão ótimos sem mim, aparentemente eu não fiz falta alguma.

– É claro que fez, eles são seus filhos! E você conseguiu parar a discussão...

– Consegui? Eu fingi um desmaio para fazê-los parar – Me virei um pouco para encara-la – Eu vou te fazer uma pergunta e quero que você me responda sinceramente sem essa coisa de mentir para me proteger, promete? – Ela assentiu – Você ainda tinha esperança? Em mim? Esperança de que eu fosse acordar?

– Querida, quando eu falei da princesa guerreira não foi só por dizer, Elena você sempre foi a pessoa mais forte que eu já conheci, eu nunca achei que você fosse parar de lutar, porque você é assim, querida, uma guerreira, uma mulher linda e forte...

– Eu não sou forte, mãe – A interrompi sentindo meus olhos se encherem de lágrimas – Eu estou caindo, me despedaçando aos poucos – As lágrimas agora rolavam livremente – É como se o chão estivesse sumindo sob meus pés e eu não tenho mais onde me segurar, tudo que eu amava se foi e agora tudo dentro de mim começou a cair – Senti os olhares de todos na sala sobre mim, mas ainda falava baixo só para minha mãe ouvir – Acho que agora te decepcionei também, eu não sou forte.

– Ser forte não é não ter medo, ou não se sentir mal, você está aqui agora não está? Você superou todas as expectativas médicas, você está sendo mais forte do que nunca! Você nunca vai me decepcionar, você sempre será minha princesa guerreira.

Deixei minha cabeça tombar no ombro da minha mãe e continuei chorando sem parar, até meus olhos ainda turvos verem duas silhuetas pequenas diante de mim.

– Você está triste? – Não tenho certeza de qual dos dois se pronunciou, os soluços que escapavam da minha garganta ainda pareciam altos.

– Está vendo Elena? – Minha mãe sussurrou – Quando você achar que não tem mais aonde se segurar, e que você não vai aguentar, não vai existir corda mais resistente do que eles, o amor que você sente por eles e que eles sentem por você mesmo sem saberem será oque vai te segurar e te manter firme.

– Você quer um abraço? – Agora foi Bella quem falou.

– Claro.

Me inclinei para frente e a envolvi em meus braços, tão pequena, senti sua mãos passarem pelo meu pescoço e ela me apertar, aquilo era tão bom, antes que eu percebesse já tinha erguido ela do chão e colocado sobre uma das minhas pernas.

– Eu posso também? – Miguel esticou os braços para mim, minha mãe estava certa eles me davam força, eu quase não consegui levantar uma caixa com algumas blusas, e agora eu consegui levantar ambos.

Era isso, minha mãe estava certa, eu jamais cairia, não com eles aqui, não enquanto eu pudesse lutar, eles eram tudo que eu tinha, e eu já perdi tantas coisas e perdê-los não é uma opção, eu jamais abriria mão deles e nada nem ninguém poderia mudar isso, eles eram minha força, é por eles que meu coração bate, e ok, eu iria nessa festa, iria ver com meus próprios olhos a mulher que conseguiu tão facilmente tudo que eu lutei tanto para ter.


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Notas finais do capítulo

Eu juro que é você
Eu juro que é você por quem meu coração bate.
Won't Stop - OneRepublic




Espero que tenha ficado bom, vou tentar responder os comentários do anterior mas faço isso mais tarde, ok? Estou quase caindo em cima do Notebook aqui!
Sei que não ficou tão interessante quanto esperavam mas tomara que tenha sido minimamente aceitável, 3 comentários para o próximo e... ah, quer saber, eu vou postar antes que eu durma aqui.
Até a próxima Cupcakes.